Fundação e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) confirmam a oferta de nova turma do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) da Fiocruz. A iniciativa visa dar continuidade à qualificação dos profissionais na área de vigilância em saúde para atuarem na resposta a emergências de saúde pública de importância nacional e internacional nas regiões da faixa de fronteira do Brasil e nos países vizinhos. O acordo prevê ainda, a partir de 2024, a formação de uma rede de qualificação de profissionais da área da vigilância em saúde na Região Amazônica, sob a coordenação de nossa instituição. O processo de ampliação da parceria e fomento da rede de qualificação profissional voltada ao enfrentamento dos desafios sanitários da região Amazônica foi conduzido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC/Fiocruz) e a SVSA/MS, por meio da Coordenação-Geral de Desenvolvimento e Epidemiologia em Serviços (CGDEP), do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (Daevs), e do Departamento de Emergências em saúde Pública (Demsp).
De acordo com a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, esse amplo processo de formação em parceria com a SVSA/MS é estratégico para fortalecer as ações do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde do SUS, dada a histórica contribuição da Fiocruz no campo da vigilância em saúde em seus diversos componentes. “Pretendemos atender uma demanda reprimida por capacitações voltadas a profissionais que atuam nas fronteiras, demonstrada recentemente pelo número de candidatos inscritos no primeiro processo seletivo do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz, um total de 466 candidatos. Desde o início das aulas, há uma demanda crescente nos polos de oferta quando em momentos presenciais e uma grande procura por informações sobre próximas turmas nos canais de comunicação do programa”, comentou Cristiani.
A primeira turma do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz está em curso e sendo realizada por meio de um consórcio entre os programas de pós-graduação em Saúde Pública, Epidemiologia em Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia, oferecido pelo Instituto Leonidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas); e a participação de docentes da Fiocruz Mato Grosso do Sul. O programa conta com a parceria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), além da SVSA/MS.
Um grupo de trabalho formado entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz vai começar, em breve, a preparar o processo seletivo para a segunda edição do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz - ainda sem previsão de lançamento do edital. A próxima oferta também oferecerá vagas para brasileiros e estrangeiros que sejam profissionais e/ou gestores de saúde e atuem na área de vigilância em saúde, em especial em doenças transmissíveis, nas regiões da faixa de fronteira do Brasil e nos países sul-americanos vizinhos.
Foco na Amazônia: a formação de uma rede de qualificação de profissionais
A Fiocruz é a principal instituição não universitária de formação e qualificação de profissionais para o SUS e para a área de ciência e tecnologia em saúde do Brasil. A bem-sucedida experiência com o VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz e outras iniciativas que vêm sendo realizadas com foco na vigilância em saúde a credenciam para liderar a formação de uma rede de qualificação de profissionais da área da vigilância em saúde na Região Amazônica em todos os níveis, conforme demanda da SVSA/MS.
Para o Diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (Daevs/SVSA/MS), Guilherme Werneck, a iniciativa é fundamental para ampliar a formação de profissionais altamente qualificados para atuarem em regiões de difícil acesso nas quais os desafios sociais, ambientais e operacionais são imensos. Segundo ele, “a preparação para o enfrentamento de novas epidemias exige uma atuação da vigilância em saúde que seja amparada numa gestão capacitada para buscar soluções criativas para problemas complexos com base nas melhores evidências científicas, considerando o contexto histórico, social, cultural e ambiental em que se está inserido. A segunda turma do VigiFronteiras-Brasil se associa a outras ações de qualificação profissional desenvolvidas pela SVSA/MS, por meio da CGDEP/Daevs e do Demsp, para fortalecer ainda mais a capacidade do Sistema Único de Saúde de atender às necessidades da população brasileira”, comentou ele.
A Fiocruz pretende mobilizar uma força tarefa interna de docentes na área da Vigilância em Saúde e disponibilizar a experiência e capacidade instalada da instituição para a coordenação de redes colaborativas e ações integradas, a exemplo do que já acontece com outras secretarias do Ministério da Saúde e instituições de ensino e pesquisa, em prol da agenda estratégica nacional e internacional relacionada também à preparação para emergências em saúde pública.
