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Publicado em 02/10/2020

Alunos da Fiocruz são contemplados em Prêmio Capes de Teses 2020

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)*

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior anunciou nesta quarta-feira, 1º de outubro, o resultado do 15º Prêmio Capes de Tese. Entre os contemplados estão quatro alunos da Fiocruz, que receberam premiação e menção honrosa na edição de 2020: Jaqueline Goes de Jesus, Isabela Tiemy Pereira, Filipe Vieira Santos de Abreu e Kayo Cesar Bianco Fernandes. “Ter alunos da Fiocruz entre os agraciados muito nos orgulha, pois, entre outras questões, a premiação revela a qualidade da nossa oferta educacional”, disse a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fundação, Eduarda Cesse, exaltando a conquista.

O Prêmio reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com critérios de originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.

Premiação valoriza e estimula os alunos, assim como engrandece e dá visibilidade à instituição

O trabalho premiado foi “Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes”, por Jaqueline de Jesus, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental, desenvolvido em associação ampla entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Fiocruz, por intermédio do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia). Cabe ressaltar que Jaqueline é uma das coordenadoras da equipe de pesquisadores que realizou o primeiro sequenciamento do genoma do coronavírus circulante na América Latina – apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil –, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Oxford.

Já os trabalhos que receberam menção honrosa foram: “Caracterização molecular da regulação pós-transcricional durante a diferenciação cardiomiogênica, por Isabela Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia, do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná); “Febre amarela e malária: Investigação de dois surtos zoonóticos no Sudeste brasileiro”, por Filipe Abreu, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ); e Poluentes químicos e biológicos em ambientes aquáticos e seus impactos na estrutura e no resistoma móvel de comunidades microbianas, por Kayo Fernandes, do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).

Para Eduarda, a premiação valoriza e estimula os alunos, assim como engrandece e dá visibilidade à instituição na qual o discente cursou seu doutorado. “Isso nos faz perceber que nossos esforços por uma educação de excelência estão sendo atestados”, confirmou ela. A coordenadora-geral adjunta de Educação lembrou ainda que o aluno Kayo Fernandes conquistou, com o mesmo trabalho, menção honrosa ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2019. “É uma feliz coincidência , posto que o trabalho foi destacado como merecedor da menção por duas diferentes comissões avaliadoras”, explicou Eduarda.

Alunos serão homenageados em 15 de outubro. Prêmio Oswaldo Cruz de Teses da Fiocruz será entregue na mesma ocasião 

A homenagem da Fiocruz aos premiados pela Capes será realizada no dia 15 de outubro, às 10h, e acontecerá juntamente à entrega do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020. A iniciativa, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, contemplou 3 ganhadores neste ano, um em cada área: 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina', 'Saúde Coletiva' e ‘Ciências Humanas e Sociais’. Além disso, mais 4 alunos recebem Menção Honrosa nesta premiação: 2 na área 'Ciências Biológicas Aplicadas, Biomedicina e Medicina' e 2 na área 'Ciências Humanas e Sociais'.

O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses foi instituído como parte das comemorações do Ano Oswaldo Cruz, tendo em 2017 sua primeira edição. Ele visa distinguir trabalhos de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação e está dividida em quatro áreas: Medicina; Saúde Coletiva; Ciências Sociais e Humanas; e Ciências Biológicas Aplicadas a Saúde e Biomedicina.

Confira os trabalhos agraciados no 15º Prêmio Capes de Tese – 2020

Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes

Aluna: Jaqueline Goes de Jesus – orientador: Luiz Carlos Alcântara Junior, trabalho desenvolvido na Ufba e Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia)

A pesquisa parte do pressuposto de que as altas taxas de incidência do vírus Zika (ZIKV), que está associado à síndrome de Guillain-Barré, preocupa os setores de saúde pública. Em adição ao cenário causado pela emergência do CHIKV e ZIKV, o Brasil experimentou um surto excepcional, causado pelo vírus da febre amarela (YFV) entre o final de 2016 e meados de 2017. No contexto nacional, sabe-se que há co-circulação desses arbovírus, que são transmitidos principalmente, pelas mesmas espécies de mosquitos, em áreas urbanizadas,  amplamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais. Nas Américas, incluindo assim o Brasil, onde a epidemia causada pelo ZIKV é concorrente às causadas por CHIKV, a rápida identificação do vírus e o conhecimento do genoma tornaram-se cruciais para o monitoramento da diversidade viral.

Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi compreender a origem, os eventos de introdução e dispersão viral, bem como a identificação de cepas ou genótipos com maior potencial epidêmico relacionados aos arbovírus emergentes e re-emergentes. O trabalho de pesquisa de Jaqueline foi desenvolvido nos laboratórios do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia). Seus resultados dão suporte às autoridades em saúde pública nas medidas de prevenção em áreas com alto risco da introdução ou incidência prevista de arbovírus emergentes e re-emergentes, corroborando com a necessidade do estabelecimento de uma rede conjunta de laboratórios e pesquisadores para o manejo correto e fornecimento de rápidas respostas ao surgimento de epidemias.

Caracterização molecular da regulação pós-transcricional durante a diferenciação cardiomiogênica

Aluna: Isabela Tiemy Pereira – orientador: Bruno Dallagiovanna Muñiz, trabalho desenvolvido no Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná)

O trabalho avaliou as especificações do destino das células cardíacas, que ocorrem por meio de etapas progressivas e reuniu dados que forneceram uma ferramenta poderosa para investigar genes potencialmente controlados por mecanismos pós-transcricionais durante a diferenciação cardíaca de hESC. Além disso, ele pode prospectar ferramentas fundamentais para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e de pesquisa.

Febre amarela e malária: Investigação de dois surtos zoonóticos no Sudeste brasileiro

Aluno: Filipe Vieira Santos de Abreu – orientador: Ricardo Lourenço de Oliveira, trabalho desenvolvido no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)

O trabalho apontou que tem-se observado expansão territorial da febre amarela silvestre da área endêmica (Amazônia e parte do Centro-oeste) para o sul e leste no Brasil. Paralelamente, a região serrana do Rio de Janeiro, onde a malária foi erradicada há décadas, registrava casos humanos autóctones de terçã benigna onde o caso índice não era identificado, sendo a hipótese de origem simiana do parasito aventada por pesquisadores. Entre 2015-2017, o RJ registrou surto de malária e a reemergência do vírus amarílico (YFV), este último se alastrando na Mata Atlântica, considerada indene por quase 80 anos. Com isso, registrou-se o maior surto silvestre do YFV no país.

