A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior anunciou nesta quarta-feira, 1º de outubro, o resultado do 15º Prêmio Capes de Tese. Entre os contemplados estão quatro alunos da Fiocruz, que receberam premiação e menção honrosa na edição de 2020: Jaqueline Goes de Jesus, Isabela Tiemy Pereira, Filipe Vieira Santos de Abreu e Kayo Cesar Bianco Fernandes. “Ter alunos da Fiocruz entre os agraciados muito nos orgulha, pois, entre outras questões, a premiação revela a qualidade da nossa oferta educacional”, disse a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fundação, Eduarda Cesse, exaltando a conquista.
O Prêmio reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com critérios de originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
Premiação valoriza e estimula os alunos, assim como engrandece e dá visibilidade à instituição
O trabalho premiado foi “Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes”, por Jaqueline de Jesus, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental, desenvolvido em associação ampla entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Fiocruz, por intermédio do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia). Cabe ressaltar que Jaqueline é uma das coordenadoras da equipe de pesquisadores que realizou o primeiro sequenciamento do genoma do coronavírus circulante na América Latina – apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil –, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Oxford.
Já os trabalhos que receberam menção honrosa foram: “Caracterização molecular da regulação pós-transcricional durante a diferenciação cardiomiogênica, por Isabela Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia, do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná); “Febre amarela e malária: Investigação de dois surtos zoonóticos no Sudeste brasileiro”, por Filipe Abreu, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ); e Poluentes químicos e biológicos em ambientes aquáticos e seus impactos na estrutura e no resistoma móvel de comunidades microbianas, por Kayo Fernandes, do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
Para Eduarda, a premiação valoriza e estimula os alunos, assim como engrandece e dá visibilidade à instituição na qual o discente cursou seu doutorado. “Isso nos faz perceber que nossos esforços por uma educação de excelência estão sendo atestados”, confirmou ela. A coordenadora-geral adjunta de Educação lembrou ainda que o aluno Kayo Fernandes conquistou, com o mesmo trabalho, menção honrosa ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2019. “É uma feliz coincidência , posto que o trabalho foi destacado como merecedor da menção por duas diferentes comissões avaliadoras”, explicou Eduarda.
Alunos serão homenageados em 15 de outubro. Prêmio Oswaldo Cruz de Teses da Fiocruz será entregue na mesma ocasião
A homenagem da Fiocruz aos premiados pela Capes será realizada no dia 15 de outubro, às 10h, e acontecerá juntamente à entrega do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020. A iniciativa, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, contemplou 3 ganhadores neste ano, um em cada área: 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina', 'Saúde Coletiva' e ‘Ciências Humanas e Sociais’. Além disso, mais 4 alunos recebem Menção Honrosa nesta premiação: 2 na área 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina e Medicina' e 2 na área 'Ciências Humanas e Sociais'.
O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses foi instituído como parte das comemorações do Ano Oswaldo Cruz, tendo em 2017 sua primeira edição. Ele visa distinguir trabalhos de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação e está dividida em quatro áreas: Medicina; Saúde Coletiva; Ciências Sociais e Humanas; e Ciências Biológicas Aplicadas a Saúde e Biomedicina.
Confira os trabalhos agraciados no 15º Prêmio Capes de Tese – 2020
Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes
Aluna: Jaqueline Goes de Jesus – orientador: Luiz Carlos Alcântara Junior, trabalho desenvolvido na Ufba e Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia)
A pesquisa parte do pressuposto de que as altas taxas de incidência do vírus Zika (ZIKV), que está associado à síndrome de Guillain-Barré, preocupa os setores de saúde pública. Em adição ao cenário causado pela emergência do CHIKV e ZIKV, o Brasil experimentou um surto excepcional, causado pelo vírus da febre amarela (YFV) entre o final de 2016 e meados de 2017. No contexto nacional, sabe-se que há co-circulação desses arbovírus, que são transmitidos principalmente, pelas mesmas espécies de mosquitos, em áreas urbanizadas, amplamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais. Nas Américas, incluindo assim o Brasil, onde a epidemia causada pelo ZIKV é concorrente às causadas por CHIKV, a rápida identificação do vírus e o conhecimento do genoma tornaram-se cruciais para o monitoramento da diversidade viral.
Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi compreender a origem, os eventos de introdução e dispersão viral, bem como a identificação de cepas ou genótipos com maior potencial epidêmico relacionados aos arbovírus emergentes e re-emergentes. O trabalho de pesquisa de Jaqueline foi desenvolvido nos laboratórios do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia). Seus resultados dão suporte às autoridades em saúde pública nas medidas de prevenção em áreas com alto risco da introdução ou incidência prevista de arbovírus emergentes e re-emergentes, corroborando com a necessidade do estabelecimento de uma rede conjunta de laboratórios e pesquisadores para o manejo correto e fornecimento de rápidas respostas ao surgimento de epidemias.
Caracterização molecular da regulação pós-transcricional durante a diferenciação cardiomiogênica
Aluna: Isabela Tiemy Pereira – orientador: Bruno Dallagiovanna Muñiz, trabalho desenvolvido no Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná)
O trabalho avaliou as especificações do destino das células cardíacas, que ocorrem por meio de etapas progressivas e reuniu dados que forneceram uma ferramenta poderosa para investigar genes potencialmente controlados por mecanismos pós-transcricionais durante a diferenciação cardíaca de hESC. Além disso, ele pode prospectar ferramentas fundamentais para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e de pesquisa.
Febre amarela e malária: Investigação de dois surtos zoonóticos no Sudeste brasileiro
Aluno: Filipe Vieira Santos de Abreu – orientador: Ricardo Lourenço de Oliveira, trabalho desenvolvido no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
O trabalho apontou que tem-se observado expansão territorial da febre amarela silvestre da área endêmica (Amazônia e parte do Centro-oeste) para o sul e leste no Brasil. Paralelamente, a região serrana do Rio de Janeiro, onde a malária foi erradicada há décadas, registrava casos humanos autóctones de terçã benigna onde o caso índice não era identificado, sendo a hipótese de origem simiana do parasito aventada por pesquisadores. Entre 2015-2017, o RJ registrou surto de malária e a reemergência do vírus amarílico (YFV), este último se alastrando na Mata Atlântica, considerada indene por quase 80 anos. Com isso, registrou-se o maior surto silvestre do YFV no país.
Estas situações sanitárias estimularam a realização do estudo, no qual buscou-se esclarecer aspectos da transmissão desses agravos a partir de amostragens em primatas não-humanos (PNHs) e mosquitos. O trabalho aponta que, em conjunto, os resultados alargam o conhecimento acerca da epidemiologia destas duas zoonoses na Mata Atlântica, confirmam o papel central dos bugios na epidemiologia destes dois agravos e contribuem com informações originais úteis na otimização de processos para vigilância e controle.
Poluentes químicos e biológicos em ambientes aquáticos e seus impactos na estrutura e no resistoma móvel de comunidades microbianas
Aluno: Kayo Cesar Bianco Fernandes – Orientadora: Maysa Beatriz Mandetta Clementino, trabalho desenvolvido no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz)
O trabalho partiu do principio que o ecossistema aquático é um dos mais ameaçados pela poluição e, consequentemente, sua qualidade vem sendo mais afetada do que os ecossistemas terrestres. No texto, Kayo aponta que apesar de ser geralmente reconhecida a importância da manutenção da qualidade da água, na prática, ocorrem inúmeras descargas de efluentes potencialmente poluidores. Além disso, antimicrobianos em sistemas aquáticos são frequentemente degradados rapidamente por meio de vias fotolíticas e outros. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as possíveis alterações na diversidade microbiana, na composição do resistoma microbiano móvel e nos mecanismos de co-seleção, frente à presença de metais traço e antimicrobianos em recursos hídricos destinados ao tratamento e abastecimento público no Rio de Janeiro.
