Em comemoração ao Abril Indígena, a Fiocruz vai promover a exposição Ser na Mata: Olhares sobre os Povos nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A abertura ocorre nesta terça-feira, 29 de abril, às 9h30, e conta também com a exibição do vídeo Nhemonguetá, de produção do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTTS), uma parceria entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT). Para a abertura, foram convidados cerca de 120 indígenas representantes das aldeias do RJ e SP que estarão presentes.
A Fiocruz, na busca de promover saúde para a população brasileira e mitigar os efeitos das desigualdades sociais, firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) em parceria com o Movimento Baía Viva, em 2024, para juntar esforços em parceria com as aldeias indígenas do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é que o conhecimento tradicional aliado à ciência traga avanços para a promoção de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (TSS) nas aldeias.
A exposição é uma parceria da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz com o Movimento Baía Viva e traz algumas das imagens mais significativas de encontros que ocorreram entre abril e novembro, com lideranças indígenas para o levantamento de suas demandas. São imagens feitas nas aldeias de Mata Verde Bonita (Tekoá Kaaguy Porã) e Céu Azul (Tekoá Ara Hovy), em Maricá, aldeia Sapukai, em Angra dos Reis, Pataxó Hã, Araponga e Arandumiri, em Paraty e aldeias do Território Indígena de Boa Vista, em Ubatuba (SP) pelos olhares dos fotógrafos Gutemberg Brito, Cláudio Fagundes de Oliveira e Eduardo Napoli.
A finalidade da exposição é disseminar a importância, a beleza e o conhecimento desses povos. Os esforços também são para sensibilizar o maior número de pessoas para as causas indígenas. A exposição tem a chancela da Sala Verde Diálogos em Biodiversidade, Saúde e Ambiente da Fiocruz Mata Atlântica.
O documentário Nhemonguetá, que será reproduzido no dia da abertura, é um convite para escutar o que a juventude indígena tem a dizer sobre seus territórios, suas lutas, sua saúde, sua espiritualidade e seus sonhos. A exposição Ser na Mata: Olhares sobre os Povos Indígenas nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo ficará no anfiteatro do Centro de Recepção do Museu da Vida até 16 de maio e é uma oportunidade de apreciar um material produzido em campo de ações desenvolvidas pela Fiocruz de promoção da saúde.
Campus Virtual Fiocruz - Conheça os cursos desenvolvidos especialmente aos povos que vivem em territórios indígenas
Ao longo dos últimos anos, o CVF desenvolveu cursos especificamente voltados à temática dos povos que vivem em territórios indígenas e profissionais de saúde: Participação e controle social em saúde indígena; Covid-19 e a atenção à gestante em comunidades indígenas e tradicionais; e Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas. Além disso, o curso "Vacinação: protocolos e procedimentos técnicos", que está em sua segunda edição, também traz conteúdos voltados às populações vulnerabilizadas, com questões específicas que abordam a saúde indígena. Todos são online e gratuitos. Inscreva-se já!
Curso Participação e controle social em saúde indígena
O curso Participação e controle social em saúde indígena tem o objetivo de fortalecer a participação social das lideranças e dos conselheiros indígenas nas instâncias formais do controle social do Subsistema de Saúde Indígena (SasiSUS) e do Sistema Único de Saúde (SUS). A formação é aberta a todos, mas foi elaborada especialmente para apoiar os Povos Indígenas em sua atuação no controle social e no movimento indígena em defesa ao direito à saúde, ou seja, é voltado a indígenas interessados na temática da participação social em saúde, lideranças comunitárias, professores e outros profissionais que trabalham com a temática.
O curso foi organizado em quatro módulos que apresentam conceitos, marcos legais e experiências que contribuíram para formar o campo das políticas públicas de saúde e da saúde indígena no Brasil, bem como conteúdos fundamentais para fortalecer a participação social dos povos indígenas nas estratégias de controle social e na definição de ações e de políticas de saúde voltadas à melhoria das condições de vida e de saúde dos Povos Indígenas no Brasil. Ele também conta com diversos textos de apoio, links de vídeos, podcasts e cards que poderão ser compartilhados nas redes sociais para fácil e rápida difusão de informações e conhecimento.
