Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz)

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Publicado em 10/01/2025

Disciplinas de verão da Ensp: inscrições prorrogadas até 12/1

Autor(a): 
Isabela Schincariol

O prazo para inscrições nas Disciplinas de Verão 2025 oferecidas pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) foi prorrogado até 12 de janeiro. As oportunidades são ligadas aos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pública e de Saúde Pública e Meio Ambiente. Ao todo, estão disponíveis seis disciplinas, voltadas não apenas a alunos de mestrado e doutorado da Escola, mas também abertas a estudantes de outros Programas Stricto Sensu da Fiocruz e de outras instituições. As disciplinas do primeiro semestre que aceitam alunos externos também tiveram o prazo prorrogado até 12 de janeiro. Para acessar as chamadas é preciso ter cadastro no 'Acesso Fiocruz', no endereço acesso.fiocruz.br. Na página, após se cadastrar ou se logar, clique na opção 'Serviços Fiocruz', disponível no menu à esquerda, em seguida em 'Ensino' e depois em 'Inscrição em Disciplina Isolada' e encontre a disciplina que deseja. Clicando nos editais, o usuário terá delhes, bem como instruções para realizar a inscrição. Em caso de dúvidas ou outras informações, entre em contato com a Secretaria Acadêmica da Ensp pelo e-mail: secaexterno.ensp@fiocruz.br

Confira as disciplinas de verão disponíveis em 2025:

Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública - acesse a chamada geral

Análise de Políticas e Sistemas de Saúde em Perspectiva Comparada Internacional 

A disciplina ‘Análise de Políticas e Sistemas de Saúde em Perspectiva Comparada Internacional' é coordenada pela docente permanente do PPG em Saúde Pública da Ensp/Fiocruz, Cristiani Machado, que é vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, em parceria com as professoras Ligia Giovanella, Isabela Santos e Adelyne Pereira, todas do mesmo programa. A disciplina tem por objetivo analisar sistemas de saúde em diferentes países, e conta ainda com um seminário internacional sobre a América Latina, com convidados do Chile, Colômbia, Argentina e México. Mais informações sobre o evento serão divulgadas em breve! Acompanhe! 

  • Início: 10/02/2025 Término: 21/02/2025
  • Público: alunos de mestrado e doutorado da Ensp, outros PPG Stricto Sensu da Fiocruz e de fora da instituição
  • Professora responsável: Cristiani Vieira Machado

Avaliação: Métodos, Modelos e práticas

  • Início: 10/02/2025 Término: 14/02/2025
  • Público: alunos de Mestrado e Doutorado da ENSP, de outros Programas de Stricto Sensu da Fiocruz e de fora da instituição.
  • Professora responsável: Gisela Cordeiro Pereira Cardoso

Desastres e Emergências em Saúde Pública

  • Início: 17/02/2025 Término: 28/02/2025
  • Público: alunos de Mestrado e Doutorado da ENSP, de outros Programas de Stricto Sensu e Lato Sensu da Fiocruz e de fora da instituição.
  • Professor responsável: Carlos Machado de Freitas

Encontros de Saberes e Diálogos Interculturais na Saúde Coletiva

  • Início: 17/02/2025 Término: 21/02/2025
  • Público: alunos de Mestrado e Doutorado da ENSP, de outros Programas de Stricto Sensu da Fiocruz e de fora da instituição. O curso também é voltado a docentes e discentes de cursos de outros programas da Fiocruz e de fora, além de alunos com graduação vinculados a movimentos sociais relacionados à temática. 
  • Professor responsável: Marcelo Firpo de Souza Porto

OBS: Será solicitada uma carta de intenção para a seleção explicando o motivo para realizar o curso.

Práticas de Pesquisa em Saúde Coletiva

  • Início: 06/02/2025 Término: 14/02/2025
  • Público: alunos de Mestrado e Doutorado da ENSP, de outros Programas de Stricto Sensu e Lato Sensu da Fiocruz e de fora da instituição. 
  • Professora responsável: Claudia Garcia Serpa Osorio de Castro

OBS: esta disciplina é direcionada prioritariamente a candidatos qualificados, que iniciam o 2º ano de Mestrado ou o 3º ano de Doutorado.

Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente - acesse a chamada geral

Zoonoses relevantes em saúde pública e meio ambiente 

  • Público: alunos de Mestrado e Doutorado da ENSP, de outros Programas de Stricto Sensu da Fiocruz e de fora, alunos de cursos de Lato Sensu e graduados.
  • Início: 10/02/2025 Término: 14/02/2025
  • Professora responsável: Joseli Maria da Rocha Nogueira

Atenção! Esse curso aceita graduandos, que devem se inscrever na plataforma do Campus Virtual Fiocruz

+Saiba mais: A Ensp/Fiocruz também está com inscrições prorrogadas para disciplinas do primeiro semestre que aceitam alunos externos. Leia mais em: Ensp abre inscrições para disciplinas do primeiro semestre de 2025  

Publicado em 16/05/2024

Webinário aborda desafios globais diante de emergências sanitárias e caso dos BRICS

Autor(a): 
Informe Ensp

No dia 20 de maio, às 14h, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai realizar o webinário ‘Preparação e resposta a emergências sanitárias: desafios globais e o caso dos BRICS’. A atividade será transmitida pelo canal da Ensp no Youtube, não é necessário fazer inscrição para participar. O evento tem como público-alvo pesquisadores, estudantes e trabalhadores do SUS interessados no tema da preparação e resposta a emergências sanitárias em perspectiva global e, particularmente, o caso dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Com a coordenação do pesquisador Carlos Machado de Freitas e organização da pesquisadora Adelyne Mendes Pereira, o evento contará com os seguintes palestrantes: Deisy Ventura, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e vice-diretora do Instituto de Relações Internacionais (IRI-USP), Eduardo Hage, pesquisador da Fiocruz Brasília e membro do Painel de Especialistas da Organização Mundial da Saúde para o RSI, e do embaixador Alexandre Ghisleni, da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais (AISA/Ministério da Saúde). Deisy Ventura abordará o processo de reforma do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e do acordo sobre pandemias, enquanto Eduardo Hage tratará dos desafios globais para preparação e resposta a emergências sanitárias. Por fim, Ghisleni enfocará os desafios e possibilidades dos BRICS em face às emergências sanitárias.

+Saiba mais: Campus Virtual oferece cursos gratuitos sobre enfrentamento de emergências de saúde pública

Como parte do projeto de pesquisa “Governança e respostas nacionais dos BRICS à COVID-19: caminhos, desafios e lições para os sistemas de saúde em contextos desiguais”, o evento pretende promover debate e reflexões sobre as emergências sanitárias, tema atual e de grande importância para o futuro do sistema de saúde no Brasil e no mundo. A partir da participação de especialistas, com larga experiência e atuação no tema, a ideia é dialogar sobre os desafios para a preparação e resposta a grandes crises de saúde em perspectiva global e, no caso específico de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que formam o bloco BRICS.

O webinário será realizado no âmbito da pesquisa “Governança e respostas nacionais dos BRICS à COVID-19: caminhos, desafios e lições para os sistemas de saúde em contextos desiguais”, financiada pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da Ensp/Fiocruz.

Assista à transmissão ao vivo:

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo azul, no topo uma imagem parcialmente desfocada de uma cidade com as casas inundadas, no topo está escrito: Webinário preparação e resposta a emergências sanitárias: desafios globais e o caso dos BRICS, o evento será no dia 20 de maio às 14 horas, a coordenação é de Carlos Machado de Freitas, organização de Adelyne Mendes Pereira e os palestrantes são Deisy Ventura, Eduardo Hage e Alexandre Ghisleni. A transmissão será pelo canal da Ensp no YouTube.

Publicado em 26/01/2023

Ensp abre inscrições para disciplinas de verão

Autor(a): 
Lucas Leal*

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) está com inscrições abertas para as disciplinas de verão e do primeiro semestre de 2023 dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pública, Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente. Podem se inscrever estudantes e professores de pós-graduação de qualquer área do conhecimento, mediante os critérios requisitados nas chamadas de cada programa. As inscrições vão até 31 de janeiro.

Confira as informações sobre cada programa:

Programa de Saúde Pública

O programa visa à formação de profissionais em Saúde Coletiva para o exercício das atividades de pesquisa, docência e atuação em serviços de saúde, com base no desenvolvimento da compreensão crítica sobre os seguintes eixos: complexidade dos processos saúde-doença e do cuidado em saúde; relação entre Estado e sociedade na construção de políticas públicas de saúde; e organização e funcionamento de sistemas, serviços e práticas de saúde.

Serão ofertadas para candidatos externos tanto disciplinas de verão como disciplinas da grade curricular 2023.1.

As disciplinas de verão oferecidas são: 

  • Sindenia Global e Saúde Coletiva – mudanças climáticas, desastres e insegurança alimentar e nutricional;  
  • Trabalho na Contemporaneidade e Saúde: Interseccionalidades e Dinâmicas de Mobilização Coletiva - Perspectivas e Desafios Brasil, França e Argentina.

