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Publicado em 20/05/2022

Encontro de divulgação científica debate inclusão e acessibilidade

Autor(a): 
Leonardo Azevedo (CCS/Fiocruz)

Inclusão e acessibilidade é o tema do 2º Encontro Virtual de Divulgação Científica, iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e do Fórum de Divulgação Científica da Fiocruz. O evento está marcado para o dia 9 de junho, às 14h, com transmissão pelo canal da VideoSaúde no YouTube e tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Os encontros virtuais visam reunir pesquisadores, professores e profissionais de diferentes áreas no debate sobre questões relacionadas ao cenário da divulgação de ciência na instituição, sem perder de vista o panorama brasileiro.

A segunda edição de 2022 do encontro contará com a presença do vice-coordenador do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), Marcos Besserman; do coordenador-adjunto do curso de especialização em Direitos Humanos, Acessibilidade e Inclusão da Ensp, Armando Nembri; e da coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação do Museu da Vida (COC), Hilda Gomes. 

Também participará do debate a doutora em Ciência Humanas-Sociologia e professora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), Martha Moreira. A moderação será feita pela mestre em Saúde Pública e integrante do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, Sonia Gertner.

 

Publicado em 13/05/2022

Seminário debaterá desafios da implementação das ações afirmativas nas residências em saúde  

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Acesso e permanência são questões que atualmente devem andar juntas à pós-graduação e seleção na Fiocruz. Muitos se avançou no sentido de atenuar essas desigualdades, e a instituição segue buscando e construindo coletivamente novos e melhores caminhos. Para aprofundar debates sobre essa temática, em 18 de maio, a partir das 8h30, a Fundação vai realizar o "Seminário de Residências em Saúde e Ações Afirmativas da Fiocruz: Incluindo as diversidades do ingresso ao egresso". O encontro, transmitido ao vivo pelo canal da Fiocruz no Youtube, é aberto a todos os interessados e conta com tradução para Libras.

Na ocasião, será apresentada amplamente a Nota Técnica 01/2022: Orientações sobre a elaboração de editais dos Programas de Residência em Saúde da Fiocruz no quesito ações afirmativas, um documento que tem como objetivo qualificar processos seletivos que já realizam a inclusão das ações afirmativas e, ao mesmo tempo, apoiar os novos programas que estão iniciando essa etapa.

Após a Portaria nº 6.162/2019, a Fiocruz publicou, em setembro de 2021, a Portaria nº 491, que regulamentou as ações afirmativas para os cursos Stricto sensu (mestrado e doutorado) e Lato sensu (especialização e residências em saúde). A recente nota técnica é mais um desdobramento dessa área, nascida da necessidade de que algumas orientações e apoios estivessem mais claros, no sentido de que a inclusão das pessoas com deficiência, indígenas e negras (pretas e pardas) e de outros grupos vulnerabilizados fosse realizada de modo a garantir o efetivo acesso e permanência dessas populações nos programas de pós-graduação.

+Acesse aqui a Nota Técnica 01/2022: Orientações sobre a elaboração de editais dos Programas de Residência em Saúde da Fiocruz no quesito ações afirmativas

O "Seminário de Residências em Saúde e Ações Afirmativas da Fiocruz: Incluindo as diversidades do ingresso ao egresso" - organizado pela área de Residências em Saúde da Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC) e o Fórum de Coordenadores de Residências da Fiocruz -, vai reunir uma série de especialistas em torno de debate sobre os desafios cada vez mais prementes da área.

A coordenadora adjunta de Residências em Saúde da Fiocruz, Adriana Coser Gutiérrez, ressaltou que este encontro é muito simbólico para o cenário das residências, uma vez que não existe uma legislação específica para a inclusão de ações afirmativas, e, mesmo assim, a Fiocruz a incluiu como uma determinação institucional. "Esperamos que o seminário discuta os desafios de ingresso ao egresso, uma vez que a estrada para qualificar esta iniciativa ainda é longa", salientou ela. 

Este Seminário é parte de uma série de encontros e debates que vem ocorrendo desde 2019, cujo objetivo é refletir a indissociabilidade sobre a atenção, gestão, educação e controle social nos programas de residências; bem como analisar o lugar das Residências em Saúde como oferta educacional considerando o Lato e o Stricto sensu; além de identificar os desafios da área e definir possíveis contribuições da Fiocruz para a qualificação da gestão educacional das residências.

A integrante do colegiado do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência Sônia Gertner, ligada à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), lembrou que o Comitê foi chamado a participar desse rico processo coletivo que se deu no âmbito do Fórum de Residências. "Para chegarmos à Nota Técnica e a este Seminário, experimentamos momentos de muitas reflexões, debates e o necessário reconhecimento do quão capacitistas ainda somos como pessoas e como instituição. Os editais baseados na última Portaria Nº491/21 da VPEIC/Fiocruz, que regulamentou a distribuição das ações afirmativas de forma mais equânime, já apresentou frutos na participação e aprovação de candidatos com deficiência na última seleção para os programas de pós-graduação e residências da Fundação. Essa e outras iniciativas caminham em direção ao cumprimento da Política de Acessibilidade e Inclusão da Fiocruz, contudo muitas barreiras, dentre elas as atitudinais, que são o nosso maior desafio, ainda precisam ser enfrentadas para sermos uma Fiocruz verdadeiramente acessível e inclusiva em meio a uma sociedade que é excludente e preconceituosa.