Na visão da coordenadora-geral Adjunta de Educação da Fiocruz e coordenadora do Programa VigiFronteiras-Brasil, Eduarda Cesse, diante do cenário epidemiológico atual, as necessidades de qualificação e de redução das desigualdades de acesso à educação e à formação de profissionais para atuação no SUS na Amazônia são complexas e desafiadoras. “Devido à vasta extensão geográfica e à diversidade de populações e ecossistemas, é fundamental proporcionar oportunidades de capacitação de profissionais em vários níveis, levando em consideração as especificidades locais e regionais, as particularidades socioculturais e ambientais, a logística e a infraestrutura da região”, disse Eduarda.
Os sistemas e portais integrados ao Campus Virtual Fiocruz ficarão fora do ar na tarde desta sexta-feira, 25/8. A paralisação, que terá início às 17h, com previsão de duração de aproximadamente uma hora, se faz necessária por conta de uma manutenção evolutiva do serviço de Login Único Fiocruz.
Com a atualização, todos os nossos usuários - professores, coordenadores, alunos dos cursos oferecidos pelo Campus Virtual Fiocruz; os alunos da pós-graduação que fazem aulas e realizam outras atividades à distância por meio de nossas plataformas, bem como nossos leitores - ficarão sem acesso aos nossos sistemas nesse período.
A equipe técnica acompanhará o processo, e a previsão é que às 18h todas as nossas ferramentas estejam funcionando normalmente.
Acompanhe novas notícias em nosso portal e redes sociais:
Instagram: @campusvirtual.fiocruz
Facebook: /campusfiocruz
Portal: campusvirtual.fiocruz.br
O Sextas de Poesia homenageia Paulo Leminski, aniversariante da semana. O poema escolhido, Já disse, denuncia a fugacidade do tempo. Em apenas nove versos, Leminski resume o seu projeto poético (falar de si, falar de nós e falar do mundo) e o seu fôlego para a escrita (eu já disse muito). E, ao mesmo tempo, transparece uma espécie de saudosismo com aquilo que viveu. Se vivo, o crítico literário, tradutor, escritor, poeta, jornalista e músico, completaria 79 anos em 24 de agosto.
Leminski foi um dos mais expressivos poetas de sua geração. Em 1995, ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia com o livro Metamorfose, que trazia uma construção marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai. Leminsky, que foi influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que, passados 34 anos de sua morte, continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros.
#ParaTodosverem, banner com uma foto do lado esquerdo, a foto é de um homem branco com cabelos e bigode escuros, usando um óculos de aviador, ele segura uma flor que está desfocada enquanto a assopra. No lado direito do banner está o poema de Paulo Leminski, "Já disse":
Já disse de nós.
Já disse de mim.
Já disse do mundo.
Já disse agora,
eu que já disse nunca. Todo
mundo sabe,
eu já disse muito.
Tenho a impressão
que já disse tudo.
E tudo foi tão de repente...
Esta semana faz 36 anos que Drummond encantou-se, como diz Guimarães Rosa. A trajetória pessoal e literária de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes, enquanto burilava uma obra vasta e vigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônicas para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil.
A produção poética Drummond tem como um dos seus focos principais a reflexão sobre a passagem do tempo, a memória e a saudade. O poema escolhido para homenagear o grande poeta neste Sextas de Poesia é “Ausência”, que fala da diferença entre a ausência e a falta. Assim como seu poema, Drummond nunca será falta, mas seu oposto: uma presença constante. Viva Drummond!
*Com informações da bibliogragia oficial de Carlos Drummond de Andrade.
Banner com a foto de uma praia de fundo, na foto está o mar, céu azul e uma mulher negra de vestido rosa no primeiro plano. No banner está escrito o poema de Carlos Drummond de Andrade, o tema é Ausência.
Por muito tempo achei
que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante,
a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na
ausência.
A ausência é um estar
em mim.
E sinto-a, branca, tão
pegada, aconchegada
nos meus braços,
que rio e danço e
invento exclamações
alegres,
porque a ausência, essa
ausência assimilada,
ninguém a rouba mais
de mim.
A Presidência da Fiocruz, por intermédio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), torna pública a segunda chamada 2023 do Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação (APE-PG). Voltada a alunos de baixa renda da Fiocruz, em situação de vulnerabilidade social, ligados aos programas de mestrado e doutorado acadêmicos da instituição, a iniciativa visa promover a permanência desses estudantes nos programas de pós, favorecendo a continuidade de seus estudos e desempenho acadêmico, e, assim, contribuir para a redução das desigualdades na educação de pós-graduação e na ciência em nosso país. Inscrições podem ser feitas até 24 de agosto.
+Acesse aqui a segunda chamada 2023 do Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação (APE-PG)
!!! Atenção: Para acessar o formulário e realizar a sua inscrição é necessário ter cadastro no Acesso Único Fiocruz. Clique aqui e leia o Guia de acesso ao formulário e tire suas dúvidas sobre as inscrições, assim como o passo a passo para se cadastrar no Acesso Único Fiocruz.
No momento da inscrição, se o aluno perceber alguma inconsistência de dados no preenchimento do cadastro, será necessário entrar em contato diretamente com a secretaria acadêmica do curso ao qual o aluno está vinculado.
Ao todo, poderão ser atendidos até 50 estudantes regularmente matriculados em programas Stricto sensu da Fiocruz e que atendam aos critérios de elegibilidade descritos no Artigo 4 da Chamada.
O APE-PG destina-se a estudantes com matrícula ativa na Fiocruz, dedicação exclusiva a cursos de pós-graduação, com renda familiar per capita mensal inferior ou igual a 2,0 (dois) salários mínimos, e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico); ou ainda se forem membros de família de baixa renda, também nos termos do mesmo Decreto, em condição de vulnerabilidade social que prejudique o desenvolvimento das atividades acadêmicas do curso da Fiocruz em que está matriculado, mediante autodeclaração.
O recebimento do Auxílio acontecerá por até 12 (doze) meses consecutivos, enquanto o estudante estiver em situação de matrícula ativa e dentro dos prazos regimentais de conclusão do curso em questão, com duração máxima equivalente ao período do curso (até o 24º mês no mestrado e até o 48º mês no doutorado), e desde que mantidas ao longo de todo o período as condições de elegibilidade ao recebimento do auxílio. Além disso, a qualquer momento, caso o aluno supere a situação de vulnerabilidade que o levou ao recebimento do auxílio ou passe a exercer atividade remunerada, ele deverá solicitar à coordenação do Programa, em sua unidade, a suspensão do benefício.
O Sextas de Poesia desta semana traz um poema do segundo livro que será publicado por Debora Reis, que é pedagoga e trabalha na Universidade de Santa Teresinha. "O que não foi dito - e a poesia ainda é protesto" reúne poesias sobre a condição do ser humano e, sobretudo, da mulher, na vida cotidiana de um mundo ferido pelo seu aspecto mais brutal: a perda da humanização nas relações objetivas e intersubjetivas. Essa desumanização é algo visto dentro das poesias de maneira ampla, porém, sobretudo no discurso. É a palavra que reivindica tanto a crítica sobre um mundo cruel, individualista, patriarcal tanto quanto é o lugar da resistência. O que não foi dito é a palavra engasgada, que se coloca na ponta da língua, mas morre na matéria por ser interditada, suprimida. No livro, assim, há a liberdade do rompimento do medo de dizer, e por isso, é um protesto.
A obra está sendo construída ainda, a partir da reinvenção da própria autora, que anda se autorizando falar após a histeria, reivindicada no primeiro livro "Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher", que estabelece um marco temporal não só sobre sua história inicial como poeta, mas também sobre sua trajetória como mulher e fases que marcaram a sua vida, indo dos relacionamentos amorosos aos casamentos, divórcio e maternidade.
Pode-se dizer que o livro se trata de uma continuação da sua primeira obra, entretanto, a solidez das poesias se apresenta demarcando uma nova fase da poeta.
O Sextas de Poesia desta semana homenageia o aniversário de Caetano Veloso. Nascido em sete de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, o baiano Caetano Veloso faz, em 2023, 81 anos. É cantor, compositor, escritor e poeta de um pensamento múltiplo que se completa e se realiza nas próprias canções.
Na composição escolhida para ilustrar o Sextas de Poesia desta semana, "Nu com a minha música", surge o tema da solidão do cancionista: os bastidores das angústias que antecedem e dão motor às canções. "Às vezes é solitário viver", diz o sujeito, para depois concluir: "Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim / Vaca, manacá, nuvem, saudade / Cana, café, capim / Coragem grande é poder dizer sim".
A única saída possível é a canção, a arte. De onde o sujeito pode se inclinar para o lado do sim à vida. "Sempre só e a vida vai seguindo assim".
Caetano Veloso faz do som do seu estribilho, os traços e memórias de nossas vidas.
#ParaTodosVerem Banner com uma imagem preta e branca no topo, a foto é de Caetano Veloso jovem, com cabelos cacheados encostado na porta, o seu rosto está de perfil e com o peito nu. Abaixo um trecho da composição dele "Nu com a minha música"
...Nu com a minha música, afora isso somente amor
Vislumbro certas coisas de onde estou...
Deixo fluir tranquilo
Naquilo tudo que não tem fim
Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim
Vaca, manacá, nuvem, saudade
Cana, café, capim
Coragem grande é poder dizer sim
A chamada interna de apoio às atividades, lançada pela Fiocruz com vistas a fomentar a participação de unidades técnico-científicas e escritórios regionais em ações e atividades de divulgação e popularização da ciência durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2023, divulga nesta quarta-feira, 2 de agosto, o seu resultado preliminar. Ao todo, seis unidades foram contempladas. A iniciativa é organizada pela Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, por intermédio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC). Acesse aqui o resultado preliminar.
O resultado preliminar traz um total de seis unidade regionais ou escritórios contemplados:
Fiocruz Ceará
Fiocruz Piauí
Instituto Carlos Chagas – Fiocruz Paraná
Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz Bahia
Instituto Leônidas & Maria Deane – Fiocruz Amazônia
Instituto René Rachou – Fiocruz Minas
A ideia desta chamada foi estimular a participação das unidades e escritórios da Fiocruz localizados fora do Estado do Rio de Janeiro com projetos desenvolvidos por iniciativa própria ou de forma integrada a outras iniciativas em seus estados e/ou municípios. Tais iniciativas devem ser abertas à população em geral e dirigidas ao público não especializado, podendo ocorrer de forma presencial ou remota. Além disso, as atividades podem, excepcionalmente, acontecer – a critério da Comissão Avaliadora – fora do período oficial da 20ª SNCT. Para tanto, torna-se indispensável a apresentação de justificativa contendo as datas ou os períodos escolhidos.
A 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontecerá entre os dias 14 e 20 de outubro de 2023, com o tema Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável.
O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem aos escritores, que tem o Dia Nacional comemorado em 25/7. O texto escolhido faz parte do livro "Linhas Tortas", de Graciliano Ramos, em que compara a escrita com o trabalho das lavadeiras, como pano esticado no varal: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Um ofício que tem na construção do sentido eternizar palavras, sentimentos e olhares de poetas, escritores, compositores, músicos, artistas da vida e da literatura. A tela que enfeita esta edição do nosso Sextas é de Heitor dos Prazeres, mestre das palavras, das belas canções que escrevia em forma de pintura. Viva a palavra escrita e cantada.
Segundo a Secretaria Especial da Cultura, o Dia do Escritor é comemorado anualmente, no Brasil, no dia 25 de julho. A data foi instituída em 1960 por João Peregrino Júnior, então presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), a partir da realização do I Festival do Escritor Brasileiro. O Ministro da Educação da época, Pedro Paulo Penido, oficializou a data por meio de uma portaria publicada dois dias antes do dia escolhido. A partir de então, o dia passou a ser comemorado no dia 25 do mês de julho.
#ParaTodosVerem Banner com uma pintura no topo, a pintura mostra duas mulheres negras com panos brancos na cabeça, a que está em primeiro plano veste um vestido azul e a outra em segundo plano um vestido vermelho, elas estão estendendo roupas no varal. No cenário tem uma casa e um poço. Abaixo da pintura, o poema de Graciliano Ramos:
Quem escreve deve ter todo o cuidado para a coisa não sair molhada.
Da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias.
É como pano lavado que se estira no varal.
A gestão da informação qualificada é determinante para a efetividade do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, há alguns anos, vêm sendo desenvolvidos e testados sistemas e estratégias informatizadas de informação e comunicação que apoiem os serviços de saúde e seus municípios, tendo como foco a qualificação do cuidado na Atenção Primária em Saúde (APS). Nesse sentido, durante o XXXVII Congresso do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), ocorrido em Goiânia, foi apresentado o projeto Painel e-SUS APS da Fiocruz, um software livre e colaborativo, disponibilizado pelo Campus Virtual Fiocruz como recurso educacional aberto.
A oficina Desenvolvimento colaborativo de Painéis de Informação na APS (com base em software livre), promovida pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS), apresentou o projeto Painel e-SUS Atenção Primária à Saúde da Fiocruz como potencial plataforma de colaboração para o desenvolvimento de soluções para o uso da informação por equipes de APS, gerentes de unidades básicas de saúde e coordenação da APS nos municípios e estados.