Foram coletadas amostras de água de duas bacias destinadas ao abastecimento (Guandu e São João) e de água potável. Os resultados revelaram altos níveis de poluição nas águas destinadas ao abastecimento público no Rio de Janeiro, o que compromete sua qualidade. Embora o tratamento das águas tenha sido considerado satisfatório, microrganismos multidroga resistentes e genes de resistência aos antimicrobianos e metais foram encontrados na água potável. O trabalho aponta que os dados encontrados poderão contribuir para incentivar discussões a respeito do aprimoramento de políticas ambientais mais eficazes, em relação ao saneamento básico e o monitoramento da qualidade dessas águas.
Assista ao programa do Canal Saúde 'Bate Papo na Saúde' sobre o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020
O programa foi publicado em 28 de setembro e na edição foram entrevistados Eduarda Cesse e o ganhador do Prêmio na categoria Saúde Coletiva, Rodolfo Paolucci Pimenta.
* com informações do semanário online da Ufba Edgardigital
Estão abertas as inscrições para a 10ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, da Fundação Oswaldo Cruz (OBSMA/Fiocruz). Neste ano, a Obsma traz uma novidade: o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã. Interessadas poderão se inscrever até 13 de dezembro de 2020. Para participar, basta juntar um time de professoras e alunas que gostem de ciência, caprichar no projeto e fazer a inscrição normalmente na Olimpíada. Os trabalhos inscritos em qualquer uma das modalidades da OBSMA podem concorrer ao prêmio, que é destinado somente a trabalhos desenvolvidos por participantes do gênero feminino. Confira todos os detalhes no regulamento e participe.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontam que, em 2018, menos de 30% dos pesquisadores e cientistas de todo o mundo eram mulheres. Dentro desse contexto, a Fiocruz está comprometida com a promoção da equidade de gênero na ciência – também alinhada às diretrizes propostas na Agenda 2030 da ONU.
A coordenadora da Olimpíada, Cristina Araripe, pontua a relevância da iniciativa: “Em sua 10ª edição, a Obsma afirma o compromisso com o incentivo de carreiras científicas para jovens mulheres, através do lançamento do Menina Hoje, Cientista Amanhã”, diz ela, afirmando ainda que “com o Prêmio, queremos estimular o debate sobre igualdade de gênero e trajetórias profissionais femininas, além de realçar a importância de que mulheres obtenham acesso à educação de qualidade e aos recursos de ciência e tecnologia”.
Trajetórias inspiradoras
Em cada uma das edições do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, uma cientista de destaque terá a sua trajetória homenageada. Nesta edição de estreia, a escolhida foi a pesquisadora Bertha Lutz.
Bertha foi considerada – e ainda é, até hoje – uma das mais brilhantes cientistas brasileiras da história. Nascida em São Paulo, em 1894, a filha do zoólogo Adolfo estudou ciências naturais na França e, aos 24 anos, voltou para o Brasil e trabalhou no Museu Nacional. Além de se tornar uma pesquisadora respeitada pelo seu trabalho, ela foi ativista e uma das pioneiras do movimento feminista brasileiro.
A Fiocruz teve a honra de ser um dos lugares pelos quais a cientista passou enquanto trilhava a sua carreira. Já que falava várias línguas, Bertha trabalhou como tradutora no setor de zoologia do Instituto Oswaldo Cruz. Além disso, foi peça-chave na construção do Museu Oswaldo Cruz, criado em 1917.
Para saber mais sobre Bertha Lutz e sobre o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, acesse o site: olimpiada.fiocruz.br/premio-menina-hoje-cientista-amanha.
A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz) divulga o resultado final do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020. A iniciativa faz parte das comemorações pelos 120 anos da instituição, celebrados no dia 25 de maio de 2020.
O prêmio foi instituído como parte das comemorações do Ano Oswaldo Cruz, tendo em 2017 sua primeira edição. O Prêmio visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação.
Ao todo, foram contemplados 3 ganhadores, um em cada área: 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina e Medicina', 'Saúde Coletiva' e Ciências Humanas e Sociais. Mais 4 pessoas recebem Menção Honrosa nesta premiação: 2 na área 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina e Medicina' e 2 na área 'Ciências Humanas e Sociais'.
