Estimular ações, projetos e atividades interdisciplinares nas escolas públicas e privadas de todo o país, que contribuam para a educação de qualidade para todos, inclusiva e com mais oportunidades de novas aprendizagens. Esse é um dos objetivos da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fiocruz, que acaba de lançar chamada voltada à participação de doutorandos dos programas de todas as unidades técnico-científicas e escritórios regionais da Fiocruz em atividades pedagógicas. Os interessados podem concorrer a oito vagas em três modalidades: Oficinas pedagógicas Saúde e Meio Ambiente nas escolas; Recursos Educacionais Abertos para a Educação Básica, e Midiateca Saúde e Meio Ambiente na Educação Básica. As inscrições foram prorrogadas até 31 de agosto.
Essa é a segunda vez que a Olimpíada, programa com mais de 20 anos de atuação, seleciona doutorandos. Um dos resultados da primeira chamada, realizada em 2020, foi a publicação do e-book Triathlon da Sustentabilidade, com a participação da doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde (EBS), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), a bióloga Amanda Séllos. A produção também contou com autoria de Cristina Araripe, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora nacional da Obsma, além de Carlos Saldanha Machado, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e integrante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nas áreas das Ciências Ambientais.
As modalidades de participação de doutorandos foram construídas com base na importância da educação e da divulgação científica para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país, na ampliação de seu impacto na sociedade, assim como na necessidade da formação de novos pesquisadores comprometidos com a educação básica.
Confira mais detalhes sobre as modalidades de participação:
Modalidade 1: Oficinas Pedagógicas Saúde e Meio Ambiente nas Escolas
Possibilitar aos doutorandos a participação em oficinas pedagógicas ou outras atividades da Obsma, objetivando formar profissionais da educação básica nos temas de saúde e meio ambiente. O estudante poderá contribuir para a construção de novas práticas pedagógicas, a serem abordadas nas Oficinas Pedagógicas Online, que acontecem até o final do ano.
Modalidade 2: Recursos Educacionais Abertos para a Educação Básica
Estimular a participação no processo de desenvolvimento de materiais de informação, educação e comunicação com foco na promoção da saúde, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino nas áreas de saúde e meio ambiente.
Modalidade 3: Midiateca Saúde e Meio Ambiente na Educação Básica
Incentivar a contribuição dos doutorandos na reformulação e (re)construção da Midiateca Obsma, atuando na criação de um espaço de diálogo, reflexões, troca de experiências e compartilhamentos de conteúdos e de referenciais teóricos em saúde e meio ambiente. Com o objetivo de ampliar e consolidar esse espaço, espera-se que os estudantes selecionados possam desenvolver estratégias de interação que tornem o acesso aos conteúdos mais dinâmico.
Os candidatos e candidatas serão selecionados levando em consideração os seguintes critérios: experiência acadêmica e profissional, especialmente, nas interfaces entre as áreas de conhecimentos e a educação e divulgação científica; justificativa do interesse pelo projeto e disponibilidade de tempo. O resultado será divulgado no dia 30 de agosto de 2021.
De acordo com as orientações estabelecidas pelo Plano de Contingência da Fiocruz para manutenção de um ambiente institucional seguro e saudável no contexto da Covid-19, as atividades acadêmicas acontecerão de forma inteiramente remota.
Acesse a chamada e confira todos os detalhes da seleção.
Acesse a prorrogação da chamada e confira todos os detalhes da seleção.
*matéria publicada em 4 de agosto e atualizada em 23 de agosto com a prorrogação das inscrições
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) anunciou o lançamento de três novos editais, que, somados, representam um investimento de cerca de R$27 milhões. Dois deles – Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão, e Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19 – já estão disponíveis para submissão de projetos. O terceiro edital, Programa de Apoio à Pesquisa Clínica de Afecções Pós Covid-19, será oficialmente lançado nos próximos dias.
Durante a cerimônia de lançamento, o presidente da Faperj, Jerson Lima, destacou que os editais, bastante específicos, têm o objetivo de contribuir e reforçar, com mais recursos, iniciativas que, muitas vezes, já estão em andamento nas diferentes instituições de ensino e pesquisa sediadas no estado. De acordo com ele, para muitas dessas pesquisas, esse investimento permitirá acelerar e obter resultados ainda mais relevantes para a Medicina nesse momento tão particular que estamos vivendo.
O primeiro edital, Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão, no valor de R$ 8,5 milhões, apoiará projetos no campo de pesquisa da medicina de precisão. O seu objetivo é consolidar Centros de Pesquisas em Medicina de Precisão. Para tanto, visa estimular a realização de projetos de pesquisa básica, aplicada e desenvolvimento tecnológico em instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro em consonância com os objetivos do Programa Genomas do Brasil do Ministério da Saúde e o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado do Rio de Janeiro (Secti). Os projetos deverão ser nas áreas de ômica em doenças infecciosas e parasitárias, crônico-degenerativas, doenças raras, treinamento de máquina e inteligência artificial no diagnóstico de doenças, biobancos e farmacogenômica e poderão ter duração de 36 meses.
