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Publicado em 19/04/2017

Doenças negligenciadas em destaque na OMS e na rede Fiocruz

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou hoje (19/4) do Encontro de Parceiros Globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). O evento, realizado na sede da Organização, em Genebra, marca o lançamento do 4º Relatório da OMS sobre Doenças Tropicais Negligenciadas.

Representantes de estados membros, agências doadoras, fundações, o setor privado, organizações não governamentais, academia, entre outros, participaram do encontro. Entre os destaques estão a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, os ministros da saúde de vários países e o copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates, Bill Gates. Na ocasião, foi feito um balanço dos avanços na área avanços na área na última década e planejadas ações que podem ser tomadas pela comunidade internacional após 2020.

Segundo a OMS, o tema Colaborar. Acelerar. Eliminar resume “uma colaboração informal exemplar com a OMS desde a realização do primeiro encontro de parceiros em 2007, que marcou um ‘ponto de virada’ nos esforços globais para controlar e eliminar doenças relacionadas a pobreza”.

A presidente da Fiocruz participou de dois painéis: a mesa Colaborar sobre progressos e desafios na área de DTNs nos últimos dez anos Cobertura de saúde universal e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além de participar da reunião, Nísia se reuniu com dirigentes da Fundação Gates, com funcionários brasileiros da Organização Mundial de Saúde e com membros do corpo diplomático brasileiro.

Durante a abertura do evento, Nísia disse ser "importante pensar em populações negligenciadas, mais do que em doenças negligenciadas. O setor sanitário precisa atuar em coordernação com outros setores, garantindo acesso gratuito a serviços de qualidade, que levem à promoção e à educação da saúde".


Rede de parceiros da Fiocruz oferece cursos sobre Doenças Tropicais Negligenciadas

A Fiocruz é parceira da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seu Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP) e da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Esta rede oferece diversos cursos sobre doenças tropicais negligenciadas, tanto em português como em espanhol e inglês.

Confira abaixo os cursos disponíveis e em desenvolvimento

Português

Espanhol

Inglês

Cursos em desenvolvimento

  • Esquistossomose: Fiocruz Pernambuco/UNA-SUS
  • Malária: UNA-SUS
  • Prevención y control de brucelosis: CVSP/Opas
  • Preparación y respuesta de los servicios de salud ante casos por enfermedades de tipo infeccioso - caso ébola: CVSP/Opas


Com informações de André Costa (CCS/Fiocruz)

Publicado em 10/04/2017

MEC publica credenciamento da Fiocruz para cursos Lato sensu

O Ministério da Educação (MEC) publicou, no Diário Oficial da União (13/3), o credenciamento da Escola de Governo da Fiocruz pelo prazo de oito anos. A Portaria N.º 331/2017 regulariza a oferta de cursos de pós-graduação Lato sensu, presenciais e a distância, oferecidos pelas unidades da instituição — que, a cada ano, oferece cerca de 50 cursos Lato sensu. Em 2016, mais de 5 mil estudantes concluíram a especialização na Fundação.

O credenciamento garante a validade de todos os certificados de cursos Lato sensu emitidos pela Fiocruz até hoje. Além disso, garantirá maior governabilidade institucional para o planejamento da oferta de cursos da modalidade, possibilitando a definição de metas institucionais para este segmento do ensino.

Acesse a área de cursos de especialização do Campus Virtual Fiocruz
 

Integração

O processo de credenciamento foi iniciado em maio de 2015, sendo coordenado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC), com participação de profissionais de diferentes áreas e unidades da instituição. Em setembro de 2016, a Secretaria de Regulação do Ensino Superior (Seres/MEC) encaminhou parecer favorável ao credenciamento da Fundação como Escola de Governo ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Durante todo o processo, foram realizadas oficinas e ações integradas entre a VPEIC e as unidades.

Em encontros realizados com representantes da comunidade da Fundação, avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) já tinham destacado a forma como a Fiocruz se preparou para o processo, ressaltando a construção do Plano de Desenvolvimento Institucional 2016-2020 e o engajamento demonstrado pelos trabalhadores da instituição de diversos segmentos.