O Painel e-SUS APS é uma iniciativa coordenada pelo pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, ligado ao Instituto Gonçalo Moniz (Cidacs/Fiocruz Bahia), Vinícius de Araújo Oliveira, e implantada pelo Campus Virtual Fiocruz, que contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Fiocruz Brasília e das Universidades Federais de Ouro Preto e Minas Gerais.
Segundo Vinícius Oliveira, a estratégia e-SUS APS é o caso mais bem-sucedido de transformação digital da Atenção Primária em Saúde no mundo. “Hoje, 89% das unidades estão informatizadas e utilizam um modelo comum de dados. Isso foi possível graças à ideia estabelecida em 2012, quando do lançamento da estratégia, que prospectou a padronização dos dados individualizados de atendimentos e visitas domiciliares em todo o Brasil, englobando tanto o prontuário de referência disponibilizado pelo Ministério da Saúde, o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), como a integração com sistemas próprios utilizados pelos municípios”, detalhou ele.
Contudo, Vinícius apontou que há grande demanda nas diferentes regiões do país para a produção de painéis de indicadores da APS para uso local - uma demanda que é impossível de ser atendida de forma centralizada pelo Ministério da Saúde. Para ele, é preciso garantir a autonomia aos municípios e estados para analisar os próprios dados e adaptar os indicadores à realidade sanitária e de gestão local. "Assim, fomos convidados pela Saps/MS a apresentar uma estratégia de desenvolvimento colaborativo desses painéis, ancorada na Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz para disseminação de Recursos Educacionais Abertos (REA)".
Ele ressaltou ainda que o piloto dessa solução é o Painel Saúde Fiocruz, ganhador do prêmio MIT Solve para APS em 2022, que está hospedado da plataforma Educare. "Durante a oficina, tivemos excelente receptividade do Ministério da Saúde e também por parte dos 15 municípios brasileiros que são pilotos e parceiros do MS na implementação da estratégia digital na Atenção Primária à Saúde, o e-SUS APS, e são os responsáveis por testar as novidades desenvolvidas para o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).
A partir dessa oficina do Conasems, estabeleceu-se uma intensa agenda de cooperação entre a Saps/MS e a Fiocruz, visando a incorporação do Painel e-SUS APS da Fiocruz como parte fundamental da estratégia e-SUS APS. Foram identificadas, ainda, diversas demandas de formação para profissionais da saúde, voltadas especialmente ao tema das ciências de dados. Está previsto o lançamento de cursos pelo CVF que visem à formação desses profissionais no uso das ferramentas de ciências de dados e na importância do software livre no desenvolvimento de tecnologias para o SUS. O objetivo é fomentar e sustentar o desenvolvimento colaborativo de painéis de indicadores voltados à qualificação da atenção à saúde no SUS. “Seu desenvolvimento será possível com a implantação de um ambiente de colaboração aberto, sediado pelo Campus Virtual Fiocruz, viabilizando a pesquisa e desenvolvimento do Painel e-SUS APS, em parceria com o Ministério da Saúde e todos os interessados nessa pauta nos municípios, estados e distrito federal brasileiros.
De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS), o e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS) é uma estratégia para reestruturar as informações da Atenção Primária em nível nacional. Esta ação está alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, entendendo que a qualificação da gestão da informação é fundamental para ampliar a qualidade no atendimento à população.
Painel da Atenção Primária à Saúde da Fiocruz
O Painel oferece feedback de desempenho para profissionais de saúde na APS usando dados locais, e conecta-se aos arquivos e bancos de dados locais para extrair essas informações e entregá-las de forma fácil de usar e que faça sentido para os profissionais e gestores de saúde. Neste projeto, toda equipe ou secretaria de saúde interessada pode implementar essa solução, que tem potencial de aplicação em todo Brasil, em qualquer um de seus mais de cinco mil municípios. Depois de instalado, o Painel acessa informações que já estão nos computadores nos quais os profissionais da saúde trabalham diariamente registrando os atendimentos.
O painel pode ser executado em computadores Windows ou Linux criando um ambiente local de ciência de dados baseado em Python, Pandas e Flask, podendo, assim, ser facilmente adaptado a outros cenários por cientistas de dados locais. Os painéis também são pré-renderizados e têm design profissional para serem visualmente atraentes e amigáveis, responsivos e entregar dados instantaneamente. Outro ponto relevante é que a iniciativa foi testada para avaliar seu funcionamento em computadores antigos, com pouca ou nenhuma conectividade com a internet, em cidades de diferentes portes.