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Publicado em 13/07/2020

História das ciências e da saúde é tema de curso de inverno online

Autor(a): 
Comunicação COC/Fiocruz

O Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) promove a 5ª edição do seu curso de inverno, que terá como tema A Covid-19 na história das epidemias: rupturas e continuidades. Devido às medidas de isolamento social, o evento será realizado no formato de seminário, portanto não haverá inscrição e nem certificação. As apresentações serão transmitidas pela internet, ao vivo, entre  20 e 24 de julho, das 15h às 16h30. O link da transmissão estará disponível na página da COC nos dias do evento. Acompanhe e participe!

A atual pandemia de Covid-19 impôs transformações abruptas no cotidiano de quase um terço da população mundial. Diante da novidade de um vírus desconhecido, identificado pelos cientistas como SARS-CoV-2, cujas características ainda são objeto de intenso debate entre pesquisadores, a prática do isolamento social emergiu como o único método eficaz para retardar a espantosa velocidade de contágio da doença causada pelo novo patógeno. Trata-se de um desafio sanitário de dimensões inéditas para o último século, cuja escala é somente comparável ao surto de gripe espanhola em 1918.

Contudo, epidemias, assim como seus desdobramentos sociais e econômicos, acompanham a experiência humana em seus mais variados tempos e contextos históricos. Taxas de mortalidade atípicas, quarentenas, estigmas associados aos doentes, promessas de curas milagrosas, resistências a medidas profiláticas, são alguns dos elementos que atravessam a história das epidemias, e que agora ocupam de forma quase integral os nossos dias.

Dividido em cinco módulos — cada um dedicado a uma doença e analisado à luz da atual pandemia —, a 5ª edição do curso de inverno visa encorajar a reflexão acerca das relações entre a atual pandemia e outras crises sanitárias marcantes na história da saúde no Brasil. Coordenado pelos pesquisadores Ricardo Cabral e Carolina Arouca, o curso discutirá temas como a atuação do poder público, o perfil da população mais vulnerável ao contágio, as possibilidades de identificação e combate do patógeno, ou a natureza dos medicamentos, entre outros.

Programação

Aula 1: As epidemias de cólera do século 19 no Brasil: raça, ciência e saúde
Professora: Dra. Kaori Kodama

Aula 2: Epidemias de Varíola e Pandemia de Covid: políticas públicas, conhecimento científico e educação popular - diferenças históricas no século 20
Professora: Dra. Tania Maria Fernandes

Aula 3: Epidemia de HIV/Aids no Brasil: do estigma às respostas públicas
Professora: Dra. Eliza Vianna

Aula 4: As epidemias nas páginas dos jornais: a gripe espanhola e a atuação do Instituto Oswaldo Cruz
Professoras: Dra. Lorenna Ribeiro Zem El-Dine e Dra. Vanessa P. da Silva e Mello

Aula 5: Epidemias de febre amarela no Brasil
Professor: Dr. Jaime Larry Benchimol

Serviço

5º Curso de Inverno do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz 

Tema: A Covid-19 na história das epidemias: rupturas e continuidades
Coordenação: Ricardo Cabral e Carolina Arouca
Data: 20/7 a 24/7
Horário: 15h às 16h30
Informações: ppghistoriasaude@fiocruz.br

Publicado em 15/06/2020

Mortes por Covid-19 avançam nas prisões

Autor(a): 
Informe Ensp*

Apesar de ser um tema ausente dos debates públicos, até mesmo dos gabinetes de crise e planos de contingência para enfrentamento do coronavírus em grandes estados do país, a Covid-19 na população carcerária está avançando. Com menos de um 1% das pessoas presas com acesso a diagnóstico, celas superlotadas, acesso restrito à água, ventilação e grande presença de doenças como tuberculose, diabetes e HIV/Aids, os efeitos do coronavírus podem ser devastadores nas prisões do Brasil. Embora apresente grande subnotificação, o aumento de mortes por pneumonia grave e síndrome respiratória aguda grave ligou o alerta dos pesquisadores. Debruçados sobre essa importante questão, a Fiocruz Mato Grosso do Sul e o Campus Virtual Fiocruz estão desenvolvendo uma nova formação online sobre a saúde da população carcerária e a Covid-19. A formação integrará o rol de cursos elaborados pelo CVF que tratam das questões relacionadas ao coronavírus. O tema, tão caro à saúde pública, também marcou o retorno do Centro de Estudos da Ensp, em formato virtual.

Cursos online sobre Covid-19: saiba mais

O curso online Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus está no ar e é composto de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. A formação é aberta, gratuita, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios e está com inscrições abertas.

A nova formação, que abordará o tema da Saúde Prisional no contexto da Covid-19, será lançada em breve. A previsão é que já esteja disponível no início do segundo semestre de 2020. Fique atento e acompanhe as notícias divulgadas aqui no Portal do CVF e em nossas redes sociais.

O conteúdo dos cursos do Campus Virtual Fiocruz é elaborado por pesquisadores e especialistas da Fundação envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresentam estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus.

