A Fiocruz promoverá uma série de eventos em alusão ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. As iniciativas estão reunidas na Agenda Novembro Negro, organizada para celebrar os avanços e conquistas, além de discutir os desafios, desigualdades e as políticas voltadas à população negra. Os assuntos abordam temas como racismo ambiental e crise climática, as trajetórias acadêmica e profissional de trabalhadores negros da Fiocruz e contribuições de cientistas negras para a saúde coletiva.
Racismo ambiental e crise climática: impactos na saúde da população negra é o tema do seminário realizado pela Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa). O encontro, que tem o apoio do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, ocorre no dia 27 de novembro, às 9h, no auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), no campus da Fiocruz em Manguinhos. O seminário será transmitido no canal da VideoSaúde no YouTube.
O evento terá como convidados a assessora parlamentar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro Dara Sant’anna; do professor e pesquisador da Ensp Paulo Bruno; da coordenadora no Instituto de Referência Negra Peregum, com foco em racismo ambiental, Maíra Silva; e do pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e mestre em Planejamento Urbano e Regional, Victor de Jesus.
Contribuições de cientistas negras para a saúde coletiva
No dia 22 de novembro, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) realizará a mesa redonda A saúde da população negra na pós-graduação: contribuições de cientistas negras para a saúde coletiva. O encontro será na sala 410 da Ensp, às 14h, e reunirá quatro pesquisadoras negras formadas pela Fiocruz: Michele Gonçalves da Costa, Lidiane Bravo da Silva, Ana Cláudia Barbosa e Monique Rodrigues de Oliveira Silva.
As palestrantes irão compartilhar suas trajetórias de pesquisa e “escrevivência” numa perspectiva interseccional e não-hegemônica. O termo escrevivência foi criado pela escritora e educadora Conceição Evaristo para descrever a escrita que surge da experiência de vida, das lembranças e do cotidiano da autora e do seu povo. Mais informações no Portal Fiocruz.
Vivências e perspectivas de profissionais negros da Fiocruz
A próxima edição do Trajetórias Negras, promovido pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, será no dia 26 de novembro. A iniciativa busca dar visibilidade às vivências e conquistas de trabalhadores negros da instituição. O evento ocorre a partir das 10h, no auditório da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic), no campus da Fiocruz em Manguinhos, com transmissão pelo canal da VideoSaúde no YouTube.
A edição contará com a participação especial de Jorge Carlos, da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz), com atuação no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); e Meony Silva dos Santos, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Por meio de suas trajetórias, o público terá a oportunidade de conhecer os desafios que os convidados enfrentaram nos campos acadêmico e profissional, além das superações e conquistas de cada um, evidenciando a importância de suas contribuições para a Fiocruz e para a sociedade.
É nesta terça-feira, 12 de novembro, das 14h às 16h, a mesa-redonda: Respostas às emergências sanitárias e aos desastres ambientais. O evento terá transmissão ao vivo via Zoom, e o acesso é livre para todas as pessoas!
Participe da próxima discussão do Centro de Estudos da Fiocruz Minas sobre os desafios de saúde pública diante das emergências sanitárias e desastres ambientais.
Acesse via QR Code ou pela plataforma Zoom.
Meeting ID: 819 9877 3521
Passcode: 379903
A Fiocruz Minas vai realizar a mesa-redonda com o tema 'Desafios da saúde pública diante das mudanças no perfil demográfico e epidemiológico brasileiro', no dia 5 de novembro, das 14h às 16h. O evento será ao vivo via Zoom. O acesso é livre para todas as pessoas!
Participe da discussão promovida pelo Centro de Estudos da Fiocruz Minas sobre os desafios da saúde pública diante das mudanças no perfil demográfico e epidemiológico brasileiro.
Acesse pelo QR Code ou pelo link da plataforma Zoom com a senha 149334.