Confira a lista nominal completa com o Resultado final do Prêmio Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020.
Vamos conversar sobre meninas na ciência? Em 1º de setembro, às 17h, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) vai realizar um bate-papo online sobre meninas, gênero e ciência. A live, que será transmitida ao vivo pelo facebook da Obsma, vai apresentar o prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, que contemplará projetos desenvolvidos por professoras e estudantes do gênero feminino. O prêmio se tornará fixo e, a cada edição, homenageará uma cientista notável da história. Neste ano de estreia, a escolhida foi a pesquisadora Bertha Lutz.
Para falar sobre o tema, as convidadas são a bióloga, historiadora da ciência e pesquisadora titular da Fiocruz, Magali Romero Sá; a neurocientista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e indicada ao Nature Research Award de 2019, Natalia Mota; e a colunista do MIT Technology Review Brasil e podcaster do Ogunhê, Nina da Hora. O evento será mediado pela coordenadora da regional Norte da Obsma, Rita Bacuri, e terá a jornalista da Olimpíada, Valentina Leite, como anfitriã.
O Menina Hoje, Cientista Amanhã foi pensado no contexto da promoção da igualdade de gênero na ciência, em consonância com as diretrizes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU. Para concorrer à premiação, as interessadas devem se inscrever na Olimpíada e escolher a opção ao preencher o formulário, juntar um time de professoras e alunas que gostem de ciência e caprichar no projeto. Clique aqui para informações.
Para conhecer a nova premiação e participar do bate-papo, acompanhe a live em 1º/9 pelo facebook: https://www.facebook.com/obsma.
Entre as estratégias de enfrentamento da Fiocruz à pandemia está o fortalecimento das ações de educação que podem ser realizadas mesmo em situação de isolamento social. O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e a Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional valorizam, estimulam e encorajam pesquisadores, alunos e docentes a avançarem na produção do conhecimento em saúde. O Prêmio, que está em sua quarta edição, é voltado a teses defendidas em áreas temáticas de atuação da Fundação. A nova data de envio de trabalhos é 16 de julho. Vale lembrar ainda que as inscrições para a Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional da Fiocruz seguem abertas até 19 de agosto.
Mesmo frente aos últimos acontecimentos, a Presidência da Fundação resolveu manter essas iniciativas que integram seu calendário anual. A coordenadora-geral adjunta de Educação, da Vice-Presidência de Educação, Comunicação e Informação da Fiocruz, Eduarda Cesse, explicou também que tais ações “incentivam a participação e o envolvimento de egressos, alunos, pesquisadores e toda a nossa comunidade, que são, na verdade, peças essenciais dessa instituição”.
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses
Podem concorrer ao prêmio autores de teses defendidas entre maio de 2019 e abril de 2020, nos cursos da Fiocruz e de cursos nos quais a Fundação participa de forma compartilhada e que sejam registrados na Coordenação Geral de Educação (CGE). Será selecionada uma tese de cada uma das áreas: ciências biológicas aplicadas e biomedicina; medicina; saúde coletiva; e ciências humanas e sociais.
Confira aqui todos os detalhes da premiação: Prêmio Oswaldo Cruz de Teses: edição 2020 está com inscrições abertas
Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional
Esse reconhecimento é voltado a pesquisadores e pesquisadoras, que sejam servidores da Fiocruz, e se distinguem por sua trajetória acadêmica e de vida no campo da educação em saúde. Em 2020, apenas serão aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação nas áreas da medicina e/ou ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina.
Confira aqui todos os detalhes sobre a Medalha: Concorra à Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional
São muitos os desafios para a saúde diante da pandemia. Para enfrentá-los, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promovem o Hackcovid19, um hackathon online que busca inovações tecnológicas para combater a Covid-19. As submissões de desafios vão até o dia 4 de maio. Qualquer pessoa com mais de 18 anos de idade, e-mail e acesso à internet pode submeter gratuitamente um ou mais desafios por meio do portal.
Já a maratona acontecerá entre os dias 15 e 17 deste mês: durante 72 horas os participantes vão colaborar online em projetos para resolver desafios relacionados a saúde; comunidade; populações vulneráveis; grupos de risco; empresas e comércio; educação; arte, cultura e entretenimento; meio ambiente e informação. O Hackcovid19 é uma competição de perfil científico (e não empresarial). O objetivo é estimular indivíduos e equipes a apresentarem soluções inovadoras, rápidas e de baixo custo, voltadas mais especificamente para o cenário do Estado do Rio de Janeiro, para minimizar os efeitos do isolamento e da quarentena, assim como facilitar o trabalho dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia.
Há três categorias de participantes: ativadores, mentores e hackers. Os ativadores propõem desafios, enquanto os mentores são especialistas que orientam os hackers (programadores, designers etc.) sobre a melhor forma de concretizar a ideia proposta (apps, serviço, equipamento etc.).
As propostas de desafios podem ser submetidos até o dia 4 de maio (segunda-feira). A Comissão Avaliadora e Julgadora da competição vai anunciar as aprovadas no dia 7 de maio. Os interessados em participar da competição devem ter uma conta na plataforma internacional de gerenciamento de hackathons Devpost, que já pode ser aberta.
As inscrições de hackers serão abertas a partir do dia 15 de maio às 0h15 da manhã, por meio do portal, quando a maratona terá início. Cada hacker – que não precisa necessariamente saber programar – poderá escolher os desafios nos quais quer trabalhar, formando equipes. Sugere-se que as equipes tenham, no mínimo, três e, no máximo, cinco pessoas. Há também um link no portal para o Slack, que permite aos participantes interagir com ativadores e mentores. A competição se encerrará às 23h45 de domingo (17/5). Por ter formato online – em razão do isolamento social –, o evento será realizado por meio de programas de bate-papo ou videoconferência.
Ao final, serão escolhidos três vencedores, segundo os critérios expostos no site. As soluções premiadas podem ser apresentadas em um fórum público (online) para possíveis patrocinadores e investidores. Os direitos autorais permanecem com os hackers. Na seção FAQs (dúvidas frequentes), há explicações detalhadas sobre cada categoria, além do regulamento do hackathon, entre outras informações sobre a competição. Para esclarecer dúvidas, envie um e-mail para: hackcovid19@cbpf.br.
A iniciativa é do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As instituições são referências nacionais em suas áreas de atuação, e emprestarão para o evento sua infraestrutura (supercomputadores, base de dados, internet etc.). Segundo os organizadores, a ideia é ajudar a sociedade neste momento de crise, fazendo dessa iniciativa uma mobilização solidária da ciência e da tecnologia a favor da vida.
O Hackocovid19 conta com apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica das Unidades de Pesquisas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no Rio de Janeiro (NIT-Rio).
As hashtags do hackathon nas mídias serão #cienciaetecnologiaafavordavida e #cientistaspelavida.
Acesse o portal da maratona, saiba mais e participe!
Até o dia 19 de agosto é possível se inscrever para a Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional, uma iniciativa da Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O reconhecimento se destina a pesquisadoras e pesquisadores que se distinguem por sua trajetória de vida e acadêmica no campo da educação em saúde.
O público são servidores da instituição. Em 2020, apenas serão aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação nas áreas da medicina e/ou ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina.
A candidatura poderá ser apresentada de três formas:
Acesse a chamada e o regulamento da Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional e saiba mais.
Incentivo à produção de conhecimento acadêmico: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abre as inscrições para o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020. A iniciativa concede prêmios a teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde, em diversas áreas de atuação da Fundação. É possível se inscrever até o dia 1º de julho.
Podem concorrer autores de teses defendidas entre maio de 2019 e abril de 2020, nos cursos da Fiocruz e de cursos nos quais a Fiocruz participa de forma compartilhada. Esses últimos devem estar registrados na Coordenação Geral de Educação (CGE) da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz). Será selecionada uma tese de cada uma das áreas abaixo:
• Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina
• Medicina
• Saúde Coletiva
• Ciências Humanas e Sociais
Cada premiado vai receber um certificado e apoio de até R$ 7.500 para participação em evento acadêmico-científico nacional ou internacional.