Comissão Própria de Avaliação (CPA)

Um fruto importante deste processo foi a criação da Comissão Própria de Avaliação (CPA), responsável por coordenar e implementar o processo de autoavaliação institucional relacionada à oferta de cursos de pós-graduação Lato sensu pelas unidades da Fundação. O órgão tem uma página no Portal Fiocruz: portal.fiocruz.br/cpa. Nessa área, é possível conhecer um pouco mais sobre a Comissão: sua estrutura, composição e competências, além de ter acesso a documentos relacionados ao trabalho da CPA.

Clique aqui para ter acesso à Portaria e aqui para a retificação publicada no dia 6/4.

Fonte: Leonardo Azevedo (CCS/Fiocruz)

Publicado em 06/04/2017

Vice-presidência da Fiocruz promove mapeamento de cursos em duas áreas

A Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) está promovendo um mapeamento da oferta de cursos oferecidos pelas unidades da Fiocruz nas áreas do Complexo Econômico Industrial da Saúde e de Vigilância em Saúde. Esse mapeamento de cursos faz parte do Programa de Excelência da VPEIC.

O analista de gestão da VPEIC, Carlos Eduardo Rocha, explica que o mapeamento possibilitará tornar a oferta de cursos da Fiocruz mais harmônica. “Estamos elaborando o Programa Institucional de Capacitação e Formação em Áreas Estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Com estas informações, seremos mais capazes de observar tanto as lacunas quanto as sobreposições entre os cursos nas áreas elencadas. Nosso principal objetivo é integrar as ações educacionais das diferentes unidades da Fiocruz, promovendo maior interação e diálogo, assim como favorecer seu alinhamento às necessidades do SUS”.

Ele esclarece que, neste momento, estão sendo mapeados os cursos do Complexo Econômico Industrial da Saúde e de Vigilância em Saúde. “Por isso, não é necessário que as unidades nos enviem informações sobre todos os seus cursos, apenas sobre aqueles que pertencem a essas duas áreas”, frisa.

Escolha o modelo de formulário de acordo com o curso oferecido, preencha-o e envie-o por e-mail até o dia 13/4 para o e-mail programa.capacita@fiocruz.br

Formulário básico
Formulário para cursos Lato sensu
Formulário para cursos Stricto sensu

Mais informações: (21) 3885-1701 (falar com Carlos Eduardo).

Publicado em 16/02/2017

Validação de recursos educacionais é tema de debate na Rede UNA-SUS

Nesta sexta-feira, dia 17/2, a validação de recursos educacionais será debatida, durante o IV Ciclo de Capacitação da Rede UNA-SUS. O consultor técnico da Secretaria Executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), Leonardo Savassi, falará sobre o tema, que já havia sido discutido na XXI Reunião da Rede UNA-SUS, em Águas de Lindóia, no ano passado e agora será aprofundado.

Para Savassi, conhecer as nuances do processo de validação de recursos educacionais pode apoiar as novas universidades na produção dos cursos, já que estarão mais aptas a reconhecer estratégias e elementos para atender as expectativas do principal demandante da UNA-SUS, o Ministério da Saúde.

Além disso, ele analisa que é importante conhecer a história de produção da UNA-SUS, como um todo: "Isso traz a dimensão do contexto no qual as universidades estão inseridas”. Por isso, essa temática será abordada tendo como referência o maior e mais complexo processo de construção de qualificação para a rede de trabalho do SUS da Rede UNA-SUS: o Programa Multicêntrico de Qualificação em Atenção Domiciliar. “Cercado de ineditismos e desafios, o programa — ainda em construção — conta com 21 módulos autoinstrucionais produzidos por nove instituições de Norte a Sul do país (com um curso de aperfeiçoamento a distância lançado, outros dois em produção, e dois cursos de especialização ofertados por duas instituições da rede). Esse processo foi riquíssimo e deu origem a várias estratégias, permitiu a testagem de ferramentas de gestão de produção, e representou um novo marco na UNA-SUS”, destaca Savassi.