O segundo edital, Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19, no valor de R$ 9 milhões e 750 mil reais, apoiará projetos de infraestrutura em doenças infecciosas e Covid-19. Serão selecionados projetos multiusuários para realização de pesquisas científicas e tecnológicas no campo das doenças infecciosas e que necessitem de instalações de biossegurança nível 3 para realização de experimentos de Covid-19 a partir de cultura de células e/ou manipulação de animais infectados.
Os investimentos em projetos de pesquisa translacionais, que tenham experimentos de laboratório a serem aplicados à clínica médica em unidades hospitalares e de saúde sobre as afecções pós-Covid é o foco do terceiro edital: Programa de Apoio à Pesquisa Clínica de Afecções Pós Covid-19, que deverá ser lançado pela Faperj dentro de alguns dias. Nesse edital, serão financiados estudos que englobem aspectos clínicos da doença, diagnóstico e tratamento das manifestações, epidemiologia, controle da doença e enfrentamento das afecções pós-covid-19 no Estado do Rio de Janeiro. O total de recursos para o terceiro edital é de R$ 9 milhões, sendo que cada proposta poderá ser de até R$ 2 milhões e 500 mil reais.
As propostas devem ser encaminhadas de forma virtual e o prazo para submissão é dia 12 de agosto, exclusivamente pelo SisFaperj, no endereço eletrônico: https://sisfaperj.faperj.br/sisfaperj/
Confira a íntegra dos editais abaixo:
Edital Faperj Nº 19/2021 – Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19
Edital Faperj Nº 20/2021 – Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão
Os debates sobre popularização e divulgação da ciência ganharam ainda mais espaço diante da pandemia de Covid-19. E é em meio a esse contexto que a Editora Fiocruz atinge uma importante marca de difusão da sua produção editorial. No final de junho, com o lançamento do livro Vacinas, a Editora chegou a 350 e-books publicados na rede SciELO Livros. Desse número, 223 estão disponíveis para download gratuito. Os outros 127 estão em modalidade comercial, mas com preço 40% abaixo do valor do exemplar impresso. Além do SciELO Livros, a Editora disponibiliza os e-books gratuitos também em outra rede: o Arca, repositório institucional da Fiocruz.
Muitos dos livros já esgotados no catálogo físico da Editora Fiocruz estão disponíveis no SciELO Livros, como obras das décadas de 1990 e 2000
Em meio à emergência global causada pela pandemia, dúvidas e questões ligadas à saúde e à ciência estão mais em voga do que nunca. Das pandemias e epidemias do passado à importância do SUS, passando pelas vacinas e pelo papel da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos esses assuntos fazem parte do universo de temas das publicações da Editora. E o melhor: podem ser consultados de forma fácil e acessível.
A aquisição dos e-books pelo SciELO Livros pode ser feita nas lojas Amazon, Google Play e Kobo Books. Já os títulos que estão em acesso livre podem ser baixados em PDF ou em ePUB, formato específico para títulos digitais. Dessa forma, a Editora Fiocruz reforça sua missão de divulgar e ampliar o acesso ao conhecimento científico produzido nas diversas áreas da saúde. Das quase 500 obras de seu catálogo, mais da metade está disponível na plataforma, que maximiza a visibilidade, a acessibilidade, o uso e o impacto desses livros. Os textos em formato digital são legíveis nos leitores de e-books, em tablets, smartphones e nas telas de computador, amplificando o acesso à leitura em diversos espaços.
São livros das mais diferentes temáticas, com base em pesquisas de excelência acadêmica nas áreas de saúde e políticas públicas. Obras escritas por pesquisadores, professores, especialistas e gestores de saúde das mais diversas instituições de ensino, pesquisa e ciência do país e de várias partes do mundo, incluindo volumes em parceria com órgãos como OMS e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Já os lançamentos são, desde 2020, publicados simultaneamente em formatos impresso e digital. Dessa forma, os e-books já ficam disponíveis para aquisição por parte dos leitores ao mesmo tempo em que chegam às livrarias e espaços comerciais físicos. É o caso de Vacinas, o 350º e-book da Editora no SciELO Livros. A obra - que aborda a importância das vacinas ao longo da história - foi lançada em 30 de junho, durante o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 por todo o Brasil.
Diante das transformações sociais causadas pela pandemia e em meio a um contexto de maior distanciamento físico, a iniciativa de diversificar os espaços de publicação dos volumes expande a participação da Editora Fiocruz no formato digital de amplo acesso. “Esse movimento acena para a importância de estar com os livros onde o leitor possa acessá-los. Em tempos de necessário isolamento social, os livros on-line têm sido fundamentais alimento e companhia”, reforça João Canossa, editor executivo da Editora Fiocruz.