A formação é resultado de um trabalho coletivo, e foi construído em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) a partir do diálogo constante entre pesquisadores, professores indígenas e não indígenas de diferentes instituições de pesquisa e de ensino das cinco macrorregiões do país que defendem os direitos à saúde e ao aprimoramento da atenção à saúde, oferecida em seus respectivos territórios, como integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural (INCT Brasil Plural), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), do Campus Virtual Fiocruz (VPEIC/Fiocruz), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Conheça o curso e inscreva-se!
Curso Covid-19 e a atenção à gestante em comunidades indígenas e tradicionais
O curso Covid-19 e a atenção à gestante em comunidades indígenas e tradicionais foi desenvolvido no contexto da emergência sanitária causada pelo coronavírus e está alinhado aos princípios do CVF no que se refere à disseminação de informações qualificadas e capacitação de profissionais de saúde no contexto da pandemia. Evidências científicas indicam maior chance de desfecho materno e neonatal desfavorável na presença da Covid-19 moderada e grave. Entre toda a população, grávidas e puérperas correm maior risco de desenvolver a forma grave da doença. Consequentemente, mulheres indígenas são ainda mais vulneráveis. Portanto, esse curso busca aprimorar os protocolos específicos para esses grupos, com vistas à detecção precoce de infecção e redução da razão de mortalidade materna.
Nesse contexto, o Campus Virtual Fiocruz e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lançaram esse curso, que é voltado prioritariamente a profissionais e gestores de saúde que atuam na região da Amazônia Legal Brasileira, em especial voltados à saúde dos povos indígenas e tradicionais ribeirinhos e quilombolas.
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Curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas
Extremamente impactada pela Covid-19, a população indígena – que tradicionalmente é mais suscetível a novas doenças em função de suas condições socioculturais, econômicas e de saúde – precisa de múltiplos esforços para o enfrentamento desta pandemia. Ciente dessas especificidades e suas necessidades, o curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas visa capacitar, técnica e operacionalmente, gestores e equipes multidisciplinares de saúde indígena para a prevenção, vigilância e assistência à Covid-19, respeitando os aspectos socioculturais dessa população. A iniciativa vai ao encontro de dois eixos de atuação da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia: educação e apoio a populações vulnerabilizadas.
A formação buscou adequar e refletir sobre a resposta à pandemia no contexto dos povos indígenas. Ela foi elaborada pelo Campus Virtual Fiocruz, e teve a participação de pesquisadores de diversas unidades da Fiocruz, além de outras universidades e instituições parceiras. Assim como o curso de Atenção à gestante em comunidades indígenas e tradicionais, essa formação está alinhada aos esforços e iniciativas do Campus Virtual e da Fiocruz como um todo de formação em larga escala de profissionais de saúde na temática da Covid-19.
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Curso Vacinação: protocolos e procedimentos técnicos - 2ª edição
Lançamos a segunda edição do curso Vacinação para Covid-19: protocolos e procedimentos técnicos, que foi revisto e ampliado. A formação, elaborada pela CVF, o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon/UFMG) e o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde traz como novidades, entre outras coisas, atualizações sobre a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o fim da Emergência Sanitária, e a inserção da vacina bivalente no Calendário Nacional.
Seu objetivo é atualizar e capacitar, técnica e operacionalmente, as equipes profissionais envolvidas na cadeia de vacinação da Covid-19, bem como outros profissionais de saúde, da comunicação e demais interessados no tema. O curso é composto de cinco módulos distribuídos em uma carga horária de 50h. As inscrições estão abertas e o curso emite certificado aos participantes!
Conheça o curso e inscreva-se!
*Com informações sobre os cursos: Campus Virtual Fiocruz.
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) completa 42 anos no dia 4 de setembro e celebrará a data com palestras, apresentações de projetos, música e bolo. Os destaques da programação são as exposições sobre inovação científica, na terça-feira, 5 de setembro, às 10h, e sobre Saúde Digital, na quarta-feira, 6 de setembro, às 9h30, ministrada por Ana Estela Haddad, da Secretaria de Informação e Saúde Digital, do Ministério da Saúde.
