A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, por meio da Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC), torna pública a chamada interna destinada à seleção de candidatos a bolsas para realização de capacitação no exterior para fins de atividades de curta duração no âmbito do Programa Institucional de Internacionalização – Programa CAPES-PrInt/Fiocruz. A submissão de propostas à Chamada PrInt nº04/2022 vai até 31 de julho.
A iniciativa tem foco em cursos de curta duração ou summer/winter schools e é voltada a servidores ativos da Fiocruz, funcionário do corpo técnico/tecnologista ou administrativo que desenvolvam atividades pertinentes à internacionalização dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz vinculados ao Capes-PrInt/Fiocruz.
Essa modalidade de bolsa oferecida nesta chamada tem como principais objetivos o aperfeiçoamento individual e, sobretudo, o fortalecimento institucional, por meio da qualificação de recursos humanos em treinamentos e capacitações técnicas, científicas ou pedagógicas nas áreas de ciência, tecnologia, inovação.
É importante ressaltar que a candidatura deve ser realizada exclusivamente por meio do formulário eletrônico com o uso do e-mail institucional. Além disso, é fundamental a apresentação do comprovante de proficiência, conforme item 4.7 da Chamada, pois esta é uma exigência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O comprovante pode ser apresentado no momento da inscrição ou até o dia 12/9, caso seja selecionado.
Confira a Chamada PrInt nº04/2022 – Seleção de bolsistas para realizar Capacitação no Exterior
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A construção do território independente será o tema da segunda edição do seminário internacional Ciência, saúde e ambiente: independências do Brasil?, promovido pela Casa de Oswaldo Cruz. As atividades do dia 1º de julho começam com a aula inaugural de Júnia Furtado (UFMG), intitulada Da conquista à colônia-metrópole: uma cartografia dos vocábulos políticos no contexto da Independência. Veja abaixo a programação completa. Os encontros acontecerão de modo híbrido, com público presente no Salão de Conferências do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), em Manguinhos (RJ), e transmissão pelo Youtube da COC. As conferências também contarão com intérpretes de libras.
Organizado pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS) e pelo Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde (Depes), o seminário será composto de quatro eventos ao longo do ano, com debates reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros em torno do tema.
A primeira edição do seminário foi realizada em 27 de maio com o tema Instituições científicas, comunidades imaginadas e construção da nação e conferência de abertura apresentada por Lilia Moritz Schwarcz (USP). No segundo semestre, serão realizados outros dois eventos: Povos, diversidade, hierarquias (30/09) e Descolonizações: local, atlântica, global (25/11). A organização geral do seminário é de Lorelai Kury, Dominichi Miranda de Sá, Maria Rachel Fróes da Fonseca e Kaori Kodama (COC/Fiocruz).
Além da conferência de abertura de Júnia Furtado (UFMG), a programação do dia 1º de julho, contará com as mesas-redondas Demarcações, fronteiras e identidades do Brasil e Saberes sobre o território: perspectivas ambientais, sanitárias e sociais. A organização desta edição é de Lorelai Kury, Dominichi Miranda de Sá, Kaori Kodama, Stella Penido, Ingrid Fonseca Casazza e Ricardo Cabral de Freitas (COC/Fiocruz)
Confira a programação:
01/07 - A construção do território independente
8h30 - Café de recepção aos participantes.
9h às 10h - Conferência de abertura
Da conquista à colônia-metrópole: uma cartografia dos vocábulos políticos no contexto da Independência
Júnia Furtado (UFMG)
Mediação: Kaori Kodama (Fiocruz)
10h30 às 12h30 - Mesa-redonda: Demarcações, fronteiras e identidades do Brasil
Maria Fátima da Costa (UFMT)
Francismar Alex Lopes de Carvalho (UERJ)
Iris Kantor (USP)
Mediação: Heloisa Gesteira (Mast)
14h às 16h - Mesa-redonda: Saberes sobre o território: perspectivas ambientais, sanitárias e sociais
Lea Velho (Unicamp)
Jaime Benchimol (Fiocruz)
Diogo Cabral (Trinity College Dublin, Irlanda)
Maria Verônica Secreto (UFF)
Mediação: Robert Wegner (Fiocruz)
Assista aos vídeos da primeira sessão do Seminário, realizado em 27 de maio com o tema Instituições científicas, comunidades imaginadas e construção da nação e conferência de abertura apresentada por Lilia Moritz Schwarcz (USP).
