A Associação de Pós-graduandos da Fiocruz Bahia realizará, de 8 a 12 de julho de 2019, o 1º Curso de Férias em Imunopatologia. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de maio. Já os resumos podem ser submetidos até 10 de junho. Acesse o hotsite do curso para mais informações.
O curso é destinado para discentes de graduação em ciências biológicas, saúde e áreas afins. Tem como objetivo elucidar os aspectos imunopatológicos e os avanços das pesquisas em doenças infecciosas e não infecciosas, assim como, promover a divulgação científica das diversas linhas de pesquisa executadas na Fiocruz Bahia.
A programação conta com uma palestra de encerramento, na sessão científica da Fiocruz Bahia, com o professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor do livro Bogliolo Patologia, Geraldo Brasileiro Filho. Também ocorrerá a entrega dos certificados, a premiação do melhor trabalho apresentado e a votação da melhor aula ministrada no curso.
Inscreva-se já e participe!
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) está com inscrições abertas, até 9 de junho, para o seu primeiro doutorado profissional em gestão, pesquisa e desenvolvimento na indústria farmacêutica. O curso — o primeiro desta modalidade no Brasil voltado para a área farmacêutica — contempla toda a cadeia produtiva de um medicamento, desde a pesquisa básica até o produto final.
São oferecidas seis vagas, exclusivamente para servidores da Fiocruz com título de mestre reconhecido pelo Ministério da Educação e cuja atuação profissional seja em áreas relacionadas às linhas de pesquisa do curso. O cronograma completo, com todas as etapas da seleção, pode ser consultado no item 6 do edital, disponível aqui no Campus Virtual Fiocruz.
A Escola Corporativa Fiocruz apoia a iniciativa e auxiliará a unidade oferecendo consultoria executiva ao curso no que se refere à gestão. O objetivo da parceria é intensificar o alinhamento e aplicabilidade dos projetos junto às demandas institucionais. A Escola atuará, ainda, ajudando a identificar lideranças profissionais na área da gestão que possam contribuir com a formação dos doutorandos.
O coordenador do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica, Jorge Magalhães, comenta a cooperação com a Escola Corporativa. “Entre os grandes desafios com que nos deparamos está a necessidade de aproximarmos nossos alunos de questões estratégicas de gestão, imprescindíveis na era do conhecimento em que vivemos”. Para Magalhães, a Escola Corporativa pode ajudar a estimular o aprendizado de temas como empreendedorismo, gestão estratégica e processos de tomada de decisão.
Já Mariana Souza, responsável pelo Departamento de Educação de Farmanguinhos, acredita que a parceria agrega na qualificação do curso de pós-graduação e incentivo os profissionais da Fundação. “É uma grande vitória podermos atender a demanda da Fiocruz por formação de doutores na área de gestão, pesquisa e desenvolvimento na indústria farmacêutica. Ter a Escola Corporativa como parceira nesse caminho é a valorizar nossos servidores”, afirma.
O Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão, P&D na Indústria Farmacêutica tem o objetivo de formar recursos humanos em ciência e tecnologia, com reconhecida excelência e competência nas áreas envolvidas no processo industrial farmacêutico, da concepção à produção de medicamentos, passando pelas diversas áreas de gestão.
Estão sendo oferecidas duas bolsas para pós-doutores que tenham interesse em integrar a equipe do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS). Os candidatos devem enviar propostas até o dia 3 de junho.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) criaram um programa especial de fomento a doutores, que tem o objetivo de mobilizar e fortalecer a missão de traduzir conhecimento científico em benefícios para a população brasileira. Nesse sentido, serão selecionados bolsistas de estágio pós-doutoral, que se juntarão às equipes do CDTS.
As áreas preenchidas pelas bolsas serão Biologia Computacional (aplicada em sequenciamento de nova geração) e Gestão de Patentes, especificamente em Biologia Molecular, Bioquímica, Microbiologia, Biotecnologia ou Biomedicina.