Estas situações sanitárias estimularam a realização do estudo, no qual buscou-se esclarecer aspectos da transmissão desses agravos a partir de amostragens em primatas não-humanos (PNHs) e mosquitos. O trabalho aponta que, em conjunto, os resultados alargam o conhecimento acerca da epidemiologia destas duas zoonoses na Mata Atlântica, confirmam o papel central dos bugios na epidemiologia destes dois agravos e contribuem com informações originais úteis na otimização de processos para vigilância e controle.

Poluentes químicos e biológicos em ambientes aquáticos e seus impactos na estrutura e no resistoma móvel de comunidades microbianas

Aluno: Kayo Cesar Bianco Fernandes – Orientadora: Maysa Beatriz Mandetta Clementino, trabalho desenvolvido no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz)

O trabalho partiu do principio que o ecossistema aquático é um dos mais ameaçados pela poluição e, consequentemente, sua qualidade vem sendo mais afetada do que os ecossistemas terrestres. No texto, Kayo aponta que apesar de ser geralmente reconhecida a importância da manutenção da qualidade da água, na prática, ocorrem inúmeras descargas de efluentes potencialmente poluidores. Além disso, antimicrobianos em sistemas aquáticos são frequentemente degradados rapidamente por meio de vias fotolíticas e outros. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as possíveis alterações na diversidade microbiana, na composição do resistoma microbiano móvel e nos mecanismos de co-seleção, frente à presença de metais traço e antimicrobianos em recursos hídricos destinados ao tratamento e abastecimento público no Rio de Janeiro.

Foram coletadas amostras de água de duas bacias destinadas ao abastecimento (Guandu e São João) e de água potável. Os resultados revelaram altos níveis de poluição nas águas destinadas ao abastecimento público no Rio de Janeiro, o que compromete sua qualidade. Embora o tratamento das águas tenha sido considerado satisfatório, microrganismos multidroga resistentes e genes de resistência aos antimicrobianos e metais foram encontrados na água potável. O trabalho aponta que os dados encontrados poderão contribuir para incentivar discussões a respeito do aprimoramento de políticas ambientais mais eficazes, em relação ao saneamento básico e o monitoramento da qualidade dessas águas.

Assista ao programa do Canal Saúde 'Bate Papo na Saúde' sobre o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2020

O programa foi publicado em 28 de setembro e na edição foram entrevistados Eduarda Cesse e o ganhador do Prêmio na categoria Saúde Coletiva, Rodolfo Paolucci Pimenta.
 

* com informações do semanário online da Ufba Edgardigital

Publicado em 22/09/2020

PrInt Fiocruz: Seminário internacional debaterá a resposta de sistemas públicos universais de saúde à Covid-19

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Como alguns países que possuem um sistema universal público de saúde estão lidando com a emergência sanitária causada pela Covid-19? Para ouvir as experiências do Canadá, Reino Unido e Brasil, o Programa Institucional de Internacionalização da Fundação (PrInt Fiocruz-Capes) vai realizar mais uma rodada de debates no âmbito do Seminário Internacional do PrInt Fiocruz-Capes. O encontro está marcado para a próxima terça-feira, 29 de setembro, às 10h (horário de Brasília). As palestras, transmitidas online pelo canal da Fiocruz no youtube, contam com tradução simultânea para o inglês e para o português, ampliando o acesso à discussão. Acompanhe!

A coordenadora-geral de Educação e responsável pelo PrInt Fiocruz-Capes, Cristina Guilam, comentou que a ideia deste segundo debate é saber um pouco mais sobre como a existência dos sistemas universais públicos contribuiu ou vem contribuindo para a gestão do enfrentamento à pandemia em seus países. “O encontro vai traçar uma comparação entre Canadá, Reino Unido e Brasil para conhecer suas capacidades de operacionalizar questões tanto de atenção à saúde, como de vigilância de maneira unificada”, disse ela.  

Para compor o debate "Como sistemas universais de saúde estão respondendo à pandemia? Os casos do Canadá, Reino Unido e Brasil”, foram convidados: Clare Wenham, da London School of Economics and Political Science (LSE), representante do Reino Unido, país cujo National Health Service (NHS) foi inspirador para a criação do SUS; Katherine Rouleau, da Universidade de Toronto (UofT), representante do Canadá, país que também possui um sistema de saúde universal e apresentou bons dados no controle da Covid-19; e Claudia Travassos, pesquisadora titular aposentada do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), editora Emérita da revista Cadernos de Saúde Pública e coordenadora do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente, para abordar a questão da perspectiva do sistema de saúde brasileiro.

Em 2020, o Seminário Internacional do PrInt foi dividido em três momentos. O primeiro aconteceu em 21 de agosto e debateu os desafios para a educação e pesquisa em curto, médio e longo prazo (Abaixo, assista ao encontro na íntegra). Este segundo abordará a temática dos sistemas universais de saúde e o terceiro, que ocorrerá em outubro, colocará em pauta as experiências que docentes e discentes tiveram no exterior no contexto da pandemia de covid-19.  

O PrInt Fiocruz-Capes

O Programa de Internacionalização da Fiocruz é financiado pela Capes e tem por objetivo fomentar a internacionalização das instituições vencedoras do edital a partir da concessão de bolsas de mobilidade internacional. Além de oferecer recursos para a execução de missões e outras atividades que contribuam para que os programas de pós-graduação fortaleçam seus laços com parceiros estratégicos, promovam a formação de redes e a construção de trabalhos conjuntos com outros países, aumentando a visibilidade das pesquisas científicas brasileiras.

O PrInt Fiocruz-Capes está organizado em três Redes Temáticas: Ricei, Ricroni e Rides, cada uma com três projetos coordenados por docentes de diferentes unidades. Conheça mais do projeto Print Fiocruz-Capes.