A Fiocruz divulgou nova nota técnica sobre a manutenção das atividades presenciais nas escolas diante de um contexto que ainda é de pandemia. O grupo de trabalho (GT) formado por pesquisadores da Fundação que elaborou o texto reitera a importância da manutenção de aulas presenciais, resguardado o afastamento de casos positivos e de sintomáticos respiratórios, enfatiza que é necessário ter disponibilidade de testes para Covid-19 na comunidade escolar e recomenda que seja dada prioridade à vacinação (doses de reforço) aos trabalhadores da educação. Ainda de acordo com o documento, situações identificadas como agravos associados à Covid-19 devem ser referenciadas para as equipes de atenção primária à saúde, vinculadas a unidades básicas de saúde. Os pesquisadores ressaltam que as escolas são equipamentos seguros e essenciais, por serem promotoras e protetoras da saúde.
“Decorrido todo este tempo de convivência com períodos de maior ou menor transmissão do Sars-CoV-2, pode-se afirmar que as atividades presenciais nas escolas não têm sido associadas a eventos de maior transmissão do vírus”, afirmam os pesquisadores. Segundo o GT, “a detecção de casos nas escolas não significa necessariamente que a transmissão ocorreu nas escolas. Em sua maioria os casos são adquiridos nos territórios e levados para o ambiente escolar. Nesse sentido, a experiência atual, comprovada por estudos científicos de relevância, revela disseminação limitada da Covid-19 nas escolas”.
De acordo com a nota, pelas características da doença, padrão de disseminação nas diferentes faixas etárias e efeitos da vacinação, é possível afirmar que a transmissão de trabalhadores para trabalhadores é mais frequente do que a transmissão de alunos para trabalhadores, trabalhadores para alunos ou alunos para alunos. Portanto, aconselham os pesquisadores, medidas de proteção devem ser adotadas em todos os ambientes escolares, com priorização das estratégias direcionadas à redução da transmissão entre trabalhadores (por exemplo: espaços de convívio e ênfase no rastreio de casos e contatos).
A nota destaca que foi identificado um maior uso de autotestes após a liberação no Brasil. No entanto, chama a atenção para o difícil controle de sua execução correta, bem como as dificuldades de notificação, embora reconheça que os autotestes têm sido importantes para o isolamento precoce dos casos.
O documento lembra que o controle da pandemia resultou, em 2022, na retomada plena das atividades presenciais nas escolas, constatando as consequências e prejuízos pedagógicos e psicossociais da pandemia Covid-19. Assim, é imperativo buscar reconstruir as rotinas escolares e seus projetos pedagógicos. A nota afirma que, no atual momento epidemiológico, não são recomendadas novas interrupções das atividades escolares.
Os pesquisadores sublinham, porém, que “com o inverno, as viroses respiratórias têm sua incidência aumentada. É necessário rever os protocolos para melhor gerenciar os riscos. Assim, atenção especial à ventilação dos ambientes, higiene das mãos e uso de máscara nos sintomáticos leves devem ser incentivados. Essas medidas são importantes para todas as viroses respiratórias”.
O documento informa que em 21 de junho o Brasil apresentava 77,8% com ciclo completo de vacinação da população total e 85,5% para a população elegível acima de 5 anos. No entanto, somente 46% com ciclo completo (todas as doses de reforço) da população total e 55% da população vacinável com reforço acima de 12 anos. Na faixa etária entre 5 e 11 anos há 13.056.571 (63,69%) de crianças com a primeira dose e somente 7.967.345 (38,86%) com a segunda dose, números aquém do necessário para uma imunização coletiva completa. Segundo os pesquisadores, essas informações revelam um maior risco para internação, gravidade e morte relacionadas aos não vacinados completamente.