Os bolsistas serão selecionados por grupo coordenador nomeado pela Capes, considerando o curriculum vitae, a experiência prévia na área de interesse e a qualidade do projeto. Os resultados do processo seletivo serão divulgados a partir do dia 24 de junho. O início das atividades está previsto para julho do ano corrente e a data exata será definida entre os aprovados e o responsável pela equipe do CDTS.
Caso queira participar, envie propostas para o e-mail capes.cdts@cdts.fiocruz.br. E acesse mais informações sobre o edital aqui.
Acompanhe o site do CDTS para as próximas etapas!
A Fiocruz completa 119 anos no dia 25 de maio. Para comemorar o aniversário, está programada uma série de atividades para os trabalhadores, que acontecerão na última semana do mês, entre os dias 27/5 e 31/5. Faz parte da programação a conferência A Ciência do Futuro e o Futuro da Ciência na Fiocruz, seguida de roda de conversa, com o Professor Emérito do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Erney de Camargo, marcada para 27/5, das 14h às 17h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Na quarta-feira, 29/5, às 14h, a Presidência apresentará um balanço da gestão.
Antes do início das comemorações, a bancada de parlamentares do Rio de Janeiro será recebida pela Presidência para um café da manhã na Residência Oficial. Na pauta, os 120 anos da Fiocruz e desafios para o futuro. A primeira atividade comemorativa aberta ao público será o Seminário Advocacy: O que é? Como se faz? Experiências na saúde pública e impactos no uso dos resultados das pesquisas científicas, dia 27/5, das 8h30 às 13h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Das 9h às 11h45 do mesmo dia, a Fiocruz Mata Atlântica promove em sua sede a mesa redonda O sertão carioca de Armando Magalhães Correa.
Feira Fiocruz Saudável
Na terça-feira, 28/5 às 9h, também no auditório do Museu da Vida, será lançada a reedição do livro O massacre de Manguinhos, da Coleção Memória Viva do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), e um documentário sobre a reintegração dos pesquisadores cassados durante a ditadura militar. O evento será seguido de uma roda de conversa. Às 13h30, está prevista a abertura da Feira Fiocruz Saudável, na Praça Pasteur, próxima ao Castelo.
A Feira promove diversas apresentações e atividades para o público interno e durante toda a semana. Os trabalhadores com 30 anos de atividade serão homenageados com placas e certificados pela presidente Nísia Trindade Lima às 14h, também na Praça Pasteur. O dia termina com apresentação do coral, às 16h30.
Balanço da gestão
Na tarde de quarta-feira, 29/5, a Presidência apresentará um balanço da gestão no auditório do Museu da Vida. Às 14h30, na Praça Pasteur, os trabalhadores poderão assistir à apresentação do Balé de Manguinhos. No dia 30/5, quinta-feira, o Projeto Social Casa Viva apresenta o Música na Calçada, às 15h, também na praça, onde, às 16h, a Editora Fiocruz promove uma tarde de autógrafos de livros da Coleção Fazer Saúde.
As comemorações terminam na sexta-feira, 31/5. De manhã, na Tenda da Ciência Virgínia Schall, será apresentada a comissão responsável pela preparação das comemorações do próximo aniversário da Fundação, que completará 120 anos em 2020. Na cerimônia, será apresentado vídeo do Tour Virtual ao Castelo e será dada posse aos novos concursados.
O encerramento ocorre às 14h, também na Tenda, com a entrega de diploma de Pesquisador Emérito aos pesquisadores Euzenir Nunes Sarno; Renato Sergio baião Cordeiro; maria Cecília de Souza Minayo; e Paulo Marcos Zech Coelho.
Confira a programação!
O dia 15 de maio de 2019 já entrou para a história da Educação. E a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), claro, faz parte desta mobilização por direitos: estudantes do ensino técnico, pós-graduandos, servidores e profissionais da instituição se mobilizaram em defesa da educação pública e contra o contingenciamento orçamentário anunciado recentemente pelo Ministério da Educação (Governo Federal). As ações coletivas foram organizadas pela Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz) e amplamente divulgadas para toda a comunidade. O primeiro ato foi dos alunos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Depois, estudantes, trabalhadores e gestores da Fiocruz se reuniram em frente ao Castelo Mourisco num ato unificado.