+Leia também: Seminário do PrInt: Fiocruz expande sua rede de educação e lança hub em plataforma internacional de e-learning

Publicado em 13/09/2020

Acompanhe, ao vivo, a Semana da Pós-graduação do IOC/Fiocruz

Autor(a): 
Comunicação IOC/Fiocruz

Começa nesta segunda-feira, 14/9, a Semana da Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz – edição 2020. As atividades acontecem até o dia 18/9, sexta-feira, e podem ser acompanhadas ao vivo pelo canal do IOC no youtube. A iniciativa tem como objetivo central fomentar as discussões em torno de temas que tangenciam a situação acadêmica e política do estudante de pós-graduação.

A programação inclui palestras, atividades do 12º Fórum de Alunos de Pós-graduação do IOC e da Jornada Jovens Talentos, além do Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto. Confira toda a programação no Campus Virtual Fiocruz.

Acompanhe, ao vivo, a transmissão da programação desta semana,  transmitidas, exclusivamente, pelo canal do IOC no Youtube.

Publicado em 24/09/2020

Inscrições prorrogadas! Novo projeto vai oferecer disciplinas articuladas entre instituições de ensino*

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

* matéria publicada em 11/9 e atualizada em 24/9

Comum, segundo o dicionário, é qualidade do que pertence a dois ou mais elementos, do que é feito em comunidade. Comum é também a essência do novo projeto nascido da cooperação entre instituições de ensino superior públicas do Rio de Janeiro para a promoção do conhecimento e divulgação científica. A Fiocruz integra essa iniciativa, intitulada Saber Comum, cujo objetivo é disponibilizar, com largo alcance e maior acessibilidade, um leque de disciplinas remotas e interdisciplinares de formação geral sobre temas que adquiriram grande relevância durante a pandemia e que continuarão pautando os debates públicos após o seu término. O projeto é voltado para estudantes de todas as áreas do conhecimento e valerá crédito nos programas de pós-graduação. As inscrições foram prorrogadas até 2 de outubro. Conheça as disciplinas e participe. 

Alunos da Fiocruz devem se inscrever como 'aluno externo da UFRJ', solicitando formulário disponível aqui

Democracia, desigualdades e direitos” e “Saúde e ciência em tempos de pandemia” são as duas disciplinas que inauguram o projeto. Em seu escopo, a iniciativa tem uma dupla missão. De forma mais ampla, ser uma plataforma de divulgação científica e cultural para a população fluminense em geral, pois terá seu conteúdo transmitido em TV aberta (TV Alerj: canais 12 (NET) 235 (VERTV) 19.2 (UHF Digital) e pelo canal do youtube da AlerjTV. De forma mais estrita, visa oferecer educação formal com a realização de cursos massivos, valendo créditos como disciplinas eletivas.

Cada uma das disciplinas prevê a oferta de mil vagas em 2020 e uma carga horária total de 45h, sendo 15h de videoaulas e 30h de atividades na plataforma. A previsão é que as aulas tenham início ainda em setembro. Elas serão transmitidas em dois veículos: Vídeoaulas na TV Alerj – parte expositiva do curso formal; divulgação científica para o público leigo; síncrono na TV, mas também disponível online – e Ambiente Virtual de Aprendizagem – com materiais complementares; atividades e avaliação; atividades majoritariamente assíncronas, mas também com eventuais encontros síncronos.

Participam desse acordo, a Fiocruz, a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que coordena a iniciativa.

A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, falou sobre a satisfação de participar da iniciativa e enfatizou a articulação institucional neste momento delicado que estamos vivendo. “Temos a capacidade de superar, nos reinventar e inovar, buscando sempre expandir o acesso e o conhecimento científico e em saúde a temas estratégicos para toda a sociedade”, disse ela. O Projeto Saber Comum foi pauta de debate, em 2 de setembro, no Encontros Virtuais de Educação. Na ocasião, a professora da UFRJ e coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade, Tatiana Roque, apresentou a nova iniciativa à comunidade Fiocruz.

Democracia, desigualdades e direitos

Incorporando uma perspectiva interdisciplinar entre economia, história, sociologia, antropologia, ciência política e direito, e assumindo as dimensões nacionais e internacionais, a disciplina pretende discutir: conceitos, funcionamentos e desafios da democracia e suas instituições (autoritarismo, sistemas políticos, eleitorais e partidários, políticas públicas, mídia); as desigualdades crescentes em várias partes do globo, em suas múltiplas dimensões - de classe, mas também as desigualdades de gênero e raça -, bem como sua interface com o mercado de trabalho, os percursos educacionais e a organização do Estado; e os direitos, sua constituição histórica e o papel dos movimentos sociais.

Coordenadores: Alexandre Fortes (UFRRJ), Célia Kerstenetzky (UFRJ), Fábio Waltenberg (UFF), Felipe Borba (Unirio) e Luiz Augusto Campos (Uerj)

Saúde e ciência em tempos de pandemia

Com interdisciplinaridade entre os campos das biomédicas, saúde coletiva, filosofia e história da ciência, a disciplina prevê os seguintes módulos: noções de epidemiologia, infectologia, virologia e complicações da Covid-19; sistema de saúde: SUS e sistema suplementar, relação entre público e privado, regulação, história, organização e planejamento do serviço, planos de ação e mitigação etc.; indústria e inovação em saúde: pesquisa de medicamentos, vacinas, transferência tecnológica, relações internacionais, patentes, investimentos estatais; ciência e sociedade: metodologia científica, combate às fake news, divulgação científica história e filosofia da ciência.

Coordenadores: Carlos Gadelha (Fiocruz), Cláudio Tinoco (UFF), Roberto Medronho (UFRJ) e Rodolfo Castro (Unirio)

Encontros Virtuais de Educação debateu a oferta de disciplinas em parceria com universidades públicas 

O oitavo debate realizado no âmbito do Encontros Virtuais de Educação recebeu a professora da UFRJ e coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade, Tatiana Roque, para falar sobre o novo projeto Saber Comum e apresentá-lo à comunidade Fiocruz. O encontro foi realizado em 2/9 e contou também com a apresentação dos representantes das disciplinas ofertadas pelo projeto Alexandre Fortes (UFRRJ) e Felipe Duvaresch Kamia (Fiocruz). 

Em sua apresentação, Tatiana lembrou que a base do Saber Comum vem de uma experiência prévia da UFRJ com o Colégio Brasileiro de Altos Estudos e o Núcleo de Rádio e TV, que já oferecem disciplinas transversais eletivas aos alunos de todos os cursos de pós-graduação da Universidade. “Com a pandemia, ficou muito nítido que alguns saberes específicos não podem mais ficar restritos apenas às pessoas que trabalham ou estudam determinadas áreas”, argumentou. 

Tatiana explicou ainda que as aulas serão transmitidas em TV aberta, mas ficarão disponíveis em redes sociais e poderão ser retransmitidas por outros veículos, como o Canal Saúde da Fiocruz, por exemplo – ação que está em processo de negociação. Ampliando, assim, o alcance da população e as parcerias institucionais. Tatiana comentou que esse é um projeto piloto e que futuramente a ideia é ampliá-lo, envolvendo outras disciplinas, além de programas de graduação. 

Alexandre Fortes, que é pró-reitor de Pesquisa e Pós Graduação da UFRRJ e coordenador da disciplina “Democracia, desigualdades e direitos”, falou sobre a sua criação e destacou que o trabalho com a TV aberta expande as possibilidades, mas, ao mesmo tempo, desafia as instituições a proporem e inovarem na área da educação. Ele frisou que as conexões pré-existentes facilitaram enormemente a superação de questões burocráticas e de regulamentações institucionais para essa oferta conjunta, dando celeridade ao processo.

Felipe, que é docente e integrante do Grupo de Pesquisa sobre Desenvolvimento, Complexo Econômico Industrial e Inovação em Saúde (GIS/Fiocruz) detalhou o desenho da disciplina “Saúde e ciência em tempos de pandemia” e apontou que a produção de inovação efetiva em saúde depende de uma conjunção entre os vários campos do conhecimento, o que reflete também o espírito desse novo projeto. Já o coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, que também é o responsável pela disciplina “Saúde e ciência em tempos de pandemia”, ressaltou que o entendimento das instituições e entre os campos diversos é fantástico, destacando ainda que “é preciso mostrar a nossa produção e defender a ciência e a saúde como um valor, especialmente neste momento tão dramático que estamos vivendo”.

Publicado em 25/08/2020

Docentes apresentam experiências com aulas remotas durante pandemia

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Para debater e compartilhar as experiências sobre aulas remotas em diferentes programas de pós-graduação da Fiocruz, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação realizou mais um Encontros Virtuais. Com cerca de 90 participantes, docentes fizeram seus relatos e apresentaram escolhas, caminhos e dificuldades enfrentadas durante esse processo de adaptação ao isolamento social. Na abertura do encontro, a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, que foi mediadora do debate, ressaltou todo o esforço e investimento prévios dos docentes para a oferta das disciplinas e continuidade das ações educacionais da instituição. Confira o vídeo das apresentações.

As apresentações ficaram a cargo de Simone Kropf, coordenadora da disciplina História e Historiografia das Ciências, do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz); Luciano Kalabric, vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, do Instituto Gonçalo Muniz (IGM/Fiocruz Bahia); Adriana Reis, docente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente Cronicamente Adoecidos, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz); e Enirtes Caetano Melo, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). 

“Fico muito feliz em poder compartilhar experiências, dificuldades e sucessos deste momento tão particular que estamos vivendo. Está acontecendo uma produção da ciência no âmbito da pandemia e é muito interessante pensar nos aspectos de velocidade e adaptação”, disse Cristina Guilam. Todos os coordenadores de programas de pós-graduação e disciplinas falaram sobre os desafios e ressaltaram os processos decisórios compartilhados e pactuados com os alunos. Eles também destacaram a importância do uso de ferramentas digitais, como as plataformas Zoom e Moodle, por exemplo, para a disponibilização de conteúdos, acompanhamento de atividades, avaliação dos alunos.

Simone Kropf enfatizou a continuidade das ações educacionais mesmo a distância como um ato de resistência coletiva em defesa da ciência e do conhecimento. “Reconhecemos que não é a mesma coisa, mas é possível estabelecer vínculos de solidariedade e construir novos caminhos com qualidade”, disse ela. Já Adriana destacou o papel fundamental das secretarias acadêmicas para o manejo digital, além do esforço e suporte dos docentes mais experientes com os que ainda não estavam adaptados ao ensino remoto emergencial. 

Esse foi o sexto encontro da série. O debate foi realizado em 17 de agosto de 2020. A atividade é uma iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e tem como objetivo promover e divulgar as diversas ferramentas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fiocruz na área da educação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19. 

Confira a apresentação em vídeo: 

Publicado em 14/08/2020

Campus Virtual Fiocruz lança manual sobre plataforma moodle

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

O Campus Virtual Fiocruz acaba de publicar o manual do curso básico de moodle. O material foi desenvolvido a partir da urgente demanda de docentes e alunos da Fiocruz de desenvolverem ambientes virtuais para aprendizado, trocas e compartilhamentos online frente à suspensão das aulas presenciais e a necessidade de isolamento social. Com a plataforma, estudantes e professores podem criar suas próprias experiências de educação. Em breve, o CVF lançará o curso básico sobre a ferramenta. Acesse o material, que foi desenvolvido pela equipe de especialistas do Campus, e assista também ao vídeo do quinto Encontros Virtuais de Educação, que abordou a mesma temática.  

A plataforma Moodle é um ambiente virtual desenvolvido em software livre para apoio ao ensino e aprendizagem. O manual foi elaborado para ser um recurso para consulta rápida, pois traz as principais orientações para a criação de cursos, disciplinas e comunidades virtuais na Plataforma EAD do Campus Virtual Fiocruz, baseada no Sistema de Gestão de Aprendizagem Moodle. O novo material está em acesso livre e ficará disponível na Plataforma Educare e no Guia de Recursos Educacionais Abertos: Conceitos e Práticas, lançado pelo CVF e atualizado periodicamente.

A analista de sistemas e especialista em design educacional, Ana Paula Mendonça, responsável pela iniciativa, lembrou que há alguns poucos meses não se poderia imaginar viver tal situação e ter que desenvolver as atividades acadêmicas exclusivamente online. “Com o fechamento das instituições de ensino, tornou-se urgente o uso desses sistemas para dar continuidade aos cursos e disciplinas. Diante deste novo cenário, a equipe do Campus vem apoiando e orientando os docentes da Fiocruz para a utilização dos recursos da Plataforma Moodle na transposição de conteúdos para o ambiente virtual de aprendizagem e a criação de atividades de aprendizagem síncronas e assíncronas”, explicou ela. Além de Ana Paula, Eduardo Xavier e Orlando Terra, integrantes da equipe técnica do CVF, também participara do desenvolvimento do manual. 

Ela ressaltou também que o Campus Virtual Fiocruz disponibiliza um canal de suporte aos docentes, pelo email suporte.campus@fiocruz.br. Além disso, em breve, lançará um curso online sobre Moodle. Fique atento e acompanhe as nossas notícias!

Acesse aqui o manual. 

Encontro promove treinamento sobre ambiente virtual de ensino e aprendizagem

Nessa mesma linha, a equipe do CVF foi a responsável por um treinamento, em 3/8, também sobre o Moodle, oferecido no âmbito do Encontros Virtuais de Educação. A série de debates online é promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e tem foco nas ações educacionais e capacidades institucionais.

Antes da pandemia, a equipe realizava oficinas presenciais com os diversos docentes e representantes dos cursos e programas de pós-graduação da Fiocruz no sentido de auxiliar o planejamento didático, o desenvolvimento de recursos educacionais, bem como a utilização da plataforma moodle. “Este é um momento de adaptação, estamos criando de forma urgente alternativas para atender necessidades na área, que aumentaram de maneira exponencial com o isolamento social causado pela Covid-19. Para além disso, a nossa equipe segue dando suporte  a demandas pontuais que surgem”, comentou a coordenadora do CVF, Ana Furniel.

A apresentação da plataforma moodle ficou a cargo do especialista em tecnologias educacionais do Campus, Eduardo Xavier, que, detalhadamente, mostrou a experiência do professor na utilização do software, desde o momento em que ele cria um Ambiente Virtual de Aprendizagem até o uso dos inúmeros recursos e possibilidades de edição.

O moodle permite a criação de diversas atividades, como chat, fórum, enquete, envio de tarefas, questionários, glossário, compartilhamento de documentos, vídeos, imagens, podcasts, assim como o acompanhamento e verificação de atividades desenvolvidas pelos alunos. Segundo Eduardo, a ideia da oficina foi apresentar as funcionalidades básicas da ferramenta para que professores e alunos possam construir coletivamente suas experiências virtuais de educação, mesmo em um curso presencial.

Até agora, a série de debates online realizou cinco encontros. Sua realização nasceu da necessidade premente de divulgar e promover as diversas iniciativas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fundação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19.

Assista ao vídeo do encontro:

 

Imagem: Freepik

Publicado em 31/07/2020

Encontros Virtuais da Educação: editores da Fiocruz conversam com alunos, professores e pesquisadores sobre produção e publicação científica

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz

No dia 27 de julho, às 10h, aconteceu o quarto evento da série Encontros Virtuais da Educação, com o tema Editoria científica e saúde. Na abertura, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, lembrou que a atividade surgiu na Câmara Técnica de Educação, a fim de aproximar a comunidade acadêmica das iniciativas estratégicas da área.

Após falar brevemente sobre os três encontros realizados, Cristiani destacou o tema do dia. “No que concerne à editoria científica, temos orgulho de ter na Fiocruz uma área muito rica e diversificada. A Editora Fiocruz é uma das mais reconhecidas na publicação de livros no campo da saúde, na América Latina. Além disso, temos sete periódicos científicos, a maioria de caráter interdisciplinar, que abrangem várias áreas do conhecimento e desenvolvem um trabalho regular e seríssimo”, comentou, detalhando em seguida um pouco mais sobre o perfil de cada revista. Depois, falou sobre os 5 anos do Portal de Periódicos Fiocruz, que reúne as publicações, e de seu papel na divulgação do conhecimento científico de forma ampla para toda a sociedade.

Antes de passar a palavra aos palestrantes, a vice-presidente chamou a atenção para a relevância das atividades de editoria científica na formação de professores e pesquisadores. “Esta é uma das facetas do ofício de um bom pesquisador. Certamente todos seremos autores de trabalhos científicos, e daí a importância de conhecer as especificidades que envolvem este fazer tão cuidadoso, quase artesanal”, afirmou.

Editores da Fiocruz compartilham experiências e trazem contribuições diversas

A primeira apresentação foi da pesquisadora Luciana Dias de Lima, uma das editoras-chefe dos Cadernos de Saúde Pública. Ela compartilhou orientações gerais e boas práticas sobre publicações científicas, explicando como o artigo se diferencia de outras formas de publicação, alguns cuidados ao elaborar e submeter o trabalho, além de critérios na escolha da revista. Luciana destacou o fato de que a Ciência é um empreendimento coletivo. “O artigo é um exercício de diálogo com o conhecimento existente, com a sua produção e a avaliação pela comunidade”, afirmou. Além disso, comentou que os artigos têm um grande potencial de divulgação junto a um público mais amplo, e da valorização do acesso aberto para que este objetivo seja alcançado. Ela finalizou a apresentação comentando sobre todo o processo de submissão e aceitação de um artigo pelos editores.

Dialogando com estas etapas, Angélica Ferreira, editora da revista Trabalho, Educação e Saúde, fez um recorte do processo de avaliação, centrando sua apresentação nos fatores que determinam a recusa de um artigo. Ela elencou os principais motivos: textos que não se enquadram na linha editorial e nas seções da revista; que sejam pouco originais por já terem sido bastante explorados na literatura, pelo periódico ou ainda que não acrescentem novos conhecimentos sobre o objeto; além de artigos que apresentem a própria premissa como conclusão ou que tenham problemas metodológicos.

Angélica falou que os autores devem lidar com a dimensão pedagógica dos pareceres, o que inclui a recusa do artigo. “É necessário sair da defensiva ao receber um parecer negativo”. Segundo ela, é importante compreender a leitura que o parecerista fez do texto e estudar as recomendações. “Este é o ciclo básico de quem participa de comunidades científicas. É uma postura de reconstrução e aprendizado”, disse. E destacou outra dimensão: a de construção de parcerias ao longo do processo de elaboração do artigo, buscando pessoas para construir o conhecimento. “Um parecer negativo, muitas vezes te indica caminhos para a sua formação, seu aprendizado, para trabalhos futuros”, ensina.

Já o futuro das próprias revistas científicas foi o tema do editor das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o periódico mais antigo publicado pela instituição. Adeilton Brandão projetou tendências. Para ele, o desenvolvimento de tecnologias da informação, facilitará a disseminação de artigos em preprint e o acesso a dados abertos, possibilitando que os próprios cientistas tenham um ponto focal na rede, assumindo funções típicas de um editor. Então, qual seria o papel das revistas neste novo cenário? Segundo Adeilton, caberá mais às revistas atuar como provedoras de serviços editoriais do que “certificadoras” da produção científica. Por sua vez, os pesquisadores resgatariam o controle de sua produção intelectual, como consequência natural da descentralização de processos. Ao final, ele deixou duas provocações: “Artigos científicos devem ser rejeitados ou sempre melhorados e corrigidos?” e “Em vez de publicar ou perecer, por que não publicar ou florescer?”.

Ampliar o acesso aberto ao conhecimento: política institucional estratégica

Uma das premissas para florescer é ampliar o acesso aberto ao conhecimento. Principalmente, no contexto de uma crise sanitária. Esse foi o ponto central do editor executivo João Canossa, em sua apresentação Editora Fiocruz em tempos de pandemia (y otras cositas más). Ele falou sobre estratégias neste sentido, como converter títulos comerciais para acesso aberto. Atualmente, a Editora Fiocruz tem 290 títulos na plataforma SciELO Livros, sendo 209 em acesso aberto, sendo responsável por cerca de 47 milhões de downloads — o que corresponde a aproximadamente 47% dos livros baixados em toda a plataforma.

João apresentou dados mostrando significativo crescimento pelos livros da editora este ano, comportamento atribuído à pandemia, assim como ao trabalho de comunicação e marketing, com investimentos em divulgação nas redes sociais, lançamentos e participação em eventos acadêmicos virtuais, assim como parcerias estratégicas, como as realizadas com a Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu). Ele mencionou também a participação dos autores como fontes da mídia para tratar de temas relacionados à Covid-19. Por fim, falou sobre o processo de submissão pelos autores e as etapas editoriais. E concluiu citando o autor colombiano Álvaro Mutis: “Ler um livro é voltar a nascer...”, disse, refletindo sobre o papel dos editores e autores, no que tange à formação de novas gerações de leitores.

A última apresentação foi da editora de conteúdo e comunicação do Portal de Periódicos Fiocruz, Flávia Lobato. Ela explicou que o espaço foi criado há 5 anos como uma das plataformas estruturantes para a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da instituição. Além disso, comentou sobre a articulação com o Fórum de Editores Científicos. Isso permite que o Portal seja um espaço de integração das revistas, compartilhamento de experiências, reflexão e, em última análise, se projete como uma referência em editoria científica. Neste sentido, Flávia apresentou algumas possibilidades de divulgação, considerando diversos formatos e linguagens (notícias, entrevistas, vídeos e infográficos), relatando casos de sucesso, além de dados sobre o público visitante do Portal e de sua página no Facebook. Sempre com o objetivo de prover acesso e visibilidade à produção científica, destacou. Por fim, lembrou que, além do diálogo com a sociedade, o Portal é também um instrumento que contribui para o ciclo de formação de estudantes, pesquisadores e profissionais.

O encontro terminou com debates com o público, formado por cerca de 70 participantes. Assista ao vídeo das apresentações, que também está disponível no canal do Campus Virtual Fiocruz no YouTube.

Mais encontros

Na próxima segunda-feira, dia 3 de agosto, às 9h30, será realizado o 5º Encontro Virtual da Educação. O tema será Ambientes Virtuais de Aprendizagem, com orientações sobre o uso da plataforma Moodle. E, para rever os eventos anteriores, acesse os links a seguir:

7/7: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais
13/7: Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz
20/7: Encontro debateu comunicação pública como política de ampliação dos espaços de educação

Publicado em 22/07/2020

Encontro debateu comunicação pública como política de ampliação dos espaços de educação

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

“O encontro da comunicação pública feito pela Fiocruz é de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, é o mundo real, pois abarca muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta”, apontou o coordenador e editor-chefe do Programa Radis, Rogério Lannes, durante o terceiro painel dos Encontros Virtuais da Educação, organizado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Além do Radis, a sessão reuniu representantes do Canal Saúde, VideoSaúde Distribuidora e Revista Poli. O vídeo das apresentações está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube.   

A coordenadora geral de Educação, Cristina Guilam, abriu o evento ressaltando a importância dos laços de conexão, em especial neste momento de afastamento social imposto pela pandemia. Os Encontros Virtuais da Educação surgiram devido à necessidade de adaptar ações da área de educação da Fiocruz frente a suspensão das aulas presenciais. O terceiro painel aconteceu em 20 de julho. O próximo encontro já está marcado: será no dia 27 de julho sobre o tema Editoria científica e saúde.   

A TV que chega nas periferias e interiores do Brasil

A coordenadora-geral do Canal Saúde, Márcia Corrêa e Castro, iniciou sua apresentação comentando as inter-relações dos campos da educação e comunicação e defendeu que “não existe processo educativo sem comunicação nem comunicação despida de toda intencionalidade educativa”. Ela lembrou que o Canal Saúde surgiu em 1994 como um projeto de comunicação que pudesse atender algumas demandas da área, como a disseminação de informações sobre promoção da saúde e o conceito ampliado de saúde, que, naquele momento, ainda era uma ideia nova, além da preocupação em fortalecer o controle social e o debate público sobre saúde. Ela detalhou cada um dos programas do Canal, seu público e abrangência e ressaltou o uso dos materiais e programas por docentes e alunos para fins educacionais.

“Hoje, depois de uma longa estrada, nosso maior propósito é conseguir ampliar o debate sobre a saúde pública no Brasil, chegando a pessoas que usualmente não teriam acesso a tal discussão”, disse Márcia. O Canal Saúde vai ao ar para todo o país com recepção por antena parabólica comum. Esse é o principal meio de disseminação da programação considerado por eles. “Somos muito assistidos nas periferias e interiores e é lá mesmo que queremos estar!”, reconheceu ela, explicando ainda que o Canal também pode ser assistido pela internet, na TV aberta (canal TV Brasil) e por meio do seu aplicativo, que já está disponível gratuitamente para androide. Além disso, alguns programas são transmitidos em canais de TV por assinatura.

Democratização da comunicação pública e divulgação audiovisual

O chefe da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, Paulo Castiglione Lara, rememorou o contexto de criação do projeto há 32 anos: “ele nasceu no âmbito da reforma sanitária e da criação do SUS a partir da necessidade de atuação da Fiocruz no campo da divulgação audiovisual, com forte ligação com a educação. Seguimos até hoje trabalhando com a proposta de usar o audiovisual para tratar de temas da ciência e saúde de forma ampliada, buscando sempre a perspectiva dialógica e ações que contribuam para a democratização da comunicação pública”.

Além das produções audiovisuais institucionais e das estratégias de captação de vídeos em parceria com outras instituições e produtores independentes, ele ressaltou ainda a estratégia de distribuição, exibição e circulação dos vídeos entre instituições de ensino, escolas, sindicatos, associações e para o público em geral. Paulo Lara detalhou as iniciativas da VideoSaúde e lembrou da chamada pública Olhares sobre a Covid-19, que está no ar com inscrições abertas até 31 de julho. A chamada visa montar um banco audiovisual público com diferentes histórias e narrativas envolvendo a doença e seus contextos, captando distintas visões e experiências sobre os impactos do novo coronavírus na vida das pessoas, cidades, ambientes de trabalho, cidades, residências, laboratórios, comunidades e instituições.

Polifonia e diversidade na comunicação pública

O coordenador e editor-chefe do Programa Radis (Reunião, Análise e Difusão de Informações sobre Saúde), Rogério Lannes, falou sobre a relação das iniciativas com a educação e abordou a polifonia e diversidade de tais projetos para a comunicação pública. “O Programa está chegando aos 40 anos de atuação, mantendo o foco no jornalismo crítico e independente em saúde pública. Há décadas trabalhamos pautas políticas relacionadas à saúde. Mas, com a criação da Revista, em 2002, novos atores, além da academia, especialistas, sanitaristas e movimentos sociais organizados, entraram em cena. É uma ideia de ampliação da polifonia, buscando equalizar as diferentes vozes, acabar com a simetria entre os que falam e os que ouvem”, defendeu Lannes.

Ele comentou que, com suas publicações, a Radis não quer apenas preencher vazios de informações. A estratégia de comunicação pública adotada, detalhou Rogério Lannes, visa levar informação aonde ela não chega, trabalhar de maneira diferente a questão da saúde, mas também disputar a produção de sentidos no lugar que mais existe acesso à informação, que é a internet e as redes sociais.

Ele concluiu sua participação apontando que pensar a educação nos tempos de hoje é considerar as desigualdades e buscar a equidade. “A comunicação pública como entendemos e trabalhamos está descrita na política elaborada conjuntamente por toda a Fiocruz. Não é apenas pensada como um instrumento de divulgação ou recursos educacional. O encontro da comunicação pública feito pela Fundação é o encontro da comunicação de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, o mundo real, pois traz muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta. E aproximar a comunicação pública com a educação dialógica é trazer grande contribuição com a escuta”, ponderou Lannes.

Pluralidade de vozes para o fortalecimento da comunicação pública em saúde

Jornalismo público para o fortalecimento da educação profissional em saúde. Assim começou a apresentação de Cátia Guimarães sobre a Revista Poli - saúde, educação e trabalho, da qual é jornalista, editora e também um das idealizadoras da publicação. Ela ressaltou que quando se fala de educação profissional em saúde, considera-se a intercessão entre os três campos que dão nome à revista: trabalho, saúde e educação. Como não poderia ser diferente, Cátia rememorou os primórdios da revista e seus objetivos de divulgação. O periódico foi lançado em setembro de 2008 e, segundo Cátia, nasce como parte de um projeto de comunicação pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade da Fiocruz à qual ela está vinculada, que também mantém um portal eletrônico institucional, outras publicações impressas e redes sociais.

Cátia destacou que a centralidade do trabalho de divulgação realizado por eles é a comunicação pública. “Entendemos que o importante é divulgar o projeto de saúde, sociedade, educação e relações de trabalho que desenvolvemos a partir do conhecimento científico produzido dentro da Escola Politécnica. Divulgamos nossas linhas de ação e concepções, muito mais do que apenas projetos institucionais”, detalhou. Ela mencionou o uso da revista como ferramenta pedagógica em sala de aula por professores e alunos da própria Escola, mas também por outras instituições e cursos, que são verificadas a partir das demandas recebidas.

Ela destacou algumas produções especiais da EPSJV, como o hotsite construído em comemoração aos 10 anos da Escola e algumas publicações extraordinárias: eleições, aniversário da Constituição Brasileira e, mais recentemente, números especiais sobre educação e trabalho relacionados à pandemia. “A comunicação pública não abre mão da objetividade sob nenhuma hipótese. Fazemos jornalismo de verdade, ouvimos todos os lados e damos voz a um conjunto de pessoas. Mas isso não significa que ela não tenha um lugar. É impossível fazer comunicação numa instituição como a Fiocruz e ser indiferente ao caráter público ou não público da educação ou da saúde, por exemplo. A comunicação pública tem lugar de fala”, disse ela.

Assista aos debates: 

Confira as apresentações já realizadas nos Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz

7/7: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais

13/7: Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz

Publicado em 16/07/2020

Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Tecnologias educacionais, recursos abertos, ensino remoto, lives, ferramentais digitais, EAD, compartilhamentos de tela, aulas online, cursos de formação massiva e salas virtuais são termos que vem ganhando cada vez mais espaço na vida de alunos e docentes à medida que a pandemia avança. O que antes era utilizado por opção ou conveniência, agora é uma necessidade. O isolamento social impôs urgência na apropriação de meios e instrumentos digitais. Para discutir medidas possíveis e auxiliar sua comunidade acadêmica nesse processo, a Fiocruz dispõe de inúmeros recursos e vem discutindo suas potencialidades de forma coletiva. A segunda sessão promovida pela iniciativa “Encontros Virtuais da Educação” trouxe para o centro dos debates os recursos disponibilizados pelo Campus Virtual Fiocruz e pela Plataforma Educare. Confira as apresentações.