Nesse mesmo caminho, a Fiocruz publicou o Guia de acessibilidade para as ações educativas na Fiocruz, em setembro de 2021. A publicação digital foi elaborada por profissionais do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência e traz orientações referentes à legislação e às normas vigentes sobre acessibilidade, além de um glossário inclusivo, desenvolvido com base na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de 2015, e em outros referenciais de acessibilidade. A publicação está disponível para acesso no Portal Fiocruz.   

+Acesse aqui o Guia de acessibilidade para as ações educativas na Fiocruz

Acompanhe o Seminário de Residências em Saúde e Ações Afirmativas da Fiocruz: Incluindo as diversidades do ingresso ao egresso e confira a programação completa, disponível abaixo.

Publicado em 03/05/2022

Fiocruz abre inscrições para o curso de Gestão Participativa em Saúde

Autor(a): 
Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Presidência)

Estão abertas as inscrições para o curso de Atualização Profissional em Gestão Participativa em Saúde, promovido em parceria pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. As inscrições vão até 6 de maio.

Inscreva-se já!

Para o processo de inscrição é necessário que o candidato realize o cadastro no sistema de inscrições na Fiocruz e enviar a listagem de documentos relacionados na página da EPSJV para o e-mail cursos.epsjv@fiocruz.br. Caso o número de interessados, aptos para a vaga, ultrapasse o número de vagas, será realizada uma seleção a partir de avaliação de informações contidas na ficha de inscrição, seguida de leitura da carta de intenção. O resultado final da seleção estará disponível no dia 10 de maio.

A formação é presencial, com um total de 49 horas/aula e estão disponíveis 30 vagas.

O curso propõe o debate e reflexão sobre os limites e possibilidades da Gestão Participativa em Saúde, numa leitura contextualizada da recente história política brasileira e das disputas na esfera pública em torno das políticas sociais, com foco nas políticas e ações em saúde e a centralidade do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta formativa estratégica é provocar um debate junto com os alunos, sobre a territorialização das políticas públicas, em especial, nas localidades vulnerabilizadas.

A formação é destinada a ativistas de organizações da sociedade civil organizada (associação de moradores, organizações não governamentais de base comunitária, redes, coletivos e fóruns populares, movimentos sociais e ativistas) que residem ou atuem em territórios de favelas e periferias urbanas.
 
A previsão de início das aulas é 12 de maio, com conclusão em 6 de julho às terças e quintas-feiras, no horário das 18 às 21h, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, no campus Manguinhos da Fiocruz. O curso é gratuito com certificação.

O curso é resultado da parceria entre os pesquisadores do Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde (Lavsa) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e a Cooperação Social da Presidência (CS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Publicado em 02/05/2022

Fiocruz sedia oficina para elaboração de programa Transfronteiriço de Vigilância em Saúde

Autor(a): 
Bruna Cruz (comunicação VigiFronteiras)

A Fiocruz vai sediar, de 3 a 5 de maio, a 3ª Oficina Transfronteiriça de Cooperação em Vigilância em Saúde – Amapá/Brasil-Guiana Francesa. A sessão de abertura acontece no dia 3, às 8h30, no auditório do Centro de Documentação em História da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (CDHS/COC), no campus Manguinhos, da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Participam do encontro representantes do Governo do Amapá, da Guiana Francesa, da Fiocruz, Opas, Ministério da Saúde (SVS/MS, CGLAB/MS e AISA) e de instituições de pesquisa francesas. A programação do evento inclui ainda atividades dos grupos de trabalho que se reunirão no segundo e terceiro dia da oficina, além de visitas a unidades da Fiocruz.

Outros dois encontros já foram realizados anteriormente entre o grupo. O último ocorreu de 1° a 3 de fevereiro, na Agência Regional de Saúde da Guiana Francesa (ARS-GF), em Caiena, capital do território ultramarino francês. 

A expectativa é que, ao fim desse evento de maio, seja concluída a elaboração conjunta de um Programa Transfronteiriço de Vigilância em Saúde Amapá-Guiana Francesa, que leve em consideração as dimensões transfronteiriças, com foco no monitoramento, vigilância laboratorial e reposta a alertas. O encontro conta com apoio do Programa VigiFronteiras-Brasil e da Coordenação de Educação Internacional da VPEIC/Fiocruz.

 

*imagem: Frrepik

Publicado em 29/04/2022

Divulgado resultado final da segunda seleção para realização de Teste de Proficiência TOEFL® ITP*

Autor(a): 
Isabela Schincariol

A segunda seleção interna de doutorandos para a realização do teste de proficiência de língua inglesa TOEFL® ITP divulga seu resultado final. Ao todo, 15 alunos foram selecionados. A iniciativa ofereceu os testes no âmbito da Política de Internacionalização do Ensino. 

Dúvidas e solicitações de informação sobre a chamada devem ser encaminhadas para o endereço eletrônico edu.internacional@fiocruz.br com o assunto “Dúvida 2° Chamada TOEFL® 2022”.

Acesse aqui a lista nominal com o resultado final da seleção para a realização de Teste de Proficiência TOEFL® ITP

Acesse aqui a chamada completa e todos os seus documentos

 

*matéria divulgada em 24/4/22 e atualizada em 29/4/22 com o resultado final da seleção

 

Publicado em 20/04/2022

Em aula inaugural sobre ‘questão indígena’, Fiocruz se filia à SBPC

Autor(a): 
Isabela Schincariol e Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)*

A Fiocruz promoveu, em 19/4, a aula inaugural do seu ano acadêmico. O evento teve como destaque a conferência Duzentos anos da “questão indígena”, proferida pela antropóloga luso-brasileira Maria Manuela Carneiro da Cunha, uma referência nos estudos sobre etnologia e antropologia histórica e há décadas militante do direito dos povos indígenas do Brasil. Antes da aula inaugural, ocorreu a cerimônia de filiação da Fiocruz à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

"A filiação à SBPC é institucional, porque participantes somos desde a origem, e com muita satisfação", salientou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. Ela disse que foi uma alegria promover o ato no dia da aula inaugural da Fiocruz, primeiro evento semipresencial desde o início da pandemia de Covid-19, destacando ainda o retorno, gradual e seguro, dos estudantes aos campi da Fiocruz para aulas presenciais. Nísia ressaltou que o pesquisador emérito Renato Cordeiro, da Fiocruz, foi fundamental nesse processo, como conselheiro da SBPC, assim como a secretária regional da SBPC, Lígia Bahia. A presidente também destacou a importância de pensar nos jovens, tanto os pesquisadores quanto os trabalhadores da saúde. “Pensar nos jovens e no seu lugar na ciência, uma vez que estamos enfrentando um problema de evasão, não apenas de cérebros, mas de compromissos, afetos fundamentais para a ciência brasileira”.

Nísia sublinhou que “nosso trabalho tem como objetivo uma ideia central: a ciência e a saúde em defesa da democracia e da soberania. Por essa razão, acolhemos de forma especial nossos estudantes e docentes no dia de hoje e deixamos esta mensagem nesta aula inaugural que enfoca os povos indígenas: é preciso considerar a diversidade como um valor central para a construção de um país democrático e soberano”.

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, que participou de forma virtual do encontro, elencou uma série de homenagens: ao incansável trabalho da Fiocruz em defesa da saúde e da ciência; à corajosa condução de Nísia à frente da instituição; ao professor Haity Moussatché, um dos pesquisadores da Fiocruz que sofreu com o rude golpe do Massacre de Manguinhos na década de 1970 e, especialmente, por ter sido um dos fundadores da SBPC e, portanto, representando a filiação celebrada entre as instituições; por fim, uma homenagem a Renato Balão Cordeiro, pesquisador da Fiocruz e conselheiro da SBPC, que se empenhou para o desenvolvimento da categoria "Sócios Institucionais da SBPC", resultando na filiação da Fundação.

O vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo Netto, lembrou que as trajetórias de ambas as instituições foram paralelas ao longo das décadas na luta pela ciência, saúde da população e pela redução das desigualdades sociais. No entanto, segundo ele, com foco em um prisma futuro, essa associação será extremamente importante para o país. "Não será uma tarefa fácil. Precisaremos muito mais do que estar associado. Todas as instituições que querem ver um Brasil mais justo, menos desigual, com mais saúde, mais ciência e mais educação precisarão trabalhar juntas, e devemos começar já! A SBPC está renovando suas forças para que, junto com a sociedade civil e a comunidade científica, possamos trabalhar na reconstrução de um Brasil melhor!", afirmou.

"Assinar essa filiação institucional significa que caminharemos juntos no sentido de enfrentarmos os desafios do presente e do futuro, entre os quais eu destaco a importância de pensarmos nos jovens", pontuou a presidente da Fiocruz. Assinaram o termo Renato Janine, Paulo Artaxo, Nísia Trindade e a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado. Segundo Nísia, "é simbólico termos a assinatura dessa vice na filiação, pois a educação, a informação e a comunicação são dimensões também do fazer científico da Fiocruz!".