Eles manifestaram com cartazes em que se lia: “30% não é esmola”, “País sem educação é país sem futuro”, "Pela educação e contra o retrocesso", entre outros. Ao mesmo tempo, se manifestavam em coro, organizando-se para participar, no fim da tarde, da paralisação nacional na Candelária, no Centro do Rio de Janeiro. A Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Machado — que conduzia os trabalhos da Câmara Técnica de Educação — integrou a mobilização.
O coordenador geral da APG-Fiocruz, Richarlls Martins, comentou a importância do ato. “Neste 15 de maio, a gente vai conseguir colocar nas ruas o conjunto da sociedade brasileira que é contrário aos cortes e às restrições anunciadas. A educação não é apenas uma pauta do movimento estudantil, é uma pauta que agrega diferentes setores, partidos, camadas da população do país e suas demandas. Estamos muito empenhados e reconhecemos a grandiosidade do dia de hoje”, afirmou. Na última Assembleia Discente (10/5), a APG-Fiocruz aprovou, por unanimidade, a paralisação das atividades no dia 15. Além disso, os estudantes conseguiram ônibus para transportar os interessados em participar do ato no Centro do Rio.
Os alunos do Poli foram voz ativa no movimento: após ato em frente à escola, se juntaram aos pós-graduandos no Castelo Mourisco. A estudante Eliza Paulino, do curso técnico em análises clínicas, disse que muitas escolas já vêm sendo afetadas por medidas restritivas. Para ela, é importante ampliar a dicussão. "Precisamos informar a população. Somos uma instituição de peso que pode e deve informar todo mundo!”, disse.
Além dos estudantes, o ato unificado contou com o apoio de trabalhadores da instituição. A servidora Cátia Guimarães (EPSJV/Fiocruz) pediu solidariedade ao movimento: “Queremos garantir a qualidade da educação pública no Brasil, da educação democrática e do desenvolvimento científico. Para isso, precisamos que toda a rede de produção científica e de educação pública esteja fortalecida – precisamos ser todos solidários”. Uma funcionária da limpeza, que não quis se identificar, completou: “Estou aqui porque os alunos merecem coisas boas”.
A Asfoc-SN, sindicato dos trabalhadores da Fiocruz, também fez parte do ato. “A Asfoc não só apoia, mas também participa ativamente do movimento pela ciência, tecnologia e educação. Estamos vivendo o maior ataque que o país já teve desde 1988. O que está em jogo é um novo padrão de sociedade, precisamos nos posicionar”, afirmou Carlos Fidelis Ponte, do sindicato.
Confira mais fotos do ato em nossa galeria.
* Colaborou Ana Carla Longo (estagiária supervisionada)
A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) está com duas chamadas abertas para a seleção interna do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt Fiocruz-Capes) para alunos e pesquisadores que participam dos programas e referentes ao ano de 2019.
A Chamada nº2/2019 diz respeito à concessão de auxílio para pagamento de publicação de artigo em periódico científico, atendendo a ações específicas das linhas de financiamento.
Já a Chamada n º3/2019* é voltada à seleção de professor visitante no exterior júnior/sênior dos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu da Fiocruz.
Acesse as chamadas aqui no Campus Virtual Fiocruz ou através do site do PrInt, que reúne os conteúdos sobre o Programa.
* Atualizada em 5/6/2019.
Até o dia 24 de maio estão abertas as inscrições para a pós-graduação Lato sensu em Métodos Alternativos ao Uso de Animais de Laboratório. Serão oferecidas 15 vagas para profissionais graduados em Ciências da Saúde e Agrárias, profissionais da indústria farmacêutica, pesquisadores que desejem substituir métodos e profissionais de nível superior de todas as áreas e que atuem em interface com o setor da saúde.