Os eventos comemorativos são gratuitos, abertos ao público geral, sem necessidade de inscrição prévia e contarão com intérpretes de libras.
Confira a programação:
Programa Inova Fiocruz – Construindo pontes para a Ciência
Palestrante: Márcia de Oliveira Teixeira, da Coordenação do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação
Dia: 5/9 (terça-feira)
Horário: 10h
Local: auditório Sérgio Arouca, do INCQS
* A palestra será seguida pelas apresentações dos projetos do INCQS que foram contemplados no Programa Inova Fiocruz
Temas:
- Desenvolvimento de um sistema de identificação e genotipagem de Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae em material clínico, por PCR em Tempo Real (High Resolution Melting - HRM), por Ivano de Filippis Capasso
- Método para preservação de córneas para avaliação de segurança de produtos de uso oftalmológico, por Izabela Gimenes Lopes
- Projeto Rede Conecta Conhecimento, por Elaine Lúcia da Silva
- Avaliação da aplicabilidade do modelo zebrafish (Danio rerio) na investigação da toxicidade in vivo de nanomateriais, por Magno Maciel Magalhães
A Saúde Pública no Brasil: o avanço necessário para termos a Saúde Digital voltada para a melhoria da Vigilância Sanitária
Palestrantes: Ana Estela Haddad (Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde) e Arlindo Fábio Gómez de Sousa (Presidência da Fiocruz)
Dia: 6/9 (quarta-feira)
Horário: 9h30
Local: auditório Sérgio Arouca, do INCQS
* A palestra será antecedida pela cerimônia de aniversário, que contará com as presenças do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, e da presidente do sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Mychelle Alves.
Começou hoje, segunda-feira 28 de agosto, a 10ª edição da Jornada Científica do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). O objetivo é proporcionar uma oportunidade para exposição e discussão presencial dos trabalhos de alunos(as) e profissionais que atuam no INCQS. Serão apresentados 46 trabalhos.
Participam do evento alunos(as) R1 e R2 (Residência Multiprofissional), Iniciação Científica (IC), PEC (estágio curricular), bolsistas Fiotec (Fundação de apoio à Fiocruz) e de cursos stricto sensu. As apresentações orais ocorrerão no auditório e os pôsteres no hall do instituto.
De acordo com Silvana do Couto Jacob, vice-diretora de Ensino e Pesquisa (VDEP) do INCQS/Fiocruz, a Jornada Científica é um momento muito esperado pelos pesquisadores e estudantes do INCQS. "Além da importância da interação de todos(as), a Jornada é muito relevante devido a avaliação do desenvolvimento dos projetos e o intercâmbio de experiências nos diferentes temas abordados", afirma.
Ao lado de Ivano Raffaele Victorio de Filippis Capasso, coordenador da Assistência à Pesquisa do INCQS/Fiocruz, Silvana do Couto Jacob, participará da cerimônia de abertura do encontro, que contará com as seguintes palestras: ‘Equidade e Ações Afirmativas na Saúde’, com Roseli Rocha, integrante da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa) da Fiocruz; e 'Desenvolvimento de uma Bioimpressora 3D de baixo custo: Inovação no mundo Opensource', com Evellyn Araújo Dias, mestranda pelo Programa de Biologia Celular e Molecular (BCM) da Fiocruz no Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos (LITEB) em parceria com o Laboratório de Comunicação Celular (LCC) - IOC/Fiocruz.
No dia 31 de agosto, quinta-feira, o evento terá ainda uma palestra sobre 'Saúde Mental na Pós-Graduação', com Etinete Nascimento, do Centro de Apoio ao Discente (CAD), vinculado à Vice-Presidência de Educação Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz).