“É necessário um avanço nas taxas de vacinação, para que possamos proteger toda população e tentar reduzir a taxa de transmissão. Alguns países iniciaram a vacinação para crianças a partir do sexto mês de idade e, com isso, aumentam a cobertura vacinal, principalmente em bebês e crianças como população fortemente carreadora do vírus Sars-CoV-2. Apesar de a vacina não ser esterilizante, no sentido de eliminar o vírus completamente, além de proteger o vacinado contra as formas graves da doença ela reduz a carga viral do contaminado. O Brasil precisa avançar na vacinação para as doses de reforço para as populações mais vulnerabilizadas e definir a vacinação para a faixa etária acima dos seis meses, como forma de reduzir a carga viral circulantes nas escolas e em outros ambientes”, reforça a nota técnica.
O GT da Fiocruz é um grupo constituído em setembro de 2020 com o objetivo de orientar o retorno, o mais seguro possível, às atividades escolares presenciais na condição da pandemia de Covid-19, sempre avaliando o contexto epidemiológico, o avanço da cobertura vacinal e priorizando a vigilância em saúde como tripé fundamental nessa orientação. Os diversos documentos publicados pelo grupo desde então refletem os diferentes momentos e contextos epidemiológicos enfrentados, desde a condição de não retorno presencial até o retorno integral proporcionado pela ampla cobertura vacinal, queda na mortalidade e redução no número de casos.
Acesse aqui a nota técnica.
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O Sextas desta semana apresenta Cântico Negro, de José Régio, pseudônimo de José Maria dos Reis Pereira. Nele o autor reforça que a individualidade reside nas escolhas: não seguir o caminho de todos, procurar um caminho diferente, mesmo que seja mais difícil e obscuro.
Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
Cântico Negro é considerado um poema-manifesto, pois dentro dele há elementos comuns da poética de José Régio. Esta poesia, cujo tema central é a religiosidade, foi publicada em seu primeiro livro, chamado Poemas de Deus e do Diabo, publicado em 1926.
Com informações de https://www.culturagenial.com/poema-cantico-negro-de-jose-regio/
Você desenvolve estudos sobre o quanto a dinâmica do trabalho em plataformas digitais afeta a garantia de direitos e saúde do trabalhador? Essa é uma das questões que a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis) pretende abordar no dossiê 'Trabalho por plataformas digitais e saúde', que está com chamada pública aberta para submissão de artigos - em português, inglês e espanhol - até o dia 30 de junho. A publicação está prevista para outubro/dezembro de 2022. A Reciis é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).
De acordo com os editores convidados, um dos principais objetivos do dossiê é compilar estudos sobre a intersecção entre saúde e trabalho em plataformas digitais, entendendo a urgência em analisar a saúde e bem-estar dos trabalhadores nesta dinâmica laboral a fim de prefigurar possibilidades futuras relacionadas à saúde nessas dinâmicas digitais de trabalho. Por isso, há interesse em propostas que enfatizem os seguintes eixos temáticos:
• Saúde de trabalhadores por plataformas em diferentes setores;
• Segurança e saúde no trabalho por plataformas nas ruas: motoristas, entregadores, shoppers;
• Trabalhando de casa: trabalho remoto, microtrabalho e trabalho reprodutivo;
• Trabalho doméstico e setor de beleza;
• Intersecções de gênero, raça, casta, classe, idade, sexualidade e outras dinâmicas no impacto de condições de saúde dos trabalhadores por plataformas;
• Perspectivas decoloniais sobre trabalho por plataformas e saúde;
• Além de perspectivas da "invisibilidade" e do "oculto" para compreensão do trabalho por plataformas e saúde;
• Doenças crônicas, deficiência e capitalismo de plataforma;
• Saúde mental, direito à desconexão e trabalho por plataformas;
• Saúde mental e capitalismo de plataforma;
• Plataformização dos trabalhadores da saúde e trabalhadores de cuidados médicos;
• Tecnologias e métricas de vigilância na saúde e monitoramento por plataformas durante a pandemia de covid-19;
• Biopolítica e capitalismo de plataforma antes e durante a pandemia;
• Assédios organizacionais, morais e sexuais no trabalho por plataformas digitais;
• Trabalho decente em plataformas digitais e o papel da saúde;
• Saúde de trabalhadores por plataformas e políticas públicas.
