A pesquisadora do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz) Mayalu Matos Silva foi agraciada com o prêmio Francisco Mercado, da Associação Ibero-americana de Pesquisa Qualitativa em Saúde. A pesquisa Controle de substâncias ilícitas e seus impactos em violência e saúde: estudo de caso no Rio de Janeiro (Brasil) e Lisboa (Portugal) foi laureada como a melhor tese de doutorado da edição 2025. A cerimônia de premiação ocorrerá em 7 de novembro, no XI Congresso Ibero-Americano de Pesquisa Qualitativa em Saúde, em Santiago, no Chile. A pesquisa encontra-se disponível em acesso aberto no Arca - Repositório Institucional da Fiocruz.
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“Me sinto muito honrada em ganhar esse prêmio, em ter meu trabalho reconhecido por essa comissão julgadora, composta por investigadores de diversas instituições renomadas da ibero-américa. O prêmio busca destacar as desigualdades na ibero-américa e esse foi um mote da minha investigação, buscando reconhecer os diferentes impactos das políticas de drogas em duas regiões bastante diferentes como Europa e América Latina, Portugal e Brasil”, compartilhou a pesquisadora.
Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, da Ensp/Fiocruz, Mayalu desenvolveu seu trabalho sob orientação da professora Patrícia Constantino e teve, como coorientadores, os professores Bruno Sena Martins e Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva. A tese aborda as diretrizes de controle e enfrentamento ao comércio de drogas ilícitas em Portugal e no Brasil em relação à violência e saúde. Assim, analisa o contexto da política de drogas a partir das relações de poder oriundas da colonização, mas ainda presentes nas localidades analisadas.
A pesquisa destaca que o país europeu construiu uma abordagem integrada e baseada na saúde pública, com resultados virtuosos, enquanto a abordagem brasileira, centrada no sistema penal e de justiça, apresenta resultados insuficientes para os problemas enfrentados. Nas duas realidades, as populações racializadas e economicamente vulneráveis sofrem os maiores impactos.
“Ao ganhar esse prêmio, honro todas as oportunidades e apoio que tive tanto do meu departamento, quanto da Ensp e da Fiocruz. A oportunidade de fazer o doutorado sanduíche, o apoio da Capes, a recepção e aprendizado que tive no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em Portugal. Gostaria de dedicar essa conquista a todas as pessoas que colaboraram para a realização da pesquisa, compartilhando comigo conhecimentos preciosos, especialmente, todas as colegas do Claves, pelo aprendizado coletivo e cotidiano que tenho tido desde o primeiro dia, e nossa pesquisadora emérita, Maria Cecília Minayo, por toda inspiração e dedicação à pesquisa qualitativa em saúde”, concluiu Mayalu.
Novos talentos e instituições têm mais uma oportunidade de terem seus trabalhos reconhecidos. Está aberto o período para indicação de bolsistas à 22ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica - Edição 2024, além das inscrições para a Categoria Mérito Institucional. A ação é voltada para bolsistas das instituições participantes dos programas de iniciação científica e tecnológica do CNPq. Além da premiação em dinheiro, os vencedores e as instituições recebem bolsas de iniciação científica ou tecnológica, mestrado ou doutorado.
As instituições de ensino e pesquisa devem selecionar os bolsistas e transmitir, por meio do site do prêmio, os documentos relacionados no edital até às 18h (horário de Brasília) do dia 14 de abril.
De acordo com o documento, devem ser selecionados “Aqueles que apresentaram os melhores relatórios, classificados ou premiados pelo comitê interno ou externo nas jornadas, salões, seminários ou congressos, painéis ou exposições orais realizadas nas instituições de ensino e pesquisa no 2º semestre de 2024”. Segundo o edital, caso a instituição de ensino ou pesquisa não realize eventos relacionados deverá selecionar os melhores relatórios por meio de um comitê interno e encaminhá-las ao CNPq.
Categorias
O prêmio é dividido em quatro categorias: O primeiro, Bolsista de Iniciação Científica é destinado aos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC e PIBIC-Af). O segundo é o Bolsista de Iniciação Tecnológica, para os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI). Já o Bolsista de Iniciação Científica Júnior, atende os estudantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM).
Por fim, a categoria Mérito Institucional é focada nas instituições de ensino e pesquisa participantes de um dos programas de bolsas do CNPq e que tenham bolsistas inscritos no prêmio. Para esta edição, para concorrer à categoria Mérito Institucional a instituição deverá encaminhar documentação específica, exigida no edital, diferentemente dos anos anteriores, nos quais a inscrição era automática. “Depois de 21 anos, essa é uma mudança importante na forma de concessão da premiação na categoria Mérito Institucional. O CNPq irá avaliar os principais resultados desses programas em diferentes universidades e institutos de pesquisa, incluindo um relato da política de acompanhamento de egressos”, destaca Lisandra Santos, coordenadora-Geral de Cooperação Nacional do CNPq.
A premiação
Cada bolsista de Iniciação Científica e de Iniciação Tecnológica receberá a quantia, em dinheiro, no valor de R$ 10 mil e uma bolsa de mestrado ou de doutorado no país, com prazo limite de início de utilização de 24 meses, a partir da cerimônia de entrega da premiação;
Para o bolsista de Iniciação Científica Júnior o prêmio será de R$ 5 mil em dinheiro e uma bolsa de Iniciação Científica ou de Iniciação Tecnológica.
Todos os bolsistas, de qualquer categoria, receberão ainda, como parte de sua premiação, passagens aéreas e hospedagem, para permitir que eles recebam a premiação, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC.
A instituição vencedora na categoria Mérito Institucional ganhará de 5 a 20 bolsas adicionais de iniciação científica ou de iniciação tecnológica.
Trabalhos do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) sobre controle da qualidade dos testes para diagnóstico da dengue, do Departamento de Imunologia (DI), e qualidade das máscaras comercializadas no Brasil em tempo de pandemia da Covid-19, do Departamento de Química (DQ), foram condecorados com o Prêmio Anvisa 2024.
Em comemoração aos seus 25 anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), premiou iniciativas que têm o objetivo de estimular a cultura de inovação, valorizar o desempenho das equipes, disseminar iniciativas e ações que contribuíram para o alcance de resultados institucionais, melhoria do ambiente de trabalho e a efetiva promoção e proteção da saúde da população.
Os trabalhos do INCQS/Fiocruz foram contemplados nas seguintes categorias:
Categoria Especial – Destaque de iniciativa por escolha do público
1º lugar - Controle da Qualidade dos testes para diagnóstico da dengue: Uma das ações de Vigilância Sanitária
categoria Específica - Destaque de produção científica
1º lugar - Avaliação da Qualidade das máscaras comercializadas no Brasil em tempo de pandemia da Covid-19 quanto a presença de prata e nanopartículas de prata
Categoria Específica - Destaque do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) Código Sanitário para SNVS
3º lugar - Controle da Qualidade dos testes para diagnóstico da dengue: Uma das ações de Vigilância Sanitária
"É um desafio para nós estar por trás dos laboratórios fazendo o controle de qualidade dos produtos. Então receber esse prêmio foi uma honra. Tenho muito orgulho e muito amor em trabalhar no INCQS, de poder produzir dados para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e trabalhar em parceria com a Anvisa", disse Lisia Maria Gobbo dos Santos, chefe do Laboratório de Alimentos do Departamento de Química (DQ) do INCQS/Fiocruz, que coordenou o estudo sobre as nanopartículas presentes nas máscaras premiado em Brasília.
"Estou muito emocionada e muito orgulhosa da minha equipe. Estou muito feliz em conseguirmos esse prêmio, porque é a demonstração da importância do trabalho do laboratório para gerar evidências para as ações de vigilância sanitária. Muito obrigada!", afirmou Silvana do Couto Jacob, vice-diretora de Ensino e Pesquisa do INCQS/ Fiocruz, durante a premiação.