A especialização, parceria entre Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), tem o objetivo de formar profissionais capacitados a desenvolver, divulgar e aplicar novos procedimentos em pesquisa e ensino que substituam ou reduzam o uso de animais na ciência.
O curso terá carga horária total de 480h, duração de 12 meses e aulas durante uma semana a cada mês. O início das aulas está previsto para 5 de agosto.
Confira o edital e faça sua inscrição aqui no Campus Virtual Fiocruz.
Em caso de dúvidas ou esclarecimentos, entre em contato com a coordenação de ensino pelo e-mail ensino.ictb@fiocruz.br ou pelo telefone (21) 3194-8452.
Na última sexta-feira (10/5), o Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (CD-Fiocruz) divulgou uma nota manifestando a preocupação institucional diante de medidas recentes que afetam campo da educação: o contingenciamento dos recursos orçamentários destinados às universidades e aos institutos federais vinculados ao Ministério da Educação e a suspensão de bolsas de pós-graduação financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
No mesmo dia, a Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz) promoveu a Assembleia Discente, no Rio de Janeiro. Dentre as deliberações, os estudantes aderiram às paralisações em todo o Brasil.
Estudantes aderem à mobilização nacional
Na Assembleia Discente, promovida no dia 10 de maio pela Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz), no Rio de Janeiro, os estudantes da Fundação decidiram aderir às paralisações nacionais. A concentração para o ato de mobilização acontece no dia 15 de maio, às 12h30, em frente ao Castelo Mourisco, no campus Manguinhos. Neste mesmo dia, haverá outra concentração, às 16h, na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Para fortalecer o movimento, os alunos vão se mobilizar internamente, convocando o público para o ato por meio de vídeos curtos de pós-graduandos. O material circulará entre os dias 13 e 15 de maio nas redes sociais da APG-Fiocruz. Também estão previstas mobilizações nos pontos de ônibus de entrada da Fiocruz.
Além dessa pauta, A Assembleia Discente discutiu a participação dos alunos da Fiocruz no Encontro Latinoamericano de Estudantes de Pós-graduação, que acontece entre os dias 13 e 16 de maio. Na reunião, foi realizado um levantamento dos alunos interessados, e solicitado um ônibus interno da Fundação que fará o transporte até o evento (saída às 13h30).
Outro marco importante da reunião foi a eleição da chapa Saúde é Democracia: ampliando a participação discente na Fiocruz e afirmando a diversidade para a gestão 2019/2020 da APG-Fiocruz.
A próxima Assembléia ficou marcada para o dia 24 de maio, às 13h30 (em local a definir).
CD-Fiocruz manifesta preocupação com cortes que afetam a educação pública
Confira a nota publicada, também no dia 10/5, pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz (CD-Fiocruz) a respeito da conjuntura do campo da educação no país:
Conselho Deliberativo da Fiocruz reafirma a importância das universidades públicas e da formação de pós-graduação para o desenvolvimento do país
"O Conselho Deliberativo da Fiocruz vem a público manifestar a preocupação da instituição frente ao contingenciamento dos recursos orçamentários destinados às universidades e aos institutos federais vinculados ao Ministério da Educação e à suspensão da concessão de bolsas de pós-graduação financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
Em todo o mundo as universidades públicas desempenham papel central na geração de conhecimento, na inovação e na formação de profissionais. É o que ocorre no Brasil desde a década de 1920, quando foram criadas as primeiras instituições universitárias do país.
Em parceria com as universidades públicas, entre elas as federais, a Fiocruz vem desenvolvendo projetos inovadores, como o teste utilizado em todas as bolsas de sangue da hemorrede pública, que evita a transmissão de HIV e hepatites B e C, além de pesquisas sobre câncer, dengue, zika, chikungunya e várias outras doenças. Tal parceria tem ocorrido igualmente no desenvolvimento de estudos em áreas como atenção básica à saúde, determinantes sociais e ambientais, entre outras, todas com impacto relevante para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em colaboração com universidades federais e outras instituições, a Fiocruz participa ainda da principal iniciativa de apoio a atividades de pesquisa e sua disseminação: os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), criados pelo CNPq. Trata-se de fortalecer a atividade científica e contribuir para que seus resultados cheguem à sociedade.