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) divulga a programação da edição 2024 do projeto “Sankofa: ensinamentos africanos, afro-brasileiros e indígenas na escola”, que traz como temática central a questão das corporeidades afro-diaspóricas e pindorâmicas. Dos dias 18 a 20 de junho, a Escola promove oficinas, palestras e mesas de debate abertas ao público, finalizando com um sarau de apresentações de trabalho dos estudantes do Curso Técnico de Nível Médio em Saúde. Todas as atividades serão realizadas no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo.
O Sankofa busca proporcionar a reflexão não só das formas de ser e de pensar, mas também dos modos de agir e de sentir produzidos nas resistências aos processos de desumanização global às populações negras e indígenas, efetuados desde o colonialismo e, posteriormente, legitimados pela razão moderna eurocêntrica, constituindo-se, dessa forma, como estruturante do modo de produção da existência social capitalista - via interseccionalidade entre raça, classe, gênero e sexualidade - e como estratégia fundamental para justificar e para naturalizar atrocidades, barbáries e violências cometidas contra os referidos povos até os dias atuais.
Confira a programação do evento
1º dia - 18/06 - Terça-feira
Manhã - 9h30
RODA DE DIÁLOGOS
Mesa: “Corporeidades afrodiaspóricas e pindorâmicas”
Palestrantes: Profª. Drª Corato Costa - UERJ
Prof.ª Drª Ivy Guedes - UEFS
Prof.ª. Drª Tulani Pereira - UERJ
Local: Auditório – EPSJV
Tarde - 14h às 17h
OFICINAS
Breakdance
Corpo encruzilhada
Pinturas indígenas
Arte e cultura urbana negra
Instapoemas em papel: corpos, imagens, colagens
Funk carioca e a saúde da população negra
Jornalismo negro
Fotografias negras
Arte e cultura urbana negra
Passinho: patrimônio cultural do Rio de Janeiro
Musicalidade afro-caribenha
Artes negras nos muros
Noite – 19h
Mesa: “Corporeidade da resistência” - Exibição do documentário: Corpos invisíveis
Palestrantes: Profª. Drª Ivy Guedes - UEFS
Quézia Lopes - Diretora e roteirista
Danielle Anatólio - Atriz e terapêuta
Thaís Ayomide - Atriz e bailarina
Local: Auditório – EPSJV
2º dia - 19/06 - Quarta-feira
Tarde - 14h
Palestra: O racismo à brasileira em perspectiva interseccional: raça e classe em debate.
Palestrante: Profª Drª Magali Almeida (UFBA)
Público alvo: docentes, pesquisadores e pós-graduandos
Local: Auditório – EPSJV
3º dia - 20/06 – Quinta-feira
Tarde - 14h
SARAU
Apresentações dos trabalhos dos estudantes do CTNMS
Local: Auditório – EPSJV
*Com informações da EPSJV/Fiocruz
*Lucas Leal é estagiário sob supervisão de Isabela Schincariol
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) promoverá, no dia 27 de março, a partir das 9h, o encontro Visa em Foco, com o tema ‘Cosméticos: Regulação e Controle de Qualidade – O caso das pomadas para modelar e trançar cabelos’. O evento acontecerá no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS/Fiocruz) - Av. Brasil, 4365, Manguinhos, 4º andar, sala 403. Também haverá transmissão online para o canal do INCQS no youtube. O evento é aberto ao público geral, gratuito, não requer inscrição prévia e contará com tradução de intérpretes de libras.
A programação
O encontro contará com duas palestras e uma mesa-redonda, além da mesa de abertura, esta com a participação do diretor do INCQS/Fiocruz, Antonio Eugenio e Almeida, e da vice-diretora de Vigilância Sanitária, Célia Romão.