Editora Fiocruz e SciELO Livros: parceria antiga, milhões de downloads
Muitos dos livros já esgotados no catálogo físico da Editora Fiocruz estão disponíveis no SciELO Livros. Obras das décadas de 1990 e 2000, mas que ainda são referências para pesquisas e trabalhos acadêmicos na área de saúde pública em diversas partes do mundo.
Se o acervo da Editora na plataforma on-line é extenso, a razão vem da sólida parceria entre ambas: ao lado das editoras da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA) e da Universidade Estadual Paulista (Editora Unesp), a Editora Fiocruz fez parte, em 2011, do consórcio que liderou o desenvolvimento do Projeto SciELO Livros. A iniciativa contou com o apoio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu). A rede on-line começou a operar em 2012 e completará, em março de 2022, dez anos de fundação.
A antiga parceria rende frutos superlativos na participação da Editora na plataforma: dos quase 107 milhões de downloads de e-books na rede, cerca de 49 milhões são dos volumes da Editora Fiocruz. Os números mostram o interesse por pesquisas de excelência na área da saúde pública, lideradas pela instituição que é referência científica nas Américas.
Além da grande quantidade de downloads, o crescimento da Editora Fiocruz dentro do consumo de informação na produção científica brasileira também é destaque. Para isso, vale ressaltar, segundo dados do próprio SciELO Livros, a vasta quantidade de países que consomem os produtos da Editora: além de Brasil e Portugal, Estados Unidos, Moçambique e Angola também costumam aparecer nas primeiras posições. Há também o fato de a Editora ser uma das fontes mais citadas na área de ciências da saúde, atrás somente de instituições como Ministério da Saúde e OMS.
Novos formatos para aquisição de livros
Ao diversificar os modos de comercialização digital, a Editora e a plataforma se adaptam às novas formas de hábitos de leitura e de consumo da produção acadêmico-científica. Nesse contexto, há várias expectativas de uma presença ainda maior dos títulos da Editora Fiocruz no SciELO Livros. Editor científico da Editora, Gilberto Hochman corrobora a importância do acesso aos livros acadêmicos nos mais diferentes formatos. “O futuro do livro é o do conhecimento acessível e apropriável pelo maior número de leitores e progressivamente alinhado com a ciência aberta”, destaca o pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz em artigo de 2020 publicado na página SciELO em Perspectiva.Divulgação: SciELO
Para além da crise global de saúde, a plataforma é uma consolidação do importante espaço ocupado pelas editoras universitárias. “O SciELO Livros não é uma oferta passageira para degustação dos leitores em tempos febris. Não é uma ação eventual em emergências sanitárias. É parte integrante de uma política pública de acesso aberto ao conhecimento que vem se consolidando no Brasil há duas décadas e que
Livros digitais e a política de acesso aberto da Fiocruz
Em tempos de pandemia e de enfrentamento ao maior desafio sanitário das últimas décadas, a busca pelo conhecimento científico de qualidade é mais essencial do que nunca. E no momento em que a ciência precisa combater inúmeras desinformações e descrenças, a difusão das pesquisas em saúde são ainda mais necessárias.
Para isso, a Fiocruz intensifica a sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento. A Editora Fiocruz integra a iniciativa e disponibiliza as suas obras em acesso livre também no Arca, repositório institucional coordenado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Os títulos para acesso no Arca contemplam a mesma formatação em PDF daqueles que já estão no SciELO. O repositório traz ainda alguns complementos: entre eles, o vídeo Editora Fiocruz – 25 anos, produzido em 2018 a partir da parceria entre a Editora, o Icict/Fiocruz e a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. Disponível para download em formato mp4, o vídeo aparece em versões com e sem legenda.
Com o Arca, a Fiocruz e a Editora buscam garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de obras intelectuais produzidas não somente pela instituição, mas também por pesquisadores próprios e parceiros, além das produções de diversas outras instituições de ensino e pesquisa de excelência.
"As ações afirmativas falam de justiça, reparação e memória, mas falam especialmente de futuro. E as ações afirmativas são a cara da Fiocruz no século XXI”, disse, confiante, a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e coordenadora do GT de Saúde Indígena da Abrasco, Ana Lúcia Pontes, durante a primeira edição aberta de 2021 do Encontros Virtuais da Educação. O debate tratou das “Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios” e está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.
Ana Lúcia foi moderadora do debate que reuniu o professor Gersem Baniwa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a pedagoga e representante do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena Rita Potyguara, a docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrante do Projeto "Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento", ligado à Ensp/Fiocruz, Joziléia Kaingang e a professora e pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Luiza Garnelo.