A importância dessas frentes de atuação e iniciativas motivou o presente posicionamento, na expectativa de que se possa reverter esse quadro, garantindo às universidades e aos institutos federais os recursos necessários ao cumprimento de sua missão.
Soma-se a esse cenário a suspensão da concessão de bolsas de pós-graduação, com forte impacto em diferentes programas, inclusive da Fiocruz, que se encontravam em processo de seleção de novos alunos. Com esta medida, coloca-se em risco a atividade de formação de recursos humanos para a ciência, tecnologia e inovação, e afastam-se os jovens das carreiras científicas.
O anúncio de que haverá uma segunda fase de contingenciamento, com o congelamento de 30% das bolsas de programas de pós-graduação com notas 3 e 4 no sistema de avaliação da Capes, coloca em pauta outra importante questão para o futuro do país: o equilíbrio federativo. Caso a medida seja implementada, seu maior impacto ocorrerá em programas localizados, em sua maioria, nos estados do Norte e Nordeste, mais recentes ou ainda em fase de consolidação, aprofundando-se, assim, as desigualdades regionais.
Por essas razões, a reversão do contingenciamento dos recursos orçamentários das universidades e institutos federais e dos cortes das bolsas de pós-graduação constituem medidas essenciais. As universidades públicas e as instituições nacionais de ciência e tecnologia, a exemplo da Fiocruz, ao cumprirem papel central na pesquisa, inovação tecnológica, produção científica e formação de profissionais qualificados nas diversas áreas de conhecimento, são estratégicas para a soberania do país e seu desenvolvimento econômico e social."
A pós-graduação é um período tão estimulante e produtivo quanto desafiador para os estudantes. No dia a dia, é preciso lidar com diversos tipos de pressão: dificuldades para cumprir prazos, objetivos e entregar trabalhos; relações difíceis ou competitivas com os orientadores e pares, assédio; falta de compreensão da família e amigos, entre outras. Estes fatores podem desencadear ansiedade, depressão, provocar isolamento social — enfim, podem desencadear uma série de efeitos na saúde dos pós-graduandos. Para discutir Assistência estudantil e saúde mental na pós-graduação, o Centro de Apoio ao Discente (CAD) e a Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz) promoveram um um debate na última segunda-feira, dia 6 de maio.
Na abertura do evento, a Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Machado enfatizou a preocupação em criar, cada vez mais, estratégias para que a instituição não seja um ambiente potencializador de problemas de saúde mental. "Estamos bastante atentos e mobilizados neste sentido. O contexto da pós-graduação define bastante a vida profissional e pessoal, principalmente de jovens pesquisadores", pontuou. Cristiani destacou a importância de iniciativas de assistência estudantil, não só em quesitos práticos como infraestrutura, mas também a níveis de acolhimento psicológico e afetivo.
Representando a APG-Fiocruz, Mayara de Mattos chamou a atenção para condições como ansiedade e depressão, muito comuns entre os estudantes. "Uma pesquisa recente sobre o perfil dos discentes da Fiocruz detectou uma grande quantidade de pós-graduandos ansiosos. A relação com o orientador, as demandas de trabalho, situções de assédio: tudo isso colabora para esse cenário".
E como facilitar o caminho dos alunos neste momento? Este foi o ponto destacado pela coordenadora do CAD, Márcia Silveira. Para ela, é fundamental dialogar com os alunos e construir, coletivamente, uma Fiocruz que acolha sempre mais. Ela cumprimentou a coordenadora geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, e a coordenadora adjunta, Eduarda Cesse, que participaram do evento.