Palestras:
9h30 - ‘A situação regulatória dos produtos cosméticos com ênfase nas pomadas capilares para modelar e trançar cabelos’, com Rodrigo José Viana Ottoni Gerência de Produtos de Higiene, Perfumes, Cosméticos e Saneantes (GHCOS) da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
10h – ‘Organização dos laboratórios para análise das pomadas para modelar e trançar cabelos, com Graziela Costa Araújo, da Gerência de Laboratórios de Saúde Pública (Gelas / Anvisa)
Mesa-redonda:
10h30, sobre ‘Questões Laboratoriais para análise das pomadas para modelar e trançar cabelos’, com três abordagens:
‘Análise Química de Cosméticos - por Fernanda Fernandes Farias (Pesquisadora científica e diretora do Núcleo de Ensaios Físicos e Químicos em Cosméticos e Saneantes do Instituto Adolfo Lutz) e Adriana Sant’Ana (chefe do Departamento de Química do INCQS/Fiocruz)
‘Avaliação de Segurança de Cosméticos’ - por Jordana Andrade Santos (Pesquisadora e doutoranda no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia in Vitro ToxIn/UFG)
'Ensaios de Irritação ocular em Produtos para Modelar Cabelos e Tranças' - por Ronald Santos Silva, coordenador do Núcleo Técnico de Cosméticos do INCQS/Fiocruz.
Acompanhe a transmissão ao vivo do evento
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) possui parceria científica com o Instituto Pasteur de Lille e a Universidade de Lille, da França, e com o objetivo de apoiar o intercâmbio de estudantes e doutorandos, bem como de docentes e pesquisadores, incentivar fortemente as teses de doutoramento em cotutela e responder conjuntamente a chamadas de projetos lançadas por vários órgãos de financiamento, como a Comissão Europeia, a Agence Nationale de la Recherche (França), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Brasil) e muitos outros instrumentos binacionais e internacionais, e continuar construindo mais parcerias científicas com grupos de pesquisa da Universidade de Lille e do Instituto Pasteur de Lille, o grupo de trabalho sobre o tema “Doenças Infecciosas” convida a comunidade Fiocruz-Universidade de Lille-Institut Pasteur de Lille para participar de duas mesas-redondas em formato de webinário nos dias 26 de março e 2 de abril.
As mesas-redondas estão divididas nos seguintes grupos temáticos:
Palestrantes: Fernando Real, Institut Pasteur de Lille; Sabrina Marion, Institut Pasteur de Lille; Dumith Chequer Bou-Habib, Fiocruz; Juliana Perrone Bezerra de Menezes, Fiocruz; Daniela Parada Pavoni, Fiocruz; Augusto Savio Peixoto Ramos, Fiocruz; Flávia Lima Ribeiro Gomes, Fiocruz; Soraya Torres Gaze Jangola, Fiocruz; Patricia Veras, Fiocruz; Mathieu Gissot, Institut Pasteur de Lille; Olivier Robineau, Université de Lille; Luciano Kalabric Silva, Fiocruz; Rubem Figueiredo Sadok Menna Barreto, Fiocruz; Guilherme de Sousa Ribeiro, Fiocruz; e Sheila Cristina Nardelli; Fiocruz.
+Acesse aqui o link para o webinário!
Palestrantes: Francois Trottein, Institut Pasteur de Lille; Sylviane Pied, Institut Pasteur de Lille; Theolis Costa Barbosa Bessa, Fiocruz; Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, Fiocruz; Tatiana Maron-Gutierrez, Fiocruz; Alessandra Ferreira Dales Nava, Fiocruz; Rafael Mariante, Fiocruz; Jérôme Vicogne, Institut Pasteur de Lille; Marina Mourão, Fiocruz; Roberto Dias Lins Neto, Fiocruz; Cristina Toscano Fonseca, Fiocruz; Andre Daher, Fiocruz; David William Provance Jr., Fiocruz; Yara Maria Traub Cseko, Fiocruz; e Diogo Rodrigo de Magalhães Moreira, Fiocruz.
+Acesse aqui o link para o webinário!
As mesas redondas terão duração de 2 horas, compostas por apresentações de 6 minutos de cada palestrante, seguidas de perguntas e discussões livres sobre os temas e a parceria. Os membros das comunidades são convidados a participar destas discussões.