Inclusão, acolhimento da diversidade e busca da redução das desigualdades sociais foram alguns dos atributos citados pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira Machado, para descrever diretrizes que permeiam decisões da Fiocruz nas mais diversas áreas. Já Ana Lúcia, lembrou da trajetória histórica da Fiocruz na luta social no campo da saúde e defendeu a perspectiva de futuro que abrange o tema da discussão: “as ações afirmativas terão papel estratégico numa dimensão não apenas de representação, mas também de um conjunto de questões que estão colocadas ao se falar da presença indígena na academia, na produção do conhecimento e no sistema único de saúde”.
A abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é irreversível
O professor Gersem Baniwa contou sua história desde o nascimento, passando por escolas e a inserção em programa de vanguarda de implementação de ações afirmativas, até a entrada na pós-graduação e questionou: “Qual seria minha chance sem apoio externo? É só pensar na minha trajetória que teremos a resposta”. Segundo ele, são diversas as iniciativas e formas criativas, dinâmicas e interessantes para promover o acesso desses segmentos historicamente desprivilegiados, excluídos e discriminados.
Gersen apontou ainda que a abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é um desafio, mas “que está em andamento e, para mim, é irreversível. Além disso, o uso de línguas indígenas na produção, defesa e validação de conhecimentos acadêmicos já são realidade, assim como as inovações teórico-metodológicas, os processos de coteorizações ou pesquisa colaborativa e de coautorias porque quem quiser pesquisar indígena vai ter que participar o povo, a etnia e outros. Não existe mais a "minha tese sobre eles", advertiu Gersem.
Rita Potyguara, descreveu que o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI) trata desde a educação básica até a educação superior e pós graduação. De acordo com ela, a preocupação com as ações afirmativas vem de longa data, mas, nos últimos anos, tais questões estão perdendo espaço e o campo educacional como um todo sofre com inúmeras ações de retrocesso. Rita apresentou uma carta do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, dirigida à Fiocruz, detalhando que o texto é um apelo à Fundação para auxílio no enfrentamento dessas perdas e regressões para a área. O texto, na íntegra, pode ser lido aqui.
Escola como ferramenta de luta
“A escola não chegou para nos acolher ou construir coletivamente, mas para nos oprimir, impor línguas e modos de escolarização”, lamentou a professora Joziléia Kaingang, ressaltando essa grande violência como um ponto de mudança: “Ao longo da trajetória da escola dentro dos nossos territórios aprendemos a nos apropriar. Tomamos a escola para nós e hoje ela é uma ferramenta de luta. E tão importante quanto isso é termos também uma caminhada dentro das instituições universitárias do nosso país”.
Joziléia falou ainda sobre a Universidade ao qual ela é ligada. Lembrou desafios e outras lutas, mas ressaltou, por exemplo, a aceitação da língua espanhola como uma língua de proficiência para entrada na pós-graduação e, “para além disso, em 2018, a aceitação da língua indígena como uma segunda língua aceita dentro do programa. Essas são conquistas importantes que devem ser destacadas para inspirar diferentes grupos e novas conquistas em outros espaços e iniciativas”.
Encerrando as apresentações, Luiza Garnelo, enfatizou a pluralidade de experiências trazidas para o debate, que reuniu questões da Amazônia, Nordeste e Sul do país, mostrando a diversidade de luta e avanços na escolaridade indígena brasileira com a articulação de ações afirmativas e políticas de inclusão social.
Assista ao debate Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios, realizado em 14 de julho de 2021:
Está no ar uma nova formação online sobre o combate ao coronavírus. Desta vez, voltada aos Agentes Populares. O curso foi elaborado pela Fiocruz Pernambuco em parceria com as organizações e movimentos sociais que constroem as campanhas Mãos Solidárias e Periferia Viva. A formação é online, autoinstrucional, livre para todos os públicos e está com as inscrições abertas. Conheça o curso “Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19” e inscreva-se na plataforma do Campus Virtual Fiocruz!
O agente popular pode ser qualquer pessoa que, de forma voluntária, esteja disposto a ajudar vizinhos e comunidade no cuidado, levantamento de pautas importantes e necessidades, na disseminação de informações relevantes de forma clara, entre outras iniciativas que articule orientações e mudanças a partir de um diálogo aberto e qualificado sobre questões do dia a dia da vizinhança ou determinados grupos de pessoas.
O novo curso, que tem em sua base a solidariedade ativa e a mobilização comunitária, foi desenvolvido como uma ferramenta de apoio à formação de Agentes Populares, a partir das experiências construídas por um conjunto de instituições e movimentos sociais. Ele é respaldado em processos de aprendizagem por descoberta. Para tanto, propõe-se que o aluno conheça e realize as práticas para, então, responder às perguntas reflexivas, cujas relações devem ser descobertas e construídas ao longo da trajetória da formação.
Segundo a responsável pelo curso, Paulette Cavalcanti, que é pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e uma das coordenadoras do Projeto Mãos Solidárias/Periferia Viva, a formação é um dos desdobramentos da campanha e alinha-se à defesa da população, contra a fome e em defesa da saúde para o enfrentamento da pandemia. “Buscamos formar agentes nas comunidades, orientando, qualificando e incentivando o compartilhamento de medidas básicas de cuidado e prevenção à população circunvizinha sobre a Covid-19, como uso de equipamentos de proteção individual, correta lavagem das mãos, recomendações de distanciamento social, além de cuidados básicos a pessoas com sintomas”, descreveu Paulette.