Rafael Grohmann Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Doutor e Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP); Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Coordenador do Laboratório de Pesquisa DigiLabour. Coordenador no Brasil do projeto Fairwork, vinculado à University of Oxford; Diretor Científico da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS); Diretor da Labor Tech Research Network e Membro do Conselho Científico do Center for Critical Internet Inquiry (C2i2), University of California, Los Angeles (UCLA). Tem experiência, principalmente, nos seguintes temas: trabalho em plataformas; plataformização do trabalho; cooperativismo de plataforma; dataficação; comunicação e trabalho; trabalho de comunicadores; teorias da comunicação; circulação de sentidos.
Noopur Raval - New York University (NYU)
Doutora em Filosofia pela University of California, Irvine. É pesquisadora de pós-doutorado no AI Now Institute da New York University Suas pesquisas são interdisciplinares na interseção da Ciência da Informação, Antropologia e Estudos Científicos. Suas experiências de pesquisa estão voltadas à análise do trabalho e as transformações urbanas por meio de plataformas de trabalho e tecnologias de IA.
Kruskaya Hidalgo Cordero - Central European University (CEU)
Pesquisadora e ativista feminista com mestrado em Estudos de Gênero pela Central European University (CEU). Atualmente é coordenadora de projetos da Friedrich-Ebert-Stiftung (FES-ILDIS)- Equador na área de sindicalismo e feminismo. Suas experiências de pesquisa são: trabalho remunerado em casa, estudos decoloniais e economias de plataforma/trabalho digital.
Normas e preparação de artigo
A Reciis é um periódico interdisciplinar trimestral de acesso aberto, revisado por pares e sem ônus para o autor. Recebe textos em fluxo contínuo e também em chamadas públicas para dossiês temáticos. Publica textos inéditos de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde; em português, inglês ou espanhol.
Ao submeter o trabalho, é necessário preencher a categoria Dossiê ‘Trabalho por plataformas digitais e saúde’
Outras informações na seção Notícia no site: www.reciis.icict.fiocruz.br. As normas do periódico podem ser consultadas na seção Preparação do artigo.
No caso de dúvidas, escreva para o e-mail: reciis@icict.fiocruz.br
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O que as recentes emergências de saúde pública têm em comum e as melhores formas de enfrentá-las globalmente serão os temas principais da edição extra do Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, que ocorrerá nesta quinta-feira, 23/6. Com a participação de especialistas da Fiocruz e da Universidade de São Paulo (USP), o webinar organizado pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) debaterá os mecanismos de disseminação e controle de doenças como Covid-19, monkeypox, hepatite infantil, entre outras emergências internacionais e regionais. O evento será transmitido em português, inglês e espanhol.
Segundo o mediador do evento, o professor e pesquisador da Fiocruz Brasília Eduardo Hage, o foco do seminário será nos processos de ocorrência das emergências, baseando-se, principalmente, nas mais recentes. Cada um dos palestrantes abordará ao menos duas ou três delas. “Com isso, buscamos entender o que há em comum entre essas emergências em termos de produção: quais os fatores que as propiciam e as situações que determinam a sua ocorrência ou contribuem para a disseminação da doença, tendo a consciência das diferenças entre elas, como de manifestação clínica, gravidade e letalidade”, assinala Hage.
Em um mundo cada vez mais globalizado e onde as distâncias são menores, possibilitando o tráfego intenso de pessoas e bens de consumo entre os países, o pesquisador ressalta a importância do debate. Ele enumera algumas das crises recentes de saúde global, como a disseminação rápida entre os continentes da Síndrome Respiratória Grave nos primeiros anos deste século e da Covid-19.