"Não podemos jogar fora a história do desenvolvimento da tecnologia e da sociedade, mas é preciso saber de forma clara o que está em jogo — e não é somente a tecnologia. A expectativa revolucionária da internet 'todos-todos' foi transformada em um jardim murado, e a experiência humana passou a ser matéria-prima gratuita para a tradução em dados comportamentais. O que é extremamente grave", assegurou Nelson Pretto, durante a mesa "Educação: da inclusão digital à inteligência artificial", realizada no âmbito das comemorações de aniversário do Campus Virtual Fiocruz. Além de Pretto, o também especialista da área, Mariano Pimentel, integrou a mesa de debates e falou acerca da inteligência artifical para a educação, apontando a apropriação e posterior venda do que deveria ser livre como "o maior roubo da humanidade". As palestras estão disponíveis na íntegra no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.
Capilaridade das iniciativas e articulação institucional
Durante a mesa de abertura do evento, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, falou sobre a alegria que é acompanhar o desenvolvimento do Campus Virtual Fiocruz, fruto de um esforço coletivo, criado na perspectiva de estender a possibilidade de apoio à educação por meio virtual para toda a Fiocruz. Para Cristiani, vivenciar o crescimento do Campus tem sido um rico processo, do qual ela muito se orgulha. "Ao longo dos anos, o CVF vem ampliando e diversificando suas ações, e é impressionante a quantidade de funções que desempenha atualmente", comentou ela, apontando que nossas ações tem sido fundamentais na disseminação de informações sobre a educação da Fiocruz; como plataforma de inscrições em cursos presenciais; no apoio aos cursos de qualificação; na oferta de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) para os cursos presenciais e híbridos; além de inovar na criação da plataforma Educare de Recursos Educacionais Abertos (REA), e já ter outros importantes projetos em desenvolvimento, como o auxilio à elaboração de indicadores de avaliação da educação e o portal dos estudantes e egressos. Tudo isso "em permanente diálogo com as diversas unidades e instâncias da Fundação, pois o Campus não é da vice-presidência de Educação, ele é da Fiocruz inteira", evidenciou.
A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, destacou a grande capilaridade das ações e iniciativas educacionais nas quais o Campus está inserido, como, por exemplo, os cursos em rede e as disciplinas transversais: "O CVF apoia a Fiocruz nessa missão de ser uma instituição nacional e internacional", disse ela. Já a vice-diretora de Ensino da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Enirtes Caetano — que no evento representou o diretor da Ensp, Marco Menezes —, falou sobre a alegria de poder celebrar a potência que é o Campus Virtual, além da satisfação de receber as integrantes da mesa, todas com história e forte vínculo com a Ensp. "Mais do que debater esse importante tema, celebramos e agradecemos especialmente o componente de cooperação presente na Vpeic, que, a todo momento, acolhe as unidades e nos convida a participar das diversas discussões institucionais para a Educação".
A coordenadora do Campus Virtual, Ana Furniel disse estar muito emocionada e agradeço a sua equipe que "trabalha, se dedica, está junta em todas as dificuldades e é também responsável por todos os avanços e conquistas". Ana agradeceu ainda aos que já passaram pelo CVF e rememorou sua trajetória na Fiocruz até dar início ao CVF. "A ideia na cabeça não veio só de uma inspiração, vem de muito trabalho e foi permeada por experiências e aprendizados ao longo dos quase 30 anos de Fiocruz. Nosso grande objetivo é qualificar profissionais para o SUS, e ajudar a fortalecer o nosso Sistema Único de Saúde. E eu acredito que se a gente pode sonhar, pode fazer!", defendeu ela com alegria.
A internet e as novas formas de colonização social
Nelson Pretto trouxe uma ampla leitura sobre o passado, presente e futuro, mostrando que as tecnologias sempre estiveram presentes em nossas vidas, especialmente na educação, e sempre foram um desafio para a área. Além dos obstáculos, o digital traz grandes novidades e possibilidade, pois os avanços transformaram a nossa forma de ver e viver a tecnologia. Segundo ele, aqueles que viram o nascimento da internet acreditaram no sonho do verdadeiro potencial revolucionário dessas tecnologias: transformar radicalmente a comunicação tradicional, de massa, de 'um para todos' para uma comunicação de 'todos para todos'. Era a possibilidade de sermos autores, e a produção do conhecimento ser democratizada, mas isso, segundo ele, é uma doce ilusão.
"A internet com a expectativa revolucionária foi sequestrada e se transformou em um jardim murado. Hoje, 99,9% das pessoas acham que navegam na internet quando estão em suas redes. Isso não é a internet. O poder é concentrado nas grandes empresas de Big Data, que se apropriam das nossas produções e decidem o que compartilham e como distribuem a partir de algoritmos opacos. É uma desanimadora batalha contra um enorme poder financeiro. Há que se estudar mais seriamente essa questão. Não podemos jogar fora a história do desenvolvimento da tecnologia e da sociedade, mas temos que ter claro o que está em jogo - e não é só a tecnologia. Há uma apropriação de tudo que fazemos e produzimos nas redes para alimentar a riqueza dessas poucas e grandes empresas. A disputa política sobre a perspectiva de sociedade nos faz pensar naquilo que vejo como fundamental, que é a não-neutralidade das tecnologias e a ameaça sempre presente de outra forma de colonização social, provocada por uma nova configuração da indústria tecnológica e cultural, advertiu Nelson, citando Shoshana Zuboff, professora da Harvard Business sobre o que ela aponta como a era do capitalismo de vigilância: "A experiência humana como matéria-prima gratuita para a tradução em dados comportamentais. Embora alguns desses dados sejam aplicados para o aprimoramento de produtos e serviços, o restante é declarado como superavit comportamental do proprietário", o que é, para Nelson, extremamente grave.
Esse "sequestro" de informações na internet equivale a um "roubo à humanidade", segundo o doutor em Informática e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Mariano Pimentel. Para ele, tecnologias de inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, processaram grandes quantidades de informações e "emparedaram" todo o conhecimento sob um pagamento, em contrapartida à visão democrática de acesso que se esperava da internet. "Quando ele [o ChatGPT] começou a cobrar por uma tecnologia de ponta, uma inteligencia com maior capacidade de raciocínio, ficou claro que se tratava, então, do maior roubo da humanidade. Isso porque essa ferramenta se apropria de textos que estavam públicos, coloca nessa parede, como foi ilustrado pelo Nelson Pretto, sorri pra você e diz: me faz uma pergunta e eu te respondo. Só que você tem que pagar 20 dólares por mês", afirmou.
Em sua fala acerca dos riscos da inteligência artifical (IA), Mariano alertou que o uso dessa tecnologia na educação está se difundindo de forma acelerada, em especial no ensino superior, mas que logo deve se enraizar também no ensino médio e na educação básica. Ele levantou ainda a questão da suposta substituição do papel do professor pela IA. Segundo Mariano, a resposta não é obvia, pois há muita coisa em jogo. "No nosso país, a educação superior se tornou hegemonicamente à distância, e essa modalidade de educação já estava implementando a arte de ensinar sem professores ou com tutor não qualificado. Portanto, essa tecnologia se apresenta como mais uma das tecnologias para apoiar o cibertecnicismo. Então, essa questão precisa ser amplamente discutida", concluiu Mariano.
Além da mesa de debates, realizada na manhã do dia 28 de setembro, no auditório da Ensp/Fiocruz, a programação do aniversário incluiu ainda a realização de duas oficinas que abordaram temas centrais sobre nossos processos de trabalho cotidianos: a construção e desenvolvimento de cursos online autoinstrucionais, e a implementação de tecnologias assistivas para uma educação de fato inclusiva.
A oficina 'Construção e desenvolvimento de cursos online autoinstrucionais em formato Mooc' foi apresentada pela gerente de produção do CVF, Renata David, e discorreu sobre as etapas fundamentais para a produção de cursos online, abertos e massivo (Mooc, na sigla em inglês). Esse formato é o utilizado nos cursos desenvolvidos pelo Campus Virtual Fiocruz e, durante a pandemia de Covid-19, permitiu o acesso de milhares de alunos em todo o Brasil e em diferentes partes do mundo a cursarem nossas formações. A oficina abordou conceitos, ferramentas e modelos para cursos autoinstrucionais, reforçando os papéis e responsabilidades da equipe transdisciplinar envolvida, e de acordo com a política institucional de acesso aberto ao conhecimento da Fiocruz, além de descrever as etapas de produção de conteúdo bruto, storyboards e aulas, conceitos e usos de recursos educacionais abertos (REA) e o apontamento dos processos de produção e inclusão dos REAs nos cursos. Renata detalhou que a proposta da atividade foi auxiliar os interessados em desenvolver cursos online a identificar os pontos prioritários de uma produção.
Os cursos Mooc são utilizados em diversas plataformas pelo mundo, e nasceram da necessidade da ampliação de acesso ao conhecimento com a intenção de serem abertos. Devido ao seu formato autoinstrucional, o aluno acompanha o conteúdo sem a presença de um tutor. No CVF, todo o material é disponibilizado em uma plataforma, onde qualquer pessoa pode acessar o material sem inscrição, ou seja, o aluno visualiza o material, mas não se certifica. Para a certificação, é necessário se inscrever para ter acesso à plataforma Moodle, na qual participará também de avaliações para conseguir o certificado.
A oficina "Inclusão e pós-graduação - Ranços e avanços: da Declaração de Salamanca ao período pandêmico" discutiu as diferentes necessidades de acessibilidade para a efetiva inclusão na educação online, e apresentou caminhos para esse processo de adaptação. A atividade foi conduzida pela pedagoga do Campus Virtual Claudia Reis, que discorreu sobre a sistematização da organização pedagógica de um curso — da ideia e planejamento à publicação e acompanhamento dos estudantes. "Trabalhar com educação pressupõe outros processos. É preciso pensar sistematicamente sobre ensinar alguma coisa, planejar, avaliar, costurar e, se necessário, retificar a metodologia adotada a partir da resposta dos estudantes", explicou ela.
*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol.
#ParaTodosVerem Fotomontagem com as imagens do evento em comemoração aos 7 anos do Campus virtual Fiocruz. Nas fotos na parte do superior é possível ver um senhor assinando um quadro, quatro mulheres posando para a foto e detalhes do quadro, onde está escrito: Campus virtual é Fiocruz, Fiocruz é SUS, SUS é democracia. Na parte inferior há um grupo diverso com várias mulheres e dois homens posando para foto em frente ao quadro com várias assinaturas, também há uma foto dos palestrantes durante a palestra com um powerpoint atrás deles, no centro uma foto maior com os participantes da palestra, Mariano Pimentel veste uma blusa social bege e usa óculos, Nelson Pretto veste uma blusa azul, usa óculos e tem cabelos brancos, Ana Furniel veste uma blusa preta com bolinhas laranja e tem cabelos cacheados castanhos e Cristiani Machado com blusa social vermelha e cabelos castanhos lisos na altura do ombro, na frente deles uma cadeira acolchoada e um microfone, atrás uma tela com powerpoint.
Entre os dias 25 e 29 de setembro será realizada a Semana da Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) 2023. Neste ano, o evento organizado por estudantes para estudantes se debruça sobre a diversidade com o tema ‘Somos IOC, somos plurais: diálogos sobre diversidade na pós-graduação’. Os encontros serão realizados no Pavilhão Arthur Neiva, campus Manguinhos-Maré, na Av. Brasil, 4.365 Rio de Janeiro.
Entre as atividades planejadas para esta edição, estão palestras, mesas-redondas, stands e minicursos que debaterão questões raciais, de gênero e de inclusão de pessoas com deficiência visual ou auditiva na Ciência, com o propósito de construir uma pós-graduação plural e inclusiva.
Também integram a programação o 15º Fórum de Integração de Alunos de Pós-graduação do IOC, que discute experiências ligadas à vida acadêmica dos pós-graduandos; a Jornada Jovens Talentos, que apresenta a produção científica dos estudantes de mestrado e doutorado; e o Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto, que reconhece as pesquisas indicadas aos Prêmio Capes de Tese pelos Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto.