E para finalizar a edição deste ano, no dia 1º de setembro, sexta-feira, a Jornada Científica contará ainda com apresentações de pôsteres de alguns profissionais do instituto, apresentando os principais projetos do Laboratório de Metrologia (Labmet), da Vice-Diretoria de Gestão da Qualidade (VDQuali), do Setor de Irritação, Pirogênio e LAL do Departamento de Farmacologia e Toxicologia (DFT) e do Setor de Cosméticos e Saneantes do Laboratório de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes do Departamento de Química (DQ) do instituto. As apresentações dos pôsteres dos profissionais acontecerão no hall da unidade.
Confira aqui a programação completa.
Na próxima quinta-feira, 27 de janeiro, às 9h30, será realizado o evento online e gratuito Sífilis in Rio 2022, cujo foco é debater perspectivas científicas, históricas, sociais e artísticas sobre a infecção sexualmente transmissível. Serão discutidos dados atualizados sobre a infecção e perspectivas que ultrapassam questões médicas, como a retratação da sífilis ao longo da história e os estigmas ainda presentes na sociedade. A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos, Tania Araujo-Jorge é umas das palestrantes. As inscrições podem ser feitas até a hora do evento.
O evento tem ainda dois grande objetivos: divulgar a exposição "Sífilis, História, Ciência, Arte" - que está acontecendo em quatro salas do segundo andar do Paço Imperial, Praça XV de Novembro, Centro, Rio de Janeiro, de terça-feira a domingo, incluindo feriados das 12h às 17h, com entrada gratuita até 20 de fevereiro de 2022 -, além fortalecer a campanha para que a Organização Mundial de Saúde oficialize o Dia Mundial de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita no terceiro sábado de outubro de cada ano.
Ao todo, 14 especialistas e representantes de diferentes instituições nacionais e internacionais participarão do encontro. Confira, inscreva-se e participe!
José Marmo da Silva é figura-chave nas lutas recentes em prol da saúde da população negra. Dentista, educador, militante, filho de Oxóssi e ogã, nascido em Nilópolis, na Baixada Fluminense, ele buscou os saberes das religiões de matrizes africanas para promover políticas públicas de saúde e de educação. Para isso, realizou projetos pioneiros, como a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro Saúde). Após sua morte, em 2017, sua coleção particular foi doada à Biblioteca de Manguinhos do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). Um inventário que abrange cerca de 400 itens, e que registra não apenas sua trajetória, mas o avanço e as estratégias na luta por direitos da população negra e enfrentamento ao racismo. Parte dessa coleção será apresentada na exposição Marmo: o ofá cuja voz ecoa, que vai ocupar o hall da Biblioteca de Manguinhos até o fim de março, narrando um pouco da história dessa importante liderança brasileira.
Igor Falce Dias de Lima, coordenador da Biblioteca de Manguinhos e um dos curadores da exposição, lembra que Marmo foi um dos precursores do conceito de saúde da população negra no Brasil. “Sua voz ecoa através de suas ações e projetos voltados para a promoção da saúde da população negra e de terreiros. O legado de Marmo nos marca como inspiração e motivação para combater o racismo e as desigualdades sociais, principalmente no âmbito da saúde”, diz. A exposição integra uma série de eventos que ocorrem em todo o mundo pela campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, organizados para celebrar o 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Com uma história pessoal de engajamento social, José Marmo esteve entre o grupo de “pesquisadoras negras e pesquisadores negros que pressionam o Ministério da Saúde e o governo brasileiro a tirar da invisibilidade o que pesquisas em saúde evidenciavam: o racismo e a discriminação étnico-racial existentes desde sempre no Brasil, que afetam, negativamente, a saúde de filhas e filhos negros de nossa pátria mãe gentil”, narra o texto da exposição.
Como exemplo de algumas atuações de Marmo, ele foi coordenador do programa de saúde do grupo cultural AfroReggae e precursor das campanhas de promoção à saúde e prevenção de HIV/Aids para a população negra e povos de terreiro. Foi fundamental para a criação de projetos como o Odô-Yá, que criava estratégias para que iniciados das religiões de matrizes africanas lidassem de forma preventiva e solidária ante a epidemia de HIV/Aids no Brasil. Ou o Arayê, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), que estimulava a reflexão sobre a saúde da população afro-brasileira, mostrando as contradições relacionadas à qualidade de vida no Brasil. Foi atuante na consolidação do Grupo Criola, organização da sociedade civil para defesa e promoção dos direitos das mulheres negras.