Depois da abertura, foi a vez de receber convidados para debater o tema. O primeiro a trazer questões foi o psicólogo e pesquisador Robson Cruz, que concluiu seu pós-doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo Robson, seu interesse pelo assunto da assistência estudantil e saúde mental na pós-graduação teve origem em sua própria vivência.
Entre as situações relacionadas à vida acadêmica, ele destacou as dificuldades com a escrita. “Conforme você avança na vida acadêmica, o sofrimento com a escrita não diminui, na verdade, pode até aumentar. O pesquisador é cobrado para que produza e apresente conteúdo escrito quase diariamente. Quando isso não acontece, ele se autossabota. Pensa: 'Eu não sou bom o suficiente' e coisas do gênero".
Robson lembrou que o sofrimento na vida acadêmica é um fenômeno mundial. "É preocupante observar que o pesquisador não é reconhecido como trabalhador. Se você faz pesquisa no Brasil, isso não é levado tão a sério como deveria... O ambiente acadêmico também é, de certa forma, laboral", disse.
O segundo debatedor foi o doutorando em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diego Nicolás Ferrari. Ele contextualizou o tema, inciando pela exposição de marcos históricos da América Latina na área da educação, como a Reforma de Córdoba. Depois, comentou a atual situação política do Brasil. "O cenário que vivemos contribui negativamente para a saúde mental dos pós-graduandos. Com os cortes orçamentários, a redução de direitos, a precarização do ensino, o esvaziamento das instituições, estamos perdendo muito do que foi conquistado nas lutas estudantis".
Segundo ele, para transformar esta realidade de forma concreta, é preciso encarar o diagnóstico. "Estamos inseridos num contexto em que o nosso trabalho, como pesquisadores, é programado para nos adoecer. Temos que identificar nossas necessidades para podermos agir”, afirmou.
Os alunos e demais participantes enriqueceram o debate, relatando experiências pessoais e dificuldades. Samuel Horita, aluno de doutorado do Insituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), falou sobre casos de assédio moral que sofreu na instituição. "Precisamos nos proteger e enaltecer nosso papel. Penso que nenhum pós-graduando deve deixar que o orientador ou qualquer outra pessoa diminua seu trabalho. Pelo contrário, somos profissionais capazes, por isso merecemos respeito e reconhecimento", comentou.
A pesquisadora Ângela Escher, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), fez um apelo: "Aqui na Fiocruz reunimos os maiores pensadores do país (e muitos do mundo). Mesmo assim, ainda não conseguimos solucionar questões ligadas à saúde mental e às necessidades dos alunos", afirmou. Ela compartilhou a história de seu filho, que foi diagnosticado com TDAH, e precisou de cuidados durante a prova do Enem.
Sobre o Centro de Apoio ao Discente (CAD)
O CAD-Fiocruz acompanha os alunos durante sua estada na instituição, favorecendo a integração e buscando equacionar situações individuais e coletivas que influenciem possam influenciar o bem-estar, o desempenho acadêmico e o desenvolvimento profissional dos estudantes. É um espaço de escuta psicossocial, que oferece atendimento inicial e encaminha as demandas dos discentes, sejam de cunho institucional ou particular.
Se precisar de apoio, escreva para cad@fiocruz.br ou ligue para (21) 3882-9066.
*Estagiária supervisionada.
Após o período para recursos, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) disponibiliza o resultado final da seleção interna do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt Fiocruz-Capes). Foram concedidas 32 bolsas para doutorado sanduíche.
Os bolsistas fazem parte de três redes temáticas de pesquisa: a Rede Integrativa de Ciência e Tecnologia para o Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Reemergentes (Ricei); a Rede Integrativa de Doenças Crônicas de Origem Não Infecciosas (Ricroni) e a Rede Integrativa para Enfrentamento das Desigualdades em Saúde (Rides).
Confira a ata do processo e acesse o resultado final.
O Campus Virtual Fiocruz parabeniza todos os selecionados, deseja uma ótima viagem e bons estudos! Acompanhe todas as novidades ligadas ao PrInt através do novo site.