Para saber mais, acesse a chamada e o regulamento. E continue acompanhando as próximas etapas do prêmio, aqui, no Campus Virtual Fiocruz.
A Semana da Educação na Fiocruz teve início no Dia do Mestre (15/10), em cerimônia realizada no auditório do Museu da Vida (RJ), dedicada à entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall, do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2019, e a homenagens a alunos egressos de programas de doutorado da Fiocruz contemplados pelo Prêmio Capes de Tese. Participaram da mesa de abertura a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado; a coordenadora-adjunta de Educação, Eduarda Cesse; a vice-presidente da Asfoc-SN, Mychelle Alves; e o coordenador da Associação de Pós-graduação da Fundação (APG), Richarlls Martins.
O representante da APG disse: “Em um momento de intenso ataque à educação pública, à pós-graduação e a ciência e tecnologia no país, celebrar a Semana da Educação na instituição é mais do que fortalecer nossa produção, é marcar nossa perspectiva de democracia”. Na mesma linha, Mychelle Alves defendeu "a educação pública, gratuita e de qualidade, para que a gente tenha um país mais justo e igualitário. Hoje estamos vivendo um processo em que tudo o que faz pensar criticamente está sendo atacado”.
Eduarda Cesse chamou atenção para o fato de que 75% dos trabalhos inscritos para o Prêmio Oswaldo Cruz deste ano foram mulheres, que receberam a maioria das premiações. Ela agradeceu às autoras e autores das teses “de elevado valor para o avanço do campo da saúde, assim como aos docentes que se dedicam ao ensino e à pesquisa na nossa instituição, com trajetórias acadêmicas de alto mérito”.
O simbolismo da cerimônia de entrega dos prêmios, em meio às dificuldades do contexto atual da educação pública e da ciência no país, foi ressaltado pela vice-presidente Cristiani Vieira Machado. "É importante que possamos coletivamente valorizar o tipo de pesquisa que fazemos aqui, o entendimento da indissociabilidade entre a pós-graduação e a pesquisa, e do quanto os alunos contribuem em produzir conhecimento e trazer soluções para os problemas da nossa sociedade”, afirmou.
Por sua vez, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, enfatizou o compromisso da instituição com iniciativas e movimentos “que têm hoje a ideia central de que ciência tecnologia e educação têm que ser vistos como investimentos no futuro do nosso país, não podem ser vistos por uma lógica contábil”. Nesse sentido, referiu-se ao engajamento da Fundação e outras instituições na campanha Ciência, pra que Ciência?, impulsionada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) contra o desmonte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela agradeceu ainda ao Conselho Deliberativo da Fiocruz pelo apoio a medida emergencial proposta pela presidência, garantindo recursos para manutenção de bolsas de pós-graduação.
A primeira homenagem no evento foi a entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall à professora Cecília Minayo, somando-se a uma extensa série de títulos de reconhecimento a sua trajetória na área de saúde coletiva, particularmente em temas relacionados a violência e saúde. A ocasião trouxe uma inovação no formato do cerimonial: a professora foi entrevistada por Suely Deslandes, que foi sua orientanda e colaboradora muito próxima no Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz).
Suely ressaltou a “generosidade e a postura ético-política de parceria e de respeito ao conhecimento do outro” da homenageada, perguntando sobre momentos de sua trajetória profissional de 63 anos como professora. “Comecei com 16 anos alfabetizando crianças, e desde o início, o meu grande norte foi a questão social”. A professora viveu fora do país “naquela época de trevas” da ditadura, ao lado marido Carlos Minayo, responsável por seu ingresso na Fiocruz. “Desde que entrei aqui me sinto como um peixe na água, tenho uma gratidão imensa à Fundação”, declarou.
