Com o objetivo de facilitar a aplicação da metodologia de construção de mapas de evidências em temáticas da área da saúde, está disponível no Campus Virtual Fiocruz o curso “Mapas de Evidências: metodologia e aplicação” - uma iniciativa do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) como parte do Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP/Opas), do nodo Brasil, coordenado pela Fiocruz. Os Mapas de Evidências são um método emergente de tradução do conhecimento que traz uma síntese (overview) sistemática da evidência científica em uma área/temática específica. O curso, gratuito e online, está com as inscrições abertas.
Segundo a gerente das áreas de Serviço Cooperativo de Informação e Fontes de Informação da Bireme/Opas/OMS, Carmem Verônica Mendes Abdala, o curso surgiu de uma demanda, um alto interesse sobre o que é mapa de evidências e sua metodologia. Para tanto, disse ela, “trazemos um passo a passo para quem quer aprender sobre essa ferramenta e também guiamos as pessoas na criação de novos mapas de evidência. Com a formação, visamos familiarizar interessados no tema a aplicar a metodologia em seus estudos de revisão e sistematização da informação” detalhou.
O curso tem 20h de carga horária e é composto de cinco aulas com conteúdos em vídeo e em pdf para os estudos ou consulta offline:
Carmen Verônica explicou que o mapa de evidência é uma metodologia internacional de avaliação de impacto, que foi adaptada pela Bireme. É um método reproduzível, transparente, com critérios de inclusão e exclusão explícitos. Ela relaciona intervenções com desfechos a partir de estudos de revisão. “De uma forma gráfica, o mapa tem a função de apresentar a sistematização da evidência que existe sobre um determinado tema. Nosso maior interesse com esse curso é facilitar a aplicação da metodologia na sistematização de evidências por outros grupos e consolidar esse material de apoio como recurso educacional”.
O Campus Virtual Fiocruz vem crescendo a cada ano, desde o seu lançamento em 2016. Mas nos últimos tempos, quase 10 meses marcados pela pandemia de Covid-19, o crescimento do CVF pôde ser percebido a cada mês, a cada semana, a cada lançamento de um novo curso... Trabalhamos com muito empenho e celeridade buscando fortalecer a formação em saúde. Foram três cursos produzidos e publicados em caráter de urgência sobre o novo coronavírus – manejo da infecção de Covid-19, saúde no contexto dos povos indígenas e no sistema prisional –, elaborados para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento.
Para 2021, novos cursos já estão em desenvolvimento, um deles é sobre os protocolos e procedimentos para a vacinação, cujo objetivo é atualizar e capacitar equipes no contexto da emergência sanitária. Junte-se aos quase 115 mil alunos inscritos em 2020 e participe das formações oferecidas pela Fiocruz.
Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas
Cada vez mais impactada pela Covid-19, a população indígena – que tradicionalmente é mais suscetível a novas doenças em função de suas condições socioculturais, econômicas e de saúde – precisa de múltiplos esforços para o enfrentamento desta pandemia. Ciente dessas especificidades e suas necessidades, o Campus Virtual Fiocruz, acaba de lançar o curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas. Ele é online, gratuito, aberto a todos os interessados no tema, mas visa capacitar, técnica e operacionalmente, gestores e equipes multidisciplinares de saúde indígena para a prevenção, vigilância e assistência à Covid-19, respeitando os aspectos socioculturais dessa população. A iniciativa vai ao encontro de dois eixos de atuação da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia: educação e apoio a populações vulnerabilizadas.
Covid-19 e saúde no sistema prisional
Para atualizar profissionais e capacitá-los quanto às ações de prevenção e enfrentamento ao coronavírus entre a população privada de liberdade, o Campus Virtual Fiocruz e a Fiocruz Mato Grosso do Sul lançaram o curso autoinstrucional para o Enfrentamento da Covid-19 no Sistema Prisional. A formação é oferecida na modalidade à distância e voltada a gestores, profissionais de saúde, policiais penais, trabalhadores dos estabelecimentos prisionais, membros dos conselhos penitenciários e demais interessados na área.
Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus
Para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, o conteúdo foi produzido e publicado em caráter de urgência, ratificando o aspecto inovador, dinâmico e responsável da formação. Ele é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios, mas pode ser cursado por todos os interessados. Ele é composto de três módulos, que são independentes e podem ser cursados conforme necessidade do aluno, conferindo autonomia ao processo de formação.
Confira outras iniciativas lançadas no contexto da pandemia de coronavírus
Mosquitos - Bases da Vigilância e Controle
Em tempos de coronavírus e suas milhares de mortes diárias, é difícil pensar em outras doenças. No entanto, o Brasil sofre, continuamente, com a incidência de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti: dengue, zika e chikungunya. Além disso, o quadro clínico dessas doenças é muito parecido com o da Covid-19. Portanto, os profissionais precisam estar preparados. O curso de aperfeiçoamento Mosquitos - Bases da Vigilância e Controle – online e gratuito – é voltado a agentes municipais de endemias, gestores e outros profissionais que trabalham com o controle de vetores.