Retorno presencial e permanência dos estudantes

A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, deu boas-vindas aos estudantes e anunciou o Auxílio à Permanência do Estudante, voltado aos alunos de pós-graduação de cursos stricto sensu. Segundo ela, esse é mais um importante passo da instituição no sentido da inclusão e do apoio ao discente em situação de vulnerabilidade. A ação integra uma ampla política – e um compromisso democrático – da Fiocruz relacionada a ações afirmativas.

Além de Cristina Guilam e de Nísia Trindade, a mesa de abertura da aula inaugural contou com a participação da vice-presidente Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, da presidente do Sindicato Nacional dos Servidores da Fiocruz (Asfoc-SN), Michelly Alves, e do vice-coordenador da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-RJ) e doutorando do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Jacks Bezerra. Ele enalteceu os esforços dos alunos da casa que permaneceram estudando, pesquisando, exaltando a ciência brasileira e a Fiocruz e defendendo suas teses e dissertações em meio aos últimos dois anos de pandemia.

Cristiani Machado também saudou trabalhadores, docentes e especialmente os estudantes, afirmando que a Fiocruz está não somente de portas abertas, mas também de braços abertos para todos. E, de forma muito especial, para aqueles que passaram por todo seu curso de maneira virtual. "Vocês poderão estar conosco presencialmente para assistir às aulas de caráter eletivo, acompanhar as disciplinas... estaremos aqui para recebê-los", disse ela, entusiasmada.

Aula inaugural

Nísia introduziu a temática escolhida para a aula inaugural de 2022 da Fiocruz reforçando que povos e sociedades indígenas e tradicionais tiveram seus direitos garantidos pela Constituição brasileira de 1988, mas ainda precisam tê-los reconhecidos na prática: "A trajetória para a superação das desigualdades no Brasil considera a diversidade como um valor central a ser respeitado. Para que, de maneira efetivamente democrática, possamos trilhar o caminho de um outro futuro para o nosso país".

Autora de diversos livros e uma das grandes estudiosas da história e cultura dos povos indígenas no Brasil, Maria Manuela da Cunha é professora emérita da Universidade de Chicago, onde trabalhou, e dá aulas na Universidade de São Paulo. Ela fez um histórico da relação entre os europeus que chegaram às Américas e os povos indígenas, desde o período colonial aos dias de hoje. Segundo ela, a palavra “questão”, usada no título da aula inaugural, é no sentido de esse ser um tema que tem uma longa história, atravessando os últimos cinco séculos e tendo como ponto de partida os impactos da descoberta do continente.

“O achamento [descoberta] da América trouxe questões para a Igreja, o direito e a filosofia”, afirmou Maria Manuela. Ela citou o frei dominicano espanhol Francisco de Vitória como um dos primeiros defensores, ainda no século 16, logo depois da chegada dos navegadores europeus à América, dos direitos dos povos indígenas. O religioso teve uma pregação humanista, que questionou a legitimidade da conquista europeia das Américas, mesmo que fosse para combater o paganismo ou o canibalismo, e sustentava que os indígenas não eram seres irracionais. Para Vitória, os monarcas europeus e o Papa não tinham direito de controlar ou dividir as terras dos habitantes originais. Segundo o frei, como os espanhóis reagiriam se um grupo de indígenas chegasse ao seu país exigindo o controle do território e o dividindo?

A antropóloga ressaltou que uma das questões da época, a respeito da qual debatiam teólogos e filósofos, era sobre se os indígenas tinham alma e se eram seres humanos. A bula (documento) Sublimis Deus, emitida pelo Papa Paulo III em 1537, deixava claro que os índios são homens, capazes de compreender a fé cristã, e condenava a escravidão desses povos. A bula também abria caminho para a catequização dos povos das terras descobertas, a partir, no caso do Brasil, de 1549, quando começa de fato a colonização do território. Na época, outra questão discutida era como cotejar a existência dos povos indígenas com a Bíblia, já que não são mencionados nas Escrituras. Uma das possibilidades foi relacioná-los às tribos perdidas de Israel.

Do mesmo século 16, a conferencista citou o escritor, jurista e filósofo francês Michel de Montaigne, um humanista que usou a descoberta desses povos das terras ocidentais para criticar a França de sua época, que sofria em guerras religiosas fratricidas. Montaigne aproveitou o contato com três indígenas tupinambás levados à França para fazer um contraponto entre os seus compatriotas e suas instituições e os indígenas. “Montaigne chegou a conversar com eles, auxiliado por um empregado que havia estado no Brasil e serviu de intérprete no diálogo”. Curioso e sem um pingo de superioridade, o filósofo comentava que os indígenas permitiam enxergar o absurdo de certos hábitos e crenças da sociedade europeia.

Maria Manuela também descreveu as questões que surgiram após o início da colonização, quando três grupos de interesse distintos passaram a atuar nos territórios indígenas: a Coroa portuguesa, os missionários jesuítas e os novos moradores (os colonos). E essas relações se davam em constantes conflitos, que também eram agravados pela ação de outros europeus, como os franceses, que intencionavam fundar colônias no Brasil. Volta e meia algum povo indígena se aliava a algum grupo europeu para guerrear e conquistar territórios.

