Sobre o curso
"Com o objetivo de combater a extrema pobreza, o governo federal criou em 2011 o plano Brasil sem Miséria (BSM) que foi coordenado, na época, pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O plano é uma extensão do programa Bolsa Família, mas agora com caráter estratégico, uma vez que ""pobreza não se resume a renda"". Assim, o BSM tem como objetivo não só garantir renda para amenizar a situação de pobreza, como também proporcionar a inclusão produtiva (com capacitação e oportunidade de trabalho) e principalmente facilitar o acesso a serviços públicos para melhoria das condições de educação, cidadania e saúde (http://www.brasilsemmiseria.gov.br/).
Neste contexto, ainda em 2011, a FIOCRUZ, através de uma nota técnica, propôs a incorporação, pelo Programa de Erradicação da Pobreza Extrema do MDS, do tema ""Doenças da Pobreza"" e educação popular, a fim de prevenir e controlar estas doenças e possibilitar a promoção da saúde (Araújo-Jorge 2011).
A nomenclatura ""Doenças da Pobreza"" provém de enfermidades que estão associadas às condições de pobreza. Assim, moradia de baixa qualidade, aglomeração populacional intra e peridomicílio, falta de abastecimento de água tratada e rede de esgoto adequada deixam os indivíduos mais vulneráveis à aquisição de doenças como tuberculose, hanseníase, leishmaniose, dengue, malária, esquistossomose, Doença de Chagas, tracoma, febre reumática, oncocercose e parasitoses intestinais (Araújo-Jorge 2011).
Parasitoses intestinais, além de serem consideradas marcadores de grau de desenvolvimento socio-econômico de um país (Moraes et al. 2000), são consideradas também doenças geradoras de pobreza em virtude da sua alta morbidade e do comprometimento nutricional, físico e cognitivo que podem provocar no indivíduo (Stephenson 1987, Savioli et al. 1992, Rey 2008).
Discutir os rumos das políticas de controle das parasitoses intestinais frente às suas diversidades constitui em uma tarefa complexa. Desta forma, a primeira edição dos “Seminários Integrados em Parasitoses Intestinais” tem como proposta reunir pesquisadores para debater de forma aprofundada o tema, avaliando resultados, debatendo propostas e formulando novas ideias para o aprimoramento das políticas públicas em saúde. O evento terá dois dias inteiros de duração e terá sua programação composta por mesas redondas, palestras, grupos de discussão.
Uma vez que o evento será sediado no Rio de Janeiro, representantes das principais instituições de pesquisa e ensino do Estado que possuem disciplina de parasitologia ministrada para graduação e/ou pós-graduação e que possuem linhas de pesquisa em pelo menos um parasito intestinal. Ainda, para este encontro serão convidados palestrantes de reconhecimento internacional para apresentar resultados sobre a biologia destes parasitos, bem como, modelos de sucesso de controle das enteroparasitoses.
Esse trará a oportunidade de reunir os principais grupos de pesquisa no tema e consequentemente fortalecer e estabelecer colaborações, bem possibilitar a estudantes e profissionais de saúde uma discussão rica para sua forma formação. Ao fim do evento, será definida o local e data do próximo evento e será articulada a primeira “rede de pesquisa em parasitoses intestinais” com o objetivo de fortalecer as pesquisas que são desenvolvidas no Rio de Janeiro e no Brasil. As discussões poderão ajudar a traçar os novos rumos da saúde pública para o controle desta doença negligenciada."