Na ocasião, Silvana do Couto Jacob, também subiu ao palco para receber o prêmio do trabalho 'Controle da Qualidade dos testes para diagnóstico da dengue: Uma das ações de Vigilância Sanitária' e comentou: "Esse trabalho é de uma equipe que não para de trabalhar, a equipe que faz o controle dos kits de diagnóstico. Tanto que eles não estiveram no prêmio. Eles trabalharam muito durante a Covid-19 e eu tô muito emocionada com esse prêmio, porque eles merecem muito".
Segundo Helena Guedes, do Laboratório de Sangue e Hemoderivados (LSH) do Departamento de Imunologia do INCQS/Fiocruz, o prêmio já estava ganho independente de colocação. Só de ver as pessoas empenhadas para conseguir mais e mais votos e o reconhecimento do trabalho por amigos da velha guarda ou por pessoas que nem conheciam, já valeu.
"Somos 22 pessoas lideradas por 1 a quem gostaria de dedicar o prêmio: Dra. Marisa Coelho Adati (chefe do LSH). Sem sua perseverança, de fato não estaríamos aqui. Responsável pela concepção do projeto que resultou nas análises laboratoriais dos testes de dengue e que para nosso 'desespero', a cada ano são mais numerosas. Ela é o maior exemplo de conhecimento e dedicação a Vigilância Sanitária que temos. Obrigada e parabéns à todos do LSH/DI", ressaltou.
Assista aqui à cerimônia do Prêmio Anvisa 2024:
O Laboratório de Farmacologia do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), especializado no controle da qualidade e produção científica de plantas medicinais fitoterápicos, submeteu três trabalhos técnicos na quarta edição do evento France-Brazil Meeting on Natural Products (4th FB2NP Meeting) e teve os três trabalhos premiados. O encontro foi realizado em novembro, na cidade de Aracaju, em Sergipe.
Os trabalhos premiados foram:
- 1° Lugar na categoria Controle de Qualidade de Matérias-Primas Vegetais e Fitoterápicos - DETERMINATION OF PESTICIDE RESIDUES, COUMARIN LEVELS, AND PHARMACOLOGICAL ACTIVITY IN MIKANIA GLOMERATA SPRENG (GUACO) TINCTURES MARKETED IN THE STATE OF RIO DE JANEIRO, de Thais Morais de Brito, do Setor de Fisiopatologia (sob orientação de Fausto Ferraris, chefe do Laboratório de Farmacologia do DFT do INCQS/ Fiocruz, e Armi Wanderley da Nobrega, assessor técnico da Diretoria do INCQS/Fiocruz).
- 1° Lugar na categoria Etnobotânica/Etnofarmacologia - IN VITRO AND IN VIVO TOXICOLOGICAL AND ANTI-INFLAMMATORY EFFECTS OF THE PHYTOCHEMICAL MARKER COUMARIN FROM MIKANIA SP (GUACO): A SYSTEMATIC REVIEW, da aluna Beatriz Scaramelo (sob orientação de Izabela Gimenes, do Laboratório de Farmacologia do INCQS/Fiocruz, e Fausto Ferraris).
- 3° lugar na categoria Etnobotânica/Etnofarmacologia - IN VIVO AND IN VITRO TOXICOLOGICAL EFFECTS OF AESCULUS HIPPOCASTANUM AND ITS DERIVATIVES (HORSE CHESTNUT): A SYSTEMATIC REVIEW, da aluna Yasmin Crelier (sob orientação de Izabela Gimenes e Fausto Ferraris).
"Congresso com 100% de aproveitamento: muito orgulho da nossa equipe. Parabenizamos todos os alunos e colaboradores envolvidos nos trabalhos. Sabemos que o mérito envolve muitas mãos!", afirma Izabela Gimenes, do Laboratório de Farmacologia do INCQS/Fiocruz.