A professora discorreu ainda sobre a ação do marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal que em 1755 proclamou a libertação dos indígenas em todo o Brasil. Em uma só decisão ele agiu contra os proprietários de indígenas escravizados e os jesuítas, que dirigiam a vida das comunidades indígenas nos aldeamentos. Outras iniciativas de Pombal foram as de proibir a discriminação aos indígenas e elaborar uma lei favorecendo o casamento entre eles e portugueses. Ele também criou o Diretório dos Índios, para substituir os jesuítas na administração das missões.

José Bonifácio, o Patriarca da Independência, também foi lembrado por Maria Manuela. Bonifácio tinha um projeto de integração dos índios à sociedade, por meio de catequese e educação. Para ele, essa integração seria feita pela mestiçagem, que tonaria possível a criação de uma cultura comum, na qual, de acordo com suas palavras, prevaleceria o elemento branco e civilizador.

Maria Manuela recordou a atuação dos positivistas, que no final do século 19 tanto inspiraram os líderes do movimento republicano. “Eles tinham ideias bastante incomuns para a época e chegaram a propor, na Assembleia Constituinte de 1891, que elaborou a primeira Constituição da República, a instalação do que chamaram de ‘Estados Confederados Ocidentais’, que seriam ocupados pelos povos indígenas. O objetivo era  garantir a esses povos a proteção do Governo Federal contra qualquer violência, contra os povos indígenas e seus territórios. E os territórios não poderiam ser atravessados sem o prévio consentimento dos indígenas, pacificamente solicitado e pacificamente obtido”. Para os positivistas, as populações indígenas estavam no primeiro estágio mental da Humanidade e por isso precisavam de amparo e proteção para que pudessem alcançar a civilização. O projeto, no entanto, não prosperou. Não faltavam, na época, vozes que defendiam o extermínio dos índios que resistissem ao avanço da “civilização”.

Um pouco mais tarde, em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), vinculado inicialmente ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, e que depois passou pelo Ministério do Trabalho (1930-34), o Ministério da Guerra (1934-39), por meio da Inspetoria de Fronteiras, voltou ao Ministério da Agricultura (1940) e depois passou a integrar o Ministério do Interior até sua extinção, por corrupção, em 1967. Poucos anos depois da criação do Serviço, o Código Civil de 1916 estabeleceu a relativa incapacidade jurídica dos indígenas e o poder de tutela do SPI (da mesma forma que eram tutelados os adolescentes e as mulheres casadas). Era então corrente a ideia de que os indígenas eram seres em estado transitório, destinados a tornarem-se trabalhadores rurais ou proletários urbanos. Essa noção de tutela dos indígenas só foi abolida em 2002, com o novo Código Civil.

Maria Manuela encerrou sua conferência afirmando que os povos indígenas “não são o passado, e sim o futuro”. Segundo ela, todos os estudos recentes mostram que as áreas de florestas controladas por povos indígenas são as mais preservadas, no Brasil e no mundo, como também atestam os documentos dos painéis sobre mudanças climáticas da ONU. “A agricultura e o cultivo da terra feito pelos indígenas já eram modernos séculos atrás. E estima-se que cerca de 10% da Floresta Amazônica tenha origem antropogênica, ou seja, cerca de 700 mil quilômetros quadrados. É muita terra”. Ela citou ainda o arqueólogo Eduardo Neves, que ao rebater críticas de que os indígenas não construíram nenhuma obra de impacto disse que “a Floresta Amazônica é a nossa pirâmide”.

Ao final da aula inaugural, foram sorteados livros da coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz. Confira a íntegra do evento: 

 

*Colaboração: Ciro Oiticica (Agência Fiocruz de Notícias)

*Imagem: Peter Ilicciev (Fiocruz)

Publicado em 12/04/2022

Internacionalização: PrInt abre chamada interna para auxílio à publicação ou revisão técnica de artigo em periódico científico

Autor(a): 
Isabela Schincariol

A Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, por meio da Coordenação-Geral de Educação, acaba de abrir nova chamada para concessão de auxílio para pagamento de taxa de publicação ou serviço de revisão técnica de artigo em periódico científico - Chamada Interna nº 03/2022, cujo objetivo é aprimorar a qualidade da produção acadêmica vinculada à pós-graduação. Todos os documentos da chamada estão disponíveis no site do Programa Institucional de Internacionalização da Fiocruz (Capes/PrInt-Fiocruz).

Acesse a chamada!

A concessão de auxílio financeiro é para pagamento de revisão técnica ou publicação de artigos científicos de autoria conjunta de discentes e docentes dos Programas de Pós-graduação inseridos no Capes/PrIntFiocruz; e contemplará apenas publicações em periódicos científicos que atendam à política de acesso aberto ao conhecimento da Fiocruz.