As disciplinas da grade são:

  • Ciência: conceitos, teorias e métodos 
  • Concepções, Métodos e Técnicas em Estudos de Mortalidade 
  • Contextualização e História dos Direitos Humanos 
  • Direitos Humanos e Saúde 
  • Educação Popular e Construção Compartilhada do Conhecimento 
  • Emergências e Desastres em Saúde Pública 
  • Feminismos, Decolonialidade e Cuidado 
  • Leituras em Violência e Saúde 
  • Modelos de Análise de Políticas Públicas e Trajetórias Institucionais 
  • O Direito Humano à Saúde na Atenção às Urgências e no Acesso Hospitalar 
  • Pesquisa Social e Epistemologias do Sul: questões de método 
  • Políticas, Sistemas e Serviços de Saúde 
  • Práticas de Pesquisa em Saúde Coletiva 
  • Saúde Urbana, Salubridade das Cidades, Território, Planejamento e Projetos Urbanos 
  • Teoria Social 
  • Vulnerabilidades, Políticas Públicas e Cuidados em Saúde Método

Para mais detalhes, confira a chamada para as disciplinas de verão e disciplinas da grade 2023.1 do Programa.

Programa de Epidemiologia em Saúde Pública   

O programa tem foco na capacitação de docentes, pesquisadores e gestores para análise, planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação de políticas públicas e tecnologias, considerando os contextos epidemiológico, social e ambiental nos cenários nacional e internacional.

Serão ofertadas para candidatos externos tanto disciplinas de verão como disciplinas da grade curricular 2023.1.

As disciplinas de verão oferecidas são: 

  • Introdução à Análise de Sobrevivência;
  • Modelagem Baseada em Agentes Aplicada à Epidemiologia em Saúde Pública;
  • Modelagem Conceitual e Construção de Bancos de Dados Relacionais.

As disciplinas da grade são: 

  • Estudos de Coorte: do Delineamento à Análise de Dados;
  • Introdução à Epidemiologia;
  • Métodos Quantitativos para Avaliação de Saúde Mental e Comportamento.

Para mais detalhes, confira chamada para as disciplinas de verão e disciplinas da grade 2023.1 do Programa.

Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente  

O programa tem como objetivo a capacitação de profissionais para a análise e proposição de soluções sobre os efeitos decorrentes das exposições ambientais na saúde humana.

Serão ofertadas para candidatos externos somente disciplinas da grade curricular 2023.1.

As disciplinas da grade são: 

  • Apresentação Oral;
  • Epidemiologia e Estatística Aplicada à Saúde Pública e Meio Ambiente;
  • Saúde Urbana, Salubridade das Cidades, Território, Planejamento e Projetos Urbanos;
  • Viroses de Importância em Saúde Pública.

Para mais detalhes, confira chamada para as disciplinas da grade 2023.1 do Programa

 

*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol / Com informações da Informe ENSP

Publicado em 17/08/2022

Abertas as inscrições para Residência Multiprofissional em Saúde da Família

Autor(a): 
Isabela Schincariol

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) acaba de abrir inscrições ao processo seletivo do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (2023/2025), oferecido na modalidade presencial, por meio da formação em serviço. Ao todo, estão disponíveis 28 vagas, que são voltadas a enfermeiros, cirurgiões dentistas, farmacêuticos, profissional de educação física, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos. As inscrições vão até 15 de setembro. 

Inscreva-se já!

O objetivo do curso é promover o desenvolvimento de competências dos profissionais de saúde graduados para atuar junto às equipes de saúde da família com desempenhos de excelência na organização do processo de trabalho, no cuidado à saúde (individual, familiar e coletiva) e nos processos de educação em saúde, visando à melhoria da saúde e o bem-estar dos indivíduos, suas famílias e comunidade.

Nesta seleção, estão disponíveis 28 vagas, distribuídas por categoria profissional, sendo de ampla concorrência para cada categoria profissional e 30% delas destinadas às Ações Afirmativas (NI
ou PcD).

Esta Residência é realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ) e o Ministério da Saúde (MS), e é regida pelas normas da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional e em Área de Saúde (CNRMS) do Ministério da Educação (MEC) e pelo Regimento Interno dos Programas de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da Ensp/Fiocruz.

Este curso de especialização tem duração de dois anos e é caracterizado por formação em serviço, em regime de tempo integral, com 60h semanais, totalizando 5.760 horas, distribuídas em atividades teóricas (20%) e atividades práticas e teórico-práticas de formação em serviço (80%). O curso acontecerá de 1°/3/2023 a 1°/3/2025.

Acesse aqui o edital de seleção

 

 

*imagem montagem/fundo: freepik

Publicado em 10/05/2022

Inscrições abertas para doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Estão abertas as inscrições para o curso de doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública (2ª entrada), oferecido pela Escola Nacional de Saúde Pública. Ao todo, estão disponíveis 16 vagas, sendo 29% reservadas para Ações Afirmativas (cotas) e 71% para ampla concorrência. O curso será ofertado em formato presencial, com duração mínima de 24 meses e máxima de 48 meses. As inscrições podem ser feitas até 25 de maio.    

O Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP (PPGEPI/ENSP) tem por objetivo a formação de pessoal qualificado para o exercício das atividades de pesquisa, de magistério de ensino superior e profissionais no campo da epidemiologia e suas interfaces com a Saúde Pública. O processo de seleção para o doutorado compreende três etapas, com participação obrigatória de todos os candidatos: prova de inglês, análise documental e entrevista.

Para se inscrever, é necessário realizar um cadastro no site Acesso Fiocruz, conforme detalhado e explicado no edital. 

Excepcionalmente, a depender da situação epidemiológica e contexto sanitário relacionados à epidemia da Covid-19, as atividades didáticas serão realizadas na modalidade de ensino remoto emergencial. 

A atividade é voltada a brasileiros e estrangeiros com visto permanente e/ou com cidadania brasileira. Para os candidatos com graduação realizada no Brasil, exige-se diploma de graduação, reconhecido pelo MEC, que atenda às exigências da instituição de ensino. Candidatos estrangeiros, com graduação realizada no exterior, deverão apresentar diploma devidamente revalidado por universidade brasileira. Ambos os candidatos, brasileiros e estrangeiros, devem ser, preferencialmente, portadores do título de Mestre e ter produção científica consolidada e relevante a ser avaliada pela Comissão de Seleção.

Esclarecimentos sobre o acesso ao sistema e/ou preenchimento do formulário de inscrição poderão ser solicitados através do endereço eletrônico pseletivoss@ensp.fiocruz.br ou pelo Whatsapp (21) 96523-0064.

Acesse aqui o edital.

 

*imagem: Freepik

Publicado em 15/03/2022

Especialização em Direitos Humanos e Saúde com inscrições abertas

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Estão abertas as inscrições para o curso de especialização em Direitos Humanos e Saúde, oferecido pelo Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública (Dihs/Ensp/Fiocruz). A formação é destinada a profissionais graduados vinculados aos órgãos públicos e privados relacionados com a área dos Direitos Humanos e da Saúde. Ao todo, estão disponíveis 20 vagas e as inscrições vão até 12 de abril. 

Inscreva-se já!

O cursa busca promover a construção do conhecimento no campo dos Direitos Humanos e Saúde, desenvolvendo competências gerais e específicas através da compreensão dos conteúdos programáticos, além da formação e aperfeiçoamento de profissionais críticos capazes de atuar em face aos desafios sociais, facilitando a aplicação de tais conhecimentos em sua atuação profissional. 

É importante destacar que, a princípio, o curso será realizado através da plataforma Zoom, podendo retornar ou não às atividades presenciais, existindo ainda a possibilidade do formato híbrido (presencial e remoto). 

As aulas terão início no dia 30 de maio. O curso tem carga horária total de 560h, sendo 460h de aulas teóricas e 100h para elaboração do TCC. 

Caso haja quaisquer dificuldade ou dúvida sobre o processo, escreva para o e-mail pseletivo@ensp.fiocruz.br 

Publicado em 09/04/2021

Residência Multiprofissional reconta 15 anos de história em publicação online e gratuita

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

De casulo à borboleta: a qualificação para o SUS na Residência Multiprofissional em Saúde da Família”. Esse é o título da publicação que retrata a trajetória de uma década e meia de um curso que tem em sua natureza a confluência entre a teoria e a prática, o serviço e o ensino. Com 12 capítulos e a participação de quase 40 autores, a obra apresenta um grande histórico do programa, os conceitos que fundamentam a iniciativa; além da experiência nos campos de prática, relatada por ex-residentes e seus orientadores.

+Acesse aqui a publicação na íntegra: De casulo à borboleta: a qualificação para o SUS na Residência Multiprofissional em Saúde da Família

A coordenadora-geral do curso, Mirna Teixeira, que é autora e uma das organizadoras da publicação, lembrou que essa formação, ligado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), é uma das primeiras residências multiprofissionais do Brasil, o que a torna uma referência na área por toda experiência acumulada. O livro é um registro histórico, “feito a muitas mãos”, com a participação de docentes, coordenadores, preceptores e residentes. Portanto, rico em visões, abordagens, narrativas e contextos. As categorias contempladas na residência multiprofissional são enfermagem, dentista, nutrição, assistente social, psicólogo, educador físico e farmacêutico.

“São muitos anos formando, aprendendo, crescendo, nos aprimorando e incorporando novas questões aos processos pedagógicos e metodológicos. Também abordamos na publicação como se dá o trabalho de articulação com as diferentes instâncias de gestão, seus múltiplos atores e interesses. Por isso quisemos contar nossa experiência e compartilhar um pouco do que sabemos e aprendemos nessa jornada de tantos desafios, além de inspirar outros programas”, disse Mirna, que divide a organização do livro com Maria Alice Pessanha, Regina Ferro, Denise Barros e Ana Laura Brandão.  