O evento France-Brazil Meeting on Natural Products é uma plataforma de diálogo entre pesquisadores brasileiros e franceses, que tem como objetivo compartilhar avanços e novas abordagens no campo dos produtos naturais. Esse encontro destaca-se como uma oportunidade para explorar a biodiversidade do Brasil e seus potenciais usos terapêuticos, farmacêuticos e industriais
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realizará nesta quinta-feira, 12 de dezembro, a entrega oficial do Prêmio Capes de Tese de 2024. A cerimônia será em Brasília e conta com transmissão ao vivo pelo canal da Fundação no Youtube a partir das 16h30. A Fiocruz teve duas estudantes de pós-graduação agraciadas com menção honrosa, que participarão da cerimônia de forma remota. As alunas contempladas são Fernanda Esthefane Garrides Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz), com o trabalho "Desigualdades raciais na ocorrência de multimorbidade entre adultos e idosos brasileiros: 10 anos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil)"; e Renata Cordeiro Domingues, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), com o trabalho "Determinação socioambiental da saúde em territórios produtores de cana-de-açúcar na perspectiva da epidemiologia crítica".
Considerado um dos mais importantes prêmios da ciência brasileira, o Prêmio Capes de Tese reconhece as melhores teses defendidas em programas de pós-graduação brasileiros. Criada em 2005, a iniciativa tem o objetivo de aumentar a visibilidade das ações positivas e indutoras da Capes na pós-graduação brasileira. Os critérios de premiação dos trabalhos consideram a originalidade e a relevância para o meio científico, tecnológico, social e cultural, metodologia utilizada, qualidade da redação, além da quantidade de publicações decorrentes da tese. A 19ª edição da premiação teve um número recorde de trabalhos inscritos, com 1.632 participantes, sendo 827 mulheres e 805 homens. Ao todo, pesquisadores de 225 Instituições de Ensino Superior concorreram ao Prêmio em 2024, que escolheu as 49 melhores teses concluídas em 2023, e 97 trabalhos que receberão menções honrosas.
Conheça as teses, disponíveis no Arca Fiocruz, que receberão a condecoração:
Fernanda Esthefane Garrides Oliveira defendeu o trabalho "Desigualdades raciais na ocorrência de multimorbidade entre adultos e idosos brasileiros: 10 anos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil)", no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz), sob a orientação de Leonardo Soares Bastos e coorientação de Rosane Härter Griep.
A pesquisa de Fernanda analisou dados de mais de 15 mil participantes do Elsa-Brasil, coletados entre 2008 e 2019, e evidenciou que a população autodeclarada negra enfrenta taxas mais elevadas de múltiplas condições crônicas, como hipertensão e diabetes, em comparação aos brancos. A doutora em Epidemiologia foi bolsista do Programa Doutorado Nota 10 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) por destacado desempenho acadêmico e, no ano passado, foi agraciada com Menção Honrosa na seção de Saúde Coletiva do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2023 também por sua tese de doutorado.
Renata Cordeiro Domingues defendeu a tese "Determinação socioambiental da saúde em territórios produtores de cana-de-açúcar na perspectiva da epidemiologia crítica", no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), sob a orientação de Aline do Monte Gurgel e coorientação de Idê Gomes Dantas Gurgel.
O trabalho é composto de três artigos científicos, que têm por objetivo analisar a determinação socioambiental da saúde nos municípios de Água Preta, Aliança, Sirinhaém, Itambé e Goiana (territórios submetidos ao processo produtivo da cana-de-açúcar na Zona da Mata Pernambucana) a partir dos pressupostos da epidemiologia crítica.
Acompanhe ao vivo a cerimônia de entrega dos prêmios e menções honrosas, a partir das 16h30:
*Com informações da Capes e Isabela Schincariol
Em cerimônia realizada na Unibes Cultural, na cidade de São Paulo (SP), no dia 21 de novembro, foram anunciados os grandes vencedores do 10º Prêmio Abeu e a Editora Fiocruz está entre eles. O livro Nascimento Prematuro: repercussões no desenvolvimento integral, organizado por Maria Dalva Barbosa Méio e Denise Streit Morsch, foi destacado com o terceiro lugar na Categoria Ciências da Vida.