A Chamada terá fluxo contínuo até 28 de outubro de 2022 ou até o término dos recursos financeiros disponibilizados para tal, que estão sujeitos a alterações ao longo do ano. O valor total destinado à chamada é de R$109.000,00 (cento e nove mil reais).

Vale destacar que:
O auxílio financeiro ocorrerá exclusivamente para artigos científicos (em fase de revisão ou de submissão) que sejam produtos diretos da mobilidade promovida por meio de bolsa do Programa Capes/PrInt-Fiocruz ou de uma parceria internacional (consolidada ou em desenvolvimento), senddo necessário que esses artigos tenha coautor afiliado à instituição estrangeira;
Somente serão financiados nesta chamada o pagamento de taxa de publicação de artigos científicos já aceitos; e serviços técnicos com empresa especializada, visando à revisão técnica/edição do manuscrito nas fases de versão em outro idioma.

São requisitos necessários para financiamento: que o artigos seja em coautoria de discentes e docentes de programa de pós-graduação vinculado ao Programa Capes/PrInt-Fiocruz. Além disso, o primeiro autor ou o autor correspondente do artigo deve ser docente e servidor da Fiocruz, podendo o
discente (ativo ou egresso há, no máximo 5 anos) ocupar qualquer posição de autoria. Atenção, pois, para o artigo cujo resultado é fruto da mobilidade de pesquisador visitante no exterior, não é exigido a coautoria discente.

Os resultados apresentados nos artigos aprovados para apoio à publicação deverão ser publicados em inglês em revistas internacionais ou nacionais, com avaliação igual ou superior a Qualis B1 na área da Capes em que o programa de pós-graduação estiver inserido. Outro ponto importante é que nesta chamada o docente poderá apresentar apenas uma proposta.

 

*Imagem: Freepik

Publicado em 06/04/2022

Fiocruz lança chamada interna de auxílio à permanência de estudantes de pós-graduação de baixa renda

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Com o objetivo de promover a permanência dos estudantes de baixa renda, em situação de vulnerabilidade social, em seus programas de pós-graduação, a Fiocruz divulga hoje o edital de Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação - Chamada Interna – APE-PG Nº 01/2022. A iniciativa da Presidência da Fundação, por intermédio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), é voltada a alunos de mestrado e doutorado acadêmicos e visa favorecer a continuidade de seus estudos e desempenho acadêmico, contribuindo para a redução das desigualdades na educação de pós-graduação e na ciência. As inscrições vão de 18 a 29 de abril! 

Conheça a chamada interna!

+ Confira retificação da chamada sobre distância/localidade de residência dos alunos e também sobre dados bancários

O APE-PG destina-se a estudantes com matrícula ativa na Fiocruz e dedicação exclusiva a cursos de pós-graduação Stricto sensu, modalidade mestrado e doutorado acadêmicos, e com renda familiar per capita mensal inferior ou igual a dois salários-mínimos (valor do salário nacional), inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), de que trata o Decreto Nº 6.135, de 26 de junho de 2007; ou para os que se forem membros de família de baixa renda, também nos termos do mesmo Decreto, em condição de vulnerabilidade social que prejudique o desenvolvimento das atividades acadêmicas no curso da Fiocruz em que está matriculado.

A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, descreveu que o auxilio permanencia foi pensado a partir de discussões sobre a Politica de Apoio ao Estudante. Segundo ela, "a Fiocruz está comprometida com a reduçao das desigualdades sociais e esse compromisso assume materialidade na adoção de açoes afirmativas, no investimento em bolsas - ainda que nao sejamos uma agência de fomento - e, neste momento, na criaçao deste auxilio, cujo objetivo é apoiar alunos em situaçao de vulnerabilidade para que possam concluir seus estudos com exito", explicou Cristina Guilam. 

Vagas e inscrições

Poderão ser atendidos nesta chamada até 375 estudantes matriculados em cursos de mestrado e doutorado dos Programas de Pós-Graduação acadêmicos stricto sensu da Fiocruz que atendam os critérios estabelecidos. Além disso, o recebimento do APE-PG ocorrerá por 12 meses consecutivos, enquanto o estudante estiver em situação de matrícula ativa e dentro dos prazos regimentais de conclusão do curso em questão, com duração máxima equivalente ao período do curso: até o 24º mês para o mestrado e até o 48º mês para o doutorado. 

O auxílio deve ser renovado a cada 12 meses de recebimento, a partir da confirmação das condições de elegibilidade para sua manutenção.

As inscrições acontecerão de 18 a 29 de abril e serão homologadas por cada programa de pós-graduação. O resultado será informado no Portal do Campus Virtual da Fiocruz, de acordo com o calendário previsto na Chamada Pública.

O estudante que tiver dificuldade de realizar sua inscrição no processo seletivo por meio remoto, deve procurar a Secretaria Acadêmica do curso para realizar inscrição na unidade na qual está matriculado. 


*imagem: montagem/fundo Freepik

Publicado em 01/04/2022

Recuperação pós-pandemia: Fiocruz incentiva e apoia pesquisadores a participarem de Chamada Especial Canadense

Autor(a): 
Isabela Schincariol

As Vice-presidências de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz incentivam e apoiam seus pesquisadores a participarem de Chamada Especial canadense sobre pesquisas em recuperação pós-pandemia - 2022 Special Call – Research for Postpandemic Recovery. A Chamada Especial apoiará um portfólio diversificado de projetos que abordem diretamente uma ou mais das prioridades de pesquisa descritas no UN Research Roadmap for the Covid-19 Recovery. A candidatura deverá ser feita por um(a) pesquisador(a) afiliado à instituição canadense (coordenação-geral da pesquisa), enquanto os pesquisadores da Fiocruz entrarão como copesquisador principal e co-applicant. Também recomenda-se fortemente a participação de membros de outros países na equipe de pesquisa.  Candidaturas podem ser enviadas até 26 de abril.

Acesse aqui a Chamada Especial 2022 para Pesquisa em recuperação pós-pandemia – 2022 Special Call  Research for Postpandemic Recovery

A iniciativa conduzida pelo Social Sciences and Humanities Research Council visa à alavancar o papel da pesquisa na construção de uma recuperação socioeconômica imediata à Covid-19, por meio da construção de projetos de impacto que impulsionem os países rumo ao desenvolvimento sustentável, equitativo e resiliente em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A Fiocruz participou da elaboração do documento da Organização das Nações Unidas (ONU). A presidente da instituição, Nísia Trindade Lima, integrou o Grupo Gestor em Economic Response & Recovery Programs - que norteia a Chamada Especial de financiamento de pesquisas, e Luiz Augusto Galvão, do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz (Cris/Fiocruz) também atuou na contrução do documento.  

+Veja mais:

Documento UN Research Roadmap for the COVID-19 Recovery

Apresentação da Fiocruz sobre a Chamada Especial (em inglês)

Documentos Resumidos - Roteiro de Pesquisa da ONU para a Recuperação da COVID-19 (em português)

Doccumento apresentado na Câmara Técnica de Pesquisa - 13/4/22

As Vice-presidências de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e de Pesquisas e Coleções Biológicas (VPPCB) estão trabalhando em conjunto para viabilizar as candidaturas dos pesquisadores da Fiocruz. Para tanto, o ponto focal de comunicações iniciais é a assessora para Educação Internacional (CGE/VPEIC) Analice Braga, que deve ser contatada pelo endereço eletrônico: edu.internacional@fiocruz.br

Para divulgar e incentivar a participação de nossos pesquisadores na chamada, as vice-presidências envolvidas na iniciativa realizaram, em 29/3, uma apresentação na qual explicaram a relação entre a Chamada especial e o documento da ONU UN Research Roadmap for the COVID-19 Recovery, além de detalharem os objetivos da Chamada e a construção e envio de uma candidatura. 

Assista, na íntegra, ao vídeo da reunião: 


+Veja mais:

Vídeo em que Steven Hoffman comenta o documento da ONU – UN Roadmap (minuto 6:40) e a Presidente Nísia fala sobre a importância da iniciativa e das prioridades de pesquisa estabelecidas (minuto 26:10)

Publicado em 28/03/2022

Fiocruz aprova retomada plena de atividades educacionais presenciais em 2022

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Após quase dois anos de suspensão de parte das atividades educacionais presenciais coletivas na Fiocruz, a Câmara Técnica de Educação (CTE) - em reunião com diferentes representantes da Vice-presidência de Educação, Comunicação e Informação da Fiocruz (VPEIC), coordenadores de programas e outros gestores da área -, decidiu pela retomada plena - de forma planejada, gradual e segura - das atividades educacionais presenciais na instituição no primeiro semestre de 2022. O encontro tratou especialmente do retorno presencial, mas discutiu também sobre Ensino Híbrido e Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação (APE-PG).

A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz (CGE/VPEIC), Cristina Guilam, destacou a importância da retomada plena presencial de atividades educacionais, ainda que realizadas de forma remota durante toda a pandemia, e enfatizou que, mesmo frente à rápida adaptação da Fiocruz ao Ensino Remoto Emergencial, não foram poucos os desafios de ensino-aprendizagem enfrentados pelos estudantes e docentes. “É importante lembrarmos que a Fiocruz nunca parou. Aulas teóricas, defesas de teses e dissertações foram realizadas por ferramentas virtuais, enquanto pesquisas laboratoriais dos alunos de pós-graduação e os cursos de residências em saúde se mantiveram presenciais, dado o seu caráter prioritário no que se refere à integração ensino-serviço-comunidade no SUS, com atuação fundamental no enfrentamento à pandemia em todo o país”, detalhou ela. 