Segundo o consultor, a otimização de fluxos de validação auxilia na manutenção dos prazos e na qualificação, tanto da encomenda quanto da produção. “Isso faz com que as etapas de produção se tornem mais ricas, culminando em um produto final tecnicamente mais qualificado e educacionalmente mais adequado, com aplicabilidade real no mundo do trabalho dos profissionais do SUS”.

Savassi explica a diferença na construção dos cursos de outras entidades em relação aos UNA-SUS. "No primeiro caso, há uma encomenda de ação educativa e a entrega de um produto já finalizado, ou seja, dois atores envolvidos no processo. No que diz respeito a UNA-SUS, o contratante é o Ministério da Saúde, as universidades são os agentes produtores dos cursos e a SE/UNA-SUS atua como um terceiro ator, mediando estes dois agentes — respeitando as respectivas autonomias e, também, trazendo elementos fundamentais relativos ao conteúdo dos cursos e às estratégias educacionais. “Tudo isto faz com que o desafio da validação seja único na produção de cursos da UNA-SUS”, conclui.

Que saber mais? Participe do webinário nesta sexta-feira, 17/2, às 14h, acessando a sala virtual pelo link: http://connect.unasus.gov.br/reuniao01

Publicado em 01/11/2016

Mestrado Profissional em Saúde da Família prorroga inscrições até 25/11

As inscrições para o Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE) foram prorrogadas até o dia 25/11. Com a chancela da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o mestrado é uma proposta de curso em rede nacional, que reúne 19 instituições de ensino e pesquisa que atuam no país.

São oferecidas 200 vagas para este programa, que visa formar profissionais de saúde que atuam na Saúde da Família/Atenção Básica nos diversos municípios brasileiros. O PROFSAÚDE também tem o papel de estimular a produção de novos conhecimentos e inovações na atenção básica no país, considerando as diversidades regionais e locais, ao integrar instituições acadêmicas e gestores da saúde pública. Com isso, espera-se contribuir para iniciativas defensoras do Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando os valores constitucionais de universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação social.

À frente da Coordenação Acadêmica Nacional estão Luiz Augusto Facchini (Abrasco), Maria Cristina Rodrigues Guilam e Carla Pacheco Teixeira (ambas da Fiocruz). O coordenador lembra que o programa visa favorecer a superação de obstáculos estruturais, para consolidar a Estratégia de Saúde da Família como política pública efetiva e que também está alinhado aos objetivos do Programa Mais Médicos. “Há 40 mil equipes da Estratégia Saúde da Família em atividade no país, mas não temos docentes e preceptores com formação na área em número suficiente para os cursos de graduação, residência, especialização, mestrado e doutorado”, diz Facchini. Segundo ele, o PROFSAÚDE é um marco na formação dos futuros médicos, enfermeiros, odontólogos e demais profissionais de saúde. “Com uma formação conduzida por docentes qualificados e titulados na área, será possível potencializar as atividades de ensino, pesquisa e extensão em Saúde da Família, tanto na academia, quanto nos serviços de saúde”.


Sobre o programa

O Mestrado Profissional em Saúde da Família tem duração mínima de 18 meses e máxima de 24 meses, com carga horária total de 960 horas. São 42 créditos distribuídos entre 32 créditos para as disciplinas obrigatórias (480 horas) e 10 créditos para disciplinas eletivas (150 horas) e 22 créditos para dissertação (330 horas).

Este é um curso semipresencial: do total de 960 horas, 832 horas são desenvolvidas em trabalho online e 128 horas para desenvolver trabalhos em encontro físico-presencial com os participantes de cada uma das universidades. Portanto, a carga horária online é superior a presencial. Estão previstos oito encontros físico-presenciais. No primeiro e segundo semestres haverá três destes encontros. Já no terceiro e quarto semestres, haverá apenas um encontro em cada um.

As atividades EAD serão desenvolvidas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Open Source Moodle (Modular Object Oriented Distance Learning – Objeto Modular Orientado ao Ensino a Distância), por ser um software livre de ambiente colaborativo de aprendizagem, que possibilita ações educativas compartilhadas através da utilização de tecnologia, onde todos sujeitos envolvidos podem atuar simultaneamente. Este software pode ser utilizado em qualquer sistema operacional, além de ter as características da adaptabilidade e usabilidade.

Acesse o primeiro edital do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE) e informe-se sobre todos os detalhes do processo seletivo.


* Foto: Araquém Alcântara

Publicação : 24/06/2025

Catálogo de cursos - Campus Virtual Fiocruz 2025

Catálogo - Listagem de cursos ofertados pelo Campus Virtual Fiocruz com inscrições abertas em 2024.

(edit: 9/2024)

Catálogo de cursos CVF 2025

Catálogo de cursos CVF 2025 (versão mobile)

Categoria do documento:

Publicação : 27/07/2020

Orientações para a Educação Remota Emergencial nos programas e cursos de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Fiocruz

O Conselho Deliberativo da Fiocruz publicou, em 23 de julho de 2020, as "Orientações para a Educação Remota Emergencial nos programas e cursos de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Fiocruz. 

Categoria do documento:

Publicado em 23/03/2020

EAD em saúde: acesse os cursos oferecidos pelo Campus Virtual Fiocruz

Autor(a): 
Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz)

Buscando cursos à distância na área de saúde? Então, acesse já o Campus Virtual Fiocruz. A plataforma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) oferece mais de 90 cursos online, gratuitos e em acesso aberto. Estão disponíveis cursos em EAD que vão dos livres a pós-graduação, passando pelos técnicos, de aperfeiçoamento, qualificação, entre outros.

O conteúdo é elaborado por unidades, parceiros e pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, abrangendo diferentes áreas do conhecimento e temas: educação em saúde aliada à tecnologia para alcançar os mais diversos públicos! Conheça os cursos com inscrições abertas:

Formação modular em Febre Amarela

Formação modular em Ciência Aberta

Outros cursos

Além dessas ofertas, através do Campus Virtual Fiocruz é possível ter acesso à Plataforma de MOOC, que reúne conteúdos de cursos que estão fora de oferta no momento:

Acesse já e bons estudos!

Publicado em 17/12/2019

Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz: um novo espaço de debates e construção coletiva

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Fotos: Divulgação

A Fiocruz é uma “casa” que acolhe grandes debates em saúde. O 1º Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz é mais um exemplo de espaços de construção coletiva de políticas e ações instituicionais. O encontro foi celebrado como um marco entre os participantes, que discutiram temas como: perfil dos programas de residência, visando a formação e a valorização de estudantes, docentes, preceptores e profissionais para atuação no território; capacidade de articulação entre as diversas esferas e agentes do campo da saúde pública para combater ameaças e retrocessos no SUS; defesa e inclusão das populações vulneráveis nos processos decisórios; e a necessidade de elaborar uma Política Nacional de Residências em Saúde.

Representatividade importa

Luiz Montenegro, tutor na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (Ensp/Fiocruz) sintetizou estas questões, ao pedir a palavra no debate com o público no dia 5 de dezembro: “Precisamos ter sempre em mente os Princípios do SUS. Isso quer dizer que os processos de formação também devem ser mais inclusivos e representativos das minorias. Ou seja, a formação não pode ser colonizadora, deve ser tão diversa quanto o Brasil, que é multicultural”.

Participantes debatem matriz de competências, gestão e projeto político-pedagógico dos programas

Além da formação dos residentes, é preciso pensar nos preceptores — responsáveis por acompanhar a formação destes profissionais para que estejam aptos a atuar nos serviços públicos de saúde. Este foi um dos pontos destacados pelo professor Gideon Borges, responsável pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Trabalhador na Ensp/Fiocruz (que aguarda aprovação do Ministério da Educação).