A série de debates online – formada por quatro painéis – é promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e tem foco nas suas ações educacionais e capacidades. O “Encontros” nasceu da necessidade premente de divulgar e promover as diversas ferramentas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fundação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19.

A primeira reunião tratou da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente. As próximas já marcadas serão sobre “Comunicação Pública e Saúde: Canal Saúde, Vídeo Saúde, Revista Poli e Revista Radis”, em 20/7; e “Editora Fiocruz e Portal de Periódicos”, em 27/7. Acompanhe!

Organização, promoção e suporte ao uso de ferramentas tecnológicas digitais

O segundo painel do “Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz”, realizado em 13/7, foi apresentado pela equipe do Campus Virtual Fiocruz, que expôs, de forma didática, inúmeras ferramentas digitais disponíveis na Fundação para suporte a atividades educacionais. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, lembrou saudosa do ambiente acolhedor de uma sala de aula, mas salientou a necessidade de adaptação frente à pandemia: “Apresentamos aqui recursos já existentes que podem nos auxiliar neste contexto de crise. O que não nos impede de incorporá-los para além do ensino remoto emergencial”.

A coordenadora do CVF, Ana Furniel, comentou que o suporte e treinamento a docentes, pesquisadores e alunos são regularmente desenvolvidos pela equipe técnica do Campus, inclusive com a elaboração de materiais didáticos, mas relatou expressivo aumento de tais solicitações. “Temos feito um grande esforço para atender a demanda diversificada das Unidades no que se refere à utilização e conhecimento das plataformas educacionais disponíveis no CVF. Antes da pandemia já tínhamos começado capacitações para uso e desenvolvimento de recursos no Educare, apoio aos docentes com o ambiente virtual de aprendizagem, o Moodle, bem como com as metodologias e estratégias para produção de cursos online e materiais abertos. Neste momento de suspensão das atividades presenciais, buscamos adaptar materiais e métodos para continuar a apoiar unidades, serviços e escritórios virtualmente”, detalhou ela.

Rosane Mendes e Ana Paula Mendonça, subcoordenadoras de área do CVF, apresentaram os recursos educacionais abertos que podem ser construídos para auxiliar professores e alunos em suas aulas, bem como os processos de produção ou introdução de um curso no Campus Virtual Fiocruz. Clique aqui e acesse a apresentação de Ana Paula sobre a produção de cursos online. Apesar da riqueza de detalhes da apresentação, não foi possível abranger todos os conteúdos nem mesmo sanar integralmente as dúvidas dos quase 200 participantes do encontro. Ainda no mês de julho, será oferecido novo treinamento, dessa vez sobre a plataforma moodle - software livre de apoio à aprendiizagem. Além disso, a equipe continuará a realizar treinamentos e segue disponível para apoio específico a grupos e unidades, sob demanda dos mesmos.  

Confira as apresentações do primeiro “Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz”: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais

Publicado em 14/07/2020

Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Neste mês de julho, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz está realizando debates online sobre suas ações educacionais e potencialidades. A série de encontros nasceu da necessidade premente de divulgar e promover as diversas ferramentas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fundação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19. O primeiro “Encontros Virtuais da Educação” foi sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA). O vídeo do evento está disponível no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube. Assista!

Assim como a maioria das atividades acerca do ensino remoto, o “Encontros Virtuais da Educação” nasceu da necessidade improrrogável de adaptação das ações da área de educação da Fiocruz. “Decidimos fazer as reuniões no mês de julho, uma a cada semana, pois nossa previsão é retornar as atividades regulares acadêmicas de forma remota em agosto. Sem causar, assim, conflitos de grade e agenda dos nossos alunos”, explicou a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fundação, Eduarda Cesse.

Essa iniciativa abarca quatro painéis. Além da OBSMA, realizado em 7/7, também serão discutidos os seguintes temas: Campus Virtual Fiocruz e Plataforma Educare, em 13/7; Comunicação Pública e Saúde: Canal Saúde, Vídeo Saúde, Revista Poli e Revista Radis, em 20/7; e Editora Fiocruz e Portal de Periódicos, em 27/7.

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA)

 A OBSMA é um projeto educacional da Fiocruz, realizado há quase duas décadas, que visa incentivar professores e alunos a abordarem, de forma crítica e criativa, temas transversais à saúde e ao meio ambiente e, assim, provocar discussões e reflexões acerca dos desafios cotidianos nas escolas. Recentemente, a Olimpíada lançou uma chamada inédita voltada ao envolvimento de estudantes de pós-graduação de programas da Fiocruz, na modalidade doutorado, nas atividades pedagógicas da Olimpíada. Vale ressaltar que a chamada está com inscrições abertas até o dia 31 de julho.

A apresentação da OBSMA foi realizada pela coordenadora do projeto, Cristina Araripe, que destacou os desafios e perspectivas da educação básica brasileira, em especial neste momento de suspensão das aulas presenciais e toda a discussão sobre o retorno das atividades educacionais. Ela citou a nota técnica escrita por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) sobre as implicações do retorno das aulas. “Nós, da Olimpíada, conhecemos os desafios enfrentados pela educação básica há muito tempo. Agora, eles ganharam apenas mais dramaticidade e tristeza, pois as desigualdades sociais e econômicas, que vêm de longa data, estão totalmente aparentes e exacerbadas”, lamentou.

Cristina rememorou o início das olimpíadas científicas mundiais e brasileiras e traçou um panorama sobre a divulgação científica dentro da Fiocruz, destacando especialmente a organização e consolidação da área nas últimas décadas. Ela detalhou cada uma das atividades realizadas no âmbito da OBSMA: o envolvimento de professores e alunos, a seleção de projetos, o acompanhamento junto às divisões regionais, avaliação, premiação e outros. Finalizando a apresentação, ela detalhou a chamada aos doutorandos da Fiocruz, mais nova atividade da OBSMA, e tirou dúvidas que surgiram entre os quase 150 participantes do encontro.

Assista ao vídeo da apresentação de Cristina Araripe:

Confira aqui a apresentação: 

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