A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) acaba de lançar a publicação “Sistemas de Saúde na América do Sul: desafios e resistências na defesa de sistemas universais”. O livro reúne uma coletânea de artigos que analisam, de forma crítica e didática, os sistemas de saúde da região sul-americana, em relação à organização, financiamento e força de trabalho, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS). Produzida como parte das ações do plano de trabalho da Escola Politécnica como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Educação de Técnicos em Saúde, a publicação já está disponível em português e em formato digital no Portal EPSJV; e, em 2025, será lançada na versão em espanhol.
Organizada pelas professoras-pesquisadoras Regimarina Reis e Letícia Batista, a publicação contou com a participação de professores e pesquisadores da EPSJV; da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz); da Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC); do Instituto Superior Tecnológico Liceo Aduanero (ISTLA), do Equador; e da Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF), da Argentina.
O livro é dividido em dois blocos temáticos - o primeiro bloco trata da dimensão político-econômica, estrutural e de gestão dos sistemas de saúde; enquanto o segundo bloco fala da formação e trabalho no contexto dos sistemas de saúde. Ao longo da coletânea, a obra examina ainda desafios preexistentes que foram aprofundados pela crise sanitária global da pandemia de covid-19, como a precarização dos serviços de saúde e as desigualdades no acesso. “Buscamos reunir elementos críticos para a noção e defesa da saúde como direito, por vezes, tratados em produções distintas. Na publicação, assume relevância o lugar estratégico da APS para a organização e gestão de sistemas e serviços de saúde”, destaca Regimarina.
O recorte voltado para a América do Sul e para os técnicos em saúde tem uma opção ético-política, segundo as organizadoras. Regimarina explica que a América do Sul compreende países com características sócio-históricas que guardam elementos comuns ao capitalismo dependente, mas também importantes particularidades políticas, econômicas e, portanto, na organização dos sistemas de saúde. “Lançar luz sobre aspectos dessa trama complexa contribui com a visibilização e avanço de discussão ainda desproporcionalmente disponível, em face do tamanho e importância da região”, aponta, acrescentando que, nesse processo, o trabalho dos técnicos está dentre os elementos comumente interditados das discussões, não recebendo atenção e valoração coerente com o papel central que desempenham nos sistemas de saúde.
Para Letícia, a perspectiva é que a publicação contribua com o aquecimento permanente do debate acerca das respostas às necessidades de saúde, bem como apoie a formação de trabalhadores da saúde na região das Américas. “Não é possível a discussão do trabalho em saúde nos diferentes sistemas sem que se considere a centralidade da formação desses trabalhadores e trabalhadoras e suas realidades locais e regionais. Com essa lógica, nosso livro busca contribuir com a integração dos debates numa perspectiva de indissociabilidade entre formação, trabalho e saúde na América Latina”, finaliza.
O Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES) da Capes aprovou uma nova sistemática para uma das dimensões da avaliação quadrienal da pós-graduação stricto sensu: a classificação da produção intelectual. O processo avaliativo passará a focar na classificação dos artigos publicados e não mais no periódico onde o texto foi divulgado. A mudança será aplicada no ciclo 2025 a 2028.
Desta forma, as revistas científicas não serão mais classificadas pelo Qualis Periódicos, como vem ocorrendo até o ciclo avaliativo que se encerra este ano. A mudança foi aprovada na reunião do CTC-ES de setembro e os documentos orientadores das novas regras serão publicados de forma detalhada em março de 2025.
Foram definidos três procedimentos (veja detalhes abaixo) para a classificação dos artigos. Cada uma das 50 áreas de avaliação da Capes poderá adotar um dos itens, ou a combinação entre eles. “A mudança redireciona o olhar e a classificação para o artigo, que passa a ser o elemento central”, explica o diretor de Avaliação da Capes, Antonio Gomes de Souza Filho.
Um dos procedimentos da nova metodologia vai permitir, por exemplo, que três artigos publicados em um mesmo periódico possam ter classificações diferentes, pois os indicadores bibliométricos dos artigos são diferentes. Com isso, um texto poderá receber classificação melhor do que o outro. “Ao avaliar o artigo é possível ter uma melhor dimensão do conteúdo produzido, da repercussão do mesmo, o que é mais difícil ao se observar apenas o periódico”, ressalta o diretor.
Para ele, essa mudança é um avanço no sistema de avaliação dos cursos de mestrado e doutorado do País. “Aproveitamos o que tem sido bom nessa metodologia do Qualis e, ao mesmo tempo, abrimos espaço para acolher outras informações, métricas e metodologias que a avaliação contemporânea da produção científica demanda”, destaca Antonio Gomes.
Três procedimentos para a classificação dos artigos:
Primeiro - a classificação se dará pelos indicadores bibliométricos dos veículos de publicação, baseada no desempenho da revista, como é feito atualmente pelo Qualis Periódicos, mas a classificação vai recair sobre artigos.
Segundo - os indicadores serão extraídos diretamente do artigo, através, por exemplo, do índice de citações alcançadas para a análise quantitativa e dos critérios de indexação e acesso aberto, dentre outros, para averiguar aspectos qualitativos.
Terceiro - a análise qualitativa de artigos é baseada em fatores e metodologias definidos pela área de avaliação que podem abarcar, por exemplo, uma análise de pertinência do tema abordado, avanço conceitual proveniente do trabalho e a contribuição científica do estudo.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/Capes)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/Capes
A Rede de Bibliotecas Fiocruz está disponibilizando treinamento na base de dados Springer Nature Link, que será realizado na quarta-feira, 6 de novembro, das 10h às 11h. O treinamento é online e gratuito. As inscrições podem ser realizadas neste link.
Neste treinamento exploraremos os recursos avançados da Springer Nature Link, uma das plataformas mais completas de acesso à literatura científica e que contém mais de 1.800 revistas e 56 mil livros acadêmicos disponíveis para a comunidade da Fiocruz.
Os participantes aprenderão a:
• Pesquisar de forma eficiente: Descubra como encontrar artigos e livros que realmente importam para sua pesquisa.
• Filtrar resultados: Aprenda a refinar suas buscas e encontrar as informações mais relevantes para o seu trabalho.
• Maximizar seus resultados: Tire o máximo proveito dos recursos avançados da Springer Nature Link.
Parceira do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Editora Emerald está com chamadas abertas para a submissão de artigos acadêmicos até 1º de dezembro deste ano.
Já no mês de novembro, no dia 30, serão recebidas as seguintes propostas: Endereçando inovações tecnológicas, eventos em saúde e necessidades sociais para alcançar qualidade na educação, propagado no The TQM Journal; Desenvolvendo pedagogias com inteligência artificial generativa com estudos de aula, no International Journal for Lesson and Learning Studies; Temas contemporâneos em contabilidade, finanças e governança, disseminado no Journal of Financial Reporting and Accounting.
Os últimos artigos deste ano serão entregues no dia 1º de dezembro, com a abordagem dos temas sobre Sustentabilidade e empresa familiar, no Journal of Family Business Management, e Reimaginando teorias e práticas por meio da lente do empreendedorismo de transição, para o Management Decision.
Sobre o Portal de Periódicos
Criado em 2000, o Portal de Periódicos tem a participação de 446 instituições de ensino e pesquisa, o que representa um potencial de mais de seis milhões de usuários, entre professores, pesquisadores, funcionários e estudantes, com acesso à melhor produção científica internacional. A plataforma, um dos maiores acervos científicos virtuais do mundo, tem contribuído para o fortalecimento da pós-graduação no País e para a integração da comunidade científica brasileira.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/Capes)
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Em 2024, a revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos completa 30 anos de publicação ininterrupta e para comemorar preparou um evento especial para discutir diferentes aspectos da publicação científica, como ciência aberta, avaliação de periódicos e divulgação científica. O evento Ciência aberta e os periódicos científicos de ciências humanas será realizado nos dias 7 e 8 de agosto, no campus da Fiocruz do Rio de Janeiro e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail hscience@fiocruz.br.
Lançada em 1994, pela Casa de Oswaldo Cruz (COC), a revista tem acesso aberto e publica artigos e notas de pesquisa inéditos, entrevistas e resenhas de livros relevantes para a história das ciências e da saúde, para o estudo da divulgação científica e para a preservação do patrimônio documental e físico ligado ao campo. Em 1998, ganhou uma versão digital e a entrada no portal SciELO, em 2000, potencializou seu alcance e impôs um tipo de produção mais profissional.
Em 2013 foi pioneira em usar as redes sociais para a divulgação científica, com o lançamento de um blog trilíngue e páginas nas redes sociais com conteúdo em português, inglês e espanhol. O blog reúne entrevistas, notícias, análises e outros conteúdos que visam expandir os temas dos artigos publicados. História, Ciências, Saúde – Manguinhos também foi muito bem-sucedida em seu processo de internacionalização, aumentando ano a ano a publicação de artigos de autores de instituições estrangeiras e criando uma rede de pesquisadores de diversos países sempre dispostos a enviar artigos, textos para o blog ou compartilhar o conteúdo da revista em suas redes pessoais.
Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, HCS-Manguinhos atingiu o recorde de acessos de toda a sua existência, tanto em relação aos artigos quanto ao blog, publicando uma série de conteúdos que analisavam o que estava acontecendo à luz da história da saúde e das doenças. Seguindo o movimento acadêmico mundial da ciência aberta, em 2023, a revista estreou um novo formato de veiculação conhecido como sistema de publicação contínua. Em vez de ter as quatro edições anuais, passou a ter uma única edição, atualizada ao longo dos meses com novos conteúdos. Confira a programação do evento!
Ciência aberta e os periódicos científicos de ciências humanas
7/8/2024
13:30-14:30
Sessão de Abertura:
30 anos da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos
Marcos José de Araújo Pinheiro (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz)
Marcos Cueto (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz/revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos)
Jaime L. Benchimol (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz)
Paulo Gadelha (Fiocruz)
Ruth B. Martins (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz)
14:30-16:30
Ciência aberta nas revistas científicas de humanidades
Vivette García Deister (Revista Tapuya/Universidad Nacional Autónoma de México)
Rebeca Gontijo (revista História da Historiografia/Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Marcelo de Souza Bispo (revista Administração Contemporânea/Universidade Federal da Paraíba)
Vanessa Jorge (Fiocruz/Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação)
Marcos Cueto (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz/revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos)
Mediação: Jaime Benchimol (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz)
8/8/2024
9:30-12:30
Qualis Periódicos na área de história
Sonia Menezes (Revista Brasileira de História/Universidade Regional do Cariri)
Marcos Eduardo de Sousa (Universidade Federal de Ouro Preto/Cefet-MG)
Marcus Leonardo Bomfim Martins (revista História Hoje/Universidade Federal de Juiz de Fora)
Mediação: Roberta Cardoso Cerqueira (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz/revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos)
14:30-16:30
Divulgação de periódicos científicos na área de ciências humanas
Ronaldo Araújo (Universidade Federal de Alagoas)
José Ragas (Pontificia Universidad Católica de Chile)
Germana Barata (Universidade Estadual de Campinas)
Mariana de Moraes Silveira (revista Varia Historia/Universidade Federal de Minas Gerais)
Roberta Cardoso Cerqueira (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz/revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos)
Mediação: Vivian Mannheimer (Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz/ Assessoria de Comunicação Casa de Oswaldo Cruz/revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos)
Science Direct é a nova capacitação oferecida pela Biblioteca de Manguinhos em seu 3º Ciclo de Treinamentos Virtuais. O treinamento acontece dia 26 de julho, quarta-feira, às 14 horas, com transmissão pela Plataforma Zoom.
Considerada uma das maiores base de dados científicos do mundo, a ScienceDirect abrange revistas científicas, artigos de periódicos, livros e etc.
A Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), torna pública a realização de concurso para a seleção de artigos no âmbito do Prêmio Maria José de Castro Rebello Mendes, instituído pela Portaria FUNAG nº 71, de 8 de março de 2023. Com vistas a estimular mulheres estudantes e pesquisadoras de todo o Brasil, bem como residentes no exterior, a refletir e escrever sobre política externa e relações internacionais, o prêmio será distribuído em duas categorias: estudantes de graduação ou graduadas em qualquer área de formação; e pesquisadoras com título de mestrado ou doutorado em qualquer área de formação.
Acesse aqui o edital completo!
A primeira colocada em cada categoria receberá prêmio em dinheiro no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e terá seu artigo publicado na revista Cadernos de Política Exterior, do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) da FUNAG. O prazo para inscrições se inicia às 8h do dia 13 de abril de 2023 e vai até às 23h59 do dia 5 de junho de 2023 (horário de Brasília).
As inscrições devem ser realizadas por meio do preenchimento de formulário disponível no site da Funag. O formulário deverá ser assinado e enviado para o seguinte endereço eletrônico: premio@funag.gov.br, com o título do e-mail: "Prêmio Rebello Mendes", e com documentos e comprovantes anexados.
Edital completo e ficha de inscricao disponivel no site da Funag. Nota: em caso de co-autoria, todas as autoras precisam ser elegíveis por uma das duas categorias (graduada ou pós-graduanda).
Com o objetivo de fomentar a reflexão e a discussão de diferentes temas, abordando tanto aspectos conceituais e abstratos quanto desafios práticos associados à infraestrutura, ao uso de dados de saúde e à governança da Saúde Digital, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) recebe submissões de artigos para elaboração do Dossiê Saúde Digital. O prazo para submissões dos trabalhos é até 10 de abril.
Confira aqui todas as orientações para submissões dos artigos.
Com a pandemia de covid-19 e o estabelecimento de políticas e ações voltadas à Saúde Digital, houve um aumento significativo no desenvolvimento e na implementação das estratégias de Saúde Digital no Brasil. Sendo assim, faz-se cada vez mais necessária a discussão dos inúmeros aspectos que fazem parte desse vasto campo.
Serão avaliados artigos originais e inéditos nos seguintes eixos temáticos:
Editores convidados: Raquel De Boni (Icict/Fiocruz), Matheus Z. Falcão (Cepedisa/USP) e Rodrigo Murtinho (Icict/Fiocruz),
Prazo de submissão: até 10 de abril de 2023.
Estimativa de publicação: v. 17, n. 3, julho/setembro de 2023.
Ao submeter o trabalho, por favor, use a categoria Dossiê Saúde Digital.
Saúde Digital como ferramenta para acelerar o progresso do Desenvolvimento Sustentável
As tecnologias da informação e da comunicação (TICs) e a interconectividade foram destacadas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável como ferramentas “para acelerar o progresso, reduzir a divisão digital e desenvolver sociedades do conhecimento”. O uso das TICs na área da Saúde e os processos socioeconômicos dele decorrentes fazem parte da área de conhecimento e prática que vem sendo denominada de Saúde Digital. A Saúde Digital também englobaria termos anteriores como “e-Saúde” e “Saúde 4.0”, mas é ainda considerada um conceito polissêmico, complexo e em construção.
Em 2005, na Assembleia Mundial de Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instigou os países membros a elaborar planos estratégicos para o desenvolvimento e a implementação de estratégias de e-Saúde. Já em 2021, a OMS publicou a Estratégia Global de Saúde Digital 2020-2025, ressaltando sua importância para ampliar o acesso à saúde e beneficiar as pessoas de maneira ética, segura, confiável, equitativa e sustentável. Nesse sentido, tanto o documento da OMS quanto o manual da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) para o uso de inteligência artificial em saúde enfatizam a importância de princípios orientadores, especialmente: transparência, acessibilidade, escalabilidade, replicabilidade, interoperabilidade, privacidade, segurança e confidencialidade, centralidade nos usuários e não discriminação.
Apesar de seu potencial, a Saúde Digital se apresenta com grandes desafios e riscos. O “Paradoxo da Saúde Digital” é um exemplo. O potencial de ampliar o acesso à saúde se depara com a divisão digital, fazendo com que os indivíduos que poderiam ser os maiores beneficiados sejam os que têm menos condições de utilizá-la (pela exclusão digital, por exemplo), e ainda tornando-os mais vulneráveis em um cenário de infodemia e desinformação, além da possibilidade de uso de seus dados.
Reconhecida recentemente como um direito fundamental na Constituição Federal Brasileira, a proteção de dados pessoais é outro desafio importante diante da rápida digitalização dos serviços de saúde. A Lei Geral de Proteção de Dados classifica os dados de saúde como sensíveis e que, portanto, precisam ser tratados com cuidado redobrado, porque podem gerar algum tipo de preconceito ou discriminação, ampliando a condição vulnerável dos cidadãos.
Com a pandemia de covid-19 e o estabelecimento de políticas e ações voltadas à Saúde Digital, houve um aumento significativo no desenvolvimento e na implementação das estratégias de Saúde Digital no Brasil. Sendo assim, faz-se cada vez mais necessária a discussão dos inúmeros aspectos que fazem parte desse vasto campo.
A situação de Emergência em Saúde Pública, declarada pelo Ministério da Saúde (MS), em que se encontra a população Yanomami, causada devido à desassistência sanitária e nutricional que os atinge, levantou inúmeros e importantes debates em relação aos cuidados e atenção à saúde dos povos indígenas, voltando a eles a atenção de todo o país em busca de apoio e soluções humanitárias na luta contra essa situação de extrema vulnerabilidade.
Em face disso, a Fiocruz reuniu diversos trabalhos e obras que abordam temas ligados aos povos indígenas, como: vigilância alimentar e nutricional; direito sanitário; vulnerabilidade; cenários epidemiológicos; medicinas e tradições indígenas, entre outros assuntos.
Os títulos foram disponibilizados pelo portal de livros em acesso aberto Porto Livre, pelo Repositório Institucional da Fiocruz (Arca), pela Editora Fiocruz e pela VideoSaúde.
Confira abaixo as obras:
A plataforma de livros em acesso aberto é coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). Ao todo, estão disponíveis 15 obras para download gratuito sobre o tema. São livros que transitam sobre as mais diversas questões de saúde relacionadas aos povos originários.
Confira:
Vozes indígenas na saúde: trajetórias, memórias e protagonismos
Os autores Ana Lúcia de Moura Pontes, Vanessa Hacon, Luiz Eloy Terena e Ricardo Ventura Santos basearam-se nos relatos de diversas lideranças indígenas acerca de suas trajetórias de vida e de atuação no movimento social indígena, com ênfase no campo da saúde. O livro evidencia o protagonismo indígena na elaboração, estruturação e implementação da política de saúde indígena no Brasil. Vozes indígenas na saúde apresenta um panorama diversificado de narrativas individuais que percorrem experiências pessoais e memórias coletivas sobre a construção da política de saúde indígena no Brasil, ressituando o lugar desses atores no processo, ao explicitar suas múltiplas lutas, debates e embates, diante das distintas realidades culturais, regionais e, ainda, reflexões sobre questões de gênero.
Primeira edição: 2022
Editora: Editora Fiocruz
Covid-19 no Brasil: cenários epidemiológicos e vigilância em saúde
Organizado por Carlos Machado de Freitas, Christovam Barcellos e Daniel Antunes Maciel Villela, o livro apresenta um diagnóstico e constitui uma memória sobre a evolução da pandemia no Brasil, a partir de registros e análises de dados, sistemas de monitoramento e vigilância em saúde. Apesar de não ser uma publicação exclusivamente dedicada à saúde indígena, o volume apresenta um importante capítulo intitulado Vulnerabilidade das populações indígenas à pandemia de Covid19 no Brasil e os desafios para o seu monitoramento.
Historicamente, há inúmeros registros do expressivo e devastador impacto de doenças infecciosas e parasitárias como gripe, sarampo, varíola e malária nos povos indígenas (Walker, Sattenspiel & Hill, 2015). Recentemente, colaboradores demonstraram que a introdução de vírus respiratórios em comunidades indígenas suscetíveis tem elevado potencial de disseminação, resultando em altas taxas de ataque e de internações, podendo causar óbitos. Diante desse preocupante cenário, pesquisadores do campo da saúde dos povos indígenas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Grupo de Trabalho de Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com diversas organizações indígenas e entidades da sociedade civil que apoiam a causa indígena, se mobilizaram para alertar sobre a emergência da nova pandemia em povos indígenas, monitorar a sua disseminação e apoiar o desenvolvimento de estratégias para seu enfrentamento a fim de minimizar seus impactos.
Primeira edição: 2021
Editora: Observatório Covid-19 Fiocruz; Editora Fiocruz
Atenção diferenciada: a formação técnica de agentes indígenas de saúde do Alto Rio Negro
Dos autores Luiza Garnelo, Sully de Souza Sampaio e Ana Lúcia Pontes, o livro, da coleção Fazer Saúde, apresenta as contribuições do curso técnico de Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (Ctacis) na região do Alto Rio Negro do Brasil. A obra analisa etapas como o trabalho e a formação dos agentes comunitários e indígenas de saúde, as concepções político-pedagógicas e a organização curricular do Ctacis, os cuidados da saúde de crianças e mulheres indígenas, vigilância alimentar e nutricional em terra indígena, além de temas transversais, como território, cultura e política.
Primeira edição: 2019
Editora: Editora Fiocruz
Vigilância alimentar e nutricional para a saúde Indígena, Vol. 1 e Vol. 2
As publicações levantam relevantes contribuições para a consolidação da vigilância alimentar e nutricional no âmbito da saúde indígena, com destaque para a importância e os desafios da diversidade étnica brasileira.
O primeiro volume aborda a importância da diversidade étnica brasileira e seus desafios, aspectos fundamentais para os profissionais que atuam no campo da saúde indígena. Trata-se de contribuição relevante e inédita ao debate e à consolidação da vigilância alimentar e nutricional no âmbito da saúde indígena. A primeira edição aborda temas como: povos indígenas e o processo saúde-doença; situações e determinantes de saúde e nutrição da população brasileira; sociodiversidade, alimentação e nutrição indígena; políticas públicas e intervenções nutricionais.
Primeira edição: 2007
Acesse aqui o e-book do Vol. 1.
O segundo volume discute a avaliação nutricional de comunidades e indivíduos, em todas as faixas etárias e mesmo na gestação, e destaca as duas faces de um problema: os déficits de crescimento ou subnutrição, de um lado, e o sobrepeso e a obesidade, de outro. Oferece ao leitor as bases para a realização do diagnóstico nutricional na atenção básica; aprofunda o estudo de técnicas e procedimentos usados nas medições antropométricas; destaca como a informação pode orientar ações, reorganizar serviços e melhorar a assistência; e explica as etapas de organização do fluxo de dados, desde a construção até o uso para o planejamento de intervenções, passando pela análise e divulgação de resultados.
Primeira edição: 2008
Acesse aqui o e-book do Vol. 2.
Editora: Editora Fiocruz
Pohã Ñana: nãnombarete, tekoha, guarani ha kaiowá arandu rehegua = Plantas medicinais: fortalecimento, território e memória guarani e kaiowá
Organizado por Paulo Basta, Islândia Sousa, Ananda Bevacqua e Aparecida Benites, o livro é resultado de um amplo processo de diálogo entre o grupo de pesquisa Ambiente, Diversidade e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o povo Guarani e Kaiowá das aldeias Guapo'y (Amambai), Jaguapiré, Guasuty, Kurusu Amba, Tapyi Kora (Limão Verde) e Takuapery, localizadas na região conhecida como cone Sul, no estado de Mato Grosso do Sul. Este livro foi elaborado como produto da pesquisa "Práticas tradicionais de cura e plantas medicinais mais prevalentes entre os indígenas da etnia Guarani e Kaiowá, na região Centro-Oeste" e teve como objetivo identificar e descrever as práticas tradicionais de cura e as plantas medicinais mais prevalentes entre os Guarani e Kaiowá. A ideia é proporcionar aos leitores uma aproximação do conhecimento tradicional Guarani e Kaiowá, a partir dos relatos de experiências ancestrais de ñanderu e ñandesy com o uso de plantas medicinais.
Primeira edição: 2020
Editora: Fiocruz - PE
Equidade Étnicorracial no SUS: pesquisas, reflexões e ações em saúde da população negra e dos povos indígenas
O livro foi organizado por Daniel Canavese, Elaine Oliveira Soares, Fernanda Bairros, Maurício Polidoro e Rosa Maris Rosado com o objetivo de criar subsídios para trabalhadores da saúde que lidam cotidianamente com a questão da equidade étnicorracial no Sistema Único de Saúde (SUS). É divido em tópicos que abordam as ações desenvolvidas para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em Porto Alegre e sobre o panorama dos Povos Indígenas no Brasil no contexto da política de atenção à saúde dos Povos Indígenas na capital gaúcha.
Primeira edição: 2018
Editora: Rede UNIDA
O direito sanitário na sociedade de risco: a política nacional de atenção à saúde dos Povos Indígenas
De autoria de Abel Gabriel Gonçalves Junior, a publicação é fruto de pesquisas realizadas durante o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande (PPGD/Furg), e tem como objetivo demonstrar o tratamento dado ao direto à saúde para os povos indígenas na sociedade de risco.
Primeira edição: 2017
Editora: Editora Fi
Além destas obras, a Editora Fiocruz disponibiliza, também em acesso aberto para download gratuito, nove títulos da coleção Saúde dos Povos Indígenas. Confira a matéria completa no link abaixo e acesse aqui a coleção completa.
+Editora Fiocruz disponibiliza em acesso aberto coleção Saúde dos Povos Indígenas
Arca - Repositório Institucional da Fiocruz
A Arca, plataforma vinculada ao Icict, também apresenta uma série de obras em acesso aberto relacionadas à saúde indígena. São centenas de trabalhos desenvolvidos pela comunidade Fiocruz, que incluem livros, teses, manuais, dissertações e artigos.
Confira: Arca - Povos indígenas.
A VideoSaúde, responsável por produzir, distribuir e preservar material audiovisual sobre saúde, ciência e tecnologia, também disponibilizou uma área temática com sete documentários sobre saúde indígena, produzidos no período de 2005 a 2020. As obras podem ser assistidas gratuitamente na plataforma da VideoSaúde e os vídeos podem ser baixados no Arca.
Confira a lista completa:
Amazônia Sem Garimpo
A animação é parte integrante do projeto de pesquisa “Impactos do Mercúrio em Áreas Protegidas e Povos da Floresta na Amazônia: Uma Abordagem Integrada de Saúde e Meio Ambiente”.
Produção: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Direção: Tiago Carvalho, Julia Bernstein
Ano: 2022
MBORAIHU – O Espírito que nos Une
Por meio de um olhar sensível e por intermédio de uma abordagem etnográfica, o filme retrata a realidade dos povos Guarani e Kaiowá que vivem na região conhecida como Cone Sul, no Estado de Mato Grosso do Sul. São tratados diversos temas relacionados à saúde e ao bem-viver dessas populações, incluindo a apresentação de uma ampla variedade de plantas medicinais, além de práticas tradicionais de cuidados realizadas por rezadores e rezadoras (conhecidos como Ñanderu e Ñandesy) nas comunidades. A película explora o papel dos detentores de conhecimento tradicional na luta pela manutenção de sua cultura e na preservação/retomada de territórios considerados sagrados.
Produção: Baseum Produções
Direção: Davilson Brasileiro
Ano: 2020
Médico Indígena
O documentário conta a história de vida do médico indígena, Sildo Gonzaga e da Lei Arouca, que diz que essa mesma Constituição define a saúde como direito de todos e dever do Estado, consolidando os princípios para a criação do Sistema Único de Saúde/SUS (CF/88 art. … O Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas foi criado em 1999, por meio da Lei no 9.836/99.
Produção: Canal Saúde
Direção: Rodrigo Ponichi
Ano: 2020
Ehcimakî Kirwañhe: um debate na saúde indígena
Traz para a tela a discussão sobre a estruturação e o funcionamento da rede de saúde indígena no oeste do Pará, na região do Mapuera. Participam do documentário diferentes interlocutores, agentes indígenas de saúde, profissionais da Casa de Apoio à Saúde Indígena, sanitaristas e outros profissionais do Sistema Único de Saúde. A partir do olhar proposto pela Política Nacional de Humanização da Assistência em Saúde, apresenta reflexões e diálogos sobre o uso da medicina tradicional, a produção da demanda pelo serviço de saúde indígena e a relação com a diferença.
produção: Fundação Oswaldo Cruz
direção: Giuliano Jorge, Marcus Leopoldino, Paula Saules, Pedro Perazzo, Tunico Amâncio
Ano: 2008
O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels
O sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos e filmou muitas de suas expedições. Em 1968, foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do índio. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas.
produção: Banda Filmes
direção: Tiago Carvalho
Ano: 2019
Baniwa: Uma história de plantas e curas
As práticas tradicionais de cura estão no cerne da cultura Baniwa, povo indígena do Alto Rio Negro (AM). São os saberes míticos dos Baniwa que orientam suas concepções de saúde e doença e que direcionam as ações de cura dos conhecedores de plantas, dos pajés e dos benzedores. Qual é o espaço de reconhecimento destes saberes hoje? O documentário busca o sentido de permanência dessas práticas no atual contexto do contato.
Produção: Casa de Oswaldo Cruz
Ano: 2005
Diálogos entre saberes e sistema de curas
O Projeto Xingu tornou-se referência na produção de conhecimento e práticas voltadas para o campo da saúde indígena, junto com outros esforços da universidade como a Cátedra Kaapora onde busca a troca de conhecimentos com grupos sociais não hegemônicos. O documentário é um trabalho de extensão universitária da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Produção: Peripécia Filmes
Direção: Caio Polesi
Ano: 2019
Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil) | Arte: Vera L. F. de Pinho (Ascom/Icict)
Até o dia 30 de junho, a Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG) receberá artigos sobre mulheres na educação para uma edição especial que busca reconhecer o papel das cientistas, professoras e pesquisadoras na construção da ciência e da educação no Brasil, especialmente no desenvolvimento do Sistema Nacional de Pós-Graduação. Serão selecionados até 12 textos que abordem a questão da representação feminina na pós-graduação e nas políticas educacionais brasileiras.
+Acesse aqui a Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG)
Autores podem submeter suas produções no site da revista, onde também estão descritos os critérios e as orientações sobre a seleção dos artigos. O interessado deve se cadastrar no sistema da RBPG e informar um e-mail de contato. O material será analisado entre julho e agosto e a publicação está prevista para novembro deste ano.
A RBPG comemorativa também vai difundir a produção científica nacional, estudos e pesquisas para a igualdade de gênero. Outro objetivo da publicação é incentivar o debate e promover maior participação feminina na ciência, tecnologia e inovação.
Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG)
Editada desde 2004 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a RBPG busca a disseminação do conhecimento científico por meio de estudos relativos à educação – especialmente ensino superior e formação de professores para a educação básica –, à ciência e tecnologia, à cooperação internacional e à inovação.
A RBPG é um periódico técnico-científico com publicação semestral. Contudo, em circunstâncias especiais, são publicadas edições temáticas com assuntos relevantes à administração pública, à comunidade científica e à sociedade, contribuindo significativamente para a difusão de conhecimento.