Em 2003, Marmo foi um dos fundadores da Renafro Saúde, uma articulação da sociedade civil que reúne representantes de comunidades tradicionais de terreiro. Além disso, integrou o Comitê Técnico de Saúde da População Negra da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e atuou em diferentes instâncias por políticas públicas de saúde para a população negra. "Era um ativista do movimento social que lutava por direitos humanos, direitos da população negra e de pessoas de terreiro, assim como combatia o racismo e as diversas formas de intolerância”, descreve Marco Antonio Chagas Guimarães, também curador da exposição, psicanalista, especialista em saúde da população negra e cultura afro-brasileira e viúvo de Marmo, com quem conviveu por 30 anos. “Marmo foi iniciado no Candomblé como filho de Oxóssi, o caçador. E, como tal, buscava formas de prover sua comunidade por meio dos projetos que criou e desenvolveu. Sabia a importância do coletivo e do compartilhar, a importância do aprender, ensinar, do ser grato. Não tinha medo de desafios e, apesar das adversidades, não perdia a alegria, a vontade de criar e sonhar”, completa.
Como um ofá – o arco e flexa de Oxóssi –, Marmo traçou sua trajetória abrindo caminhos por direitos e se projetando no futuro. Morreu em 1º de setembro de 2017, aos 63 anos. A nota de pesar da Fundação Cultural Palmares o apontava como “um dos maiores articuladores das culturas e matrizes africanas”. “Os Povos de Terreiro choram essa perda, mas seu legado há de permanecer conosco”, diz a nota, assinada pelo então presidente da Fundação, Erivaldo Oliveira. Em junho de 2018, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) concedeu a Marmo a Medalha Tiradentes Post-Mortem, a maior condecoração do Estado do Rio de Janeiro, por todo o trabalho desenvolvido. Além de ofá, Marmo era também ogã (de Oxum). Que, nas religiões de matrizes africanas, é o título dado àqueles capazes de auxiliar e proteger a casa de culto.
O evento é o primeiro de 2020 no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos, que ficou fechada por nove meses. A exposição trará cartões-postais, fotografias, vídeos, boletins informativos e outras publicações da Coleção José Marmo. “Coleções como a de Marmo fomentam, fortalecem e promovem a pesquisa em pautas sociais que corroboram com os princípios de universalidade, integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde”, enfatiza Igor Lima.
Marco Antonio Guimarães explica que, ao pôr a coleção em foco, a mostra da Biblioteca de Manguinhos reitera como o racismo estrutural e institucional existente no Brasil ainda promove agravos à saúde de pessoas negras, que acabam tendo menor expectativa de vida, maior taxa de mortalidade e maior risco de adoecer e de morrer por doenças evitáveis.
A exposição é gratuita e ocupa o hall da Biblioteca de Manguinhos (campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro). A visitação vai até o dia 31 de março, das 8h às 16h45.
Duas exposições, um grande homenageado. A partir de hoje (28/3), o público poderá conhecer mais de perto o legado do cientista Oswaldo Cruz, em duas belas mostras. Enquanto Castelo de Inspirações traz os visitantes para dentro do Castelo Mourisco, para que conheçam o espaço de uma forma lúdica e interativa, a mostra Do teu saudoso Oswaldo apresenta correspondências que aproximam os visitantes da vida privada do patrono da Fundação, dialogando com as novas formas de comunicação. Venha conferir, veja mais:
Castelo de Inspirações
A exposição Castelo de Inspirações conta a história do Pavilhão Mourisco, conhecido como Castelo da Fiocruz. O edifício foi idealizado por Oswaldo Cruz para se tornar um monumento à ciência e à saúde pública no Brasil.
A mostra está em cartaz na sala 307 do próprio Castelo — que completou 100 anos em 2018. Assim, os visitantes conhecem a história do edifício – um ícone da ciência no Brasil, ao mesmo tempo em que exploram seus simbolismos e curiosidades no próprio espaço. É o que destaca a coordenadora executiva da exposição, Rita Alcântara. “O público poderá contemplar a beleza de seus ornamentos, a arquitetura em estilo neomourisco, os azulejos portugueses e os mosaicos coloridos inspirados em tapeçaria árabe, por exemplo”.
Composta por módulos temáticos sobre arte e ciência, memória e história, matemática e personagens que se relacionam com o Castelo, a exposição tem uma proposta lúdica e educativa. Os visitantes vão mergulhar no mundo dos formatos e cores do Castelo, entender como a matemática está presente na sua construção, e participar de pequenos desafios para aprender brincando. Vídeos, quebra-cabeça, jogos e atividades com espelhos garantem a diversão.
Mais informações aqui na agenda de eventos do Campus Virtual Fiocruz.
Um pai e marido amoroso. Um viajante fascinado pela modernidade das metrópoles europeias e norte-americanas, em flagrante contraste com um Brasil assolado pela pobreza e por epidemias. Um homem que não hesita em expor seus ódios e paixões, angústias e fragilidades. As linhas traçadas por Oswaldo Cruz em papéis de carta com timbres de hotéis e navios revelam uma faceta pouco conhecida do pesquisador. A coletânea que compõe a exposição Do teu saudoso Oswaldo abrange um período que se inicia em 1889 e se estende após a sua morte, em 1917, aos 44 anos.
Em uma série de filmetes em formato de stories – narrativas audiovisuais curtas e fragmentadas, hoje populares nas redes digitais – três atores (Bruno Quixotte, João Velho e Rafael Mannheimer) dirigidos por Sura Berditchevsky interpretam trechos das cartas de Oswaldo Cruz. Nessa correspondência, estão eternizadas as experiências cotidianas do cientista, suas observações atentas sobre os locais aos quais viaja, suas impressões sobre o trabalho e a troca de afetos com a família. As cartas são um testemunho das viagens do cientista pelo Brasil, a Europa e a América do Norte.
A exposição é um instrumento para rememorar a cultura das cartas, que Oswaldo Cruz utilizava quase como um diário. Com o avanço das novas tecnologias e a disseminação das redes digitais, esse meio de comunicação pessoal perdeu relevância. A sobreposição de meios e linguagens para reviver a figura de Oswaldo proposta por essa exposição incita um questionamento: com o domínio da comunicação por mensagens instantâneas, que testemunhos deixaremos às gerações futuras?
Mais informações aqui na agenda de eventos do Campus Virtual Fiocruz.
*Foto: Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)
Este ano, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos. Para lembrar a importância deste documento, o Instituto de Comunicação e Informação em Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará uma mostra fotográfica. Proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 1948, a Declaração inclui artigos que traduzem ideais e valores em defesa da vida humana, destacando a liberdade, a autonomia, a justiça e a dignidade de todas as pessoas, sendo adotada por todos os países membros.
Coordenada pelo Multimeios, a mostra será composta de fotografias que tenham como tema os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, retratando situações e assuntos relacionados à diversidade de direitos. Podem participar profissionais, estudantes e demais membros da comunidade Fiocruz, em todos as suas unidades. A inscrição é gratuita e vai até o dia 11 de novembro.
Antes de se inscrever, é importante conferir todo o regulamento, e ler os artigos completos da Declaração. Cada participante pode enviar até cinco fotos, em formato digital, conforme as orientações do regulamento, para o endereço de e-mail: fiocruzimagens@icict.fiocruz.br. Além do material, é necessário enviar um termo de cessão de uso da obra para esta exposição.
Um júri especializado fará a seleção considerando critérios como: qualidade técnica, estética e adequação ao tema.
A exposição será montada no saguão principal da Biblioteca de Manguinhos, com abertura no dia 28 de novembro, no campus da Fiocruz no Rio de Janeiro. Haverá também uma mostra virtual, que poderá ser vista pela WebTV Fiocruz e no site do Icict.