Teoria e prática, serviço e ensino: princípios orientadores da residência

Mirna contou que a obra está organizada em duas grandes partes. A primeira aborda a trajetória do curso, o projeto político-pedagógico, além de conceitos e princípios da tutoria e preceptoria que integram o cotidiano da formação. Na segunda parte são apresentados os relatos dos residentes, que sintetizam as vivências deles no campo. Esses capítulos são baseados em trabalhos de conclusão de curso dos alunos e abarcam diferentes abordagens, especialmente trazidas pela natureza da formação de cada um.

“O trabalho em equipe é um dos pilares na nossa formação, e a multidisciplinaridade é o que traz potencialidade a ela”, detalhou a coordenadora-geral do curso, citando algumas ferramentas pedagógicas utilizadas pelos alunos, como os Diários Reflexivos, que são delineados em um dos capítulos da publicação.

O prefácio, escrito pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, destaca a visão diferenciada da atenção e do cuidado que orienta as residências multiprofissionais. No curso, “não apenas as diferentes competências profissionais são reconhecidas, mas devem efetivamente estar integradas”. Nísia frisou ainda que as residências em saúde constituem-se como um importante caminho para superar os desafios que historicamente preocupam os construtores do SUS no cotidiano, em um país marcado por intensos contrastes e profunda desigualdade.

Na opinião de Mirna, a residência também qualifica a rede de atenção primária, visto que os preceptores - profissionais da área que atuam juntamente aos alunos – participam de oficinas e estão envolvidos nos processo de educação permanente do curso, além de lidarem, durante dois anos, com essa equipe multiprofissional. O que, segundo ela, “provoca muitas mudanças e reflexões sobre as práticas e processos de trabalho”.

Em 2020, em decorrência da pandemia, não houve processo seletivo para a residência. De acordo com Mirna, este é um dos maiores processos seletivos da Ensp e normalmente envolve cerca de mil alunos, inclusive candidatos de outros estados. “Pela sua grandeza, não foi possível organizar uma estrutura que abarcasse todas as questões que giram em torno dessa seleção de maneira remota. Por outro lado, Mirna comentou que a pandemia também trouxe novos olhares ao ensino em serviço: “A turma que entrou em 2019 e se formou em 2021 elaborou um trabalhou com relatos de experiência sobre o processo de trabalho na pandemia. É muito interessante podermos analisar o processo formativo neste momento tão difícil que todos estamos vivendo”.

O livro foi editado pela Rede Unida e financiado pela Prefeitura Municipal de Mesquita, município do Rio de Janeiro com o qual a Residência Multiprofissional tem um convênio há dois anos para formação na área.

Lançamento oficial do livro será realizado em 15/4, em debate virtual na Fiocruz

Na próxima quinta-feira, 15 de abril, às 14h, será realizado na Escola Nacional de Saúde Pública um Centro de Estudos, que foi organizado em torno da publicação. O encontro propõe um debate sobre a formação interprofissional no SUS: a experiência da residência em saúde da família, com a participação das organizadoras do livro e pesquisadoras da Escola Maria Alice Pessanha, Mirna Teixeira, Denise Barros, Ana Laura Brandão e Regina Ferro. Na ocasião, acontecerá o lançamento oficial do livro “De casulo à borboleta: a qualificação para o SUS na Residência Multiprofissional em Saúde da Família”. O evento será transmitido pelo canal da Ensp no Youtube.

Além do Ceensp, o já tradicional "Ciclo de Debates Conversando sobre a Estratégia Saúde da Família", organizado anualmente pela residência, também já tem data marcada, A XV edição do encontro será realizada nos dias 3, 4, 5 e 6 de maio de 2021, com transmissão pelo canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube. O Ciclo é uma iniciativa do programa de Residência em Saúde da Família da Ensp/Fiocruz e tem como objetivo promover a reflexão sobre a política de saúde na Atenção Primária em Saúde, sobre os princípios da Estratégia, discutir formas de intervenção nos principais desafios encontrados pelas equipes de saúde da família, e a formação em saúde. Os temas propostos para o debate são marcados pela dinâmica mais premente do contexto atual.

O público esperado no encontro são residentes, egressos, preceptores, coordenadores, docentes de todos os demais programas de residência em área profissional da saúde, além de pesquisadores e alunos de saúde coletiva e profissionais da atenção primaria. Em breve, a programação completa será divulgada. Acompanhe e participe!

Publicado em 19/03/2021

Revista Radis destaca a importância das vacinas no controle da Covid-19

Autor(a): 
Ana Cláudia Peres e Luiz Felipe Stevanim (Revista Radis)

Mesmo de máscara, no supermercado ou no elevador, ela é reconhecida como “a doutora da Fiocruz”. Não é para menos: desde o início da pandemia de Covid-19, a médica pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, tornou-se um dos rostos mais frequentes na mídia como uma das porta-vozes da ciência, em um esforço incansável para levar orientações e informações confiáveis para a população. Contudo, ela afirma que a empreitada assumida por ela e outros cientistas é uma luta “desigual de Davi contra Golias”, principalmente quando autoridades públicas adotam falas que deseducam a população ou recomendam medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento do novo coronavírus. “Mesmo que a gente esteja com o luto absolutamente indissociável do nosso dia a dia, carregando nas costas 210 mil mortes, as autoridades continuam dizendo que o problema está resolvido”, aponta.

+Saiba mais: Campus Virtual Fiocruz lança curso sobre Vacinação: protocolos e procedimentos técnicos: online, gratuito e autoinstrucional. As inscrições estão abertas! Mais de 20 mil alunos já se matricularam. Faça parte você também dessa rede de formação! 

Com décadas de experiência na saúde pública, a médica não tem dúvidas em afirmar que “a vacina é a única e perfeita solução de controle de uma epidemia do porte da Covid-19”. Fundadora do ambulatório do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Fiocruz, Margareth é uma das coordenadoras principais do estudo internacional de fase 3 que avalia o uso da vacina BCG para reduzir o impacto do novo coronavírus. “O Brasil, tradicionalmente, sabe vacinar. Nós sabemos fazer campanha e podemos vacinar milhões de brasileiros num único dia para a Covid-19, se nós quisermos”, afirma, em referência ao reconhecimento internacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Quando conversou com Radis, faltavam quatro dias para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar duas vacinas para uso emergencial no Brasil: a Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa Sinovac; e o imunizante da AstraZeneca/Oxford, a ser produzido no país pela Fiocruz. Depois da liberação da Anvisa, em 17/1, uma avalanche de acontecimentos tomou os noticiários: o início imediato da campanha de vacinação, por pressão dos governadores, foi sucedido pelas notícias de atraso no envio de 2 milhões de doses compradas na Índia e dos insumos necessários para produzir tanto a vacina do Butantan quanto a da Fiocruz, o que comprometeria a estratégia de imunizar a população. Em vídeo que viralizou na internet diante desses fatos, Margareth afirmou que “é absolutamente injustificável” que um país como o Brasil não tenha as vacinas disponíveis para a sua população. Em nossa conversa, ela já destacava que erros na negociação e falta de ação poderiam prejudicar a estratégia brasileira de imunização, que conta a seu favor com a experiência do SUS.

Como cientista, Margareth afirma que tem um compromisso cívico “inarredável” de orientar a população. Para ela, ciência “não é uma abstração”, mas algo concreto, que impacta a vida das pessoas, feita por gente de carne e osso. “Sobretudo num país desigual como o Brasil, ela exige que nós todos, médicos, pesquisadores, cientistas, sejamos cidadãos muito engajados pelo bem comum”, ressalta. Isso também exige a capacidade de dizer que não sabe: “A gente não pode chutar”. A médica faz duras críticas à coação do Ministério da Saúde, em ofício de 7/1, para que médicos de Manaus receitassem o chamado “kit covid” ou “tratamento precoce”, com medicamentos sem eficácia comprovada.

Para ela, a Covid-19 foi “um fenômeno modificador de nossas vidas”. Ou, como costuma dizer, “um divisor de águas”. Ela afirma que gostaria de estar errada em suas previsões, mas não foi assim ao considerar que teríamos “o janeiro mais triste de nossas vidas”. “Teremos um ano de 2021 ainda muito difícil e, nos próximos dois anos, o mundo todo terá que guardar alguns cuidados coletivos de proteção”, pontua. Antes de iniciar a entrevista, Margareth foi interrompida por mensagens do serviço de saúde que coordena: “Tá um inferno minha vida, gente”, brincou. Dez minutos depois de falar com Radis, ela seguiria a maratona com outra entrevista para o jornal “Der Spiegel”, da Alemanha. Contudo, a médica revela que tem o ânimo renovado por “uma quantidade tão grande de estímulos e de mensagens tão extraordinariamente confiantes”. “Eu me sinto diante de um compromisso, de uma missão, e não me furtarei a ela, de modo algum”, resume.