Ele disse que, ao realizar este evento, a Fundação dá visibilidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido no Fórum de Residências em Saúde, e expande ações para articular os diversos atores envolvidos nessa modalidade. Além disso, Gideon contou que grupo de que participou sugeriu que o Seminário passe a ser um encontro permanente. Eles também propuseram que questões prioritárias para os programas sejam sistematizadas, aprofundadas e levadas para dicussão no Congresso Interno da Fiocruz.

Essa institucionalização do debate de políticas dentro e fora da Fundação também foi um ponto alto para Sophia Rosa — que em 2019 foi uma das representantes da Comissão Nacional de Residências Multiprofissionais, no Fórum Nacional de Residentes (MEC). Segundo ela, o 1º Seminário da Fiocruz é um marco. “As residências estão crescendo no país. Mais do que reconhecer a importância desta modalidade de ensino, a Fundação tem muito a contribuir para um debate amplo junto a outras instituições”, afirmou.

Quanto às oficinas, Sophia destacou a oportunidade de conhecer e trocar experiências com quem atua em outros programas para tratar das seguintes dimensões: “Pensamos juntos no perfil, na formação e na matriz de competências dos preceptores; na gestão dos programas de residência da Fiocruz; e nos aspectos político-pedagógicos dos programas".

Oficinas: campo de integração e formulação de propostas conjuntas

André Guerrero atua na Fiocruz Brasília e está à frente do Programa de Residência em Saúde Mental — a primeira da Fundação. Para ele, foi muito importante se aproximar de gestores e colegas. "Além de questões que também me desafiam, conheci outras práticas e voltei com algumas respostas. Esse encontro me fez ver que estamos no caminho certo: precisamos nos unir e trocar informações para crescermos juntos". Nas oficinas, ele participou da do grupo de gestão e contribuiu com a discussão sobre recursos. "Uma das propostas que surgiu foi a de atrelar uma meta institucional ao orçamento para as residências", contou. "Outra foi a criação de uma plataforma para organizar e integrar informações dos programas de residência", acrescentou.

Publicado em 16/12/2019

Gestores, conselheiros, profissionais e estudantes de saúde debatem os desafios das residências

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Fotos: Pedro Gonçalves (INCQS/Fiocruz)

A sessão de palestras do 1º Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz foi aberta pela pesquisadora Adriana Aguiar, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Ela organizou o livro Preceptoria em programas de residência: ensino, pesquisa e gestão (2017), que reúne estudos sobre o trabalho dos preceptores e seu compromisso com a formação de novos residentes. Na publicação, são abordadas questões como valorização profissional, articulação das dimensões do ensino e dos serviços assistenciais e as contribuições das residências para a qualidade do cuidado, entre outras. Temas que foram debatidos no Seminário, que fomentou o diálogo e a troca de experiências entre os participantes.

A primeira palestra foi da coordenadora das Residências em Saúde na Fiocruz e de seu respectivo Fórum, Adriana Coser. Ela apresentou um perfil dos programas, mostrando sua diversidade, estrutura, organização e capilaridade. Atualmente, a Fiocruz tem 23 programas em curso e 1 já credenciado e aguardando a liberação de bolsas – com 100% de taxa de ocupação. Para 2020, a instituição aguarda o resultado de 5 novas submissões e de mais 2 novos programas em cooperação. (Conheça os cursos de residência médica e residência multiprofissional oferecidos pela Fiocruz).

Neste sentido, ela destacou a capacidade da Fiocruz para manter seus egressos, o potencial de cooperação institucional nas mais diversas esferas, e a consolidação do Fórum de Residências em Saúde. “A potência do modelo que a Fundação vem desenvolvendo não se limita à proposição de programas, mas às possibilidades de colaboração – seja do ponto de vista pedagógico, do ensino ou da pesquisa”, afirmou.