Os cursos sobre a Covid-19 são uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Cada aluno pode escolher quais módulos quer cursar e em que ordem. Os conhecimentos são avaliados ao fim de cada módulo. Quem cursar os módulos de forma independente (e obtiver nota maior ou igual a 70) recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com a carga horária total do curso.

Confira o debate virtual realizado pela Ensp

A pesquisadora da Ensp e coordenadora do grupo de pesquisa Saúde nas Prisões, Alexandra Sanchéz, conduziu a sessão on-line Mortes por Covid-19 avançam nas prisões, que contou com participação da promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, e da integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio.

Até a data do evento, 20 de maio, a pesquisadora da Ensp afirmou que o Rio de Janeiro tinha, oficialmente, cinco óbitos notificados por Covid-19; São Paulo com doze óbitos; Pernambuco apresentava três; e Espírito Santo com dois óbitos. Os dados oficiais, segundo ela, não representam a realidade das unidades prisionais e, para comprovar sua afirmativa, citou uma revisão das mortes no Rio de Janeiro a partir de março. “Fizemos uma revisão dos óbitos a partir do mês de março, quando começou a pandemia. Somente reclassificando as mortes que não têm confirmação pelo teste diagnóstico, mas foram por pneumonia grave ou síndrome respiratória aguda grave, atingimos uma taxa de 49 em mil, ou seja, cinco vezes superior à taxa oficial só com a reclassificação dos óbitos em revisão de boletim. Isso é bastante importante”, admitiu.

Após elogiar a atuação do Distrito Federal sobre a testagem da população encarcerada, a pesquisadora lamentou a falta de transparência dos dados no Rio de Janeiro e o isolamento do Comitê de Crise da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do RJ. O aumento na taxa dos óbitos do estado reforçou a preocupação, uma vez que os meses de março e abril de 2020 mostraram elevação em relação a janeiro e fevereiro deste ano. “A taxa de mortalidade em abril foi 48/100 mil, enquanto, em fevereiro, foi de 19/100 mil. Em março, a Covid-19 contribuiu com 35% da taxa de óbito nos presídios, enquanto, em abril, ficou em 54%. Isso mostra uma tendência importante de aumento, uma vez que a taxa de mortalidade, excluindo a Covid-19, fica em torno de 20 a 25% por 100 mil”, alertou a pesquisadora.

Alexandra apresentou dados sobre a mortalidade por faixa etária no Sistema Prisional. Segundo ela, a população presa é majoritariamente jovem, e há cerca de 700 a 800 pessoas com mais de 60 anos. Apesar de a Covid-19 causar mais risco na população idosa, mais de 60% dos óbitos ocorreram em pessoas com menos de 60 anos. “Nessas pessoas mais jovens, principalmente entre 18 a 39 anos (correspondem a 50% dos óbitos pelo vírus), mais de 70% são homens com comorbidades como diabetes, Aids e tuberculose. Esses são os jovens que estão morrendo”.

Coronavírus expõe fraquezas da assistência e da saúde prisional

A promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, falou sobre a ausência de cuidados básicos necessários à população carcerária, principalmente num cenário de pandemia. A falta de atendimento básico, de condições adequadas para isolamento dos presos, de regulação entre as unidades prisionais e o pronto-socorro geral para atendimento fora do sistema prisional (seja pelo estado ou município) e a não priorização nas campanhas de vacinação comprometem as ações de enfrentamento à covid-19 no sistema prisional, segundo ela.

A promotora lembrou que a higienização é uma das principais recomendações para prevenção do coronavírus. Nos presídios, entretanto, o cenário de precariedade das condições de higiene do próprio preso e das instalações, somados ao fornecimento inadequado de água e ausência de álcool em gel, a realidade é diferente. “Desde o início, o Ministério Público percebeu que não havia um plano de contingência para enfrentamento da covid no sistema prisional do Rio de Janeiro. O plano de resposta da Secretaria de Saúde não tinha uma linha sobre o sistema prisional. No dia 1 de abril, acrescentaram a implantação de um hospital de camapanha para 60 leitos, com respiradores do Ministério da Saúde, mas não havia uma linha sobre esse enfrentamento”, detalhou.

No âmbito nacional, há a Portaria Interministerial Nº 7, que regulamenta as medidas de prevenção para a população carcerária, tendo como premissa que todas as recomendações do Ministério deveriam ser adotadas dentro das unidades prisionais. A rigor, não deveria haver distinção de tratamento, mas isso não é observado. Há uma enorme violação de direitos dentro do sistema prisional”.

Na última apresentação, a integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio, criticou a falta de transparência das ações de enfrentamento da pandemia e a falta de informação sobre a situação dos presos aos seus familiares. Ela afirmou que, mesmo com a impossibilidade de inspecionar as unidades, o Mecanismo está oficiando os resídios e o Gabinete de Crise para pensar, de forma cooperativa, em melhorar as coisas. “Foram 25 ofícios, mas só tivemos reposta total para um deles”, comentou.