“A monkeypox também teve disseminação rápida, principalmente para Europa e Estados Unidos. Mas há alguns mecanismos de transmissão da doença que ainda estão sendo analisados”, aponta Hage sobre a doença antes considerada de transmissão eventual, de reservatórios animais para o homem, que ocorria episodicamente em alguns países da África e que passou a se disseminar quando se estabeleceu a transmissão pessoa a pessoa.
Estratégias globais
É possível e preciso, então, pensar em estratégias nacionais e globais. Para Hage, não será restringindo o fluxo de pessoas que esse cenário irá melhorar, mas com o fortalecimento dos sistemas de saúde nacionais, com capacidade de detecção precoce e de resposta, além de boa capacidade de laboratório para monitoramento de agentes etiológicos, por exemplo.
Os painelistas entrarão neste debate, trazendo ainda as possíveis medidas de controle internacionais, como redes globais de produção e desenvolvimento de insumos, a necessidade de disseminação de informações e a situação atual dos tratados globais para o tema, como a reformulação do Regulamento Sanitário Internacional.
Para isso, o webinar contará com a participação de Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz, atual coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) e membro do Grupo Assessor Científico da OMS sobre Origens de Novos Patógenos (SAGO); Marilia Santini, infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz); e Deisy Ventura, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
A Fiocruz está com inscrições abertas para a sexta edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e a quinta edição da Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional, iniciativas que valorizam a produção do conhecimento acadêmico em saúde. Apesar do cenário desfavorável para a área, a Fiocruz trabalha cotidianamente para o fortalecendo do sistema brasileiro de ciência e tecnologia, sendo a manutenção dessas honrarias anuais mais um exemplo, entre tantos outros, de valorização de nossas áreas de pesquisa. As inscrições para o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses vão até 30/6. Conheça as chamadas.
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses - confira a chamada
Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional - confira a chamada
Ambas as chamadas internas são coordenadas pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC). Para a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz (CGE/VPEIC), Eduarda Cesse, essas honrarias enaltecerem a produção acadêmica brasileira, sobretudo para o avanço do campo da saúde. "Por mais um ano consecutivo, e ainda em cenário de pandemia, seguimos superando obstáculos para dar visibilidade e condecorar aqueles que em nenhum momento deixaram de se dedicar à pesquisa e à ciência do nosso país", destacou.
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022 - inscrições até 30/6/2022
O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses (Poct) visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde em diversas áreas temáticas de atuação da Fundação Oswaldo Cruz.
Poderão concorrer doutores e doutoras, cujas teses tenham sido defendidas entre os meses de maio de 2021 e abril de 2022 nos cursos da Fiocruz e de cursos nos quais a Fundação participa de forma compartilhada, e que sejam registrados na Coordenação-Geral de Educação (CGE).
As inscrições podem ser realizadas tanto por alunos egressos como pelas coordenações dos programas de pós-graduação (PPG) da Fiocruz, com a anuência do egresso. É importante destaca que não há restrição quanto ao número de egressos inscritos por curso.
Destaca-se ainda que a comissão julgadora do Poct será formada por membros externos à Fiocruz, considerando o número de inscritos em cada área.
Será selecionada uma tese de cada uma das áreas abaixo indicadas:
• Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina;
• Medicina;
• Saúde Coletiva;
• Ciências Humanas e Sociais
O PPG no qual foi realizado o curso não limita a escolha da área. O candidato ou o PPG que o indicou deve apontar no formulário de inscrição a área temática na qual melhor se enquadra o trabalho. As inscrições devem ser enviadas para o e-mail: premio.oct@fiocruz.br.
Cada premiado receberá um certificado e o apoio de até R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), que poderá ser utilizado para deslocamento, inscrição e estadia em eventos presenciais; inscrição em evento remoto; publicações de artigos em revistas especializadas/traduções de artigos, que nesta edição traz como novidade a obrigatoriedade de ser em revista de acesso aberto e Qualis B2 ou superior na respectiva área de avaliação do PPg de origem na Capes; cursos presenciais ou à distância e compra de livros acadêmicos; cursos presenciais ou à distância e compra de livros acadêmicos.