Os interessados em participar devem se inscrever na página do evento no Campus Virtual Fiocruz. A emissão de certificados está condicionada a uma frequência mínima de 75% nas atividades.
Confira a programação completa da Semana e outras informações.
Submissão de trabalhos até 30/8
Os estudantes de mestrado ou doutorado, inscritos no evento, poderão submeter até dois resumos simples como primeiro autor, relacionados aos resultados dos seus projetos, bem como, fruto de outros trabalhos produzidos pelos seus grupos de pesquisas. Este ano, todos os trabalhos submetidos e aprovados irão compor o 2º Anais da Semana da Pós-graduação do IOC. A avaliação e seleção dos trabalhos será realizada por uma comissão de pós-doutorandos (pós-docs) do IOC.
Para se inscrever na Jornada Jovens Talentos, você deve se inscrever primeiro na semana de Pós-graduação. Os trabalhos somente serão aceitos mediante a inscrição no evento.
Posteriormente, deve preencher o formulário de inscrição na Jornada.
Confira aqui mais informações sobre submissão de trabalhos, disponível até 30 de agosto.
Edição:
Vinicius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
#ParaTodosVerem Banner com as cores amarela, rosa, laranja e verde misturadas, no centro está escrito: Semana da Pós-Graduação, Instituto Oswaldo Cruz, Edição 2023.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), em parceria com a Universidade Echo da República (Uruguai) iniciam um programa de desenvolvimento profissional contínuo de 18 meses, dirigido a profissionais de saúde da América do Sul, para o desenvolvimento de capacidades na identificação, diagnóstico e tratamento de pacientes com Covid prolongado.
Para isso, os Institutos vão promover, em 29 de maio, das 12h às 13h (horário de Brasília), a mesa-redonda online “Covid Longa: mais do que uma questão de tempo”.
Participarão da conversa Dr. Henry Cohen, da Universidade da República, Faculdade de Medicina, Udelar; Dra. Mariana Guirado, da Cátedra de Doenças Infecciosas, Faculdade de Medicina, Udelar; Dr. Álvaro Danza, Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Udelar; e Dr. Fernando Tomasina, Departamento de Saúde Ocupacional, Faculdade de Medicina, Udelar.
Para participar, é necessário realizar a inscrição através do formulário neste link.
Está com inscrições abertas a palestra 'Sistemas de Saúde Pública no Brasil e em Portugal: seus desafios e oportunidades na promoção e acesso à saúde integral'. A mesa-redonda será realizada no dia 9 de maio, às 13h (horário de Brasília), presencialmente no auditório da Fiocruz Pernambuco (Instituto Aggeu Magalhães) e com transmissão online, através do canal oficial do Youtube do Instituto. Interessados em participar do debate podem se inscrever até 8 de maio através do formulário de inscrição.
A mesa redonda é uma colaboração entre o Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco) e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) com a Universidade de Aveiro (UA), de Portugal, e contará com a participação de pesquisadores de ambos os países.
Com a presença de Cristiani Machado, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, a abertura do evento contará também com Jorge Mendonça, diretor da Farmanguinhos; João Veloso, vice-reitor para a Cooperação da Universidade de Aveiro; Pedro Neto, diretor do Instituto Aggeu Magalhães; e Artur Silva, vice-reitor para pesquisa da Universidade de Aveiro.
Confira a programação abaixo:
*Lucas Leal é estagiário sob supervisão de Isabela Schincariol
#ParaTodosVerem Banner com uma foto no topo, na foto tem uma pessoa sentada com um avental azul e as mãos sobre o colo, ao seu lado um médico de jaleco branco e luvas brancas, com as mãos sobre as mãos do paciente.
No meio do banner os dizeres: Mesa-Redonda, sistemas de Saúde Pública no Brasil e em Portugal: Seus desafios e oportunidadas na promoção e acesso à saúde integral. No dia 09 de Maio, às 13 horas no Brasil, 17 horas em portugal e às 18 horas no Central European Time. O evento será híbrido e gratuito, o local será o Instituto Aggeu Magalhães na Fiocruz de Pernambuco.