Leia aqui a reportagem na íntegra:  Vacina é a única solução . Confira também as outras reportagens na nova edição da revista Radis 

Leia também: 

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*Imagem: Revista Radis - reportagem de capa: Vacina é a única solução

Publicado em 28/07/2020

Atenção Primária em Saúde: aula aberta discute desafios da organização do trabalho

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Para debater os “Desafios da organização do processo de trabalho da Atenção Primária em Saúde (APS) no atual contexto”, o mestrado profissional de AP com ênfase em Saúde da Família receberá o médico sanitarista Gastão Wagner de Souza Campos para uma aula aberta. A atividade, marcada para a próxima quinta-feira, 30/7, às 14h, será aberta e online. Ela compõe o módulo de Atenção Integral do curso, que é ligado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). O encontro terá a participação da coordenadora-geral e da coordenadora adjunta do mestrado, Elyne Engstrom  e Adriana Coser, respectivamente, como moderadora e debatedora do encontro. Docentes, pesquisadores da área, trabalhadores da APS e outros interessados no tema podem acompanhar a transmissão no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube.

A ideia de fazer uma aula aberta é ampliar e potencializar a reflexão sobre a necessária reorganização das ações e processos de trabalho da APS, neste momento potencializada pelo difícil cenário de enfrentamento à Covid-19 que o país está vivendo. “A proposta do encontro aberto é levar o tema para além da “sala de aula”. Mais do que nunca, esse é um tema estratégico para a atual conjuntura”, explicou Adriana Coser.

Ela detalhou ainda a conexão do palestrante convidado com o tema: “O professor titular da Universidade Estadual de Campinas, Gastão Wagner, é referência no campo da saúde coletiva, principalmente por suas proposições que visam à qualificação da gestão e da atenção do processo de trabalho em saúde. Clinica ampliada e compartilhada, apoio matricial, apoio institucional, equipe de referência, projeto terapêutico singular e núcleo de saúde coletiva estão entre os conceitos defendidos por ele e amplamente conhecidos na nossa rede SUS”.

A aula é aberta a todos os interessados e poderá ser assistida aqui.

Publicado em 15/06/2020

Mortes por Covid-19 avançam nas prisões

Autor(a): 
Informe Ensp*

Apesar de ser um tema ausente dos debates públicos, até mesmo dos gabinetes de crise e planos de contingência para enfrentamento do coronavírus em grandes estados do país, a Covid-19 na população carcerária está avançando. Com menos de um 1% das pessoas presas com acesso a diagnóstico, celas superlotadas, acesso restrito à água, ventilação e grande presença de doenças como tuberculose, diabetes e HIV/Aids, os efeitos do coronavírus podem ser devastadores nas prisões do Brasil. Embora apresente grande subnotificação, o aumento de mortes por pneumonia grave e síndrome respiratória aguda grave ligou o alerta dos pesquisadores. Debruçados sobre essa importante questão, a Fiocruz Mato Grosso do Sul e o Campus Virtual Fiocruz estão desenvolvendo uma nova formação online sobre a saúde da população carcerária e a Covid-19. A formação integrará o rol de cursos elaborados pelo CVF que tratam das questões relacionadas ao coronavírus. O tema, tão caro à saúde pública, também marcou o retorno do Centro de Estudos da Ensp, em formato virtual.

Cursos online sobre Covid-19: saiba mais

O curso online Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus está no ar e é composto de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. A formação é aberta, gratuita, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios e está com inscrições abertas.

A nova formação, que abordará o tema da Saúde Prisional no contexto da Covid-19, será lançada em breve. A previsão é que já esteja disponível no início do segundo semestre de 2020. Fique atento e acompanhe as notícias divulgadas aqui no Portal do CVF e em nossas redes sociais.

O conteúdo dos cursos do Campus Virtual Fiocruz é elaborado por pesquisadores e especialistas da Fundação envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresentam estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus.

Os cursos sobre a Covid-19 são uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Cada aluno pode escolher quais módulos quer cursar e em que ordem. Os conhecimentos são avaliados ao fim de cada módulo. Quem cursar os módulos de forma independente (e obtiver nota maior ou igual a 70) recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com a carga horária total do curso.

Confira o debate virtual realizado pela Ensp

A pesquisadora da Ensp e coordenadora do grupo de pesquisa Saúde nas Prisões, Alexandra Sanchéz, conduziu a sessão on-line Mortes por Covid-19 avançam nas prisões, que contou com participação da promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, e da integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio.

Até a data do evento, 20 de maio, a pesquisadora da Ensp afirmou que o Rio de Janeiro tinha, oficialmente, cinco óbitos notificados por Covid-19; São Paulo com doze óbitos; Pernambuco apresentava três; e Espírito Santo com dois óbitos. Os dados oficiais, segundo ela, não representam a realidade das unidades prisionais e, para comprovar sua afirmativa, citou uma revisão das mortes no Rio de Janeiro a partir de março. “Fizemos uma revisão dos óbitos a partir do mês de março, quando começou a pandemia. Somente reclassificando as mortes que não têm confirmação pelo teste diagnóstico, mas foram por pneumonia grave ou síndrome respiratória aguda grave, atingimos uma taxa de 49 em mil, ou seja, cinco vezes superior à taxa oficial só com a reclassificação dos óbitos em revisão de boletim. Isso é bastante importante”, admitiu.

