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Publicado em 22/07/2020
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Encontro debateu comunicação pública como política de ampliação dos espaços de educação

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

“O encontro da comunicação pública feito pela Fiocruz é de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, é o mundo real, pois abarca muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta”, apontou o coordenador e editor-chefe do Programa Radis, Rogério Lannes, durante o terceiro painel dos Encontros Virtuais da Educação, organizado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Além do Radis, a sessão reuniu representantes do Canal Saúde, VideoSaúde Distribuidora e Revista Poli. O vídeo das apresentações está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube.   

A coordenadora geral de Educação, Cristina Guilam, abriu o evento ressaltando a importância dos laços de conexão, em especial neste momento de afastamento social imposto pela pandemia. Os Encontros Virtuais da Educação surgiram devido à necessidade de adaptar ações da área de educação da Fiocruz frente a suspensão das aulas presenciais. O terceiro painel aconteceu em 20 de julho. O próximo encontro já está marcado: será no dia 27 de julho sobre o tema Editoria científica e saúde.   

A TV que chega nas periferias e interiores do Brasil

A coordenadora-geral do Canal Saúde, Márcia Corrêa e Castro, iniciou sua apresentação comentando as inter-relações dos campos da educação e comunicação e defendeu que “não existe processo educativo sem comunicação nem comunicação despida de toda intencionalidade educativa”. Ela lembrou que o Canal Saúde surgiu em 1994 como um projeto de comunicação que pudesse atender algumas demandas da área, como a disseminação de informações sobre promoção da saúde e o conceito ampliado de saúde, que, naquele momento, ainda era uma ideia nova, além da preocupação em fortalecer o controle social e o debate público sobre saúde. Ela detalhou cada um dos programas do Canal, seu público e abrangência e ressaltou o uso dos materiais e programas por docentes e alunos para fins educacionais.

“Hoje, depois de uma longa estrada, nosso maior propósito é conseguir ampliar o debate sobre a saúde pública no Brasil, chegando a pessoas que usualmente não teriam acesso a tal discussão”, disse Márcia. O Canal Saúde vai ao ar para todo o país com recepção por antena parabólica comum. Esse é o principal meio de disseminação da programação considerado por eles. “Somos muito assistidos nas periferias e interiores e é lá mesmo que queremos estar!”, reconheceu ela, explicando ainda que o Canal também pode ser assistido pela internet, na TV aberta (canal TV Brasil) e por meio do seu aplicativo, que já está disponível gratuitamente para androide. Além disso, alguns programas são transmitidos em canais de TV por assinatura.

Democratização da comunicação pública e divulgação audiovisual

O chefe da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, Paulo Castiglione Lara, rememorou o contexto de criação do projeto há 32 anos: “ele nasceu no âmbito da reforma sanitária e da criação do SUS a partir da necessidade de atuação da Fiocruz no campo da divulgação audiovisual, com forte ligação com a educação. Seguimos até hoje trabalhando com a proposta de usar o audiovisual para tratar de temas da ciência e saúde de forma ampliada, buscando sempre a perspectiva dialógica e ações que contribuam para a democratização da comunicação pública”.

Além das produções audiovisuais institucionais e das estratégias de captação de vídeos em parceria com outras instituições e produtores independentes, ele ressaltou ainda a estratégia de distribuição, exibição e circulação dos vídeos entre instituições de ensino, escolas, sindicatos, associações e para o público em geral. Paulo Lara detalhou as iniciativas da VideoSaúde e lembrou da chamada pública Olhares sobre a Covid-19, que está no ar com inscrições abertas até 31 de julho. A chamada visa montar um banco audiovisual público com diferentes histórias e narrativas envolvendo a doença e seus contextos, captando distintas visões e experiências sobre os impactos do novo coronavírus na vida das pessoas, cidades, ambientes de trabalho, cidades, residências, laboratórios, comunidades e instituições.