Respondendo sobre sua análise da formação em saúde hoje em dia, Minayo disse que parte do Brasil está em um processo regressivo e pontuou: "Mas isso não significa que a ciência e a tecnologia aqui estejam regredindo. Quanto mais difícil, maior é nossa vontade de ultrapassar os desafios. Não comungo a ideia de abaixar a cabeça e achar que não tem nada pra fazer”. Perguntada sobre o que compartilharia com os que estão iniciando a trajetória profissional como educadores, afirmou: “A primeira coisa é amar o que faz. E sempre coloque um ponto de interrogação sobre o significado do seu trabalho para a sociedade e para a população”.
Na sequência, os homenageados foram chamados para receberem individualmente seus certificados, sempre antecedidos por depoimentos em vídeo sobre suas teses premiadas. Confira os depoimentos e a lista completa dos premiados e seus orientadores. Acesse, ainda, a gravação completa do evento.
Confira a nossa galeria de fotos para mais fotos do evento!*
*Atualizado em 22/10/2019.
A Fiocruz entregou, na segunda-feira (7/10), os títulos de Doutor Honoris Causa e de professor-emérito, respectivamente, aos médicos Paulo Lyz Ferrinho e Paulo Buss. Ferrinho foi até recentemente diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa e Buss é coordenador do Centro de Relações Internacionais (Cris/Fiocruz), além de ex-presidente da Fundação entre 2001 e 2009. A cerimônia, no campus de Manguinhos, celebrou duas brilhantes carreiras acadêmicas e profissionais e transcorreu sob fortes emoções, dos homenageados e também dos presentes, que recordaram décadas dedicadas à saúde pública e em favor da justiça social.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, saudou o que chamou de “manhã de Paulos” e afirmou estar muito feliz com as homenagens. Ela leu uma mensagem enviada pelo novo diretor do IHMT, Filomeno Fortes, sobre a trajetória de Ferrinho. Segundo Nísia, a parceria entre IHMT e Fiocruz é também em favor de todos os Países de Língua Oficial Portuguesa (Palops). “É uma diretriz clara, visando uma cooperação estruturante e que procura dar uma marca à saúde global”. O pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Claudio Ribeiro fez o discurso de saudação do novo Doutor Honoris Causa.
Ferrinho, ao fazer o discurso de agradecimento, disse sentir um certo “desassossego” por passar a integrar uma lista tão seleta. Ele listou as muitas colaborações, em diversas áreas, entre IHMT e Fiocruz, e disse sentir uma intensa emoção em receber a homenagem de uma instituição que admira e que tem um alcance mundial por suas pesquisas, inovações e projetos.
Em seguida, o ex-presidente Paulo Buss recebeu o título de professor-emérito da Fiocruz. A diretora do Instituto Nacional de Infectologia (Valdiléa Veloso) discursou saudando o homenageado e lembrou os mais importantes pontos do currículo de Buss, que é médico pediatra, foi diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), vice-presidente de Ensino da Fundação e presidente da Fiocruz eleito e reeleito pelos servidores para dois mandatos. O diretor da Ensp, Hermano Albuquerque, leu textos escritos por pesquisadores que trabalharam com Buss e o classificou como uma grande liderança da saúde pública.
Emocionado, o novo professor-emérito da Fiocruz disse em sua intervenção que a homenagem se dirige não apenas a ele, mas a toda a geração indignada de sanitaristas, que chegou à instituição na década de 1970, durante a ditadura. “Nós mudamos o Brasil. Fizemos a reforma sanitária, realizamos a 8ª Conferência Nacional de Saúde, construímos o SUS, que precisamos preservar e robustecer, mudamos o conceito de que os serviços de saúde eram prestados somente a quem tinha carteira assinada, fomos resistência. Mudamos, para melhor, este país”, argumentou Buss. Ele citou célebres sanitaristas, já falecidos, como também responsáveis por essas conquistas, como Sergio Arouca, Adib Jatene, Luiz Hildebrando Pereira da Silva e Eleutério Rodriguez Neto. Após o discurso, vários dos presentes à cerimônia foram ao microfone relembrar passagens da vida e da carreira de Paulo Buss.
Confira entrevistas com Paulo Lyz Ferrinho e Paulo Buss:
• Ferrinho: ‘pesquisadores não podem abdicar dos deveres de cidadania’
• Paulo Buss: ‘é delicioso ser professor’