Planejamento escolar local na transpandemia
A pandemia de Covid-19 vem impactando a vida e a rotina das populações de todo o mundo, e a área da educação é uma das grandes afetadas. Para tanto, a Fiocruz, juntamente com outros parceiros, lançou o curso “Planejamento escolar local na transpandemia”. A formação busca apoiar gestores e comunidades escolares a realizar o enfrentamento dessa situação e construir um planejamento local para tomadas de decisão, bem como para a reorganização do planejamento das escolas no período trans e pós-pandemia, fortalecendo o debate sobre os princípios norteadores dessa tarefa e qualificando seu protagonismo nas necessárias transformações da escola no contexto atual. Essa é uma formação online e gratuita voltada a gestores de redes e escolas.
Doenças ocasionadas por vírus respiratórios emergentes, incluindo a Covid-19
Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doenças que variam desde o resfriado comum até doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Um novo coronavírus (Covid-19) foi identificado em 2019 em Wuhan, China. O objetivo deste curso é apresentar uma introdução geral sobre a Covid-19 e outros vírus respiratórios emergentes.
Educação remota para docentes e profissionais da educação
"Caminhos e conexões no ensino remoto" é o tema de um novo curso da Fiocruz voltado a docentes e profissionais da área de educação. O objetivo do curso é compartilhar um conjunto de orientações básicas, ferramentas tecnológicas e atividades que subsidiem professores e outros profissionais da área na realização de disciplinas ou ações educacionais na modalidade de educação remota emergencial. A formação, que é autoinstrucional, online e gratuita, está aberta a todos os interessados. Ela é uma iniciativa da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação e está alinhada às ações de apoio aos professores para a continuidade do ensino frente à necessidade de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19.
Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos
Diálogo, produção colaborativa, conhecimento compartilhado, engajamento e diminuição de barreiras de acesso são alguns dos termos que permeiam os conceitos de Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos (REA). Tais práticas, cada vez mais urgentes e necessárias, especialmente neste momento de emergência sanitária global e imposição de isolamento social, são temas da última série que compõe a Formação Modular sobre Ciência Aberta. Ao todo, são oito cursos independentes entre si. Concebida como uma das estratégias para apresentar o movimento da Ciência Aberta, a Formação Modular aborda práticas, expectativas e controvérsias da área. A Fiocruz é signatária do Plano de Acesso Aberto desde o ano de 2014, mostrando a importância da difusão da ciência e da produção científica no Brasil e no mundo.
Saiba mais sobre novos cursos que serão lançados em 2021:
Vacinação: Protocolos e procedimentos
Seu objetivo é atualizar e capacitar, técnica e operacionalmente, as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) para procederem à vacinação no atual contexto da pandemia de Covid-19. A formação é direcionada a todos os profissionais de saúde do SUS e outros serviços de saúde, em especial os envolvidos na cadeia de vacinação para covid-19; bem como para jornalistas e profissionais de comunicação em saúde. O curso está dividido em quatro módulos: História e produção de vacinas e as vacinas Covid-19; Produção, transporte, conservação e armazenamento; Sala de Vacina Covid-19: organização e procedimentos; e Vacina e vigilância: questões clínicas e sistemas de registros.
Introdução ao SUS (nome preliminar)
O curso visa apresentar as bases de criação do Sistema Único de Saúde, bem como tratar de suas questões estruturais e a forma de organização da atenção à saúde em seus diferentes níveis e também das vigilâncias em saúde. Ele será aberto a todos os interessados no tema. A formação é dividida em três módulos: Movimento sanitário, criação e configuração do SUS; Condições estruturais para o desenvolvimento do SUS; e Organização da atenção e das vigilâncias em saúde
História da Saúde Pública no Brasil
O curso visa contribuir para a formação de profissionais e estudiosos da saúde pública críticos e reflexivos, cientes dos desafios relativos à formulação e implantação de políticas setoriais e das diferentes questões concernentes às práticas profissionais do campo. Inicialmente, ele será voltado a alunos de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento. Durante o curso serão discutidas as formas como, em diferentes contextos, a assistência à saúde foi organizada; o modo como se enfrentou epidemias e se organizou serviços de saúde.
Está no ar o livro “Experiências exitosas da Rede UNA-SUS: 10 Anos”. A obra digital traz relatos de diversas transformações por meio das ações disponibilizadas pela Universidade Aberta do SUS. Segundo seu prefácio, "os artigos demonstram que o avanço começa na formação acadêmica inicial, segue ao longo do exercício prático, com a qualificação permanente do profissional, e se estende a partir do alcance a uma base de informações quase infinita para os participantes". Cada um dos relatos que compõe o livro revela, a seu modo, o foco na qualidade de vida dos usuários do SUS, um dos princípios mais importantes, ancorado na díade educação e saúde da população. Confira.
A publicação é composta de 30 artigos, somando quase 600 páginas escritas por pesquisadores e especialistas da área, e traz os resumos em português e inglês. Um dos capítulos da publicação aborda "Os 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz e a primeira década da UNA-SUS: A busca de novos processos de ensino-aprendizagem". Ele foi escrito por Adriana Coser Gutiérrez, coordenadora das Residências em Saúde e do Fórum de Coordenadores de Residências em Saúde da Fiocruz, e por Ana Furniel, coordenadora do Campus Virtual Fiocruz.