As inscrições vão até 30/6/2022
Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional 2022 - inscrições até 19/8/2022
A Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional tem como objetivo reconhecer e valorizar os esforços educacionais de seus servidores e servidoras, distinguindo trajetórias acadêmicas de elevado mérito na educação no campo da saúde. A premiação é concedida para apenas um indivíduo, sem a possibilidade de concessão compartilhada nem a concessão de menção honrosa.
No ano de 2022, somente serão aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação nas áreas da Medicina e/ou Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina.
Busca-se dos candidatos indicados à Medalha uma trajetória meritória de contribuições para a educação por meio da formação de pessoal para o campo da saúde e reconhecida pelos pares; integridade profissional; contribuição duradoura para o campo de atuação, expressa, entre outros elementos, pela capacidade de seus ex-alunos; reconhecimento geral das características de liderança no campo da educação; e influência estadual, nacional e/ou internacional nas políticas educacionais.
A candidatura à Medalha poderá ser apresentada de três formas:
(a) Autoindicação – o servidor apresenta a sua própria candidatura;
(b) Indicação pelo Conselho Deliberativo (CD) de unidade da Fiocruz;
(c) Indicação pela Comissão de Pós-Graduação (CPG) de programa de pós-graduação Stricto sensu da Fiocruz.
Os documentos para candidatura devem ser enviados, com clara indicação do nome do candidato(a), para o endereço medalhavs@fiocruz.br.
As inscrições vão até 19/8/2022
Em "Não sei quantas almas tenho", Fernando Pessoa, o poeta escolhido para esta edição do Sextas, faz uma reflexão sobre si mesmo trazendo seus "múltiplos eus", com numa autoanálise em que busca por si próprio. O poema foi escrito em 1930, no período de maturidade artística do autor.
Neste mês em que comemoramos o amor, também é lembrado o aniversário desse, que é um dos mais importantes poetas da língua portuguesa. Nascido em 13 de junho de 1888, Fernando Pessoa escreveu poesia, prosa, teatro, ensaios críticos e filosóficos. Ele ficou conhecido ainda por ser vários poetas ao mesmo tempo, não se tratando de pseudônimos, mas de heterônimos, ou seja, entidades individuais que revelavam seus próprios gostos, estilos, influências, valores e crenças.
Desde o primeiro trimestre do ano, pesquisadores, especialistas da área e a grande mídia vêm alertando para o aumento dos casos de dengue no país. Dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde apontam que o Brasil registrou 504 mortes pela doença até o início de junho. Além disso, o InfoDengue Fiocruz, contabilizou mais de 700 mil casos de dengue, superando o total do ano passado. Segundo a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Andrea Sobral, esse grande aumento do número de casos já configura um surto da doença em todo o território nacional, e pode estar relacionado à redução de medidas e ações de prevenção para o controle da doença durante a pandemia de Covid-19, aliada a condições favoráveis do clima, como chuvas intensas e prolongadas e o calor, além de locais com maior vulnerabilidade das habitações nas cidades, especialmente em áreas empobrecidas.
O Campus Virtual Fiocruz lembra que, em parceria com o Ministério da Saúde, disponibiliza o curso online e gratuito InfoDengue e InfoGripe: Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis. A formação tem foco na atualização de profissionais da vigilância em saúde das secretarias municipais e estaduais de Saúde, mas é aberto a todos os interessados na temática.
O cenário apresentado pelo InfoDengue - sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e pela Fundação Getúlio Vargas - ressalta a importância de observar o comportamento do mosquito e manter o controle para evitar os focos da dengue e combater o vetor. O curso do CVF busca disseminar conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis, assim como instrumentalizar profissionais para a tomada de decisão em salas de situação dedicadas à vigilância de arboviroses urbanas e de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
Em entrevista ao Informe Ensp, Andrea Sobral, que também é coordenadora acadêmica do Programa VigiFronteiras-Brasil, falou sobre os motivos para o atual surto, a influência da pandemia de Covid-19 na notificação e nas ações de prevenção e controle, além das ações para redução do número de casos da dengue e outras arboviroses. Para ela, dados do InfoDengue (sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e pela Fundação Getúlio Vargas), tem-se observado que a doença vem se espalhando em áreas onde não havia registro, em especial nas cidades da região Sul do país.
Na opinião de Andrea, é extremamente relevante intensificar as ações de prevenção de responsabilidade do poder público que envolvam a eliminação dos criadouros do mosquito, com atuação importante das equipes de endemias/vigilância de campo dos municípios monitorando os domicílios, e também campanhas que mobilizem a população a revisar, de forma periódica, suas casas/domicílio (medidas que apontem a necessidade de evitar acúmulo de lixo e água parada que contribuem para a proliferação do mosquito). A lógica é reduzir focos para reduzir o número de casos da doença. Além disso, é necessário reforçar os serviços públicos de saúde a fim de conseguir acolher os pacientes com complicações da dengue.
+Leia aqui a entrevista completa: Brasil tem alta de casos de dengue, zika e chikungunya
Os módulos desenvolvidos no curso compreendem textos, vídeos e áudios, organizados com bastante dinamismo e interação. Por meio de todos esses recursos, aliado ao fórum permanente de interação entre alunos, a ideia da formação é proporcionar um ambiente agradável e rico para o estudo e a compreensão de conceitos teóricos e práticos aplicados ao monitoramento de doenças transmissíveis, incluindo número reprodutivo, receptividade ambiental, limiares epidêmicos, e nowcasting, novo conceito que busca identificar cenários de risco e a leitura-interpretação dos boletins dos sistemas InfoDengue e Infogripe em diferentes contextos.
O curso é dividido entre as bases da epidemiologia e vigilância, e as práticas específicas dos sistemas de Vigilância e de Informação. Aos participantes, ainda é possível se aprofundar nos aspectos mais técnicos das metodologias analíticas desenvolvidas e adaptadas para a geração de alertas epidemiológicos para arboviroses e SRAG implementadas no Infodengue e Infogripe pelo e-book “Métodos analíticos dos sistemas Infodengue e Infogripe”.
A coordenação acadêmica do curso está a cargo da pesquisadora da Fiocruz, Cláudia Torres Codeço, que também é coordenadora do InfoDengue. A formação integra uma iniciativa do Ministério da Saúde para a capacitação de profissionais da saúde que trabalham em vigilância de arboviroses e síndromes gripais.
Segundo Cláudia, muitas doenças de importância em saúde pública foram de certo modo negligenciadas em 2020 e 2021 por razões óbvias como consequência da pandemia de Covid-19. No entanto, arboviroses urbanas e outras síndromes respiratórias, como a Influenza, são agravos com potencial epidêmico em nosso país. Ela apontou ainda que "alguns sistemas de alerta, como o Infodengue e o Infogripe, têm contribuído para o monitoramento desses agravos, porém, é possível explorar muito mais deles para a vigilância epidemiológica dos municípios e estados brasileiros". Um projeto para avaliar mudanças no padrão de temperatura do país e possível associação com o aumento da temporada de dengue também já está em desenvolvimento pelo InfoDengue.
A Fiocruz vai receber um grupo de estudantes americanos vindos da Universidade de Princeton, Estados Unidos. O intercâmbio é fruto de um memorando de entendimento entre as instituições e receberá, ao todo, sete estudantes que atuarão em cinco de nossas unidades. Os quatro primeiros integrantes da comitiva chegaram à Fundação em 9 de junho e foram recepcionados com uma aula sobre a história da Saúde no Brasil, proferida pelo pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Gilberto Hochman, que é também professor do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde e pesquisador (PPGHCS/COC). Os estudantes ficarão na Fiocruz por oito semanas. Os outros três integrantes da missão chegarão na instituição no mês de julho.