A pandemia de Covid-19 vem expondo e gerando dificuldades que vão muito além da saúde. Desta forma, os participantes do curso são vistos como protagonistas de sua formação, buscando uma postura crítica, reflexiva e propositiva, como se espera dos que atuam na linha de frente das comunidades.
A coordenadora pedagógica da Educação a Distância da Fiocruz Pernambuco, Joselice da Silva Pinto, destacou que a Fiocruz-PE tem como parte de sua missão contribuir para a geração de conhecimentos e inovação tecnológica para a melhoria das condições sanitárias da população, particularmente na região Nordeste brasileira, mas não somente nela.
“A equipe da EAD da Fiocruz-PE sente o orgulho do dever cumprido ao entregar um recurso educacional baseado na perspectiva da formação popular em saúde, que vai contribuir para que as comunidades vulneráveis se mobilizarem para evitar a transmissão do novo coronavírus, mas também lutar pelos seus direitos, entendendo que estas duas dimensões são essenciais para o enfrentamento da pandemia”, disse ela, destacando ainda a modalidade à distância como um diferencial, pois tem potencial de chegar a cidadãos que não teriam acesso a formações presenciais para Agentes Populares.
Conheça o curso Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19 e inscreva-se!
Conheça mais sobre as iniciativas do projeto Mãos Solidárias/Periferias Vivas:
A Capes acaba de homologar o Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental para oferta e certificação em formato associativo entre a Universidade Federal de Rondônia (Unir) e a Fundação Oswaldo Cruz. O Programa já existe há duas décadas e sempre contou com a parceria da Fiocruz no seu corpo docente, bem como na produção científica e formação dos alunos participantes. Com a mudança, a Fiocruz passa também a diplomar os alunos juntamente com a Unir. Para o coordenador da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, a associação trará inúmeros benefícios à pesquisa científica na Amazônia.
Segundo Medeiros, essa conquista fomentará o desenvolvimento da região, pois “novos investimentos poderão ser aplicados por meio da destinação de recursos para a pesquisa e cotas de bolsas ampliando, desta forma, as oportunidades aos estudantes da pós-graduação e estimulando a inserção de novos pesquisadores nas áreas de abrangência do PPGBIOEXP”, celebrou ele.
Atualmente, o corpo docente do Programa é formado por 14 professores, sendo 12 pesquisadores efetivos da Fiocruz Rondônia e outros ligados à Unir e ao Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem).
O processo de alteração da oferta teve início ainda em 2019 – em comum acordo entre as duas instituições (Fiocruz Rondônia e Unir), contando ainda com potente interlocução da Coordenação-Geral de Educação, ligada à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/Vpeic) – e representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido na área da pesquisa em saúde e formação de recursos humanos, há mais de duas décadas, no estado de Rondônia, por essas instituições.
A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, destacou que a Fundação tem décadas de tradição no estabelecimento de parcerias com outras instituições de pesquisa e ensino em diversas regiões do país e com a Unir não foi diferente. “Já tínhamos há algum tempo essa relação, mas como coparticipantes do PPGBIOEXP. No entanto, nosso reconhecimento como instituição tituladora é muito valioso, pois fortalece a presença nacional da Fundação, além de aumentar nossa contribuição na região Norte, que ainda apresenta tanta rarefação do ponto de vista de ofertas educacionais”, detalhou ela, otimista com a nova conquista.
Com a mesma alegria, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, enfatizou a associação como um importante reconhecimento da relevante contribuição da Fiocruz Rondônia na formação de pesquisadores na região Norte, salientando ainda o compromisso da atuação da Fiocruz em parceria com universidades públicas para a redução das desigualdades na educação no país.
+Leia mais: Pós-graduação em Biologia Experimental, da Unir, passa para o formato associativo com a Fiocruz Rondônia
* com informações de José Gadelha, Fiocruz Rondônia
Recentemente, o Brasil atingiu a triste marca de 500 mil mortes causadas pelo novo coronavírus. Segundo dados do painel da Fiocruz MonitoraCovid-19, o país caminha para 19 milhões de casos contabilizados, o que indica ainda grande necessidade de cuidados, distanciamento social e imunização. Por outro lado, quase 73 milhões de pessoas já foram vacinadas com a primeira dose de imunizantes e o Ministério da Saúde aponta desaceleração no número de mortes entre pessoas com mais de 50 anos. O Campus Virtual Fiocruz lembra que oferece diversas formações, online e gratuitas, sobre a Covid-19 e ressalta a importância da qualificação de profissionais de saúde para o enfrentamento à pandemia. Confira e inscreva-se!