O texto trata de questões sobre os modelos formativos de qualidade e em escala, mas sobretudo sobre quando a defesa da vida disputa com a urgência do tempo. "Este capítulo tem como objetivo apresentar a dupla função que a Fiocruz exerce, que é a de realizar a gestão da Secretaria Executiva e, ao mesmo tempo, ser parte integrante da Rede como unidade executora de
ofertas educacionais. Não restam dúvidas de que a experiência é exitosa, mas também desafiadora, dado aos atravessamentos de um Sistema Único de Saúde que está em constante transformação". O capítulo aponta o reconhecimento da educação a distância, do ensino remoto e do uso de tecnologias educacionais como sinalizadoras para as novas necessidades e reafirma possibilidades de (re)inventar o processo ensino-aprendizagem".
A obra, viabilizada pela Editora da Universidade Federal do Maranhão, foi lançada na ocasião do 26º Encontro da Rede UNA-SUS, ocorrido em 10 e 11 de dezembro, de forma virtual e está disponível aqui.
Em meio a tantas mudanças repentinas e decisões urgentes, a Fiocruz lançou o Programa de Inclusão Digital (PIDig), oferecendo aos seus alunos – pós-graduação stricto sensu, lato sensu, cursos da educação básica e da educação profissional em saúde matriculados regularmente em formações presenciais – o empréstimo de SIM CARD e tablets para viabilizar a continuidade das atividades educacionais no contexto da pandemia de Covid-19. A iniciativa, que busca minimizar as desigualdades, democratizar e ampliar as condições de permanência dos estudantes em seus cursos, foi concretizada em novembro e dezembro de 2020, com cerca de 900 discentes contemplados nas diferentes unidades da Fundação.
Isabella Delgado, coordenadora do Lato sensu da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic), contou que desde junho a equipe vem trabalhando no desenho desse Programa. “Traçamos estimativas sobre o número de alunos elegíveis por meio de pesquisas realizadas junto às unidades e à Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG). Essa foi uma etapa importante, pois nos deu subsídios para iniciar a organização do edital e o rito do processo de licitação”, detalhou ela.
Isabella ressaltou que o edital foi construído com a participação de gestores do campo da educação das unidades e apreciado pela Câmara Técnica de Educação (CTE) da Fiocruz, realizada em 29/7. Além disso, a chamada foi desenhada em consonância com as Orientações para a Educação Remota Emergencial da Fundação. Mais recentemente, por meio de consulta realizada pela Vpeic a todos os programas e cursos da Fiocruz, contou ela, “constatamos que o PIDig foi considerado uma iniciativa de grande relevância pelos coordenadores”.
O PIDig como alternativa de participação e realização das atividades acadêmicas
Para além de pareceres formais, a experiência da aluna do mestrado profissional em Educação Profissional em Saúde, ligado à Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Verônica Alexandrino, evidenciou a relevância da iniciativa. Para ela, a educação remota emergencial foi uma ótima alternativa para a continuidade dos estudos, pois sua turma teve apenas uma semana de aulas presenciais em 2020.
“Desde abril, como representante discente, precisei participar de muitas reuniões remotas, cada uma através de uma plataforma distinta. Com isso, a todo tempo, eu precisava desinstalar uma para baixar outra, pois meu aparelho smartphone não suportava os aplicativos. Além disso, a tela pequena do celular atrapalhava o acompanhamento das aulas, principalmente pela dificuldade de leitura do material exposto. Já o tablet é excelente e atende nossas necessidades para participação e realização das atividades acadêmicas. Além disso, o chip me auxiliou a acompanhar as atividades fora da minha residência, pois sou profissional de saúde e onde trabalho não estão disponíveis esses recursos tecnológicos”, detalhou Verônica.
Estrutura mais adequada e coerente aos estudantes
A coordenadora geral do Ensino Técnico da EPSJV – unidade que, junto com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) concentram o maior número de alunos contemplados no PIDig –, Ingrid D’avilla, falou sobre os desafios de planejar a educação politécnica remota e emergencial buscando, para esse período de exceção, estratégias pertinentes e adequadas diante do projeto político pedagógico e da realidade dos estudantes e professores. Segundo ela, a chegada dos tablets possibilitou viabilizar as práticas curriculares com uma estrutura mais apropriada e coerente com a ideia de que os estudantes precisam de equipamentos e acesso à internet para cumprir as atividades em seus domicílios.
O Programa insere-se em um conjunto de iniciativas da Fundação que vem sendo construídas pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic) em parceria com as unidades e os representantes discentes por meio da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG). Além da Vpeic, a implementação do novo edital mobilizou a equipe da Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional (VPGDI), com destaque para as áreas de compras e a Coordenação-Geral de Gestão de Tecnologia de Informação (Cogetic), visto que a iniciativa envolveu a contratação de plano de dados e/ou de equipamentos para estudantes que preencheram critérios de elegibilidade.
Estão abertas as inscrições para os cursos de verão oferecidos pela Fiocruz Mato Grosso do Sul até 17 de janeiro de 2021. São quatro cursos disponíveis com um total de 265 vagas: “Das plantas medicinais aos fitofármacos”, “Princípios para a atenção domiciliar na Atenção Primária”, “Propriedade intelectual aplicada no setor saúde”, e “Sistematização da assistência de enfermagem em doenças infecciosas e parasitárias (DIP). Eles são destinados a estudantes e profissionais da área da saúde e as vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. As aulas serão realizados de forma virtual entre 25 e 29/1.
Vale ressaltar que as vagas são limitadas. Além disso, é necessário que o candidato tenha acesso à internet, bem como equipamento de microfone e câmera para a realização das aulas.
Das Plantas Medicinais aos Fitofármacos
O curso visa traçar um panorama da utilização de fitoterápicos e de plantas medicinais abordando desde os aspectos etnofarmacológicos até o processo de inovação em insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e fitomedicamentos. Ele tem foco em ampliar o conhecimento sobre o tema de estudantes e profissionais que atuam na área de saúde, sobretudo na atenção primária, contextualizando o estado atual deste tema no Brasil e no SUS, assim como fomentar o uso dos fitoterápicos na APS.
Carga horária: 8h
Princípios para a Atenção Domiciliar na Atenção Primária
Trata-se de minicurso teórico composto por metodologias ativas de aprendizagem em sala virtual, desenvolvidas a partir situações-problema, com foco na formação de competências básicas para o cuidado ao paciente em casa, no primeiro nível de atenção domiciliar (AD). O conteúdo se divide em dois momentos, com estratégias de construção de processos de cuidado, considerando as especificidades do domicílio, os níveis de atenção e o envolvimento de todos os elementos relacionados ao processo de cuidado.
Carga Horária: 6h
Propriedade Intelectual Aplicada no Setor Saúde
Este curso busca enfatizar a importância da propriedade intelectual como estímulo à inovação e ao desenvolvimento econômico e social, além de abordar a constituição dos tipos de proteção dos ativos focando no setor saúde. De forma simplificada, serão abordados os conceitos básicos da proteção ao conhecimento gerado, utilizando marcas, documentos de patentes, indicação geográfica, desenho industrial e direitos de autor.
Carga horária: 6h
Sistematização da assistência de enfermagem em doenças infecciosas e parasitárias (DIP)
Esse curso possibilita aos enfermeiros uma visão geral e integrada dos conhecimentos pertinentes à abordagem das doenças infecciosas e parasitárias, de forma a agilizar e tornar mais eficaz o raciocínio clínico e a tomada de decisões.
Carga horária: 20h
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, o Campus Virtual Fiocruz reitera que a educação está no centro do enfrentamento das desigualdades. Ela é o quarto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável proposto pelas Nações Unidas, com o propósito de atingir a Agenda 2030 no Brasil. O CVF trabalha permanentemente para fortalecer a formação em saúde para o SUS e para o sistema de CT&I do país, assim como para ampliar o acesso à informação para toda a sociedade. Durante a pandemia de Covid-19, lançamos diversos cursos de iniciativa própria, online e gratuitos, em parceria com outras unidades e instituições. Confira o rol de cursos disponíveis no Campus Virtual Fiocruz que tratam das questões relacionadas ao coronavírus.
Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas
Cada vez mais impactada pela Covid-19, a população indígena – que tradicionalmente é mais suscetível a novas doenças em função de suas condições socioculturais, econômicas e de saúde – precisa de múltiplos esforços para o enfrentamento desta pandemia. Ciente dessas especificidades e suas necessidades, o Campus Virtual Fiocruz, acaba de lançar o curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas. Ele é online, gratuito, aberto a todos os interessados no tema, mas visa capacitar, técnica e operacionalmente, gestores e equipes multidisciplinares de saúde indígena para a prevenção, vigilância e assistência à Covid-19, respeitando os aspectos socioculturais dessa população. A iniciativa vai ao encontro de dois eixos de atuação da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia: educação e apoio a populações vulnerabilizadas.
Covid-19 e saúde no sistema prisional
Para atualizar profissionais e capacitá-los quanto às ações de prevenção e enfrentamento ao coronavírus entre a população privada de liberdade, o Campus Virtual Fiocruz e a Fiocruz Mato Grosso do Sul lançaram o curso autoinstrucional para o Enfrentamento da Covid-19 no Sistema Prisional. A formação é oferecida na modalidade à distância e voltada a gestores, profissionais de saúde, policiais penais, trabalhadores dos estabelecimentos prisionais, membros dos conselhos penitenciários e demais interessados na área.
Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus
Para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, o conteúdo foi produzido e publicado em caráter de urgência, ratificando o aspecto inovador, dinâmico e responsável da formação. Ele é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios, mas pode ser cursado por todos os interessados. Ele é composto de três módulos, que são independentes e podem ser cursados conforme necessidade do aluno, conferindo autonomia ao processo de formação.
Confira outras iniciativas lançadas no contexto da pandemia de coronavírus
Mosquitos - Bases da Vigilância e Controle
Em tempos de coronavírus e suas milhares de mortes diárias, é difícil pensar em outras doenças. No entanto, o Brasil sofre, continuamente, com a incidência de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti: dengue, zika e chikungunya. Além disso, o quadro clínico dessas doenças é muito parecido com o da Covid-19. Portanto, os profissionais precisam estar preparados. O curso de aperfeiçoamento Mosquitos - Bases da Vigilância e Controle – online e gratuito – é voltado a agentes municipais de endemias, gestores e outros profissionais que trabalham com o controle de vetores.
Planejamento escolar local na transpandemia
A pandemia de Covid-19 vem impactando a vida e a rotina das populações de todo o mundo, e a área da educação é uma das grandes afetadas. Para tanto, a Fiocruz, juntamente com outros parceiros, lançou o curso “Planejamento escolar local na transpandemia”. A formação busca apoiar gestores e comunidades escolares a realizar o enfrentamento dessa situação e construir um planejamento local para tomadas de decisão, bem como para a reorganização do planejamento das escolas no período trans e pós-pandemia, fortalecendo o debate sobre os princípios norteadores dessa tarefa e qualificando seu protagonismo nas necessárias transformações da escola no contexto atual. Essa é uma formação online e gratuita voltada a gestores de redes e escolas.
Doenças ocasionadas por vírus respiratórios emergentes, incluindo a Covid-19
Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doenças que variam desde o resfriado comum até doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Um novo coronavírus (Covid-19) foi identificado em 2019 em Wuhan, China. O objetivo deste curso é apresentar uma introdução geral sobre a Covid-19 e outros vírus respiratórios emergentes.
Educação remota para docentes e profissionais da educação
"Caminhos e conexões no ensino remoto" é o tema de um novo curso da Fiocruz voltado a docentes e profissionais da área de educação. O objetivo do curso é compartilhar um conjunto de orientações básicas, ferramentas tecnológicas e atividades que subsidiem professores e outros profissionais da área na realização de disciplinas ou ações educacionais na modalidade de educação remota emergencial. A formação, que é autoinstrucional, online e gratuita, está aberta a todos os interessados. Ela é uma iniciativa da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação e está alinhada às ações de apoio aos professores para a continuidade do ensino frente à necessidade de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19.
Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos
Diálogo, produção colaborativa, conhecimento compartilhado, engajamento e diminuição de barreiras de acesso são alguns dos termos que permeiam os conceitos de Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos (REA). Tais práticas, cada vez mais urgentes e necessárias, especialmente neste momento de emergência sanitária global e imposição de isolamento social, são temas da última série que compõe a Formação Modular sobre Ciência Aberta. Ao todo, são oito cursos independentes entre si. Concebida como uma das estratégias para apresentar o movimento da Ciência Aberta, a Formação Modular aborda práticas, expectativas e controvérsias da área. A Fiocruz é signatária do Plano de Acesso Aberto desde o ano de 2014, mostrando a importância da difusão da ciência e da produção científica no Brasil e no mundo.
Transmissão, vigilância, controle e prevenção da febre amarela. Esse é o primeiro curso da Fiocruz traduzido para o inglês e adaptado para a audiência da plataforma The Global Health Network (TGHN) - um espaço internacional da Fundação destinado a promover a ciência por meio da divulgação de suas ações, pesquisas, eventos e cursos. Esse ambiente digital é fruto de um acordo firmado, em 2019, entre a Fiocruz e a Universidade de Oxford para a criação de um hub da instituição na plataforma. A formação, online e gratuita, foi desenvolvida pelo Campus Virtual Fiocruz e segue com inscrições abertas. O Curso também está disponível, em português e inglês, na TGHN. Acesse!
+ Em breve, novas formações oferecidas pelo CVF serão disponibilizadas na plataforma. A previsão é que em 2021 o curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus, traduzido para o inglês, também integre a TGHN. Acompanhe nossas notícias!
A formação é oferecida em formato de microcurso e dirigida a profissionais de saúde que atuam em serviços de atenção básica ou similares de todo o mundo. A ideia é que, ao final do curso, o aluno seja capaz de reconhecer áreas de risco de transmissão da doença; identificar ciclos urbanos e silvestres; rever procedimentos de vigilância; definir os diferentes tipos de caso de febre amarela nos diferentes cenários epidemiológicos; encontrar informações atualizadas sobre a situação epidemiológica da doença; e rever as medidas gerais de controle da febre amarela e formas de prevenção adicionais à vacina.
Neste momento de conquista junto à TGHN, a coordenadora do CVF, Ana Furniel, lembra que o curso foi desenvolvido com muita celeridade, no ano de 2018, em meio ao surto de febre amarela ocorrido no Brasil. “Precisávamos capacitar os profissionais em plena crise sanitária e elaboramos a formação em poucos meses. Além disso, ele foi pensado em formato de Cards, uma estratégia para ampliar o alcance e facilitar a divulgação do seu conteúdo”, comentou ela.