Por Ascom/Icict
A Fiocruz abre o ano letivo de 2018 no Dia Internacional da Mulher (8/3), às 9h. Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural terá como convidadas a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria do Carmo Leal, uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões; e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência, que retratou mulheres presas.
O evento une ciência e arte, debatendo o direito à saúde e à vida. Serão apresentados dados estatísticos relacionados às condições de vida e de saúde da população feminina encarcerada, e comentados os sentimentos de quem vive e conheceu essa realidade. De acordo com o estudo, 31% das mulheres presas são chefes de família e 83% delas têm pelo menos um filho. Os dados da pesquisa contribuíram para a aprovação do habeas corpus coletivo que garantirá à mulheres grávidas e mães de crianças de até 12 anos que estejam em prisão provisória o direito de deixar a cadeia e ficar em prisão domiciliar até seu caso ser julgado.
Na programação também haverá a exibição de um vídeo sobre a exposição da fotógrafa Nana Moraes e a leitura dramatizada de cartas. O trabalho compõe uma trilogia autoral sobre a vida de mulheres estigmatizadas, observando suas relações com os filhos e familiares, através de fotos e cartas.
Na abertura do ano letivo, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz também lançará vários editais.
Abertura do ano letivo Fiocruz 2018
Tema: Olhares femininos no cárcere
Palestrantes: Maria do Carmo Leal e Nana Moraes
Data e horário: 8/3, às 9h
Local: Auditório do Museu da Vida/Fiocruz (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
O evento é aberto ao público e não é necessário se inscrever antes.
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Mães do cárcere
Foto: Eduardo de Oliveira (Revista Radis)
A exposição Aedes: que mosquito é esse? será inaugurada nesta terça-feira (12/6), no Espaço Ciência, Museu Interativo de Ciência de Pernambuco, em uma iniciativa do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em parceria com a farmacêutica Sanofi. Conta ainda com apoio da Rede Dengue, Zika e Chikungunya da Fiocruz, que coordena diversas ações integradas para o controle do Aedes na instituição.
O diretor da Casa Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, afirma que “a exposição apresenta a complexidade científica e social dos problemas sanitários de maneira clara e em linguagem direta. É o conhecimento a serviço da vida e da saúde da população”. Para Hubert Guarino, diretor geral da Sanofi Pasteur no Brasil, a mostra procura contribuir para mudar o cenário das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Brasil. “Acreditamos na educação como elemento chave para que a população tome consciência e cuide de sua saúde e de todos no seu entorno”, diz.
Aprender brincando
A exposição reúne diversas atividades interativas. Entre as atrações, está o Quintal Interativo, em que é possível observar, com lupas, o ciclo de vida do Aedes aegypti e as fases ovo, larva, pupa e alada (adulto). A ideia é convidar o visitante a encontrar potenciais criadouros do vetor, como pneus, caixas d’água destampadas e garrafas armazenadas de maneira incorreta. O jogo no estilo point-and-click promete mexer com o público e se tornar uma das grandes sensações.
O jogo Detetive da Dengue apresenta cenários com possíveis criadouros - o participante deve identificá-los e tocá-los para eliminar a ameaça. Quem encontrar e bloquear mais focos, ganha a partida e acumula pontos na passagem à próxima fase, com nova missão. Brincando, o visitante pode usar um aplicativo no celular para achar criadouros do inseto em locais distribuídos ao longo da exposição.
Módulos
A mostra é dividida em seis módulos, explorando diversos temas: Mosquitos e vírus: combinação perigosa; Os vírus – por dentro dos vírus; Um Mosquito Doméstico – o zumzumzum da questão; Dengue; Zika; Chikungunya; Pesquisa em busca de soluções e Controle – esforço conjunto.
Uma impressionante escultura de mosquito fêmea, com mais de dois metros – criação do artista plástico Ricardo Fernandes –, recepciona o visitante e usa alta tecnologia para instigar o público: a partir da interação com sensores distribuídos em partes específicas do modelo 3D do Aedes aegypti, informações são projetadas em uma tela, com textos, imagens e animações.
Vídeos e dispositivos interativos abordam a biologia, a origem, a distribuição e a evolução dos vetores Aedes no mundo. Os vírus e os sorotipos existentes até o momento compõem o segundo módulo da exposição. O que é e o que faz o vírus da dengue? Os tipos de vírus da dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4); o vírus da febre de chikungunya (CHIKV) e o vírus zika (ZIKV); origem e evolução dos vírus também são abordados.
A exposição também aborda, em sua apresentação multimídia, aspectos sobre a febre amarela, já que a doença também pode ser transmitida pelo Aedes aegypti.
O terceiro módulo explora o tema da dengue, sintomas e suas principais consequências para o corpo humano. No quarto e quinto módulos, zika e chikungunya dominam o espaço. São abordadas questões como a relação do vírus zika com a microcefalia e o histórico da chikungunya no Brasil. O sexto módulo aborda as principais pesquisas em andamento, em nosso país e no mundo, e as medidas de controle dos vetores que transmitem essas arboviroses. Entre outras questões, são tratadas: a evolução da resistência a inseticidas; a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas, além do uso da bactéria Wolbachia (presente em várias espécies de insetos), uma novidade da Fiocruz para impedir a multiplicação dos vírus no Aedes aegypti.
Complementando o último módulo, o controle do mosquito é abordado para mostrar a importância da participação da sociedade de maneira correta. Materiais do Ministério da Saúde e de parceiros na luta contra o mosquito podem ser acessados. Dois documentários fazem parte da exposição: O Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti – para combatê-lo é preciso conhecê-lo e Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos, dirigidos por Genilton José Vieira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Saiba mais na nossa agenda!
O que é um livro acadêmico? O que ele tem que o diferencia de outros livros? E uma editora universitária? Como ela funciona? Essas e outras questões fazem parte do cotidiano da Editora Fiocruz, que resolveu respondê-las de um jeito diferente. Assim, surgiu a exposição Perspectivas do Livro Acadêmico, que integra as comemorações dos 25 anos da Editora Fiocruz. Ela foi inaugurada no final de maio, durante a 31ª Reunião Anual da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), realizada no âmbito do 1º Seminário Brasileiro de Edição Universitária e Acadêmica. A exposição segue em cartaz até julho no Palácio Itaboraí, prédio da Fiocruz na cidade de Petrópolis (RJ).
A previsão é que, depois do Palácio Itaboraí, outros espaços da Fiocruz recebam a exposição, inclusive unidades de outros estados. O objetivo é não só dar a conhecer o trabalho da Editora Fiocruz, como também incentivar a leitura e valorizar o livro como veículo de comunicação pública da ciência e tecnologia e da saúde.
A exposição é formada por dois módulos. O primeiro apresenta os elementos fundamentais de uma editora: os livros e as pessoas. Fazem parte desse módulo um quebra-cabeça com as coleções da Editora Fiocruz, um painel interativo que compara os profissionais de uma editora aos músicos de uma orquestra e um vídeo que pontua conquistas e desafios da edição acadêmica.
O segundo módulo estimula o contato e a experiência dos visitantes com a história e os livros da Editora Fiocruz. Compõem o módulo um painel de e-books, uma linha do tempo com livros cenográficos e vitrines com troféus de prêmios recebidos, além, é claro, de prateleiras com livros clássicos, de papel. Os visitantes podem pegá-los, folheá-los e, caso se interessem pela leitura, levá-los consigo. No final, uma “árvore de livros”, onde todos são convidados a tirar fotos e compartilhá-las por meio das redes sociais na internet.
“Os conhecimentos contidos nos livros não podem ficar parados nas estantes. Livro é para ser lido, apropriado, partilhado, e servir à produção de novos conhecimentos”, defende o editor executivo da Editora Fiocruz, João Canossa. A exposição foi desenvolvida pela Editora Fiocruz em conjunto com a produtora Folguedo. Contou ainda com as parcerias da VideoSaúde da Fiocruz e da empresa Loja Interativa.
Fonte: Fernanda Marques (Editora Fiocruz)
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