O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) dará início ao ano acadêmico de 2025 com a Aula Inaugural ministrada pelo Dr. Maurício L. Barreto. O evento acontece na segunda-feira, 31 de março, das 13h30 às 15h30, no Auditório do INI, localizado na Av. Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro, e abordará o tema "O Bolsa Família, a redução da pobreza e as transformações na saúde da população brasileira: o caso da Tuberculose, HIV/Aids e Hanseníase".
Maurício Barreto é médico, Ph.D. em Epidemiologia pela Universidade de Londres e professor emérito da Universidade Federal da Bahia. Pesquisador sênior da Fiocruz, fundou e coordenou o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde (CIDACS) e atualmente é coordenador científico do centro. Sua pesquisa investiga determinantes sociais e ambientais da saúde, com foco no impacto das políticas de proteção social e das mudanças climáticas.
A aula será transmitida ao vivo pelo YouTube. O evento é aberto ao público interno e externo, incluindo pesquisadores da Fiocruz e de outras instituições.
Acompanhe ao vivo:
Janeiro é um mês inteiramente dedicado à conscientização e luta no combate à hanseníase, doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, bactéria que afeta a pele, os nervos periféricos, olhos e mucosa nasal. Seus sintomas incluem manchas claras ou avermelhadas com alteração de sensibilidade, dormências e fraqueza muscular. Se não tratada precocemente, pode levar a incapacidades físicas permanentes. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a segunda posição mundial em números de casos, atrás apenas da Índia.
Carregando ainda mitos e estigma, a hanseníase está fortemente relacionada a condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis. Sua alta endemicidade compromete a interrupção da cadeia de transmissão, tornando-se imprescindível a incorporação de ações estratégicas que visem garantir o atendimento integral às pessoas acometidas pela doença. Por isso, a campanha busca informar a população sobre os sinais e os sintomas da doença, como manchas na pele com perda de sensibilidade, dormência e fraqueza muscular, além de reforçar que o tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
A Plataforma IdeiaSUS apresenta diversas experiências relacionadas à hanseníase, buscando contribuir para o fortalecimento das ações de combate à doença no Brasil.
+Confira as práticas bem-sucedidas destacadas pela plataforma IdeiaSUS.
Fiocruz oferece curso de enfrentamento ao estigma e discriminação
O diagnóstico da hanseníase é, geralmente, acompanhado pelo preconceito da sociedade, visto que ela é crônica e transmissível. Entretanto, a discriminação relacionada a condições de saúde acontece também nos serviços de saúde, reforçando a exclusão, e, sobretudo, causando sofrimento aos pacientes. Por isso, o Campus Virtual Fiocruz oferece o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, que visa qualificar profissionais no enfrentamento ao estigma no contexto da atenção à saúde de diversos grupos sociais. O curso é voltado a profissionais da saúde e estudantes, mas também está aberto a todos os interessados no tema.
O curso é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Sua elaboração nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
Conheça a organização do curso, separado em três macrotemas divididos em cinco módulos, com 17 aulas:
Bases conceituais:
Módulo 1 - Bases conceituais
Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas - Normas e legislações:
Módulo 2 - Estigmas relacionados a algumas doenças
Módulo 3 - Estigmas relacionados a práticas ou comportamentos
Módulo 4 - Estigmas relacionados a condições específicas
Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação
Módulo 5 - Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação nos serviços de saúde
+Confira todas as orientações do Ministério da Saúde sobre a hanseníase.
A Plataforma IdeiaSUS Fiocruz e o Canal Saúde lançam, em evento virtual transmitido pelo YouTube, cinco emocionantes documentários sobre a saúde pública do Brasil. Os novos curtas-documentais narram histórias inspiradoras de trabalhadores e gestores envolvidos com o fortalecimento de nosso Sistema Único de Saúde (SUS), trazendo momentos de aprendizado e reflexões sobre a importância de se garantir saúde pública de qualidade para todos.