O curso foi produzido pelo Campus Virtual Fiocruz e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), sob a responsabilidade de Ana Furniel e Vinicius de Oliveira, respectivamente, e teve o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Já o conteúdo foi elaborado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob a coordenação acadêmica da pesquisadora Marília Santini.
O centro de treinamento da TGHN alcançou números bastante expressivos até o final de outubro de 2020, o que potencializa o alcance dos cursos da Fiocruz. Mais de 300 mil pessoas de cerca de 200 países realizaram os cursos disponibilizados no site. Como já dito anteriormente, a previsão é que em 2021, uma seleção de novos cursos da Fiocruz seja disponibilizada na TGHN.
Febre Amarela é tema de dois microcursos online do Campus Virtual Fiocruz
Além de Transmissão, vigilância, controle e prevenção, o microcurso Vacinação também integra o Programa de Formação em Febre Amarela elaborado pelo CVF e a UNA-SUS. Ambas são formações modulares e trazem conteúdos que reforçam conhecimentos, conceitos e condutas para qualificar o atendimento.
O microcurso Vacinação contra a Febre Amarela, que também segue com inscrições abertas - apresenta situações diversas sobre vacinação para febre amarela, trazendo orientações e reflexões para qualificar a recomendação de vacina e outras condutas associadas. É indicado para profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Porém qualquer pessoa pode se matricular. Ao final desse minicurso, o participante deve ser capaz de identificar as pessoas para as quais a vacina é recomendada; orientar os usuários nos casos controversos; orientar sobre eventos adversos; e identificar casos de eventos adversos.
*Matéria publicada pela Agência Fiocruz de Notícias, com informações de Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)
Nesta quinta-feira, 3 de dezembro, é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fortalecer a defesa pelos direitos das pessoas com deficiência globalmente. A celebração ocorre em um dos momentos mais difíceis da humanidade no século XXI, em meio à pandemia do novo coronavírus. No entanto, a Fiocruz segue trabalhando em prol da acessibilidade e refletindo sobre a inclusão de forma a assegurar os direitos de todos. Com foco na educação, o Campus Virtual Fiocruz destaca o curso online Acessibilidade e os Princípios do SUS: formação básica para trabalhadores da saúde. Disponível em nossa plataforma, a formação é oferecida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e está com as inscrições abertas.
O curso é voltado, prioritariamente, a profissionais da área de saúde, para que ofereçam um atendimento mais inclusivo e acessível a pessoas com deficiência (PCD) — em especial a pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Apesar do foco nos profissionais da área, o curso é aberto a qualquer interessado em conhecer mais sobre práticas inclusivas.
Este é mais um projeto financiado pelo Edital de Recursos Educacionais Abertos (REA), iniciativa da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz). O curso Acessibilidade e os Princípios do SUS: formação básica para trabalhadores da saúde é fruto de uma parceria do Icict/Fiocruz com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a Cooperação Social/Fiocruz e o Centro de Vida Independente (CVI), o Núcleo de Acessibilidade e Usabilidade da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e o Núcleo de Estudos em Diversidade Inclusão de Surdos da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O curso é aberto, gratuito e autoinstrucional, oferecido na modalidade a distância (EAD). Assim, apesar de ter foco nos trabalhadores de saúde, qualquer pessoa interessada em saber mais sobre acessibilidade e práticas inclusivas pode participar.
Com carga horária total de 72 horas/aula, os módulos estão organizados em sequência para facilitar a compreensão dos assuntos, mas são independentes entre si. Dessa forma, os participantes podem conduzir seu processo de aprendizagem com autonomia, da forma que julgarem mais conveniente. Terminando cada módulo, há exercícios para o aluno consolidar o aprendizado. E uma avaliação final para que o aluno receba o certificado de conclusão, emitido em até cinco dias úteis.
Leia mais sobre iniciativas de acessibilidade e inclusão realizadas pela Fiocruz durante a pandemia
Em uma pandemia, as informações precisam ser atualizadas a cada momento, com novas descobertas da ciência em prol da manutenção da vida. Neste contexto, o direito à informação e comunicação se torna ainda mais essencial. Para ampliar a divulgação, a Fiocruz implementou recursos de acessibilidade em seus vídeos sobre a Covid-19, a partir de uma articulação do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, que tem traduzido todas as produções para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Já são mais de 160 vídeos disponíveis na área especial sobre o novo coronavírus do Portal Fiocruz e na Biblioteca Virtual de Saúde da instituição (BVS Fiocruz), com as traduções realizadas pelos intérpretes de Libras do projeto Empregabilidade da Pessoa Surda, coordenado pela Cooperação Social da Fiocruz; e do Programa Fiocruz Saudável, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe/Fiocruz).
Outro desdobramento importante dessas traduções foi o lançamento do AFN Acessibilidade, com as principais notícias publicadas na Agência Fiocruz de Notícias em Libras e com áudio e legenda em português. Os vídeos semanais estão disponíveis no canal da Fiocruz no YouTube e nas redes sociais da instituição no Facebook, Instagram e Twitter.