10 anos de Prêmio Abeu
O Prêmio Abeu destaca os melhores da edição universitária e acadêmica anual em 9 categorias: Ciências Humanas; Ciências Naturais e Matemáticas; Ciências Sociais; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências da Vida; Linguística, Letras e Artes; Literatura Infantojuvenil; Projeto Gráfico; e Tradução. A cerimônia deste ano marcou uma década da premiação, pioneira em prestigiar edições universitárias e acadêmicas.
O evento contou com a presença de editores, autores, pesquisadores, tradutores, designers gráficos e demais profissionais da cadeia produtiva do livro universitário e teve como mestres de cerimônia Alexandre Soares, diretor da região Sudeste da Abeu e Flávia Rosa, ex-presidente da Abeu.
Em sua fala de abertura, a vice-presidente da Abeu, Rita Virginia Argollo, pontuou o desafio e a resistência das editoras universitárias e de quem faz livro no Brasil, referenciando os recentes resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que revelou uma perda significativa de leitores no país. “O livro nos livra do embotamento, da cegueira social, da mesmice, do tédio. Se é o livro que nos favorece viagens e fantasias, fundamentais para a sobrevivência da espécie, é ele também que nos liberta. Neste sentido, não poderia deixar de citar a recém-lançada pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, uma grande referência para todos nós. Ela só comprova aquilo que a gente já sabia. Perdemos cerca de 7 milhões de leitores. Mas será que um dia os tivemos? Deixo o convite para que possamos refletir sobre o que nos levou a este resultado. Isso fala sobre letramento, sobre acesso a bibliotecas e mediadores de leituras. Sobre investimento em educação e políticas públicas voltadas à leitura”, reforçou Rita Argollo.
Mas não só de inquietações vive o setor. A vice-presidente da Abeu reforçou a vitória que significa a longevidade do Prêmio. A iniciativa surgiu a partir de uma proposta de Carlos Alberto Gianotti, então editor da Unisinos, tendo sindo implantado durante a gestão de João Carlos Canossa, atual diretor de comunicação da Abeu e editor executivo da Editora Fiocruz. Ao agradecerem o reconhecimento, os autores e pesquisadores premiados aproveitaram o momento para celebrar o papel da Abeu em dar destaque às publicações que trazem pesquisas e estudos realizados no país.
+Confira todos os vencedores do 10º Prêmio Abeu no portal da Abeu.
Nascimento Prematuro: repercussões no desenvolvimento integral
O livro da Editora Fiocruz premiado este ano, Nascimento Prematuro: repercussões no desenvolvimento integral, é fruto do trabalho do Ambulatório de Seguimento do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A coletânea abrange, de forma interdisciplinar, diferentes áreas clínicas e do desenvolvimento infantil, para dar conta da complexidade dos cuidados necessários voltados às crianças nascidas pré-termo. As organizadoras, a pediatra e neunatologista Maria Dalva Barbosa Baker Méio e a psicóloga clínica Denise Streit Morsch, oferecem aos leitores conteúdos e reflexões importantes sobre os nascidos antes de 37 semanas de gestação. As pesquisadoras convidaram para escrever os 17 capítulos que compõem a obra reconhecidos especialistas na área de neonatologia e desenvolvimento infantil, para abordar os desafios derivados do nascimento prematuro e as formas de conduzi-los. O volume compõe a Coleção Criança, Mulher e Saúde.
+Leia mais sobre o livro Nascimento Prematuro: repercussões no desenvolvimento integral.
Assista ao programa Boletim Ciência, do Canal Saúde, com entrevista das organizadoras.
A primeira edição do Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq investirá cerca de R$ 500 mil para premiar instituições e pesquisadoras pelo valor de seu trabalho científico, promovendo a diversidade, a pluralidade e a participação de mulheres nas carreiras de ciência, tecnologia e inovação. As inscrições estão abertas até 6 de janeiro de 2025.
Os prêmios serão de R$ 20 mil, para pesquisadoras com até 45 anos de idade; R$ 40 mil, para pesquisadoras com idade a partir de 46 anos; e R$ 50 mil, para instituições que se destaquem na implementação de ações de igualdade de gênero.