Produzidos pelo Canal Saúde, os filmes são frutos do Prêmio IdeiaSUS: Fiocruz é SUS, entregue às cinco melhores experiências da edição de 2022 da Mostra Brasil, aqui tem SUS, como parte da parceria da IdeiaSUS com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Representando cada uma das cinco regiões do país, as práticas revelam atuações compromissadas com a atenção e a prevenção ao suicídio, a saúde mental da população indígena, as pessoas com hanseníase, as gestantes em situação de rua e as conferências locais de saúde como estratégias de educação permanente em saúde.
Momentos de emoção e inspiração
No filme Implantação de rede de atenção e prevenção ao suicídio de Anastácio (MS): uma realidade possível, o espectador se depara com serviços de saúde mental pautados na prevenção, na atenção e na posvenção ao suicídio. É um filme que emociona ao falar sobre o suicídio, problema de saúde pública que afeta a cidade e o país todo. Os personagens falam sobre a importância da prevenção, por meio de capacitações, encontros, palestras e atividades educativas. Revelam o cotidiano do atendimento, que se dá tanto na modalidade domiciliar quanto individual e em grupo, do qual fazem parte profissionais de psicologia, serviço social e psiquiatria. Falam, ainda, sobre o emocionante trabalho de posvenção, destinado a promover ações que se ocupam dos enlutados após o suicídio de uma pessoa querida.
Quem assistir ao filme Equidade no SUS por meio da articulação regional: saúde mental indígena, experiência que se passa em Balneário Barra do Sul (SC), por sua vez, se sentirá envolvido com a força dos saberes dos povos indígenas. O documentário revela um trabalho de integração entre técnicos de saúde, mulheres, homens e crianças de 11 famílias indígenas, para tratar de questões que envolvem a saúde mental da comunidade. Eles conversam, ampliam suas visões quanto às demandas e ao significado de saúde mental para esta população, falam sobre território, espiritualidade e alimentação indígena.
No filme Identificação de clusters e treinamento em serviço: estratégias para abordagem da hanseníase, em Pilar (AL), o foco é a articulação entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde como questão fundamental no enfrentamento da hanseníase, doença da qual o Brasil ocupa o primeiro lugar do ranking de incidência e o segundo em números absolutos, atrás apenas da Índia. O filme, em suma, revela as novas estratégias utilizadas para abordagem da hanseníase no município de Pilar, entre os anos de 2020 e 2021, quando foi confirmado um alto coeficiente de detecção da doença.
O documentário Reduzindo danos e protegendo vidas: cuidado às gestantes em situação de rua usuárias de SPA se passa em Santo André (SP) e retrata os objetivos de um trabalho por vezes invisibilizado pela sociedade. São personagens reais que agem para garantir o direito à maternidade a mulheres em situação de rua, promovem a saúde da mãe e do feto, respeitam o desejo delas de permanecerem em situação de rua e estabelecem uma linha de cuidado a essas gestantes, muitas delas, usuárias de substâncias psicoativas.
Já o filme Conferências Locais de Saúde: estratégias de educação permanente para o Plano Municipal de Saúde, em Presidente Figueiredo (AM), mostra o trabalho de uma comissão de trabalhadores da saúde, formados no contexto do projeto de implantação da Política de Educação Permanente na Amazônia, realizado pela unidade da Fiocruz Amazônia. A iniciativa resultou na promoção de conferências locais de saúde, por meio das quais profissionais e usuários dos serviços de saúde puderam expressar suas percepções, anseios e visões sobre a rede de atenção à saúde do município. O filme retrata a força e relevância da participação e do controle social do SUS através das instâncias locais.