O livro Diálogos sobre acessibilidade, inclusão e distanciamento social: territórios existenciais na pandemia, lançado em junho, apresenta reflexões sobre as vulnerabilidades das pessoas com deficiência em meio à pandemia, a partir de artigos de integrantes do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência e representantes da sociedade civil. A publicação é uma iniciativa da plataforma IdeiaSUS/Fiocruz, em parceria com o Comitê, o Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Dihs/Ensp/Fiocruz) e a Universidade Federal de Goiás.
Em comemoração ao Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Deficiência, a Fiocruz realizou em setembro um evento virtual com o tema Deficiência, desigualdade e (IN)visibilidade: desafios para a comunicação e informação no contexto da pandemia, em parceria com o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase/FMP). O encontro discutiu as desigualdades e invisibilidades vivenciadas pelas pessoas com deficiência, em especial nos processos de comunicação e no acesso à informação sobre a Covid-19, e contou com diferentes recursos de acessibilidade. O objetivo foi fortalecer a agenda interinstitucional pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência, pelo enfrentamento à discriminação e por políticas públicas de saúde que reconheçam e valorizem a diversidade.
*Com informações de Leonardo Azevedo (CCS/Fiocruz), Marina Maria (Icict/Fiocruz) e Flavia Lobato
Cada vez mais impactada pela Covid-19, a população indígena – que tradicionalmente é mais suscetível a novas doenças em função de suas condições socioculturais, econômicas e de saúde – precisa de múltiplos esforços para o enfrentamento desta pandemia. Ciente dessas especificidades e suas necessidades, o Campus Virtual Fiocruz, acaba de lançar o curso Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas. Ele é online, gratuito, aberto a todos os interessados no tema, mas visa capacitar, técnica e operacionalmente, gestores e equipes multidisciplinares de saúde indígena para a prevenção, vigilância e assistência à Covid-19, respeitando os aspectos socioculturais dessa população. A iniciativa vai ao encontro de dois eixos de atuação da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia: educação e apoio a populações vulnerabilizadas.
O curso foi desenvolvido pelo Campus Virtual Fiocruz e teve a participação de pesquisadores da Fiocruz, de outras universidades e instituições parceiras. Esta é uma formação livre, composta de quatro módulos, com carga horária total de 30h.
A nova formação está alinhada aos esforços e iniciativas de formação em larga escala de profissionais de saúde na temática da Covid-19. Confira outras iniciativas: Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus, Enfrentamento da Covid-19 no Sistema Prisional, Doenças ocasionadas por vírus respiratórios emergentes, incluindo a Covid-19, Planejamento escolar local na transpandemia, e Caminhos e conexões no ensino remoto.
Dados do último Censo Demográfico que envolveu os povos indígenas, realizado em 2010 pelo IBGE, mostram que quase 900 mil pessoas se autodeclararam indígenas, ou seja, 0,4% da população, presentes em todos os estados brasileiros. Esse contingente é representado por 305 etnias, falantes de 274 línguas distintas, o que confere ainda mais complexidade no cuidado, pois a diversidade sociocultural dos povos indígenas também se expressa em termos de saúde.
A coordenadora acadêmica e uma das conteudistas do curso, Ana Lúcia Pontes, que é pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e doutora em saúde pública, ressaltou que o curso é resultado de um trabalho coletivo de pesquisadores com larga experiência com a saúde dos povos indígenas no Brasil. “Ele nasceu do compromisso de construir uma ferramenta, um subsídio a mais para apoiar profissionais, gestores e integrantes do controle social da saúde indígena. O curso busca retratar as grandes diretrizes de enfrentamento da doença causada pelo novo coronavírus no que se refere à prevenção, assistência e vigilância adequadas à diversidade de contexto dos povos indígenas, assim como à realidade e cotidiano do subsistema de atenção à saúde indígena”, detalhou ela sobre a construção do material.
Ana Lúcia apontou ainda que, durante seu desenvolvimento, procurou-se desdobrar esses conteúdos de forma que eles suscitem a reflexão e a qualificação ampla sobre o que é o desafio da atuação em saúde no contexto dos povos indígenas. “Discutimos cenários gerais com vistas a apoiar os profissionais de saúde no atual contexto de enfrentamento da Covid-19, mas, sobretudo, que permitam, em um cotidiano futuro de trabalho, reflexões que possam ser úteis”, ressaltou Ana Lúcia.
A Covid-19 se mostra altamente letal entre os povos indígenas. No entanto, com sua história de grande vulnerabilidade, torna-se cada vez mais relevante que os profissionais estejam sensíveis ao enfrentamento da pandemia entre esses povos.
Para a coordenadora-geral da iniciativa e responsável pelo Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, a produção deste curso foi um enorme desafio. De acordo com ela, não tem sido fácil enfrentar a pandemia de Covid-19 em todo o mundo, mas as especificidades aumentam de maneira significativa quando falamos da pandemia entre os povos indígenas.