O objetivo do memorando de entendimento entre a Universidade de Princeton e a Fiocruz é estabelecer um ambiente cooperativo e definir, em comum acordo, as bases da cooperação internacional a ser desenvolvida nas áreas de ensino, pesquisa e intercâmbio de estudantes no campo da saúde.
Neste primeiro ano, cinco unidades da Fiocruz receberão estudantes
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, destacou o fato de Princeton ter um Programa de Saúde Global bastante expressivo e de caráter interdisciplinar, lembrando que os estágios de verão (summer internship) estão entre suas ações. “Nessa estratégia de fortalecimento da nossa parceria, a expectativa é que os estagiários conheçam o trabalho desenvolvido pela Fiocruz em suas diversas áreas de interesse, tenham a vivência da inserção em projetos de pesquisa, além de colaborarem com elas, sendo uma experiência profissional rica e de muito aprendizado para esses estudantes”, disse Cristiani entusiasmada.
Neste primeiro ano, os estagiários desenvolverão pesquisas no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a coordenação de Leticia Lery e Roberta Olmo; na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) com Carlos Machado; na Casa de Oswaldo Cruz com André Felipe Cândido da Silva; no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) com Marcos Nascimento, Adriana Castro e Paula Gaudenzi; e no Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Evandro Chagas (INI/Fiocruz) com Claudia Valete e Rodrigo Menezes. Os temas tratados serão Resistência antimicrobiana; Pesquisa em hanseníase; Redução de riscos de desastres na saúde; História, ecologia e saúde no antropoceno; e saúde pública e pesquisa aplicada na área da saúde da mulher, criança e adolescente.
Outro propósito da iniciativa, segundo Cristiani, é estreitar a nossa cooperação com a Universidade, “envolvendo outras ações de mobilidade de estudantes, de lá pra cá e daqui pra lá. Essa é a primeira experiência da Summer School de Princeton com a Fiocruz, mas, para além disso, pretendemos ampliar essas estratégias de intercâmbio e de mobilidade e, se possível, em um momento futuro, avançar para outras iniciativas conjuntas mais profícuas, como temos com diversas outras instituições internacionais, incentivando a mobilidade de estudantes de pós-graduação e abarcando o intercâmbio de pesquisadores visitantes”, comentou.
Após quase um mês do início desta ação, em 11/7, a Fiocruz receberá o diretor dos Programas de Pós-graduação de Saúde Global da Universidade de Princeton, Gilbert Collins, para uma agenda estratégica que prevê uma série de reuniões de acompanhamento dos estagiários, visando o debate conjunto de novas iniciativas, e, sobretudo, o fortalecimento da parceria entre as instituições.
A cooperação internacional com a Universidade de Princeton
A iniciativa surgiu a partir de uma visita da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em outubro de 2021, à Universidade de Princeton, quando ela quando participou de um colóquio sobre saúde global na instituição. O memorando de entendimento foi acordado pela presidência da Fiocruz, mas a condução de todo o processo está a cargo da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação.
Já no âmbito desta cooperação, em abril de 2022, dois pesquisadores da Fundação, um do INI e um do IOC, estiveram em Princeton participando de um seminário sobre resistência microbiana. Após o convite de Princeton para a Summer School, Cristiani contou que diferentes áreas foram mobilizadas para receber os alunos neste estágio de verão, pelo período de dois meses. As vagas foram desenhadas nos campos de interesse manifestados por Princeton, que selecionou os estudantes num processo anual tradicional da instituição.
A vice-presidente salientou ainda que a iniciativa está em consonância com a Política de Internacionalização da Fiocruz, que visa fortalecer laços e parcerias com instituições acadêmicas de excelência e cooperações Norte-Sul e Sul-Sul, e, mais especificamente, com as políticas de internacionalização do Ensino e com o envolvimento do maior número possível de programas de pós-graduação e unidades. “Neste momento, os estagiários estão na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, como uma primeira experiência, mas já adiantamos para Princeton o nosso interesse em estender os summer internship para unidades da Fundação de outros estados do Brasil”, concluiu Cristiani.
Imagens: Jeferson Mendonça, fotógrafo da COC/Fiocruz