Apesar da necessidade das medidas de isolamento nos presídios, a palestrante reforça que a incomunicabilidade absoluta, ou seja, quando se cria uma ruptura do laço dos presos com seus familiares, é uma violação de direitos. “Foi estipulado o isolamento, que é uma medida importante para prevenção da disseminação do vírus, mas não foi pensada uma alternativa para superar, de forma alternativa, o que está posto. Uma estratégia interessante proposta pela Defensoria Pública de SP foi a instalação de telefones públicos e visitas virtuais.

A redução emergencial da superlotação das celas, medida uniformemente prescrita por todos os órgãos de direitos humanos e de saúde internacionais para discutir a possibilidade de prevenção eficaz da covid-19 também foi defendida por todos os palestrantes do Ceensp.

Confira as apresentações no Canal da Ensp no Youtube.

* Com informações de Isabela Schincariol
* Imagem de capa: Agência Brasil

Publicado em 10/06/2020

Últimos dias de inscrição no edital de Iniciação Científica da Fiocruz Amazônia

Autor(a): 
Marlúcia Seixas (Fiocruz Amazônia)

Ficam abertas, até 12 de junho, as inscrições para o Programa de Iniciação Científica da Fiocruz Amazônia, desenvolvido em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). 

Podem participar estudantes de cursos de graduação de instituições de ensino superior públicas ou privadas reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). O candidato deve estar regularmente matriculado e ter Coeficiente de Rendimento Acumulado (CRA) com valor igual ou maior que 7,0 (no caso de bolsa nova), nem ter reprovação em disciplinas afins às atividades do projeto de pesquisa que pretende desenvolver, entre outros requisitos. 

As bolsas serão concedidas por um período de 12 meses, podendo ser renovadas. No caso de renovação de bolsa, a nota deve ser maior ou igual a 6,0.

Acesse o edital aqui e confira todos as condições para participar da seleção. O processo é todo online, com o envio da documentação obrigatória descrita no edital para o e-mail pic.ilmd@fiocruz.br.

Banco de currículos

Em maio deste ano, a Fiocruz Amazônia lançou seu banco de currículo. Segundo Priscila Aquino, coordenadora do Programa de Iniciação Científica, a plataforma funciona como uma rede de contatos, que visa aproximar estudantes da instituição, facilitando o acesso dos pesquisadores aos currículos dos alunos.

Conheça o Programa de Iniciação Científica

A Iniciação Científica é um instrumento de formação de recursos humanos que permite colocar o estudante de graduação em contato direto com as atividades de pesquisa e o pensar científico, despertar a vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação.

Além disso, são objetivos do Programa de Iniciação Científica da Fiocruz Amazônia: estimular pesquisadores produtivos a envolverem estudantes de graduação em atividades científicas, tecnológicas e profissionais; orientar bolsistas proporcionando a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa; estimular o desenvolvimento do pensamento científico e da criatividade, a partir do confronto direto com os problemas estudados ou alvo da pesquisa.

Saiba mais sobre o PIC.

Imagem: Mackesy Nascimento

Publicado em 09/06/2020

Encontro nacional debate Ciência Aberta e Governo Aberto no combate à Covid-19

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Qual é o papel da ciência aberta e do governo aberto face à pandemia do novo coronavírus? O tema será debatido no 2º Encontro Nacional de Ciência Aberta e Governo Aberto, no dia 18 de junho, das 14h às 17h, com transmissão ao vivo no canal da Fiocruz no youtube*. O webinar acontece no momento em que a discussão sobre acesso à informação pública e a transparência de dados ganha fôlego no Brasil, em especial no enfrentamento à Covid-19. Para quem se interessa pelo tema, o Campus Virtual Fiocruz oferece uma formação modular sobre o tema, na modalidade à distância (EAD) — as inscrições estão abertas.

Dados abertos sobre saúde em debate

No encontro, especialistas vão abordar o uso de dados governamentais abertos para a saúde da sociedade, assim como barreiras e perspectivas. O webinar terá como debatedores a diretora da Open Knowledge Brasil, Fernanda Campagnucci, e o coordenador do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Daniel Villela.

A moderação será do coordenador de Informação e Comunicação da Fiocruz, Josué Laguardia. Segundo ele, a pandemia da Covid-19 é uma oportunidade de repensar os modos de fazer ciência. "É uma situação que nos permite aprofundar a reflexão sobre a comunicação com os pares e as partes interessadas, o compartilhamento e a análise dos dados de pesquisa. E, fundamentalmente, nosso papel como cientistas e cidadãos”, afirma.

Além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP). A iniciativa se alinha ao 4º Plano de Ação Brasileiro (2018-2020) da Parceria pelo Governo Aberto (Open Government Partnership - OGP), que tem o compromisso de estabelecer mecanismos de governança de dados científicos para o avanço da ciência aberta no Brasil.

Ciência aberta: saiba mais sobre a formação modular

A formação modular foi concebida como uma das estratégias para apresentar o movimento da Ciência Aberta, suas diversas práticas, expectativas e controvérsias. No total, são oito cursos à distância (EAD), gratuitos e com módulos independentes, que apresentam temas relacionados a este movimento, como: pesquisa, dados abertos, marcos legais, acesso aberto e educação aberta.

Seis cursos já estão disponíveis e a previsão é que um novo módulo seja lançado, em agosto deste ano. A cada módulo, os participantes fazem uma avaliação. É necessário obter nota igual ou maior que 70 para ser aprovado e receber o certificado de conclusão.

A Formação Modular em Ciência Aberta é uma realização da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), através do Campus Virtual Fiocruz (CVF). Os cursos são resultados de uma parceria entre a Coordenação de Informação e Comunicação (VPEIC), o CVF, a Escola Corporativa Fiocruz e a Universidade do Minho (Portugal).

Saiba mais sobre os cursos e inscreva-se aqui.

*Atualização em 16/6/2020.

Publicado em 03/06/2020

Fiocruz abre inscrições para módulo sobre atenção hospitalar do curso Covid-19

Autor(a): 
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Os números da Covid-19 no Brasil são cada vez mais alarmantes. O país bateu novamente seu recorde de mortes por complicações pela doença: foram registrados 1.349 óbitos no dia 3/6, segundo dados do Ministério da Saúde. Em um esforço para contribuir com a formação de profissionais de saúde, o Campus Virtual Fiocruz lança mais um módulo do curso online Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. O módulo 3, que é independente como os outros dois, trata de questões específicas voltadas à atenção hospitalar. Uma novidade é a aula sobre manejo clínico de gestantes ou puérperas suspeitas ou confirmadas para Covid-19, que inicialmente não estava prevista. Em função da pandemia, para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, o conteúdo foi produzido e publicado em caráter de urgência, ratificando o aspecto inovador, dinâmico e responsável da formação. 

Inscreva-se já!

O curso — que já conta com 36 mil inscritos em todo o país e até fora dele — é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios. O conteúdo foi elaborado por pesquisadores e especialistas da Fiocruz envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresenta estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Eles contribuíram com textos, videoaulas e com a revisão técnica de todo o material — que é apresentado com uma linguagem simples e num formato dinâmico, interativo e atraente.

A coordenadora geral do curso e do Campus Virtual Fiocruz (CVF), Ana Furniel, destaca que o módulo 3, foi o mais complexo na produção. Isso aconteceu devido às discussões em torno de suportes farmacológicos. “Durante o desenvolvimento, tivemos muitas vezes que rever o conteúdo em função da divulgação de notas técnicas dos órgãos responsáveis, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde (MS), e também por conta de atualizações na literatura científica”, explica. 

Conheça os temas do módulo 3

O módulo Manejo clínico da Covid-19 na atenção hospitalar é composto por 7 aulas, totalizando 30 horas de formação:

Aula 1 - Detecção precoce e classificação da severidade dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
Aula 2 - Manejo clínico inicial dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave
Aula 3 - Investigação de imagem, laboratorial e diagnóstico diferencial da Covid-19
Aula 4 - Suporte farmacológico a pacientes com Covid-19
Aula 5 - Suporte respiratório a pacientes com Covid-19
Aula 6 - Manejo clínico da gestante no contexto da Covid-19
Aula 7 - Procedimentos de proteção e controle de infecção em ambiente hospitalar

O manejo clínico da gestante e puérpera

Um desafio muito específico sobre a temática da aula 6 é a interface entre os campos do manejo obstétrico, clínico e da terapia intensiva. Essa questão foi destacada por Maria Mendes Gomes, responsável pelo conteúdo “Manejo clínico da gestante e puérpera no contexto da Covid-19”, junto com dois autores e pesquisadores também do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz): Maria Teresa Massari e Marcos Dias.

Pesquisadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF, Maria Gomes comenta o perfil das gestantes e mulheres no ciclo gravídico-puerperal. "Elas têm especificidades em relação às questões hemodinâmicas, ventilatórias e do controle da fisiopatologia da Covid-19", diz a pesquisadora, que também é consultora das Coordenações de Saúde da Mulher e da Criança e de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde. "É nosso papel institucional superar os desafios para a qualificação profissional neste contexto de pandemia. Transpor essas adversidades é importante para a definição da prática clínica. A Fiocruz e, particularmente o IFF, não se omitiram, atuando nacionalmente na disseminação das melhores evidências disponíveis. O Portal de Boas Práticas, coordenado pelo IFF, e a nossa participação neste módulo do curso são bons exemplos disso”, completa.

Já o responsável pelo conteúdo das aulas 1 e 2 do módulo 3 é Victor Grabois, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e coordenador-executivo do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis/Icict/Fiocruz). Sobre a detecção precoce e manejo clínico inicial da Covid-19, ele destaca que o grande desafio desta empreitada é acompanhar o ritmo de produção, inovações científicas e novidades que surgem ao longo do processo. “É um trabalho permanente de atualização e decisão sobre o que considerar como conteúdo relevante para os profissionais. Mas acredito que conseguimos, coletivamente, ser bem sucedidos nesta tarefa”, afirma.

O curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus

Lançado pelo Campus Virtual Fiocruz (CVF) em 15 de abril, o curso é composto de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. Cada aluno pode escolher quais módulos quer cursar e em que ordem. Os conhecimentos são avaliados ao fim de cada módulo. Quem obtiver nota maior ou igual a 70, recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com a carga horária total do curso (45h).

Esta formação é uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. A iniciativa tem o apoio de diferentes unidades da Fundação: do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), da Fiocruz Brasília, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), e do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis/Icict). Conta também com a parceria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

Clique aqui e inscreva-se já no curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus

Publicado em 13/05/2020

Pesquisa clínica: INI inscreve para cursos de mestrado e doutorado voltados a Covid-19

Autor(a): 
Antonio Fuchs e Juana Portugal (INI/Fiocruz)

Até 25 de maio, estão abertas as inscrições para seleção de candidatos aos cursos de mestrado acadêmico e doutorado do Programa em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, oferecido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). A chamada extraordinária atende à Ação Emergencial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A iniciativa se destina a projetos que induzam a geração de conhecimento prático e específico, orientado especialmente à prevenção e ao combate da atual pandemia da Covid-19. Contempla também endemias e epidemias em geral que assolam o país, envolvendo áreas como: infectologia, epidemiologia, imunologia, microbiologia, biotecnologia, ou correlatas, cujos conhecimentos componham atuação coordenada nestas situações.

De natureza multiprofissional, o programa do INI forma docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores qualificados para desenvolver pesquisas clínicas em doenças infecciosas. Ambos os cursos exigem dedicação em tempo integral.

  • Mestrado acadêmico: há quatro vagas, com duração máxima de 24 meses. Os candidatos devem ter graduação completa e serão oferecidas duas bolsas.
     
  • Doutorado: estão disponíveis quatro vagas, com duração mínima de 24 meses e máxima de 48 meses. É necessário ter graduação completa, e, preferencialmente, o título de mestre. Os candidatos sem título de mestre deverão atender aos pré-requisitos estipulados no edital. Serão oferecidas duas bolsas com 36 meses de duração (em caráter excepcional, poderão ser prorrogadas por mais 12 meses).

As bolsas serão concedidas preferencialmente para candidatos com projetos sobre Covid-19, podendo ser destinadas a alunos com propostas de trabalhos em outras endemias ou epidemias, caso estas não sejam totalmente preenchidas por aqueles que apresentarem projetos sobre Covid-19.

Toda a documentação para inscrição deverá ser entregue de forma eletrônica.

Confira o edital, o cronograma e faça a sua inscrição para o mestrado acadêmico ou para o doutorado.

Publicado em 12/05/2020

Ensp oferece 40 vagas de mestrado e doutorado em chamada emergencial para combater a Covid-19

Autor(a): 
Informe Ensp

Até o dia 20 de maio, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) seleciona candidatos aos cursos de mestrado e doutorado acadêmicos dos programas de pós-graduação em Saúde Pública, Saúde Pública e Meio Ambiente, e Epidemiologia em Saúde Pública (2020.1). Trata-se de uma chamada extraordinária, que visa atender ao Programa Estratégico Emergencial de Prevenção e Combate a Surtos, Endemias, Epidemias e Pandemias, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O objetivo é selecionar candidatos para desenvolver projetos que induzam a geração de conhecimento relacionados, especialmente, à prevenção e ao combate da atual pandemia de Covid-19.

São oferecidas 40 vagas, distribuídas entre os programas de pós-graduação. Os candidatos devem ter diploma de graduação, em cursos reconhecidos pelo MEC, que atendam às exigências da instituição de ensino. Para os candidatos ao doutorado, pede-se que sejam, preferencialmente, portadores do título de mestre e possuam produção científica consolidada e relevante a ser avaliada pela Comissão de Seleção. Os candidatos deverão preencher o formulário eletrônico de inscrição no SIGA e enviá-lo, em PDF, junto com os demais documentos exigidos. Saiba mais e acesse a chamada dos cursos através dos links em cada programa, a seguir.

O programa da Capes e a chamada emergencial da Ensp

Com esta iniciativa, a Capes apoia projetos de pesquisa e formação de recursos humanos altamente qualificados, no âmbito dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu, voltados ao enfrentamento da Covid-19 e em temas relacionados a endemias e epidemias típicas do Brasil. O programa está estruturado em duas dimensões: Ações estratégicas emergenciais imediatas e Ações estratégicas emergenciais induzidas em áreas específicas.

  • Pós-graduação em Saúde Pública: a coordenadora desse programa na Ensp, Marly Cruz, comenta o caráter emergencial da chamada. "O programa da Capes tem a finalidade de selecionar projetos que visem a produção de conhecimento e inovações cientificas e tecnológicas no campo da saúde pública, relacionados especialmente à prevenção e ao combate da atual pandemia do coronavírus". O Programa de Saúde Pública oferecerá dez vagas para o mestrado e quatro para o doutorado. "O edital está aberto para que todos possam ter acesso às exigências para participação da seleção. Muita atenção aos prazos", destaca. Acesse a chamada nas áreas de cada curso: mestrado e doutorado.
     
  • Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente: a coordenadora deste programa, Andréa Sobral, destaca o importante papel dos programas de pós-graduação no enfrentamento da Covid-19, por meio do desenvolvimento de pesquisas em várias áreas. Ela lembra que iniciativas como esta auxiliam no avanço do conhecimento sobre esta e também outras doenças relevantes para a saúde pública. “Há um déficit de saberes referente a aspectos cruciais para uma compreensão integrada no enfrentamento de emergências em saúde pública. Neste sentido, a produção do conhecimento científico a partir da formação de recursos humanos é fundamental para compreender essa pandemia e outras epidemias, no contexto do complexo panorama sanitário do país”. Acesse a chamada nas áreas de cada curso: mestrado e doutorado.
     
  • Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública: a chamada conjunta para alunos de mestrado e doutorado é uma importante contribuição no campo da educação em saúde, destaca a a coordenadora do programa, Enirtes Caetano. "Nós, pesquisadores de programas da área de saúde coletiva, mantemos nosso compromisso com a geração solidária de conhecimento. Nossos programas têm muito a contribuir em relação ao entendimento da doença em seus diversos aspectos. Esta chamada é uma das muitas ações colaborativas na comunidade acadêmico-científica da Ensp, que se soma a inúmeros esforços empreendidos na Fiocruz”, afirma. Acesse a chamada nas áreas de cada curso: mestrado e doutorado.

Processo seletivo será feito remotamente

Devido à pandemia de Covid-19, a seleção será realizada remotamente, por meio da plataforma Zoom. A Vice-direção de Ensino da Ensp recomenda que o candidato não deixe para se inscrever e enviar a documentação no último dia.

Todos os candidatos deverão enviar o formulário de inscrição, junto com a documentação exigida, para o e-mail do programa e curso escolhidos, que está disponível na chamada. A documentação deverá ser digitalizada e encaminhada em formato PDF. O limite total dos arquivos é 10 megabytes. Recomenda-se que os candidatos identifiquem os arquivos com o nome do candidato e dos respectivos documentos. O candidato receberá a confirmação da inscrição por e-mail.

Publicado em 22/04/2020

Última chamada: IOC/Fiocruz seleciona para mestrado e doutorado em medicina tropical com foco em Covid-19

Autor(a): 
Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)

Ficam abertas, até esta quinta-feira, dia 23 de abril, as inscrições para a Chamada Especial de Seleção Pública do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O objetivo é selecionar e classificar candidatos aos cursos de mestrado e doutorado, interessados em desenvolver projetos nas áreas de doenças infecciosas e parasitárias (DIP), e diagnóstico, epidemiologia e controle (DEC). Em ambas as áreas, a Chamada Especial visa induzir a geração de conhecimentos relacionados especialmente à prevenção e ao combate da pandemia de Covid-19.

No mestrado, só podem se inscrever candidatos que apresentarem o nome do orientador, no ato da candidatura. É necessário que o orientador seja docente permanente ou colaborador do Programa — daí, o caráter especial da chamada.

Ao todo, serão disponibilizadas até nove vagas. As inscrições serão, exclusivamente, realizadas on-line. Para saber mais e se inscrever, acesse as chamadas para o curso de seu interesse através do links:

Publicado em 14/04/2020

Dia Mundial da Doença de Chagas: biografia de Carlos Chagas é relançada em formato digital

Autor(a): 
Marcella Vieira (Editora Fiocruz), com informações de IOC/Fiocruz e AFN

Em meio à maior emergência sanitária global dos últimos tempos, uma data especial destaca e enaltece um marco da ciência brasileira para todo o mundo: 14 de abril de 2020 será, oficialmente, o primeiro Dia Mundial da Doença de Chagas. Para celebrar a importância da data para a pesquisa científica do Brasil e, especialmente, para a Fiocruz, o livro Carlos Chagas: um cientista do Brasil está sendo relançado pela Editora Fiocruz em formato digital – e em acesso aberto – na plataforma SciELO Livros. Clique aqui para fazer o download

Para complementar a leitura, a plataforma Educare disponibiliza um vídeo sobre a transição epidemiológica da doença de Chagas e o impacto desta transição na saúde da população brasileira. Datado de 2009, o recurso educacional é uma produção do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Clique aqui para acessar o vídeo.

Mais sobre o livro 'Carlos Chagas: um cientista do Brasil'

De autoria de Simone Petraglia Kropf e Aline Lopes de Lacerda, pesquisadoras da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a edição bilíngue (português/inglês) do livro foi lançada em 2009, como parte das comemorações do centenário do anúncio da descoberta da doença de Chagas. No mesmo ano, a Editora Fiocruz também lançou os títulos Doença de Chagas, Doença do Brasil: ciência, saúde e nação, 1909 – 1962 (coleção História e Saúde) e Clássicos em Doença de Chagas: histórias e perspectivas no centenário da descoberta

Fruto de ampla pesquisa por parte das autoras, o álbum reúne um conjunto iconográfico singular e uma compilação dos mais expressivos documentos relativos à vida e à obra do médico sanitarista. Uma trajetória biográfica repleta de imagens e arquivos do cientista, contemplando capítulos sobre sua infância, sua formação médica e sua atuação como pesquisador, professor, diretor do Instituto Oswaldo Cruz e gestor na área de saúde pública federal. 

Em 2010, o livro foi finalista do Prêmio Jabuti, maior reconhecimento literário do país, na categoria Biografia. Uma nomeação de prestígio a uma obra que esmiuçou o percurso de um pioneiro da ciência nacional e que agora está inteiramente disponível em versão digital. “A iniciativa da Editora Fiocruz de disponibilizar, em acesso aberto, o livro sobre Carlos Chagas representa uma grande alegria. Ela vem ao encontro da minha convicção de que a ciência deve ir muito além da academia e dos laboratórios, deve estar sempre no mundo, compartilhada com os mais diversos grupos da sociedade”, comemora a autora Simone Kropf, professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS/COC/Fiocruz).    

A biografia reflete ainda sobre os muitos títulos e premiações do cientista e sua importância para a continuidade das pesquisas sobre doenças associadas à pobreza em países tidos como periféricos. "O maior legado de Carlos Chagas é a visão de que a ciência deve atender às demandas da sociedade (no caso, a saúde pública) e que cabe ao Estado brasileiro garanti-la e promovê-la", destacou Kropf em 2019, na ocasião das comemorações pelos 110 anos da descoberta da doença de Chagas. 

Doença de Chagas no calendário oficial da OMS

A resolução que instituiu o Dia Mundial da Doença de Chagas foi aprovada no ano passado, durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde – que reúne delegações de todos os estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) –, em Genebra, na Suíça. A decisão ocorreu em data emblemática para a Fiocruz: 24 de maio, véspera do aniversário de 119 anos da instituição. 

A presidente Nísia Trindade Lima participou da comitiva que representou o Brasil na cerimônia e comunicou, logo após a aprovação, a notícia para toda a comunidade da Fiocruz. “Sabemos o sentido histórico e contemporâneo que tem essa decisão. Trata-se de quebrar o silêncio em relação a um importante problema de saúde pública. Vai muito além da mais do que merecida homenagem ao grande cientista Carlos Chagas, referência para a ciência voltada à saúde pública em todo o mundo. Essa declaração institui o dia em que foi identifica pela primeira vez, clinicamente, a Doença de Chagas. Por isso, é tão significativa: trata-se de lidar não só com uma doença negligenciada, mas com populações negligenciadas”, enalteceu Nísia.   

14 de abril de 1909 marca o dia em que Carlos Chagas identificou, pela primeira vez, o parasito Trypanosoma cruzi, causador da infecção, em uma paciente: Berenice, de dois anos, moradora da área rural de Lassance, em Minas Gerais. Dias depois, em 22 de abril, Oswaldo Cruz anunciava à Academia Nacional de Medicina que o então jovem pesquisador Chagas (assistente do Instituto que levava o nome do patrono da Fiocruz) havia descoberto o protozoário no sangue da menina.
 
Além de caracterizar o agente causador e o conjunto de sintomas, Carlos Chagas identificou o inseto transmissor: o triatomíneo, popularmente conhecido como barbeiro. A descrição do ciclo da doença de Chagas foi um dos feitos mais emblemáticos da ciência brasileira. E esse marco foi amplamente reconhecido pela resolução da OMS, que inseriu o Dia Mundial da Doença de Chagas em seu exclusivo calendário anual de campanhas mundiais. Agora, a data especial está ao lado de, entre outras, Dia Mundial da Saúde e Dia Mundial da Luta Contra a Malária, ambos também em abril, Dia Mundial sem Tabaco, em maio, e Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro.
 
Mesmo em meio ao seu maior desafio, a pandemia do novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde reforça a importância da data em seu calendário. Em seu site, o órgão destaca, nas páginas Dia Mundial da Doença de Chagas e Celebrando o Dia Mundial da Doença de Chagas pela primeira vez em 2020, que o objetivo do 14 de abril é aumentar a visibilidade e a conscientização do público sobre a doença, além dos recursos necessários para a prevenção, o controle e a erradicação. A OMS enaltece também os feitos de Carlos Chagas, reconhecendo a importância da ciência brasileira para a descoberta da enfermidade. 

A data não poderia estar descontextualizada da atual crise sanitária causada pela Covid-19. “Viver o Dia Mundial da Doença de Chagas em meio à pandemia assume um sentido muito especial e dramático. É um convite a que lembremos de Carlos Chagas não apenas como um grande nome da ciência, mas como exemplo de um cientista que sempre aliou conhecimento de ponta a compromisso com a saúde da população”, pontua Simone Kropf.   

Doença de Chagas, doença do Brasil

Classificada como uma das principais doenças negligenciadas (tidas como endêmicas em populações em situação de baixa renda), a doença de Chagas continua sendo uma enfermidade crítica em diversas áreas do Brasil e do mundo, sobretudo pelo problema da subnotificação. Apesar dos muitos avanços no diagnóstico e no tratamento, ela continua a apresentar altos números. Dados da OMS indicam que, em todos os países das Américas, de seis a sete milhões de pessoas vivem com Chagas, sendo que a maioria não sabe que está infectada, dificultando políticas públicas para o pleno combate à doença e à proliferação do transmissor.

Ainda de acordo com o órgão, 65 milhões vivem com risco de contrair a infecção. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estudos recentes mostram que há entre 1,9 milhões e 4,6 milhões de pessoas infectadas pelo T. cruzi – sendo a grande maioria portadores crônicos – e a doença de Chagas é uma das quatro maiores causas de morte por agravos infecciosos e parasitários. Por muito tempo, a enfermidade foi restrita às áreas mais pobres da América Latina. “Carlos Chagas, em 1926, afirmou que a doença de Chagas era a doença do Brasil. Um país que esquecia as populações dos sertões. E é isso que vem à mente quando estamos juntos nesse dia histórico. Hoje, quando se fala no mote da Agenda 2030 [da ONU], que é o ‘de ninguém deixado para trás’, é muito importante olhar para a prevenção e para o tratamento em doença de Chagas”, afirmou Nísia logo após o anúncio da OMS.
          
Nas últimas décadas, porém, o agravo se espalhou para outros continentes, com casos registrados nos Estados Unidos, Canadá e diversos países da Europa, além de Austrália e Japão. Associada principalmente às migrações humanas, a disseminação da enfermidade é tida pela própria OMS como um “problema de saúde global”.

Kropf ressalta que, diante da crise do novo coronavírus, é importante lembrar a atuação de Carlos Chagas em outra pandemia que sobressaltou o mundo: a gripe espanhola. “Em 1918, já como diretor do Instituto Oswaldo Cruz, Chagas foi incumbido de organizar serviços especiais de atendimento aos acometidos pela epidemia de gripe espanhola no Rio de Janeiro, como hospitais emergenciais e postos de consulta. Sua atuação nesta frente seria decisiva para sua nomeação, em 1919, como diretor dos serviços federais de saúde”, explica a autora. 

Em meio ao enorme desafio atual, no qual a Fiocruz desempenha, segundo a própria OMS, papel central no combate à Covid-19 nas Américas, celebrar o Dia Mundial da Doença de Chagas a pouco mais de um mês para o seu aniversário de 120 anos é mais uma valorização da excelência científica da instituição. “É um dia para lembrar do passado, com os olhos no presente e no futuro”, ressalta Simone Kropf. Para a pesquisadora, reconhecer o legado de Chagas é essencial na atual conjuntura. “Neste 14 de abril, esperamos que Carlos Chagas seja visto nos rostos de todos os cientistas e profissionais de saúde que, hoje, lutam bravamente para produzir conhecimentos e ações para enfrentar a emergência sanitária global. Que ele seja reconhecido em todos os que defendem e constroem políticas públicas de saúde”, finaliza. 

Leia na íntegra o depoimento de Simone Kropf sobre o Dia Mundial da Doença de Chagas e o relançamento do livro em formato digital.

Publicado em 13/04/2020

Biossegurança em foco: Fiocruz Pernambuco oferece curso de capacitação na modalidade EAD

Autor(a): 
Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz)

Segurança e qualidade são essenciais em laboratórios de pesquisa. Com o objetivo de capacitar profissionais, a Fiocruz Pernambuco elaborou o curso Biossegurança em foco, oferecido na modalidade à distância (EAD) em formato autoinstrucional. As inscrições estarão abertas a partir do dia 13 de abril, e os interessados podem acessar a capacitação através do Campus Virtual Fiocruz até dezembro de 2020.

A coordenadora da EAD de Fiocruz Pernambuco, Joselice da Silva Pinto, explica que o objetivo é estimular a troca de conhecimentos visando a adoção de boas práticas. "Temos pesquisadores, técnicos, bolsistas, estagiários — um número grande de pessoas a serem treinadas. O nosso público inclui, ainda, profissionais das demais unidades técnicas da Fundação Oswaldo Cruz, e também de outras instituições de saúde". Joselice completa, abordando o cenário atual: "Com a pandemia, isso inclui os profissionais de saúde que vão realizar os testes para Covid-19".

O conteúdo enfoca um conjunto de ações para prevenir, controlar, reduzir ou minimizar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. São medidas que visam a melhoria contínua das instituições e o atendimento às recomendações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério da Saúde (MS). 

Com carga horária total de 45 horas, o curso está estruturado em três módulos:

Módulo I - Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais
Aborda conceitos básicos de biossegurança, do ponto de vista histórico e legal, e Boas Práticas Laboratoriais, com foco na qualidade, saúde e segurança, e gerenciamento de resíduos.

Módulo II - Classificação de Riscos e Níveis de Biossegurança no Trabalho com OGMs e Convencionais
Trata da classificação de riscos e dos níveis de biossegurança, enfocando o trabalho com organismos geneticamente modificados e organismos convencionais. Compreende também a identificação dos requisitos básicos da infraestrutura laboratorial, de acordo com o nível de biossegurança e o organismo trabalhado.

Módulo III - Princípios e Normas de Biossegurança do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz PE)
A partir da Política Institucional de Biossegurança e de procedimentos específicos de alguns laboratórios são disseminados os princípios e normas de biossegurança.

Os alunos terão à disposição materiais educativos complementares, como um e-book exclusivo. Quem coordena esta oferta são os pesquisadores Christian Reis e Evania Galindo.

Saiba mais e inscreva-se aqui!

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