Assista à transmissão do lançamento:
Para alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate à hanseníase, no último domingo do mês de janeiro são celebradas duas datas importantes: Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e Dia Mundial Contra a Hanseníase. Janeiro Roxo é a campanha criada em alerta à importância do diagnóstico precoce e conscientização da hanseníase. A doença, cercada de preconceitos e estigma, é contagiosa, mas tem controle e tratamento oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2024, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, durante o período de 2013 a 2022 foram notificados 316.182 casos de hanseníase no Brasil. Os números do período representam uma redução de 28,9% de casos notificados. No mundo, somente em 2022, foram registrados 174.087 casos novos de hanseníase, correspondendo a uma taxa de detecção de 21,8 casos por 1 milhão de habitantes. Índia, Brasil e Indonésia reportaram mais de 10 mil casos novos de hanseníase cada. O Brasil permanece em segundo lugar no ranking mundial em número de casos novos, o que o classifica como um país prioritário para hanseníase pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
+Confira aqui o Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2024
Fiocruz oferece curso de enfrentamento ao estigma e discriminação
O diagnóstico da hanseníase é, geralmente, acompanhado pelo preconceito da sociedade, visto que ela é crônica e transmissível. Entretanto, a discriminação relacionada a condições de saúde acontece também nos serviços de saúde, reforçando a exclusão, e, sobretudo, causando sofrimento aos pacientes. Por isso, o Campus Virtual Fiocruz oferece o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, que visa qualificar profissionais no enfrentamento ao estigma no contexto da atenção à saúde de diversos grupos sociais. O curso é voltado a profissionais da saúde e estudantes, mas também está aberto a todos os interessados no tema.
O curso é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Sua elaboração nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
Conheça a organização do curso, separado em três macrotemas divididos em cinco módulos, com 17 aulas:
Bases conceituais:
Módulo 1 - Bases conceituais
Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas - Normas e legislações:
Módulo 2 - Estigmas relacionados a algumas doenças
Módulo 3 - Estigmas relacionados a práticas ou comportamentos
Módulo 4 - Estigmas relacionados a condições específicas
Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação
Módulo 5 - Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação nos serviços de saúde
Com a proposta de discutir a relevância das fontes documentais para a pesquisa em hanseníase, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em parceria com o Departamento de Arquivo e Documentação (DAD) e com a Biblioteca de História das Ciências e da Saúde (BHCS), promove, no dia 19 de abril, a mesa-redonda 'História da hanseníase: fontes históricas e patrimônio documental'. O evento será online, transmitido pelo canal da COC no Youtube, a partir das 14h.
Participarão do debate o doutor em Ciências Sociais e diretor nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Tiago Pereira da Silva Flores, e a doutora em História Social e pesquisadora do Instituto de Saúde (IS) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Yara Nogueira Monteiro.
O evento contará ainda com o lançamento da Vitrine do Conhecimento 'História da Hanseníase', espaço de divulgação de fontes de pesquisa sobre aspectos históricos e sociais da doença, como artigos, depoimentos, fotografias ou vídeos. Parte integrante da Biblioteca Virtual em Saúde – História e Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde, a iniciativa almeja ser a instância de convergência para organização, valorização e divulgação de fontes de informação a respeito da história da hanseníase, priorizando conteúdos em acesso aberto.
Confira aqui a programação do evento.
Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde
Com vistas a combater o preconceito e promover uma atenção mais inclusiva, humanizada, interseccional e não discriminatória a grupos ou indivíduos acometidos por doenças nos serviços de saúde, incluindo a hanseníase, o Campus Virtual Fiocruz reforça o lançamento do curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, importante instrumento para qualificação de profissionais da saúde para a melhoria do acolhimento a estes grupos. As inscrições seguem abertas para os interessados no assunto.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico Hanseníase, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, edição especial divulgada em janeiro de 2023, de 2017 a 2021, foram diagnosticados no Brasil 119.698 casos novos de hanseníase. Causada pela exposição ao Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, o que acarreta todo o preconceito da sociedade perante o diagn[ostico da doença, que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele, e ainda persiste como problema de saúde pública no Brasil.
A elaboração do curso nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
O curso é voltado a trabalhadores e trabalhadoras da saúde, estudantes, mas aberto a todos os interessados na temática, e foi organizado em 3 macrotemas — Bases conceituais; Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas: normas e legislações; e Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação —, 5 módulos e 17 aulas. A formação é online, gratuita, autoinstrucional e certifica os participantes inscritos que realizem avaliação com obtenção de nota maior ou igual a 7.
A formação é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Conheça a organização do curso e temas tratados:
Bases conceituais:
Módulo 1 - Bases conceituais
Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas - Normas e legislações:
Módulo 2 - Estigmas relacionados a algumas doenças
Módulo 3 - Estigmas relacionados a práticas ou comportamentos
Módulo 4 - Estigmas relacionados a condições específicas
Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação
Módulo 5 - Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação nos serviços de saúde
Conheça o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde:
*Com informações da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), do Boletim Epidemiológico de Hanseníase - Número Especial | Jan.2023 (Ministério da Saúde), e Isabela Schincariol (CVF).
A partir de fevereiro, o Ministério da Saúde dará início à distribuição de 150 mil testes rápidos para o apoio ao diagnóstico da hanseníase no Sistema Único de Saúde (SUS). A entrega dos testes coloca o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública. A ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, destacou a importância da iniciativa. “Hoje, o Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, disse ela, durante a cerimônia de abertura do seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”, que ocorreu na última terça-feira (24). As unidades serão destinadas às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença e serão de dois tipos: o teste rápido (sorológico) e o teste de biologia molecular (qPCR). Uma terceira modalidade, de biologia molecular (PCR), também será ofertada pelo SUS e vai auxiliar na detecção da resistência a antimicrobianos. As três tecnologias foram incluídas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença em julho do ano passado.
A ministra reforçou a importância de se combater a desinformação e o preconceito, de batalhar pela transversalidade de atuação do Ministério e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável. "Não é apenas a doença que é negligenciada, mas também as pessoas. Por isso esse seminário é tão importante. O esforço conjunto no combate à infeção é essencial para vencer uma doença que, historicamente, é carregada de estigma", comentou. Nesse sentido, o Campus Virtual Fiocruz lembra que recentemente, em novembro de 2022, lançou o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, uma formação online, gratuita e autoinstrucional, elaborada a partir da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, que são construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações. As inscrições estão abertas!
A formação é uma realização da Fiocruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS).
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Sobre a importância da presença da sociedade civil no evento, Angélica Espinosa, representante da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), agradeceu às equipes da sociedade que trabalham contra a doença em conjunto com o Ministério da Saúde. “A atuação de vocês é muito importante", afirmou. Angélica também apontou que dar visibilidade à pauta é fundamental, não apenas para vencer a hanseníase, mas também para eliminar "o estigma e discriminação contra os pacientes".
Valorização dos profissionais
No evento, que seguiu até quinta-feira (26), também foi apresentado o resultado de vivências de sucesso no enfrentamento à infecção. Ao todo, a pasta selecionou, por meio do Edital de Mapeamento de Experiência Exitosas em Hanseníase, 10 dentre 52 inscritos para trazer visibilidade às ações bem-sucedidas ao SUS e estimular os profissionais que atuam na linha de frente.
O evento contou, ainda, com o lançamento do Painel Interativo de Indicadores - Hanseníase no Brasil, com acesso a dados da infecção, com base no levantamento do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os participantes do seminário também receberam os dados atualizados do Boletim Epidemiológico da Hanseníase 2023.
Tecnologia e informação
Outra novidade apresentada no seminário foi o AppHans, que será usado para a construção de uma política pública de maior acesso e com mais tecnologia. O objetivo do Ministério da Saúde é, com o aplicativo, oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas. Durante o evento, os participantes conheceram a versão Beta do aplicativo e tiveram espaço para apoiar o MS com sugestões para consolidação das versões para Android e iOS, antes que a versão final seja disponibilizada para o usuário.
Estratégia nacional de enfrentamento
A perspectiva é que os estados fomentem a implantação do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT), com novos testes nos municípios, apoiados pela definição da linha do cuidado da doença e alinhada à adoção das ações propostas na Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030, de forma a possibilitar o alcance das metas, que são:
1. Reduzir em 55% a taxa de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos de idade até 2030 – levando em consideração o ano-base de 2019, 3,44 casos novos por 100.000 habitantes;
2. Reduzir em 30% o número absoluto de casos novos com Grau de Incapacidade Física 2 (GIF2) — quando o paciente apresenta lesões consideradas graves nos olhos, mãos e pés — no momento do diagnóstico de hanseníase até 2030 – levando em consideração o ano-base 2019, que registrou 2.351 casos novos com GIF2 no momento do diagnóstico;
3. Dar providência a 100% das manifestações sobre práticas discriminatórias em hanseníase registradas nas Ouvidorias do SUS.
Para além do Janeiro Roxo
Tradicionalmente, o mês de janeiro é destinado às ações e estratégias de enfrentamento à hanseníase e luta pelos direitos das pessoas infectadas. No entanto, o governo pretende que a pauta seja debatida durante todo o ano e, por isso, o compromisso de levar o diagnóstico, informações, cuidados e o tratamento aos pacientes. “A hanseníase tem cura! O Brasil não pode continuar com a triste referência de segundo país no mundo com maior número de novos casos da doença”, ressaltou, em outra oportunidade, Ethel Maciel, titular da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS).
A pasta aponta que nos últimos 11 anos, considerando a série histórica da taxa de detecção de 2010 e 2021, a hanseníase apresentou padrão de redução com pequenas mudanças no período de 2017 a 2019, o que pode ser associado ao fomento de capacitações dos profissionais da Atenção Primária à Saúde com a estratégia de busca ativa dos contatos e de casos suspeitos na comunidade, apoiados pela epidemiologia espacial.
Entre 2020 e 2021 ocorreu a maior redução da taxa de detecção geral, no entanto, o número pode estar relacionado aos efeitos da sobrecarga dos serviços de saúde e pelas restrições durante a pandemia da Covid-19. Vale lembrar que durante os dois primeiros anos de crise sanitária do Sars-CoV-2, os diagnósticos da doença reduziram cerca de 35%.
Brasil sem hanseníase
A Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030 apresenta a visão de um Brasil sem a doença. Para tanto, é encorajado e apoiado que os 75,03% dos municípios do país com casos notificados no período de 2015 e 2019 intensifiquem as ações de enfrentamento, buscando envolver os setores de saúde, educação social, bem como incentivo aos 24,97% dos municípios que não apresentaram casos a adotar medidas específicas para aprimoramento da vigilância em saúde e para a prevenção de incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. O documento parte de uma construção tripartite, com a participação de diferentes entidades do setor, e busca apoiar as ações de luta contra a hanseníase.
Participantes
O evento contou com a participação de coordenadores estaduais de programas de hanseníase, centros de referência, pesquisadores da doença, movimentos sociais e sociedades médicas. Além das importantes entidades do setor, o Ministério da Saúde também recebeu, como convidados especiais, os representantes do Programa Global de Hanseníase, da Organização Mundial da Saúde, e representante da Parceria Global para Zero Hanseníase (GPZL).
O que é a doença?
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais, danos irreversíveis e depende de um diagnóstico precoce para evitar o desenvolvimento de sequelas.
Em 2022, mais de 17 mil novos casos foram diagnosticados no país, segundo levantamento preliminar realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Devido à alta quantidade de registros anuais, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública e a pasta estabelece como medida obrigatória o aviso compulsório e investigação dos casos suspeitos.
*com informações de Isabela Schincariol sobre o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde
Durante o mês de janeiro, celebramos a conscientização e o combate à hanseníase. A doença, que é tratável e tem cura, ainda sofre com o preconceito, o que dificulta a busca pelo tratamento adequado e rápido. Assim, o Campus Virtual Fiocruz relembra a importância da qualificação de profissionais da saúde para a instrumentalização e melhoria do acolhimento a grupos ou indivíduos acometidos por doenças nos serviços de saúde, promovendo uma atenção mais inclusiva, humanizada, interseccional e não discriminatória. Recentemente, lançamos o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde. A formação é online, gratuita, autoinstrucional e certifica os participantes inscritos com obtenção de nota maior ou igual a 7 na avaliação final. As inscrições estão abertas!
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Hanseníase divulgado pelo Ministério da Saúde em janeiro de 2022, entre 2016 e 2020, mais de 150 mil brasileiros foram diagnosticados com a doença. Causada pela exposição prolongada à bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença crônica que afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos, podendo gerar lesões e complicações incapacitantes.
O diagnóstico da doença é, geralmente, acompanhado pelo preconceito da sociedade, visto que ela é crônica e transmissível. Entretanto, a discriminação relacionada a condições de saúde acontece também nos serviços de saúde, reforçando a exclusão, e, sobretudo, causando sofrimento aos pacientes. Por isso, o curso do Campus Virtual Fiocruz visa qualificar profissionais no enfrentamento ao estigma no contexto da atenção à saúde de diversos grupos sociais. O curso, voltado a profissionais da saúde e estudantes, também está aberto a todos os interessados no tema.
Curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde
O curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Sua elaboração nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
Conheça a organização do curso:
Bases conceituais:
Módulo 1 - Bases conceituais
Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas - Normas e legislações:
Módulo 2 - Estigmas relacionados a algumas doenças
Módulo 3 - Estigmas relacionados a práticas ou comportamentos
Módulo 4 - Estigmas relacionados a condições específicas
Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação
Módulo 5 - Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação nos serviços de saúde
*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol
Tuberculose, Doença de Chagas, Hanseníase, Esquistossomose, Doenças Diarreicas Agudas, Hepatites Virais, Leishmaniose Visceral e Tegumentar, Tracoma e Raiva são algumas das doenças indicadas pelo Ministério da Saúde como negligenciadas. Foram elas também a base para o desenvolvimento do curso online e gratuito em Atenção Integral em Saúde – Doenças Negligenciadas, que está com inscrições abertas até 11 de dezembro. Desenvolvida por um conjunto de especialistas das cinco regiões do Brasil, a formação se destina a médicos, enfermeiros e gestores da Atenção Primária e gestores da Vigilância em Saúde. Confira!
Inscreva-se já: médicos e enfermeiros e gestores
O curso tem como objetivo estimular a reflexão dos profissionais sobre as relações entre território, processo de trabalho e trabalho em equipe, a partir da aproximação da Atenção Primária com a Vigilância em Saúde. A iniciativa é de responsabilidade do Projeto Formação Integral em Saúde - Doenças Negligenciadas, ligado ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
A formação está organizada em duas seções: módulo integração e módulo temático
O primeiro módulo, com carga horária de 60h e tutoria, visa refletir sobre a integração entre Atenção Primária em Saúde e Vigilância em Saúde; assim como criar condições de aprendizagem para que o profissional em formação seja capaz de estabelecer o planejamento de ações com tomada de decisões conjuntas e adequadas para cada situação-problema.
O segundo é formado por módulos temáticos - com carga de 40h cada, que oferecem dez opções para os alunos sobre as seguintes doenças negligenciadas: Raiva, Tracoma, Doença de Chagas, Leishmaniose Visceral, Leishmaniose Tegumentar, Esquistossomose, Hanseníase, Doenças Diarreicas Agudas, Tuberculose e Hepatites Virais. Cada aluno deverá cumprir, no mínimo, três módulos temáticos para concluir a formação.
Com oferta nacional, o curso tem um total de 180h e é realizado na modalidade à distância, por meio da plataforma de EaD da Universidade Aberta do SUS (Unasus). As turmas são organizadas bimensalmente e atualmente existem 19 turmas em andamento. Esta é a segunda chamada de seleção pública de alunos e a meta é, até 2021, ofertar 18 mil vagas em todo o Brasil, sendo 16 mil para médicos e enfermeiros e 2 mil para gestores da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde.
Para apoiar as atividades do curso, o projeto formou 400 tutores nas cinco regiões do país, que são os responsáveis por acompanhar as turmas ao longo do processo formativo.
Conheça o Projeto Formação Integral em Saúde - Doenças Negligenciadas