Lançado no dia 6 de novembro, durante a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Brasília, o edital prevê, para cada uma das três faixas, prêmios em três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; totalizando até nove premiações.
Além do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), são parceiros da iniciativa o Ministério das Mulheres (MM), o British Council Brasil e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF).
No dia 21 de novembro foi realizado um webinário sobre a iniciativa, disponível no canal do CNPq no YouTube. Confira!
+ Confira aqui mais informações sobre as inscrições!
A 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica prorrogou as inscrições até o dia 8 de novembro. As apresentações dos trabalhos serão realizadas de 11 a 13 de dezembro, na Fiocruz Bahia. Este ano, o evento conta com a homenagem ao médico Aluízio Prata, diretor da Fiocruz Bahia de 1963 a 1969 e pesquisador em esquistossomose, doença de Chagas e leishmaniose.
Podem concorrer ao prêmio estudantes matriculados ou egressos dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Alunos selecionados para apresentação oral em outras edições não poderão concorrer novamente na mesma categoria. Estudantes de pós-graduação não-elegíveis, de Iniciação Científica, Provoc ou Profortec da Fiocruz Bahia podem se inscrever como ouvintes para participar do evento (será emitido certificado de participação com carga horária de 20 horas).
Clique aqui para consultar o edital.
Um dia de muita alegria, encontros e grandes celebrações. Assim aconteceu a cerimônia de entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall e o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses em 2024. Esse é o momento em que a Fiocruz enaltece o compromisso com a qualidade e a excelência acadêmica com as quais atua diariamente. A entrega anual das honrarias não somente valoriza o talento e a dedicação dos estudantes, mas também reafirma as competências do corpo docente da Fundação, bem como das áreas estratégicas em que desempenham suas pesquisas. Além dos 15 premiados especiais do dia, toda a comunidade educacional da Fiocruz também foi homenageada durante o evento que aconteceu em 15 de outubro, dia dos professores e professoras.
Durante a mesa de abertura do evento, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou que a Fiocruz é uma casa de ciência, mas que tem na educação um de seus principais pilares. Segundo ele, nossa pós-graduação forma cerca de 5 mil alunos por ano, somando os cursos lato e stricto sensu, mesmo não sendo uma universidade. "Todos os nossos 17 institutos espalhados pelo Brasil, têm programas de pós-graduação, mesmo os mais técnicos ou mais tecnológicos, como nossas plantas de desenvolvimento e produção de fármacos e vacinas, têm seus programas de pós-graduação. A Fiocruz imputa uma importância muito grande à formação de cientistas e de cidadãos preparados para o desafio que é o desenvolvimento de um país mais inclusivo, um desenvolvimento que gere não somente o desenvolvimento econômico, mas, sobretudo, o desenvolvimento social, num campo onde se manifesta uma das maiores desigualdades do país, que é o acesso à saúde, o acesso digno para toda a população", disse ele.
Também compuseram a mesa a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Cristiani Vieira Machado – que na oportunidade ressaltou que poucos são os professores têm formação específica para a docência. Segundo ela, “não nos formamos professores, nos tornamos professores aos poucos. Descobrimos isso no contato com os estudantes, na sala de aula, na bancada, e alguns se apaixonam e passam a dedicar boa parte da sua vida à formação de outras pessoas. Isso não é trivial, é uma descoberta, e uma escolha também –; a coordenadora-geral de Educação (CGE/VPEIC), Eduarda Cesse; a Coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), Hilda Gomes; a coordenadora-geral da Associação de Pós-Graduando da Fiocruz (APG/Fiocruz-Rio), Susana Pacheco Liberal; e o diretor secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Luis Claudio Muniz Pereira. A mesa contou ainda com a presença de dois convidados especiais: o presidente da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, e a presidente da Academia Nacional de Medicina, Eliete Bouskela, que, cabe salientar, é a primeira mulher eleita para esse cargo em 194 anos.
Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall
Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro foi agraciado com a Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall, após candidatura indicada por meio do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A honraria está em sua sétima edição e reconhece os esforços educacionais de seus contemplados, distinguindo trajetórias acadêmicas de elevado mérito na educação no campo da saúde. Maria de Fátima Ferreira-da-Cruz, pesquisadora do IOC/Fiocruz e amiga pessoal de Cláudio foi a responsável por conduzir sua homenagem.
Em seu emocionado discurso, Daniel-Ribeiro optou por não falar detalhadamente de seus feitos, pois, segundo ele, esses podem ser amplamente conferidos em seu currículo Lattes. Ele preferiu, então, fazer um discurso de “homenagem e gratidão”, destacando primeiramente as realizações e atuação de Virgínia Schall, que dá nome à medalha que recebeu, mas evidenciando especialmente que “ninguém recebe um reconhecimento dessa magnitude e importância por fazer uma trajetória solo”. Ele agradeceu aos diversos parceiros que teve ao longo da vida dentro da Fiocruz e nas diversas outras instituições de ensino e pesquisa pelas quais passou, bem como aos seus familiares, com especial carinho às filhas, as quais descreve como “eternas princesas doces e determinadas, que iluminam a minha vida”.
Em sua fala, discorreu ainda sobre a importância da prática cotidiana da pesquisa, da permanente disponibilidade e interesse em aprender e outras escolhas que permeiam o exercício da carreira científica. Em diversos momento de seu discurso, Daniel-Ribeiro ressaltou a importância do compartilhamento do saber: “Passem adiante os ensinamentos que receberem”, “Dados de experimentos e rascunhos de artigos nas gavetas não são conhecimento. Publiquem-os.”, “Não espere que seus professores lhe ensinem tudo. Eles provavelmente não o farão. Aprenda algo por você e ensine a um deles. Ele vai gostar...”, “Se mostrar para seus alunos e se deixar julgar por eles é um dos melhores exercícios que podemos fazer para provocar os iniciantes da vida acadêmica”.
Por fim, ele lembrou o filósofo Nietzsche, dizendo que “a primeira tarefa da educação é ensinar a ver”, citando também Rubem Alves quando ele diz que gostaria de sugerir que “seja criado um novo tipo de professor. Um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Esse “desvão da banalidade” pode ser aquele resultado negativo ou positivo que nos assombra e às vezes incomoda. É preciso lhe dar atenção”, disse. Cláudio aconselhou ainda que os estudantes somente optem por fazer um curso de doutorado se escolherem a carreira de pesquisa e ensino e quiserem produzir conhecimento. Ele explicou que o doutorado não é atestado de competência ou de alta especialização, “mas, sim, uma declaração de vocação pela carreira acadêmico-científica”.
+Saiba mais: Acesse aqui o discurso de Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro na íntegra
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e Prêmio Capes de Teses 2024
Ao todo, entre premiados e menções honrosas, 12 estudantes de doutorado tiveram seus trabalhos reconhecidos na oitava edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2024. Foram premiadas 4 teses, uma para cada área do Prêmio – Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina; Medicina; Saúde Coletiva; Ciências Humanas e Sociais – , e 8 menções honrosas provenientes de 11 diferentes unidades da Fundação. Além disso, os dois estudantes contemplados com menção honrosa no Prêmio Capes de Teses, que é anualmente oferecido pela Capes, também foram homenageados nesse dia de celebração. Durante o evento, os estudantes fizeram uma breve apresentação de seus trabalhos e receberam seus certificados de participação. O certificado dos estudantes contemplados no Prêmio Capes de Teses receberão seus prêmios em cerimônia organizada pela Capes em dezembro de 2024.
Confira todos os detalhes dos Prêmios, temas das teses contempladas, programas de pós-graduação aos quais estão ligados, bem como seus orientadores:
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2024 divulga relação de premiados
Fiocruz é contemplada em Prêmio Capes de Teses 2024
A celebração terminou com uma surpreendente e emocionante apresentação do coral Fiocruz com a participação especial de um grupo de surdos trabalhadores da Fundação, que acompanhou o coral e interpretou as músicas em língua de modalidade gestual-visual, a Língua Brasileira de Sinais (Libras). O Coral é regido pelo maestro Paulo Malaguti Pauleira, com direção de Maria Clara Barbosa e com a regente de Libras Walkiria Bernardo Pontes. As músicas apresentadas foram Bola de meia, bola de gude, de Milton Nascimento; Milagres, de Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro; Estrela, de Gilberto Gil e Agora Só Falta Você, de Rita Lee.