Após elogiar a atuação do Distrito Federal sobre a testagem da população encarcerada, a pesquisadora lamentou a falta de transparência dos dados no Rio de Janeiro e o isolamento do Comitê de Crise da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do RJ. O aumento na taxa dos óbitos do estado reforçou a preocupação, uma vez que os meses de março e abril de 2020 mostraram elevação em relação a janeiro e fevereiro deste ano. “A taxa de mortalidade em abril foi 48/100 mil, enquanto, em fevereiro, foi de 19/100 mil. Em março, a Covid-19 contribuiu com 35% da taxa de óbito nos presídios, enquanto, em abril, ficou em 54%. Isso mostra uma tendência importante de aumento, uma vez que a taxa de mortalidade, excluindo a Covid-19, fica em torno de 20 a 25% por 100 mil”, alertou a pesquisadora.

Alexandra apresentou dados sobre a mortalidade por faixa etária no Sistema Prisional. Segundo ela, a população presa é majoritariamente jovem, e há cerca de 700 a 800 pessoas com mais de 60 anos. Apesar de a Covid-19 causar mais risco na população idosa, mais de 60% dos óbitos ocorreram em pessoas com menos de 60 anos. “Nessas pessoas mais jovens, principalmente entre 18 a 39 anos (correspondem a 50% dos óbitos pelo vírus), mais de 70% são homens com comorbidades como diabetes, Aids e tuberculose. Esses são os jovens que estão morrendo”.

Coronavírus expõe fraquezas da assistência e da saúde prisional

A promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, falou sobre a ausência de cuidados básicos necessários à população carcerária, principalmente num cenário de pandemia. A falta de atendimento básico, de condições adequadas para isolamento dos presos, de regulação entre as unidades prisionais e o pronto-socorro geral para atendimento fora do sistema prisional (seja pelo estado ou município) e a não priorização nas campanhas de vacinação comprometem as ações de enfrentamento à covid-19 no sistema prisional, segundo ela.

A promotora lembrou que a higienização é uma das principais recomendações para prevenção do coronavírus. Nos presídios, entretanto, o cenário de precariedade das condições de higiene do próprio preso e das instalações, somados ao fornecimento inadequado de água e ausência de álcool em gel, a realidade é diferente. “Desde o início, o Ministério Público percebeu que não havia um plano de contingência para enfrentamento da covid no sistema prisional do Rio de Janeiro. O plano de resposta da Secretaria de Saúde não tinha uma linha sobre o sistema prisional. No dia 1 de abril, acrescentaram a implantação de um hospital de camapanha para 60 leitos, com respiradores do Ministério da Saúde, mas não havia uma linha sobre esse enfrentamento”, detalhou.

No âmbito nacional, há a Portaria Interministerial Nº 7, que regulamenta as medidas de prevenção para a população carcerária, tendo como premissa que todas as recomendações do Ministério deveriam ser adotadas dentro das unidades prisionais. A rigor, não deveria haver distinção de tratamento, mas isso não é observado. Há uma enorme violação de direitos dentro do sistema prisional”.

Na última apresentação, a integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio, criticou a falta de transparência das ações de enfrentamento da pandemia e a falta de informação sobre a situação dos presos aos seus familiares. Ela afirmou que, mesmo com a impossibilidade de inspecionar as unidades, o Mecanismo está oficiando os resídios e o Gabinete de Crise para pensar, de forma cooperativa, em melhorar as coisas. “Foram 25 ofícios, mas só tivemos reposta total para um deles”, comentou.

Apesar da necessidade das medidas de isolamento nos presídios, a palestrante reforça que a incomunicabilidade absoluta, ou seja, quando se cria uma ruptura do laço dos presos com seus familiares, é uma violação de direitos. “Foi estipulado o isolamento, que é uma medida importante para prevenção da disseminação do vírus, mas não foi pensada uma alternativa para superar, de forma alternativa, o que está posto. Uma estratégia interessante proposta pela Defensoria Pública de SP foi a instalação de telefones públicos e visitas virtuais.

A redução emergencial da superlotação das celas, medida uniformemente prescrita por todos os órgãos de direitos humanos e de saúde internacionais para discutir a possibilidade de prevenção eficaz da covid-19 também foi defendida por todos os palestrantes do Ceensp.

Confira as apresentações no Canal da Ensp no Youtube.

* Com informações de Isabela Schincariol
* Imagem de capa: Agência Brasil

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