Os desafios dos gestores públicos

Já a coordenadora-Geral de Residências em Saúde do MEC, Aldira Samantha, traçou um panorama oposto quanto às taxas de ocupação das residências em nível nacional: das 63.266 vagas autorizadas, 21.553 não foram preenchidas — ou seja, 34% estão ociosas. De acordo com a gestora, o ministério ainda não dispõe de um estudo que mostre quais são os principais fatores que ocasionam esta situação. “Há médicos que sequer cogitaram a residência como uma opção, não a consideram atrativa, diante do que é oferecido pelo mercado”, disse. “E se não formarmos e qualificarmos mais e melhores profissionais no SUS e para o SUS, certamente a população terá atendimento e serviços mais precários”, alertou.

Em relação ao financiamento dos programas, ela comentou que havia uma proposta de redução de 20% do orçamento, mas que o MEC agiu para reverter a situação. “Com isso, asseguramos as bolsas para 2020”, disse Aldira. A gestora também comentou o importante papel desempenhado pelos conselhos nas diversas instâncias de saúde, lembrando que o diálogo e a integração entre os diversos atores envolvidos é cada vez mais fundamental à elaboração de programas adequados.

A palestra seguinte foi com a representante do Ministério da Saúde, Kelly Cristine do Amaral, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS). Além de dados de uma pesquisa do ministério sobre o crescimento dos programas de residência administrados pela pasta, Kelly falou sobre dificuldades relacionadas ao sistema de pagamentos de residentes (como de iniciantes e de profissionais em licença).

Ao final da apresentação, ela anunciou que o Ministério da Saúde já trabalha para lançar um novo edital, voltado à elaboração de um Programa Nacional de Preceptoria. “Inicialmente, abriremos 500 vagas e a previsão é de que as bolsas sejam oferecidas em setembro de 2020”.

Conselheiros de Saúde: controle social para resistir ao desmonte do SUS

Depois, o seminário deu voz aos conselheiros de saúde, que destacaram a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Representando o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Cosems RJ), Manoel Santos, fez uma acurada análise da conjuntura, tendo como ponto central projetos que colocam em risco o sistema público universal. “As propostas de reforma do setor de saúde se dão num momento não só de restrição de financiamento, mas de restrições de direitos. Há uma clara opção pelo ataque ao SUS, que vai sendo fragmentado. E se não resistirmos, quando a sociedade se deparar com o conjunto desse desmonte será tarde demais”.

Segundo ele, as mudanças em políticas e programas nacionais (a exemplo da Política Nacional de Atenção Básica – PNAB e da instituição do Programa Médicos pelo Brasil) têm afetado gravemente o Sistema. Para o conselheiro, o Estado tem estimulado a competição por recursos entre os diversos entes da Federação, ao mesmo tempo em que incentiva a atuação de grupos privados, e a flexibilização direitos trabalhistas. Entre as principais consequências estão a falta de acesso da população aos serviços de saúde, a fragmentação do cuidado (que visa apenas a cura da doença e não a compreensão de saúde de forma integral), a precarização do trabalho e o adoecimento também dos profissionais em campo.

Na mesma linha, Priscilla Viégas, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), disse que os modelos de formação devem estar alinhados aos projetos para a saúde, questionando: “Que SUS estamos defendendo?”. Ela também tratou de questões como as estratégias de privatização do setor de saúde, que se revelam em medidas como a extinção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a falta de abrangência do Programa Médicos pelo Brasil. “O programa contempla municípios com até 10 mil habitantes, o que quer dizer 44% dos municípios, mas apenas 6% da população. Isso quer dizer que estão de fora os grandes centros urbanos, onde estão os bolsões de pobreza. Como combater as desigualdades em saúde, assim?”, perguntou Priscilla.

Suas principais críticas foram quanto à aprovação de mudanças sem a deliberação do CNS, o que fragiliza o papel das instâncias de controle social. A conselheira destacou a suspensão das atividades da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRM), está sendo tratada como crime de responsabilidade sanitária pelo Conselho Nacional de Saúde, que tem se mobilizado para reverter o processo junto aos órgãos competentes.

Saiba o que os participantes disseram nos debates (5/12) e nas oficinas (6/12).

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