“É necessário lidar com um perfil epidemiológico diferenciado, hábitos culturais distintos e, muitas vezes, com uma situação totalmente diversa, como a dos povos isolados. A situação de vulnerabilidade é ainda maior entre essa população e precisamos entender suas formas de comunicação, de aprendizado e como se apresenta o subsistema de atenção à saúde indígena”, explicou Ana. Ela apontou ainda que, com o curso, “espera-se auxiliar os diferentes profissionais das equipes de saúde que enfrentam diariamente um contexto muito difícil e que, infelizmente, vem piorando com o passar dos meses”.
Curso será oficialmente lançado durante Painel da Abrasco: 20 anos do GT Saúde dos Povos Indígenas - Gênese, trajetórias e perspectivas
O curso será oficialmente lançado nesta tarde, às 16h, durante evento de comemoração aos 20 anos do GT Saúde dos Povos Indígenas, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O Painel "Gênese, trajetórias e perspectivas" terá a participação de Ana Lúcia, Carlos Coimbra Júnior (Ensp/Fiocruz), Eliana Elisabeth Diehl (UFSC), Esther Jean Langdon (UFSC), Ricardo Ventura Santos (Ensp/Fiocruz e Museu Nacional da UFRJ) e Inara do Nascimento Tavares (UFRR), além da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, que integra o Conselho Deliberativo Abrasco. O encontro será transmitido pela TV Abrasco.
Cristiani lembrou que os povos indígenas já são grupos em situação de muita vulnerabilidade social, que sofrem com a luta pela terra, com as diversas formas de violência e desrespeito aos seus direitos. Segundo ela, "diante da pandemia, a atenção à saúde desses povos requer a compreensão do contexto, das especificidades do subsistema de saúde indígena e das necessidades dessa população. O curso aborda algumas dessas questões, visando qualificar os profissionais que atuam nessa área para o enfrentamento da Covid-19 nesse cenário complexo".
Enfrentamento da Covid-19 no contexto dos povos indígenas: conheça a estrutura do curso
Módulo 1: Povos indígenas no Brasil
Módulo 2: Vulnerabilidade dos povos indígenas
Módulo 3: Organização do trabalho e da assistência no subsistema de saúde
Módulo 4: Vigilância da Covid-19 em comunidades indígenas
“O que se espera em um futuro próximo são muitos desafios, com a sobreposição de crises sanitárias e humanitárias – de ordem econômica, política e social –, e uma grande dificuldade em fazermos projeções, pois os modelos existentes atualmente já estão superados”, afirmou o pesquisador do Instituto René Rachou (IRR-Fiocruz Minas), Rômulo Paes Souza, durante a aula aberta “Iniquidades sociais, direitos humanos e atenção primária à saúde”, promovida pelo mestrado profissional em Atenção Primária à Saúde com ênfase na Estratégia de Saúde da Família. O encontro, que também teve a participação da especialista em direitos humanos e integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), Joana Zylbersztajn, está disponível na íntegra no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.
“Como eu posso contribuir com os profissionais que estão fazendo esse trabalho da linha de frente, que é o mais importante, especialmente neste momento de enfrentamento da pandemia?”, perguntou Joana Zylbersztajn no início de sua exposição, afirmando que esse é sempre um questionamento norteador do seu trabalho e foi determinante para a construção da apresentação neste debate.
Ela citou a definição de direito à saúde elaborada pelo Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU - "é um direito inclusivo que se estende não apenas aos cuidados de saúde oportunos e apropriados, mas também aos determinantes subjacentes de saúde, como acesso à água e saneamento adequados, nutrição e habitação seguros, condições ocupacionais e ambientais saudáveis, o acesso à educação e informações relacionadas à saúde..." – e lamentou esse ser um conceito tão distante da nossa realidade. Ela afirmou estarmos muito no início da compreensão do direito integral à saúde, mas ressaltou o fato de, ao menos, já termos a ideia sistêmica do que ele é: “Isso nos dá outros parâmetros e referências sobre o que temos que buscar no sentido de um acesso completo à garantia do direito à saúde”.
Rômulo apresentou uma ampla discussão sobre os aspectos que envolvem as desigualdades e iniquidades em saúde, trazendo isso para a relação com os serviços de saúde, mas também com o que precede esse fenômeno. Ou seja, segundo ele, "para que a desigualdade em saúde se realize, é preciso que um conjunto de fatores que antecedem essa condição de saúde que os indivíduos vivenciam se dê", detalhou.
O palestrante falou sobre a importância de se ter clareza sobre os aspectos contemporâneos da discussão sobre desigualdades e iniquidades em saúde, e apresentou alguns fatores que potencializam uma condição desfavorável, como a soma de diversas desigualdades em um grupo, indivíduo ou território; o aspecto geográfico e a capacidade que os países tem de identificar quem são os membros mais vulneráveis e apresentar uma alternativa de superação para aquele contexto específicos, entre outros.
Rômulo encerrou falando sobre os desafios de um futuro próximo, como a sobreposição de crises sanitárias e humanitárias. As debatedoras da mesa, as alunas do mestrado Brenda Freitas da Costa e Marcélia Martins, abriram as discussões trazendo questões do cotidiano do trabalho, a partir do que foi apresentado pelos convidados. Assista ao encontro na íntegra: