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Publicado em 17/03/2025

Fiocruz Bahia recebe próxima edição do Trajetórias Negras

Autor(a): 
Fiocruz Bahia

O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) convida para a próxima edição do Trajetórias Negras na Fiocruz, que acontecerá pela primeira vez em uma unidade regional: na Fiocruz Bahia, dia 18 de março, às 9h. O evento faz parte da campanha 21 dias de ativismo contra o racismo e será transmitido pelo canal da VideoSaúde no YouTube.

Participarão do encontro as trabalhadoras da Fiocruz Bahia Lorena Magalhães, Karina Ferreira dos Santos Soares, Marcela Maiana Ramos da Silva e Carine Machado Azevedo. Luciana Lindenmeyer, da coordenação colegiada do Comitê Pró-Equidade, fará a mediação.

Acompanhe ao vivo:

 

Publicado em 04/07/2021

Nova edição da revista Reciis aborda feminismos, comunicação e informação em saúde

Autor(a): 
Roberto Abib (Reciis)

As desigualdades, entre elas a de gêneros, circulam em discursos e representações nas linguagens, nas mídias, redes sociais e plataformas digitais. A mídia expressa controvérsias do imaginário brasileiro em relação às questões feministas. É um espaço de reprodução da violência, mas também de disrupção do silêncio que envolve as dissidências sexuais e de gêneros. No seu segundo número de 2021, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis), editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), traz pesquisas científicas sobre modos de viver, curar e adoecer de mulheres na primeira parte do dossiê Feminismos: perspectivas em comunicação e informação em saúde, se constituindo numa coletânea que partilha diferentes formas de silenciamento com a intenção de combatê-lo. 

Acesse a Reciis, V.15, N.2

De acordo com o editorial escrito pelas editoras convidadas, Flávia Leiroz e Patrícia D’Abreu, os textos deste número mostram reflexões e práticas de comunicação que entrecruzam as estruturas de raça, classe, gênero e condições sociais brasileiras. Nesse sentido, a autora Ivonete da Silva Lopes discute em nota de conjuntura as contradições entre a estratégia de comunicação adotada no lançamento da vacinação contra a Covid-19 e a ausência da informação sobre gênero e raça/cor nos boletins epidemiológicos divulgados pelos estados e governo federal. 

Silêncio e mídia

A discussão sobre o silenciamento midiático e as questões de saúde que envolvem as mulheres tem continuidade no artigo que abre o dossiê Feminismos, comunicação e informação em saúde. As autoras Rayza Sarmento, Paula Dornelas, Maria Ligia Granacim Granado Rodrigues Elias e Amanda Rocha analisam o silenciamento de mães e gestantes como fontes de informação na emergência sanitária da epidemia do Zika vírus, em 2015, e apontam estratégias de resistência a partir de compartilhamento de experiências nas redes sociais. Modos de resistir ao cerceamento midiático entre mulheres também é discutido no trabalho de Simone Santos Oliveira, Sergio Portella e Laura Katona. Autoras e autor partem da noção de “mídia aderente” para dissertar sobre a violação de direitos de populações atingidas – principalmente das mulheres – pelos rompimentos das barragens de minérios dos municípios de Mariana-MG e Brumadinho-MG.

As opressões de raça e gênero que insistem em silenciar mulheres negras, sobretudo nos espaços da política institucional são a tônica do artigo de Carla Baiense e Monique Paulla. As autoras analisam a rede social Instagram da deputada Talíria Petrone para apontar as permanências escravagistas e os riscos de adoecimento e morte de mulheres negras brasileiras. O dossiê termina com o artigo de Lais de Mello Rocio, Rafael Paes Henriques e Gabriela Santos Alves, que articulam epistemologia feminista e teoria crítica do jornalismo na análise dos bastidores da reportagem sobre assédios sexuais que geraram o movimento #MeToo. 

Artivismo de gênero 

Este número conta também com um ensaio de Paula Gorini Oliveira, a qual narra sua experiência num coletivo feminista de arte e educação, antipunitivista e contra o encarceramento a partir de depoimentos, poesias e entrevistas com mulheres submetidas ao sistema prisional e judiciário. Por meio da comunicação e expressão artística, a narrativa de Paula Gorini ressoa vozes e resistências. 

Na seção Entrevista, a professora titular e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM/SP, Rose de Melo Rocha, discorre sobre sua trajetória intelectual, fruto de um conhecimento encarnado que se espraia nas suas atuações como pesquisadora, professora e cidadã. Rose comenta sobre sua pesquisa recente com foco no que denomina como Artivismo musical de gênero, em que cantoras como Pablo Vittar e Linn da Quebrada são pensadas como protagonistas dissidentes nas disputas audiovisuais, construtoras de audiovisualidades que projetam utopias realizáveis concernentes a gêneros e sexualidades.

Em Resenhas de Livros e Produções Audiovisuais, a edição conta com a resenha de Robson Evangelista dos Santos Filho sobre o livro Representações Midiáticas da Saúde, dos pesquisadores em Saúde Pública, Igor Sacramento e Wilson Borges. O número traz ainda artigos originais em fluxo contínuo que abordam temas como evolução de sífilis em gestantes, experiências de saúde de mulheres, relações entre internet e saúde mental e liderança, informação e ciência relacionadas à pandemia de Covid-19 

A imagem de capa deste número é uma produção de Paulo Castiglioni Lara e faz parte do documentário Minha vida é no meio do mundo. Em coprodução com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o filme retrata a construção de um movimento de mulheres agricultoras do Polo da Borborema, Agreste da Paraíba. O documentário está em acesso aberto no link: https://www.youtube.com/watch?v=NqWWCyuqbZE 

Publicado em 12/03/2020

‘Marmo: o ofá cuja voz ecoa’ revela trajetória do educador José Marmo, um líder na luta pela saúde da população negra no Brasil

Autor(a): 
Icict/Fiocruz

José Marmo da Silva é figura-chave nas lutas recentes em prol da saúde da população negra. Dentista, educador, militante, filho de Oxóssi e ogã, nascido em Nilópolis, na Baixada Fluminense, ele buscou os saberes das religiões de matrizes africanas para promover políticas públicas de saúde e de educação. Para isso, realizou projetos pioneiros, como a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro Saúde). Após sua morte, em 2017, sua coleção particular foi doada à Biblioteca de Manguinhos do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). Um inventário que abrange cerca de 400 itens, e que registra não apenas sua trajetória, mas o avanço e as estratégias na luta por direitos da população negra e enfrentamento ao racismo. Parte dessa coleção será apresentada na exposição Marmo: o ofá cuja voz ecoa, que vai ocupar o hall da Biblioteca de Manguinhos até o fim de março, narrando um pouco da história dessa importante liderança brasileira.

Igor Falce Dias de Lima, coordenador da Biblioteca de Manguinhos e um dos curadores da exposição, lembra que Marmo foi um dos precursores do conceito de saúde da população negra no Brasil. “Sua voz ecoa através de suas ações e projetos voltados para a promoção da saúde da população negra e de terreiros. O legado de Marmo nos marca como inspiração e motivação para combater o racismo e as desigualdades sociais, principalmente no âmbito da saúde”, diz. A exposição integra uma série de eventos que ocorrem em todo o mundo pela campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, organizados para celebrar o 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Quem foi José Marmo

Com uma história pessoal de engajamento social, José Marmo esteve entre o grupo de “pesquisadoras negras e pesquisadores negros que pressionam o Ministério da Saúde e o governo brasileiro a tirar da invisibilidade o que pesquisas em saúde evidenciavam: o racismo e a discriminação étnico-racial existentes desde sempre no Brasil, que afetam, negativamente, a saúde de filhas e filhos negros de nossa pátria mãe gentil”, narra o texto da exposição. 

Como exemplo de algumas atuações de Marmo, ele foi coordenador do programa de saúde do grupo cultural AfroReggae e precursor das campanhas de promoção à saúde e prevenção de HIV/Aids para a população negra e povos de terreiro. Foi fundamental para a criação de projetos como o Odô-Yá, que criava estratégias para que iniciados das religiões de matrizes africanas lidassem de forma preventiva e solidária ante a epidemia de HIV/Aids no Brasil. Ou o Arayê, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), que estimulava a reflexão sobre a saúde da população afro-brasileira, mostrando as contradições relacionadas à qualidade de vida no Brasil. Foi atuante na consolidação do Grupo Criola, organização da sociedade civil para defesa e promoção dos direitos das mulheres negras.

Em 2003, Marmo foi um dos fundadores da Renafro Saúde, uma articulação da sociedade civil que reúne representantes de comunidades tradicionais de terreiro. Além disso, integrou o Comitê Técnico de Saúde da População Negra da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e atuou em diferentes instâncias por políticas públicas de saúde para a população negra. "Era um ativista do movimento social que lutava por direitos humanos, direitos da população negra e de pessoas de terreiro, assim como combatia o racismo e as diversas formas de intolerância”, descreve Marco Antonio Chagas Guimarães, também curador da exposição, psicanalista, especialista em saúde da população negra e cultura afro-brasileira e viúvo de Marmo, com quem conviveu por 30 anos. “Marmo foi iniciado no Candomblé como filho de Oxóssi, o caçador. E, como tal, buscava formas de prover sua comunidade por meio dos projetos que criou e desenvolveu. Sabia a importância do coletivo e do compartilhar, a importância do aprender, ensinar, do ser grato. Não tinha medo de desafios e, apesar das adversidades, não perdia a alegria, a vontade de criar e sonhar”, completa.

Como um ofá – o arco e flexa de Oxóssi –, Marmo traçou sua trajetória abrindo caminhos por direitos e se projetando no futuro. Morreu em 1º de setembro de 2017, aos 63 anos. A nota de pesar da Fundação Cultural Palmares o apontava como “um dos maiores articuladores das culturas e matrizes africanas”. “Os Povos de Terreiro choram essa perda, mas seu legado há de permanecer conosco”, diz a nota, assinada pelo então presidente da Fundação, Erivaldo Oliveira. Em junho de 2018, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) concedeu a Marmo a Medalha Tiradentes Post-Mortem, a maior condecoração do Estado do Rio de Janeiro, por todo o trabalho desenvolvido. Além de ofá, Marmo era também ogã (de Oxum). Que, nas religiões de matrizes africanas, é o título dado àqueles capazes de auxiliar e proteger a casa de culto.

Exposição

O evento é o primeiro de 2020 no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos, que ficou fechada por nove meses. A exposição trará cartões-postais, fotografias, vídeos, boletins informativos e outras publicações da Coleção José Marmo. “Coleções como a de Marmo fomentam, fortalecem e promovem a pesquisa em pautas sociais que corroboram com os princípios de universalidade, integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde”, enfatiza Igor Lima. 

Marco Antonio Guimarães explica que, ao pôr a coleção em foco, a mostra da Biblioteca de Manguinhos reitera como o racismo estrutural e institucional existente no Brasil ainda promove agravos à saúde de pessoas negras, que acabam tendo menor expectativa de vida, maior taxa de mortalidade e maior risco de adoecer e de morrer por doenças evitáveis.

A exposição é gratuita e ocupa o hall da Biblioteca de Manguinhos (campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro). A visitação vai até o dia 31 de março, das 8h às 16h45.

Publicado em 16/08/2017

Fiocruz promove curso de formação para a população Trans

TRANSformação é uma iniciativa que visa aprimorar a formação da população trans em temas relativos à saúde, educação, movimentos sociais, direito e cidadania. É um curso idealizado pela ativista dos direitos trans e assessora parlamentar do deputado federal Jean Wyllys, Alessandra Makkeda. A formação resulta de uma parceria entre o Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Lapclin Aids - INI/Fiocruz) e o Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Lidis - Uerj). Segundo Alessandra, "o objetivo do curso é ampliar a participação política dessa população excluída que, por ter pouco acesso à educação — com problemas graves e específicos — tem prejudicada sua capacidade de pedir ajuda e defender os seus direitos".

O deputado federal Jean Wyllys vai proferir a aula magna, abordando o tema Política, democracia e participação popular. A palestra será no dia 25 de agosto, às 14h, no INI/Fiocruz. Segundo Willys, este curso é uma realização importantíssima para o movimento LGBT e para o Rio de Janeiro. "É a primeira vez que vejo a formação da nossa militância sendo pensada com a articulação de grandes instituições como a Uerj, uma das mais prestigiadas universidades do Rio e a Fundação Oswaldo Cruz, referência nacional em pesquisas voltadas para população Trans, principalmente em HIV/Aids, o que contribuirá com a experiência acumulada a partir da nossa atuação política ao longo de dois mandatos no parlamento”, afirma. Para Wyllys, a iniciativa é fruto de “uma articulação fundamental de instituições que já vinham fazendo ótimos trabalhos em suas áreas e que agora somam suas forças. Acredito que o produto desta junção de esforços será uma militância que, ao final do curso, estará muito mais preparada para lidar com as nossas questões cotidianas”, destacou. 

Público alvo e estrutura do curso

O público da TRANSformação é constituído por mulheres e homens transexuais, travestis e representantes de outras identidades transgêneras e LGBT, que tenham perfil de liderança ou que já venham desenvolvendo trabalhos junto à população trans ou a outros movimentos populares — geralmente fora do chamado "ativismo organizado e institucionalizado" e que desejem participar de uma formação política. Ministrado em dois encontros semanais ao longo de dois meses, o curso está dividido em três módulos: "Política, Democracia e Participação Popular", "História do Movimento Trans e LGBT, Ativismo e Academia", e "Políticas Públicas de Assistência Social e de Saúde".

O curso recebe inscrições até o dia 20 de agosto. Há 30 vagas, sendo 20 com direito a auxílio para transporte e alimentação. Pessoas Trans e LGBT que não consigam vagas poderão participar como ouvintes. Os alunos que completarem a grade receberão o certificado de curso de extensão da Uerj.

Centro de Referência em Saúde para a População Trans do INI

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) desenvolve um Centro de Referência em Saúde para a População Trans, com atividades de assistência, prevenção e pesquisa em HIV/Aids, com contribuição do financiamento recebido através de uma emenda parlamentar do deputado federal Jean Wyllys.  Ele lembra que "o INI tem um envolvimento histórico no trabalho com a população LGBT desde o início dos anos 90 e vemos a implantação do Centro de Referência como uma continuidade”, afirma a diretora do Instituto, Valdiléa Veloso. “O estigma e a discriminação enfrentados por esse grupo populacional aumentam ainda mais sua vulnerabilidade, criando os mais variados obstáculos no acesso aos cuidados básicos. Ter o Centro formalizado em um Instituto de ensino e pesquisa na área da saúde propicia, além de identificar as necessidades dessa população, que também seja feita a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na atenção dessas demandas. Trabalhamos em consonância com a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), constituída pelo Ministério da Saúde em 2011, que orienta o Plano Operativo de Saúde Integral LGBT", conclui. 

O Centro desenvolve atividades de educação comunitária em HIV/Aids, expansão do acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, realização de estudos epidemiológicos, identificação de necessidades de saúde e o estabelecimento de um serviço para atenção à saúde desse segmento da população, com foco nas pessoas que vivem com HIV/AIDS e sob risco de aquisição da infecção pelo HIV. 

Saiba como se inscrever e acesse as informações sobre o curso aqui no Campus Virtual Fiocruz.

Aula magna com o deputado federal Jean Wyllys
Política, democracia e participação popular
Fundação Oswaldo Cruz (Av. Brasil, 4365 – Auditório do Pavilhão de Ensino do INI - Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ).


Fonte: Juana Portugal (INI/Fiocruz)

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