Apesar da suspensão das atividades coletivas presenciais, todo a educação na Fiocruz se adaptou e se reinventou mostrando grande capacidade da área em dar respostas positivas frente aos desafios dessa emergência sanitária. Cristina rememorou inúmeras outras estratégias profícuas de apoio aos alunos para a manutenção das atividades educacionais, como a adoção da Educação Remota Emergencial, a implementação do Programa de Inclusão Digital, realização de seleções de forma remota, desenvolvimento de manuais, guias e cursos online para auxiliar o planejamento escolar e gestores educacionais sobre educação remota, tecnologias educacionais e recursos educacionais abertos, bem como a manutenção e estímulo à realização de debates virtuais, fomentando a interação entre alunos e docentes no momento de reorganização para a oferta remota das atividades correntes.

+Confira detalhes sobre essas iniciativas em: Coordenadoras-gerais de Educação da Fiocruz comentam medidas atualizadas, experiência acumulada e expectativa para o novo ano letivo na instituição 

Unidades e escritórios devem avaliar capacidade de manutenção de atividades coletivas presenciais: planejamento do retorno deve envolver toda comunidade acadêmica

Sobre a retomada das atividades coletivas presenciais, a coordenadora de Educação explicou ainda que cada unidade técnico-cientifica e escritório da Fiocruz deverá adaptar as recomendações ao seu perfil, capacidade instalada e condições para manutenção das atividades coletivas presenciais de forma segura para os estudantes, professores, trabalhadores das secretarias acadêmicas e de outras funções de apoio da área, associadas a medidas internas de controle e reavaliação contínua do cenário epidemiológico. 

Vale ressaltar que, para circulação dentro dos campi da Fiocruz, é obrigatório o uso de máscara. Além disso, é exigido que trabalhadores e alunos apresentem esquema vacinal completo contra a covid-19 para permanência dos prédios da Fundação, e também são recomendadas a manutenção de outras medidas de proteção, como ambientes ventilados, distanciamento interpessoal, uso correto de máscara apropriada e higienização frequente das mãos, com atenção às diversas recomendações constantes do Plano de Convivência com a Covid-19 na Fiocruz

O plano de retorno planejado e gradual das atividades educacionais presenciais na Fiocruz foi apresentado pela pesquisadora do INI Marília Santini. De forma coerente com as orientações do Plano, todos os membros da Câmara Técnica de Educação da Fiocruz se manifestam a favor da retomada plena em suas unidades e escritórios, respeitando a autonomia de cada um, e indicando a necessidade de reavaliações frequentes à luz do cenário epidemiológico. A decisão é resultado de ampla e significativa agenda de debates sobre o tema, que vem acontecendo de forma célere e muito diligente pelos gestores e coordenadores da área desde o início da pandemia.  

Durante a reunião, o conjunto de gestores avaliou que, neste momento, o retorno das atividades educacionais presenciais é importante para o processo de ensino-aprendizagem de qualidade, em face da sua relevância do ponto de vista cognitivo, pedagógico e emocional. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, defendeu que “o planejamento do retorno presencial deve envolver a comunidade acadêmica, inclusive a representação dos estudantes, além de considerar as especificidades das atividades, níveis de ensino e unidades da Fiocruz, bem como as recomendações de segurança diante do cenário epidemiológico".  

A cobrança do esquema vacinal completo é compatível com diretrizes constantes no Plano de Convivência, no documento “Orientações para testagem e afastamentos dos trabalhadores e estudantes da Fiocruz no contexto da circulação da variante Ômicron do SARS-Cov-2” e com a “Portaria N° 26/2022 PR”, que dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras e do esquema vacinal completo para circulação nos campi da Fiocruz. A exigência de comprovante de vacinação também foi recomendada pelos membros da Câmara Técnica de Educação em reunião anterior, realizada em 27 de janeiro de 2022.

Algumas recomendações gerais para o planejamento das atividades no 1° semestre de 2022 são:

Considerar que pessoas de grupos de risco para desenvolvimento de doença grave, mesmo vacinadas, podem se manter afastadas das atividades presenciais, conforme normas vigentes;
Adequar a programação do retorno presencial ao período letivo de cada curso, podendo ser organizada também por grupos de atividades ou de disciplinas;
Assegurar as atividades práticas necessárias à formação dos estudantes, assim como todas as demais consideradas essenciais, com respeito às normas de biossegurança;
Programar as aulas coletivas considerando as medidas de proteção, como ventilação dos ambientes, uso de máscaras seguras e distanciamento físico entre as pessoas, entre outras; 
Evitar eventos presenciais com grande número de pessoas;
Manter bancas de qualificação e defesa de trabalhos finais preferencialmente virtuais, com reavaliação periódica;
Considerar situações de discentes que não moram nos municípios nos quais realizam seus cursos, bem como as desigualdades que prejudicam a continuidade dos estudos, buscando ter flexibilidade e apoiar os estudantes por meio de ações de inclusão digital e pedagógicas, entre outras.

 

*Imagem: fundo/montagem Freepik

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