Polifonia e diversidade na comunicação pública

O coordenador e editor-chefe do Programa Radis (Reunião, Análise e Difusão de Informações sobre Saúde), Rogério Lannes, falou sobre a relação das iniciativas com a educação e abordou a polifonia e diversidade de tais projetos para a comunicação pública. “O Programa está chegando aos 40 anos de atuação, mantendo o foco no jornalismo crítico e independente em saúde pública. Há décadas trabalhamos pautas políticas relacionadas à saúde. Mas, com a criação da Revista, em 2002, novos atores, além da academia, especialistas, sanitaristas e movimentos sociais organizados, entraram em cena. É uma ideia de ampliação da polifonia, buscando equalizar as diferentes vozes, acabar com a simetria entre os que falam e os que ouvem”, defendeu Lannes.

Ele comentou que, com suas publicações, a Radis não quer apenas preencher vazios de informações. A estratégia de comunicação pública adotada, detalhou Rogério Lannes, visa levar informação aonde ela não chega, trabalhar de maneira diferente a questão da saúde, mas também disputar a produção de sentidos no lugar que mais existe acesso à informação, que é a internet e as redes sociais.

Ele concluiu sua participação apontando que pensar a educação nos tempos de hoje é considerar as desigualdades e buscar a equidade. “A comunicação pública como entendemos e trabalhamos está descrita na política elaborada conjuntamente por toda a Fiocruz. Não é apenas pensada como um instrumento de divulgação ou recursos educacional. O encontro da comunicação pública feito pela Fundação é o encontro da comunicação de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, o mundo real, pois traz muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta. E aproximar a comunicação pública com a educação dialógica é trazer grande contribuição com a escuta”, ponderou Lannes.

Pluralidade de vozes para o fortalecimento da comunicação pública em saúde

Jornalismo público para o fortalecimento da educação profissional em saúde. Assim começou a apresentação de Cátia Guimarães sobre a Revista Poli - saúde, educação e trabalho, da qual é jornalista, editora e também um das idealizadoras da publicação. Ela ressaltou que quando se fala de educação profissional em saúde, considera-se a intercessão entre os três campos que dão nome à revista: trabalho, saúde e educação. Como não poderia ser diferente, Cátia rememorou os primórdios da revista e seus objetivos de divulgação. O periódico foi lançado em setembro de 2008 e, segundo Cátia, nasce como parte de um projeto de comunicação pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade da Fiocruz à qual ela está vinculada, que também mantém um portal eletrônico institucional, outras publicações impressas e redes sociais.

Cátia destacou que a centralidade do trabalho de divulgação realizado por eles é a comunicação pública. “Entendemos que o importante é divulgar o projeto de saúde, sociedade, educação e relações de trabalho que desenvolvemos a partir do conhecimento científico produzido dentro da Escola Politécnica. Divulgamos nossas linhas de ação e concepções, muito mais do que apenas projetos institucionais”, detalhou. Ela mencionou o uso da revista como ferramenta pedagógica em sala de aula por professores e alunos da própria Escola, mas também por outras instituições e cursos, que são verificadas a partir das demandas recebidas.

Ela destacou algumas produções especiais da EPSJV, como o hotsite construído em comemoração aos 10 anos da Escola e algumas publicações extraordinárias: eleições, aniversário da Constituição Brasileira e, mais recentemente, números especiais sobre educação e trabalho relacionados à pandemia. “A comunicação pública não abre mão da objetividade sob nenhuma hipótese. Fazemos jornalismo de verdade, ouvimos todos os lados e damos voz a um conjunto de pessoas. Mas isso não significa que ela não tenha um lugar. É impossível fazer comunicação numa instituição como a Fiocruz e ser indiferente ao caráter público ou não público da educação ou da saúde, por exemplo. A comunicação pública tem lugar de fala”, disse ela.

Assista aos debates: 

Confira as apresentações já realizadas nos Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz

7/7: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais

13/7: Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz