O compartilhamento de dados fortalece cada vez mais a produção e a disseminação do conhecimento. Pela importância do tema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lança o curso Dados Abertos — que se tornaram um dos ativos mais importantes na sociedade contemporânea. A iniciativa faz parte da Formação Modular em Ciência Aberta, que oferece cursos gratuitos, na modalidade à distância (EAD), que estão disponíveis a todos os interessados.
O novo curso, Dados Abertos, é composto por seis aulas online (totalizando 10h). Os participantes vão aprender o que são dados abertos, sua importância no campo científico, e como utilizá-los: quando abrir, por que e quais os princípios a observar (saiba mais e inscreva-se aqui). O curso é coordenado pelas doutoras em Ciência da Informação, Vanessa Jorge e Anne Clinio.
Vanessa comenta que algumas frentes da Ciência Aberta já estão mais maduras, como o acesso aberto e o uso de softwares abertos. Atualmente, os dados abertos estão no centro da discussão do movimento. "Estamos mudando para uma nova cultura do fazer científico e esta é a dimensão em destaque, agora. Isso porque há muitas possibilidades de uso e apropriações dos dados abertos por diversas áreas da sociedade. Na nossa área, particularmente, o debate engloba diferentes questões: desde privacidade, acesso à informação, governo aberto e transparência pública até os avanços em pesquisa e o combate a emergências em saúde pública, por exemplo”, afirma ela, que atua na Coordenação de Informação e Comunicação da Fiocruz.
Anne, por sua vez, lembra que todo pesquisador faz gestão de dados, mas que nem sempre tem uma visão sobre sua ampla reutilização a médio e longo prazo. “Um dos nossos objetivos é mostrar o ciclo completo da gestão de dados num projeto de pesquisa, para que os alunos saibam como atuar em função de cada etapa — do planejamento à abertura e compartilhamento futuro”, diz. Anne lembra, ainda, que apresentar o Plano de Gestão de Dados tem sido uma exigência dos órgãos de financiamento.
Entre os diferenciais deste novo curso da Fiocruz está sua aplicação prática no campo da saúde, conta Vanessa. “Nós apresentamos uma série de iniciativas, instituições, incluindo os financiadores e revistas científicas que estão trabalhando com dados abertos. E trazemos também várias ferramentas que vêm sendo utilizadas. O material certamente contribui bastante para o desenvolvimento de um ecossistema voltado à abertura de dados de pesquisa no Brasil e para pensarmos nos desafios para que esta cultura avance”, conclui.
A Formação Modular em Ciência Aberta é uma realização da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) por meio do Campus Virtual Fiocruz. É composta por quatro séries e oito microcursos. A iniciativa é uma parceria entre a Coordenação de Informação e Comunicação da Fiocruz, a Escola Corporativa Fiocruz, a Universidade do Minho (Portugal) e o Campus Virtual Fiocruz.
Todos os microcursos são oferecidos na modalidade de educação à distância (EAD). Os inscritos podem acessar as aulas online, quando e de onde quiserem, gratuitamente. Os cursos são independentes entre si. Ou seja: não é preciso cursar um para se inscrever em outro. Mas, na Fiocruz entendemos que quanto mais completa a formação, melhor. A cada curso realizado, os alunos passam por uma avaliação online e recebem certificados de conclusão de acordo com critérios de aprovação.
Série 1: O que é ciência aberta? | Panorama histórico da ciência aberta
Série 2: Propriedade intelectual aplicada à ciência aberta | Direito de acesso à informação e proteção de dados pessoais
Série 3: Acesso aberto | Dados abertos
Estão abertas até o dia 11 de março as inscrições para o curso de Iniciação à Ciência em Animais de Laboratório. Oferecido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), o curso é voltado para egressos do ensino médio, técnicos em biotérios e interessados na área. O objetivo é capacitar profissionais para que atuem em instalações de criação animal, visando seu adequado manejo e bem-estar animal, conforme normas e padrões éticos na área de pesquisa em saúde.
São oferecidas 30 vagas. A lista com os nomes dos candidatos selecionados será divulgada no dia 13 de março, por e-mail, e através do site: www.sigaeps.fiocruz.br. Já as aulas acontecerão entre os dias 18 e 27 de março, das 13h30 às 16h30, na sala de aula 1 do ICTB, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Inscreva-se já! Em caso de dúvidas, mande uma mensagem para o e-mail ensino.ictb@fiocruz.br ou ligue para (21) 3194-8476.
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), através do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), está com inscrições abertas para o curso presencial de Gestão Integrada e Participativa em Saúde, Trabalho e Ambiente. Ao todo serão ofertadas 25 vagas, sendo 22 para ampla concorrência e 3 para ações afirmativas. É possível se inscrever até o dia 3 de março.
O curso é voltado a profissionais de nível superior, atuantes em órgãos da administração pública no município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, além de representantes dos conselhos municipais interessados em colaborar em ações intersetoriais. O objetivo é contribuir para a articulação entre assistência, gestão, ações de promoção da saúde e vigilâncias, na lógica da integralidade.
Acesse o edital e inscreva-se aqui pelo Campus Virtual Fiocruz!
Que tal se atualizar sobre sarampo? Profissionais de saúde e demais interessados já podem se matricular no curso Manejo do Sarampo nos Serviços de Saúde, da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Dividido em dois módulos, que totalizam 60 horas, o curso é livre, online, gratuito e tem início imediato. As matrículas podem ser feitas até o dia 26 de junho.
O curso foi desenvolvido pela Secretaria Executiva da UNA-SUS, em parceria com as Secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde e a Escola de Governo da Fiocruz Brasília. A oferta faz parte do pacote de medidas governamentais adotadas para combater a doença. O objetivo é qualificar os profissionais de saúde para identificar prontamente o caso suspeito de sarampo e conduzir ações de atenção e vigilância de forma integrada e oportuna, aplicando e disseminando os conhecimentos adquiridos na rotina de trabalho.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2019, foram notificados 49.613 casos suspeitos de sarampo no ano passado. Desses, foram confirmados 10.429 casos (21%) e descartados 19.647 (39,6%). O curso surge como uma ferramenta de atualização e qualificação do atendimento à população na atenção primária. É um incentivo a ações integradas junto aos serviços de vigilância em saúde, visando o devido manejo dos surtos, para que se possa cogitar a eliminação da doença, como já ocorreu em 2016.
Saiba mais sobre a oferta e inscreva-se já através do Campus Virtual Fiocruz.
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) está lançando a Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Industria Farmacêutica (ResidTAIF). Serão oferecidas cinco vagas com bolsas de R$ 3.330,46, a serem concedidas pelo Ministério da Saúde a profissionais recém-formados em farmácia, biologia e medicina veterinária. Os interessados podem se inscrever de 3 a 6 de fevereiro: o edital está disponível aqui no Campus Virtual Fiocruz (acesse e saiba mais).
Aprovada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), a residência multiprofissional de Farmanguinhos é a primeira do Brasil com um escopo voltado à formação intensiva de profissionais que vão atuar na área de insumos para o Sistema Único de Saúde (SUS). “As primeiras residências eram uniprofissionais, principalmente aquelas com especializações médicas. Mas devemos lembrar que o SUS é mais do que somente assistência primária, abrange também a área de insumos para a saúde, como é o caso dos laboratórios farmacêuticos oficiais. Nesse sentido, a proposta do nosso curso é formar profissionais para atuarem neste segmento”, ressalta a coordenadora de educação da unidade, Mariana Conceição de Souza.
Ainda segundo ela, a criação dessa residência no Rio de Janeiro é estratégica, uma vez que poderá atender aos laboratórios farmacêuticos oficiais (públicos) que, em sua maioria, estão localizados no sudeste do país. “Esse curso é mais uma iniciativa que consolida Farmanguinhos como hub educacional na área de indústria farmacêutica brasileira — um campo de estudo que é tão negligenciado, mas ao mesmo tempo extremamente importante para o nosso desenvolvimento econômico e social”, frisa.
O plano de estudo teórico-prático acontecerá dentro dos setores de Gestão da Qualidade, Produção e Desenvolvimento Tecnológico da instituição. Além das dependências de Farmanguinhos, os residentes terão a oportunidade de usar estruturas de outros laboratórios públicos, que se uniram à unidade, como campo de prática, para ajudar na formação desses profissionais. Dentre eles estão o Instituto Vital Brazil (IVB), localizado em Niterói, o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx), ambos na cidade do Rio de Janeiro. “Essa iniciativa será ótima para os residentes e também para estreitar as relações entre esses laboratórios oficiais”, observa Mariana.
Segundo o coordenador da Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica de Farmanguinhos, Eduardo Gomes Rodrigues de Sousa, o processo seletivo contará com provas objetivas e entrevistas. Os aprovados deverão fazer matrículas nos dias 27 e 28 de fevereiro para iniciarem as atividades no dia 2 de março. “Serão oferecidas cinco vagas no total. Destas, três são para farmacêuticos, sendo uma destinada às ações afirmativas da Fiocruz – 10% das vagas são destinadas a candidatos que se declararem pessoa com deficiência ou que se autodeclararem negros (pretos e pardos) ou indígenas”, afirma.
As bolsas para pagamentos dos residentes, no valor de R$ 3.330,46, serão concedidas pelo Ministério da Saúde, por meio de edital nº 2 de 16 de janeiro, já que se trata de um curso de dedicação exclusiva e, por esta razão, é obrigatória a concessão desses recursos para os profissionais.
O coordenador explica que a Residência terá duração de dois anos, totalizando 5.760 horas. Essa carga horária será dividida entre atividades práticas e teóricas. “Esses profissionais estarão inseridos na unidade, tanto no campo prático (treinamento em serviço), como no teórico. O objetivo é possibilitar a problematização da realidade por meio de orientações específicas, seminários, estudos de caso, aulas dialogadas e expositivas além de outras abordagens de ensino, como as utilizadas pelo Campus Virtual Fiocruz”, ressalta Eduardo Sousa.
Até o dia 3 de fevereiro estão abertas as inscrições para o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Trabalhador. A iniciativa é do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, ligado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Cesteh/Ensp). Ao todo, são oferecidas quatro vagas para graduados em enfermagem, psicologia, fisioterapia e saúde coletiva. O objetivo é formar profissionais que vão atuar na Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) e no Sistema Integral de Atenção à Saúde do Servidor (Siass).
Gideon Borges, coordenador adjunto do curso, comenta a importância dessa formação. “A prática é um ponto primordial na área de saúde do trabalhador. Com o novo programa, ofereceremos uma instrução mais sólida em termos de modalidade de educação, ou seja, o aluno aprenderá fazendo e ampliará o escopo de atuação do Cesteh, no que se refere à formação neste campo".
A coordenadora adjunta, Cristina Stausz, diz que o Programa vai contribuir para a rede nacional da saúde do trabalhador como um todo. "É uma formação bastante consistente” — lembrando das parcerias entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ), a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias (SMS/DC) e a Coordenação Geral de Pessoas (Cogepe/Fiocruz). O Programa é financianciado pelo Ministério da Saúde (MS).
Para saber mais e se inscrever, acesse o edital.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas, até 31 de janeiro, para a Especialização em Fisioterapia Hospitalar com Ênfase em Doenças Infecciosas. Há quatro vagas para profissionais graduados em fisioterapia com inscrição no Conselho Regional de Fisioterapia (Crefito).
O curso é coordenado por Lívia Dumont Facchinetti, Bianca Maciel dos Passos e Bianca do Carmo Figueira da Silva, e visa formar profissionais fisioterapeutas para atuar na atenção à saúde, dando subsídios para clínica ampliada e integrada à gestão, ao ensino e à pesquisa, conforme as políticas públicas vigentes, e enfoque nos pressupostos fundamentais do campo das doenças infecciosas.
As aulas serão ministradas de 2 de março a 19 de dezembro, totalizando uma carga horária de 432 horas.
O Brasil teve quase 3,5 mil casos confirmados de microcefalia e outras alterações possivelmente ligadas ao vírus zika, entre 2015 e 2019, segundo o Ministério da Saúde. Mais da metade das notificações ocorreu na região Nordeste, onde o aumento de casos de microcefalia foi relatado primeiramente: no estado de Pernambuco. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi uma das protagonistas na investigação e no enfrentamento dessa emergência sanitária no país, que foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pela rapidez com que atuou.
Uma das iniciativas estratégicas neste sentido tem sido a qualificação de profissionais e gestores de saúde. Por isso, está aberta a segunda oferta do curso Atenção Integral às Crianças com Alterações do Crescimento e Desenvolvimento, relacionadas às Infecções Zika e Storch (síndromes causadas por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus). A qualificação é voltada a profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros. O curso é gratuito e realizado à distância. Os interessados já podem se inscrever aqui pelo Campus Virtual Fiocruz.
Lançado em 2019, o curso é uma parceria entre o Ministério da Saúde (por meio das Secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, de Atenção à Saúde e de Vigilância em Saúde), a Fiocruz Pernambuco, a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), o Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Campus Virtual Fiocruz. O objetivo é qualificar profissionais de saúde atuantes em Atenção Primária ou Estratégia de Saúde da Família (ESF), para que estejam aptos a proceder no apoio a crianças que tenham alterações motoras relacionadas a ambas as infecções virais.
Em 2020, a vigilância de anomalias congênitas e de doenças raras é uma das prioridades do governo federal, de acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. “Nós faremos esse trabalho integrado com outros ministérios e outras instituições, buscando principalmente a integração das ações de vigilância com a Atenção Primária, que promove as ações de cuidado a esses pacientes”, declarou, em dezembro do ano passado.
Um dos objetivos da qualificação é permitir que os profissionais atuem de forma sistemática e padronizada, proporcionando um atendimento qualificado, principalmente a populações mais vulneráveis e que residam em áreas remotas e de difícil acesso. Espera-se, ainda, que a iniciativa ajude a estabelecer estratégias de encaminhamento dos casos encontrados. Para isso, os participantes do curso vão contar com a experiência prática de assistência e pesquisa que a Fiocruz vem acumulando ao longo dos anos, orientada pelas diretrizes clínicas propostas pelo Ministério da Saúde. Destaca-se, também, que a especialistas de várias unidades da Fundação participaram da concepção do curso, agregando diferentes abordagens.
O conteúdo está dividido em quatro unidades didáticas, que abordam: o contexto epidemiológico do Zika e Storch; o desenvolvimento infantil em uma perspectiva do cuidado ampliado em saúde na ESF; a avaliação neuropsicomotora na ESF; e estratégias de orientação e seguimento na perspectiva da ESF. A fim de disseminar estes conhecimentos de forma ampla, a qualificação é oferecida à distância (EAD). Os alunos têm acesso a recursos educacionais como vídeos com especialistas, games, textos de apoio e outros. No total, são 30 horas-aula online.
Ao oferecer o curso pela segunda vez, a Fiocruz reitera seu compromisso com ações integradas para pesquisa, ensino e assistência, a partir de um olhar voltado para a atenção integral à saúde. As inscrições ficam abertas até o dia 27 de junho, através deste link.
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Estão abertas até o dia 31 de janeiro as inscrições para o curso de Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência, oferecido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). A especialização é uma parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), a Fundação Cecierj, a Casa da Ciência/UFRJ e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Os interessados em participar do processo seletivo podem se candidatar para as 20 vagas. A taxa de inscrição é de R$ 50. O curso é gratuito e as aulas terão início em 9 de março de 2020.
Com 390 horas presenciais de aula, o curso de pós-graduação Lato sensu é destinado a um público amplo: museólogos e outros perfis ligados a museus e centros de ciência, cultura e arte, comunicadores, jornalistas, cientistas, educadores, sociólogos, cenógrafos, produtores culturais, professores de ciências licenciados (nível superior) e demais profissionais que atuam, seja no âmbito prático ou no acadêmico, na área da divulgação da ciência, da tecnologia e da saúde, da comunicação pública da ciência e da popularização científica.
O objetivo da especialização é promover uma reflexão crítica sobre a interface entre ciência e sociedade - levando em consideração a multidimensionalidade e as mudanças que ocorrem ao longo do tempo na relação entre essas duas instâncias.
Acesse já o curso e inscreva-se através do Campus Virtual Fiocruz!
Um marco importante para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): nos dias 5 e 6 de dezembro, a instituição realizou seu 1º Seminário de Residências em Saúde. O encontro reuniu residentes, docentes, preceptores, gestores, profissionais dos programas de Residência em Saúde da Fiocruz, além de representantes de órgãos do setor e da sociedade, para debater desafios e perspectivas da formação para o Sistema Único de Saúde (SUS). Organizado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), o Seminário aconteceu na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
Na abertura do evento, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, celebrou a união de esforços nos mais diversos níveis — que se expressava na composição da mesa, com representantes dos ministérios da Educação (MEC) e da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Saúde, de órgãos estaduais e municipais de ambos os setores, e da Fundação.
Para superar desafios, a presidente destacou também outros pontos: o fortalecimento de espaços de debate e compartilhamento de experiências, como o Fórum de Residências em Saúde da Fiocruz; a ampliação de parcerias, e a continuidade de ações institucionais no âmbito da gestão, a fim de garantir direitos previstos na Constituição Cidadã (1988). “Hoje, pela manhã, fiquei muito tocada ao participar da doação do acervo de David Capistrano, uma figura central para a nossa discussão aqui. Vale lembrar que o SUS é uma construção recente, do ponto de vista histórico, e que antes de 1988 a maior parte da população não tinha acesso a serviços de saúde”, disse Nísia. Ela finalizou comentando o grande desafio que é oferecer condições para que os profissionais das residências possam ser agentes de transformação frente às desigualdades sociais no Brasil. “Espero que todas essas questões também possam iluminar os 120 anos da nossa instituição, para que cada cidadão possa dizer ‘Eu sou Fiocruz’”, afirmou.
Para que a sociedade se beneficie da formação no SUS e para o SUS, é preciso fomentar a cooperação em rede, principalmente numa conjuntura extremamente desafiadora no setor público. Esta foi a tônica das falas dos convidados da mesa de abertura e nas palestras que se seguiram (leia mais: Gestores, conselheiros, profissionais e estudantes debatem os desafios das residências em saúde).
Anna Teresa Moura, subsecretária de Pós-graduação, Ensino e Pesquisa em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, destacou a necessidade de fortalecer parcerias para que o Estado não se ocupe apenas das questões de financiamento, mas qualifique também a área acadêmica e pedagógica. Neste sentido, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, comentou sobre a importância dos preceptores. “Precisamos pensar na formação de quem forma e atua conjugando o ensino e a prática: são eles que acompanham de perto os profissionais que vão atuar nos serviços de saúde”.
Por sua vez, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz enfatizou a experiência institucional no debate sobre territórios saudáveis, a partir de um olhar integral da educação em saúde orientada pelos compromissos com o desenvolvimento sustentável. Para ele, por ser uma instituição estratégica de Estado, a Fundação tem um papel central na articulação de órgãos governamentais e movimentos sociais. Menezes demonstrou preocupação com ações afirmativas, mudanças na Estratégia Saúde da Família, toxicologia e meio ambiente, saúde mental dos profissionais que atuam nas residências e as desigualdades regionais. “Precisamos nos integrar mais, aprender e explorar a convergência com os consórcios que envolvem os conselhos de saúde em todos os níveis e as universidades, buscando a ampliação de parcerias”.
Os temas foram aprofundados na segunda parte do evento, nas palestras e debates (dia 5/12) e nas oficinas (dia 6/12). As palestras foram ministradas por: Adriana Coser (coordenadora das Residências em Saúde da Fiocruz); Aldira Samantha (coordenadora-geral de Residências em Saúde/MEC); Kelly Cristine Mariano do Amaral (Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES/MS); Manoel Santos, representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RJ (Cosems); Priscilla Viégas (conselheira do Conselho Nacional de Saúde). A moderação do evento foi feita pela pesquisadora Adriana Aguiar, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), que organizou o livro Preceptoria em programas de residência: ensino, pesquisa e gestão.
Gestores, conselheiros, profissionais e estudantes debatem os desafios das residências em saúde
Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz: um novo espaço de debates e construção coletiva