Acesse aqui os cursos do CVF sobre Covid-19 e conheça cada formação lançada durante a pandemia causada pelo novo coronavírus:
Vacinação: protocolos e procedimentos técnicos
O curso Vacinação: protocolos e procedimentos técnicos é composto de 19 aulas, distribuídas em 5 módulos, com 50h de carga horária. Além das aulas, o aluno tem acesso à bibliografia utilizada no curso, materiais complementares e a um conjunto de perguntas e respostas frequentes (FAQ). Seu objetivo é contextualizar a importância das vacinas; apresentar a cadeia de desenvolvimento, produção e distribuição e seus conceitos básicos; as necessidades específicas de cadeia de frio para transporte, armazenamento e conservação; as especificidades da organização e dos procedimentos da sala de vacinação para Covid-19; e ainda orientar a implantação de uma sala de vacina para Covid-19 no contexto dos povos indígenas, população privada de liberdade, residentes em Instituições de Longa Permanência e população de rua.
Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio
Com a formação, a ideia é que os participantes sejam capazes de compreender e realizar as medidas sanitárias preconizadas para a prevenção e controle da infecção por Covid-19 no contato com pessoas idosas que necessitam de apoio ou auxílio para a realização de suas atividades cotidianas. Também é objetivo do curso que os alunos conheçam os serviços de saúde no território que prestam atendimento em casos de suspeita e/ou confirmação de infecção por Covid-19. Além do conteúdo programático, os alunos terão acesso à bibliografia utilizada no curso, a materiais complementares e a um conjunto de Perguntas e Respostas sobre o tema (FAQ).
O curso Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19 é voltado a cuidadores, familiares e profissionais que atuam com a saúde da pessoa idosa e segurança do paciente. Entre os temas abordados nas aulas estão: medidas de prevenção e controle da disseminação de doenças; cuidados em áreas comuns; fragilidade e violência; vacinação para proteção da Covid-19 nas ILPIs; contatos sociais em tempos de isolamento; estratégias de comunicação para garantir o contato da pessoa idosa com a sua família ou comunidade; recomendações para a comunicação de notícias difíceis; e outros.
Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas
O curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas, que já conta com mais de três mil participantes, visa capacitar, técnica e operacionalmente, gestores e equipes multidisciplinares de saúde indígena para a prevenção, vigilância e assistência à Covid-19, respeitando os aspectos socioculturais dessa população.
Enfrentamento da Covid-19 no sistema prisional
Para atualizar profissionais e capacitá-los quanto às ações de prevenção e enfrentamento ao coronavírus entre a população privada de liberdade, o Campus Virtual Fiocruz e a Fiocruz Mato Grosso do Sul lançaram o curso autoinstrucional para o Enfrentamento da Covid-19 no Sistema Prisional. A formação, que tem mais de quatro mil inscritos, é oferecida na modalidade à distância e voltada a gestores, profissionais de saúde, policiais penais, trabalhadores dos estabelecimentos prisionais, membros dos conselhos penitenciários e demais interessados na área.
Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus
Para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, a Fiocruz lançou o curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. Ele é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. Já são 60 mil participantes! A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios, mas pode ser cursado por todos os interessados. Ele é composto de três módulos, que são independentes e podem ser cursados conforme necessidade do aluno, conferindo autonomia ao processo de formação.
Educação remota para docentes e profissionais da educação
"Caminhos e conexões no ensino remoto" é o tema de um novo curso da Fiocruz voltado a docentes e profissionais da área de educação. O objetivo do curso é compartilhar um conjunto de orientações básicas, ferramentas tecnológicas e atividades que subsidiem professores e outros profissionais da área na realização de disciplinas ou ações educacionais na modalidade de educação remota emergencial. A formação, que é autoinstrucional, online e gratuita, está aberta a todos os interessados. Ela é uma iniciativa da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação e está alinhada às ações de apoio aos professores para a continuidade do ensino frente à necessidade de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19.
A utilização do zebrafish como modelo experimental nas mais diferentes áreas de pesquisa de doenças humanas no mundo todo é o tema do evento virtual, que acontecerá nos dias 8, 9, 15 e 16 de julho, das 8h30 às13h, totalmente online. A iniciativa é promovida pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúdeo (INCQS/Fiocruz), a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), junto com o Bioscar, do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) e promoverá debates com representantes do Brasil, Noruega, Alemanha, Nova Zelândia, Taiwan, Portugal, Uruguai, Índia, Países Baixos e Bélgica. O encontro é gratuito e voltado a profissionais e estudantes com interesse em aprimorar a prática de experimentação animal e demais interessados da área da saúde. É necessária a inscrição para participação no evento.
Este encontro internacional pretende apresentar a importância do zebrafish (Danio rerio) como uma relevante plataforma para estudo de eventos moleculares, estratégias terapêuticas e avaliação dos mecanismos fisiológicos de diversas patologias entre outros temas atuais.
"A versatilidade deste modelo animal faz com que ele se destaque nas mais diferentes linhas de pesquisa, será uma oportunidade de apresentar aos pesquisadores e alunos novas possibilidades de sucesso. Além disso, este evento marca a união das instituições de pesquisa e ensino brasileiras além de incentivar e fortalecer a integração entre países e promovendo a possibilidade de internacionalização das instituições", comenta Renata Jurema Medeiros, do Laboratório de Fisiologia do Departamento de Farmacologia e Toxicologia (DFT) do INCQS, que é uma das organizadoras do evento.
Saiba mais sobre o Laboratório Zebrafish do INCQS.
Inscreva-se no evento e receba o link de cada dia de debates.
Até o próximo domingo, 27 de junho, estão abertas as inscrições para a disciplina “Saúde e Ciência em tempos de pandemia”, no âmbito do projeto “Saber Comum - Educação a Distância e Divulgação Científica” – um acordo de cooperação entre instituições de ensino e pesquisa do Rio de Janeiro: UFRJ, Uerj, UFRRJ, UFF, Unirio e Fiocruz. Ao todo, são oferecidas 150 vagas na disciplina, cuja coordenação está a cargo dos professores Roberto Medronho, da UFRJ, Cláudio Tinoco, UFF), Rodolfo Castro, da Unirio, além do pesquisador e coordenador do Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação (CEE/Fiocruz), Carlos Gadelha.
Estudantes da UFRJ, UFRRJ, Uerj, Fiocruz, assim como alunos de outras instituições não participantes da cooperação devem realizar a inscrição por meio de formulário disponível aqui.
As aulas tiveram início em 21 de junho e vão até 17 de setembro, sendo transmitidas pela TV Alerj e disponibilizadas no canal do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ no Youtube. As demais atividades do curso serão coordenadas através da plataforma Moodle da Fundação Cecierj.
Segundo a Coordenadora-Geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, a nova disciplina oferecida no âmbito do Projeto Saber Comum apresenta muitos conteúdos de interesse para os alunos de pós-graduação da Fundação, pois são relacionados à epidemiologia, ao SUS e ao complexo econômico industrial da saúde no cenário da pandemia de Covid-19.
Os créditos referentes à disciplina devem ser posteriormente solicitados aos seus programas de pós-graduação como disciplina externa.
Conheça mais sobre o projeto Saber Comum - Educação a Distância e Divulgação Científica
Conheça a ementa da disciplina: Disciplina Saúde e Ciência em Tempos de Pandemia
A ciência cumpre um papel central para a promoção da saúde e o enfrentamento à pandemia. Embora questionada por alguns governantes, a comunidade universitária manteve-se ativa e atuante, com muitas iniciativas voluntárias de divulgação das ações de pesquisa em andamento com papel-chave no debate público. Ações de solidariedade e práticas coletivas também foram essenciais para amenizar os efeitos da doença, principalmente entre os mais vulneráveis.
Neste cenário, a disciplina pretende discutir: noções de epidemiologia, infectologia, virologia e complicações da Covid-19; sistema de saúde: SUS e sistema suplementar, relação entre público e privado, regulação, história, organização e planejamento do serviço, planos de ação e mitigação etc.; indústria e inovação em saúde: pesquisa de medicamentos, vacinas, transferência tecnológica, relações internacionais, patentes, investimentos estatais; ciência e sociedade: metodologia científica, combate às fake news, divulgação científica história e filosofia da ciência.
Os temas serão abordados de forma interdisciplinar a partir de conhecimentos das ciências biomédicas, saúde coletiva, filosofia e história da ciência. A disciplina está organizada em quatro módulos: Epidemiologia; Sistema de saúde; Complexo econômico-industrial e Inovação em saúde; e Ciência e sociedade.
Debater a interdisciplinaridade de forma coerente com o mundo contemporâneo, a partir de práticas pedagógicas e da responsabilidade docente com ênfase nas políticas públicas de saúde e educação foi o caminho que orientou a realização do Curso Internacional sobre a Interdisciplinaridade das Ciências Sociais e Humanas para a Formação Docente em Saúde. A formação livre foi composta de sete aulas – realizadas em formato de webinários, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 –, que estão disponíveis em acesso aberto no canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no Youtube. Acesse e assista!
O corpo docentes da formação contou com professores e pesquisadores brasileiros da Fiocruz, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Fderal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade do Sul da Bahia e Universidade Federal do Rio Grande do Norte, além de integrantes da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha) e Escola de Saúde Pública de Buenos Aires (Argentina).
Disseminação de temas educacionais e fomento a reflexões sobre a prática pedagógica docente no âmbito da Fiocruz e das Escolas de Saúde
Para a responsável pela iniciativa, Tânia Celeste Mattos Nunes, que é ligada à Vice-presidência de Educação, Comunicação e Informação (Vpeic/Fiocruz), o curso cumpriu o papel de disseminador de temas educacionais e buscou embasar as discussões e reflexões sobre a prática pedagógica docente no âmbito da Fiocruz e das Escolas de Saúde. A formação procurou também contribuir para a consolidação das funções da Escola de Governo da Fundação, trazendo para a discussão temas candentes da área das ciências sociais e humanas e políticas de educação em saúde.
"A diversidade de temas em torno de uma reflexão sobre a educação emancipatória foi a tônica da escolha dos conteúdos, bem como dos professores convidados, o que propiciou importantes debates sobre as políticas públicas de saúde e educação voltadas para a construção de práticas docentes baseadas no pensamento crítico e nos saberes e conhecimentos que são demandados aos processos educativos nas instituições públicas de saúde", descreveu Tânia.
Ela lembrou ainda que e formação internacional foi ofertada no âmbito do “Curso Piloto de Formação Pedagógica de Docentes da Fiocruz: em busca de novos padrões de ensino aprendizagem para as Escolas de Saúde”. A iniciativa foi promovida pela Fiocruz, em parceria com o Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (Nutes/UFRJ), a Universidade Autônoma de Barcelona e o apoio financeiro do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Deges/Sgtes/MS).
O curso teve a participação de alunos/docentes da Fiocruz, das Escolas e Centros Formadores das Redes de Formação em Saúde Pública (RedEscola), da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), das Escolas de Saúde Pública do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf), da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde, da Rede Latino-Americana de Escolas de Saúde Pública, da África e da Europa, além de professores universitários, estudantes de pós-graduação e outros profissionais envolvidos no tema da Educação.
Confira os temas e assista os webinários do Curso Internacional sobre a Interdisciplinaridade das Ciências Sociais e Humanas para a Formação Docente em Saúde
Formação, trabalho e identidade docente – 19/11/2020: A formação docente como prioridade institucional; Apresentação de resultados parciais do projeto de formação de docentes da Fiocruz, com a análise dos grupos focais da pesquisa sobre identidade, trabalho e formação docente; relações entre formação, trabalho e identidade docente na área da saúde e análise comparativa da revisão bibliográfica sobre o tema.
Contribuições das Ciências Sociais e Humanas para a formação e o trabalho docente – 26/11/2020 (14h às 18h): Educação e contradição: elementos metodológicos para uma teoria crítica do fenômeno educativo; Os aportes de Paulo Freire com a pedagogia do oprimido e a pedagogia da esperança; Hegemonia, contra hegemonia e conscientização de educadores/as nas políticas educacionais brasileiras.
O caráter interdisciplinar da Educação: Interseções entre cultura, psicologia e artes – 3/12/2020 (14h às 18h): O caráter interdisciplinar da educação e a potência das interações entre a cultura, a psicologia e as artes; Arte e direitos humanos na educação; Sujeitos e subjetividades nos espaços/tempos contemporâneos; Liberdade, criatividade e imaginação na produção sócio histórica da diversidade cultural.
Formação e trabalho em saúde no Brasil: Perspectiva histórica e interconexões com a Reforma Sanitária Brasileira – 10/12/2020: Formação para o Trabalho em Saúde no Brasil; Aspectos históricos e projetos estruturantes da face pedagógica do SUS; Redes como espaço de organização e diálogo das práticas pedagógicas entre docentes e com os movimentos sociais; Ciclos de transformações sócio econômicas e seus principais impactos no mundo do trabalho e nas atividades educativas; Reforma sanitária brasileira, com ênfase nos aspectos relacionados à educação em saúde.
Decolonialidade e o cotidiano na sala de aula: Etnografia como possibilidade nos debates sobre preconceito, gênero e raça – 17/12/2020: Atitude etnográfica na sala de aula; Decolonizando os processos de ensino; A alteridade nas condições de educadores e educandos; Interpretação dos cenários na pesquisa em educação; Decolonialidade e racismo: a produção de vidas vulnerabilizadas; Gênero e sexualidades ancoradas no feminismo e na Teoria Queer: uma análise da produção dos corpos que interessam.
Educação permanente em saúde: Fundamentos, história, atualizações e perspectivas – 28/1/2021: Aspectos históricos e bases conceituais; Experiência brasileira da educação permanente em saúde como política pública, avanços e dificuldades; A potência da Educação Permanente como ferramenta de transformação das práticas, políticas e gestão dos serviços públicos de saúde; As revisões e perspectivas da política e a proposta de construção de indicadores.
Educação e desigualdades no mundo contemporâneo – 4/2/2021: Desigualdades sociais econômicas e culturais: desafios da Educação; Críticas ao discurso neoliberal e a defesa da Democracia; políticas públicas para o enfrentamento das iniquidades; Resistência e ação coletiva por justiça social e econômica; Educação transformadora, formação política e cidadania crítica. A aula contou ainda com a conferência de Cecília Minayo "A Contribuição da pesquisa para a docência".