Integrando as celebrações pelo Dia da Educação na Fiocruz, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, por meio de sua Coordenação-Geral de Educação, realizou a Câmara Técnica de Educação (CTE), em 14/10. O encontro teve expressiva participação presencial e virtual, com os representantes das diversas instâncias da comunidade educacional da Fundação. Todos assistiram a uma rica exposição sobre as ações pensadas e implementadas ao longo dos últimos anos, com debates que abordaram, sobretudo, os desafios e novas demandas para a área. Foi apresentado um grande balanço sobre as ações de educação ao longo dos últimos anos e, entre as pautas trataram, estão a Política de Extensão da Fiocruz, e grandes análises sobre a educação internacional, a proposta dos novos certificados de Lato Sensu da Fundação e os termos de atualização da Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz.
A aluna Lívia Moura, egressa do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), foi selecionada como uma das três finalistas do Prêmio RESS Evidencia 2024. Este prêmio reconhece anualmente o melhor artigo publicado na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde. Lívia concorre com seu estudo intitulado "Tendência temporal da taxa de abandono e da cobertura da vacina tríplice viral no Brasil (2014-2021)". Além de sua trajetória acadêmica como mestre e doutora pela Ensp, ela atua na Coordenação do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, focando em epidemiologia e doenças imunopreveníveis. A votação para o prêmio é online e permanecerá aberta até o dia 30 de outubro.
O estudo, orientado pelo pesquisador e docente Reinaldo Souza dos Santos, analisou a cobertura vacinal e a taxa de abandono da vacina tríplice viral, considerada essencial para a saúde infantil no Brasil. A pesquisa revelou tendências preocupantes, como a diminuição da cobertura vacinal e o aumento da taxa de abandono em diversas regiões do país ao longo de sete anos.
Segundo Lívia, as coberturas vacinais anuais no Brasil ficaram abaixo de 95%, percentual recomendado pelo Ministério da Saúde, com variações de 92,3% em 2015 a 54,4% em 2021. “A segunda dose da vacina apresentou tendência de queda ao longo do período estudado. Nas Unidades da Federação, observou-se que tanto a primeira quanto a segunda dose vacinal tiveram tendências estacionárias ou decrescentes. A taxa de abandono, que considera aqueles que não completaram o esquema vacinal, manteve-se estacionária tanto em âmbito nacional quanto nas grandes regiões do Brasil”, detalhou.
Para Lívia, os resultados da pesquisa, que consideram a heterogeneidade temporal, podem ser fundamentais para a gestão de ações prioritárias em saúde pública, adaptadas às particularidades das diversas regiões e estados do país. Além disso, a pesquisa pode auxiliar na formulação de novas estratégias para aumentar a adesão da população às vacinas. “Esses subsídios seriam destinados aos gestores dos serviços de saúde em níveis regionais e estaduais”, enfatizou.
Ingressando na Ensp em 2017, ainda no mestrado, Lívia vê sua nomeação entre as finalistas como um reconhecimento significativo de seu trabalho acadêmico e da importância de pesquisas que busquem melhorar a saúde pública da nossa população.
O orientador da pesquisa, Reinaldo Souza dos Santos, destacou que a relevância do estudo, ao fornecer dados importantes para a gestão de políticas públicas de vacinação, é evidenciada pelo fato de o artigo estar entre os finalistas do Prêmio RESS Evidencia 2024. “Esse reconhecimento sublinha a importância da pesquisa para aprimorar as ações de vigilância e prevenção de doenças no Brasil, fortalecendo seu impacto na saúde pública e contribuindo para políticas de imunização mais eficazes”, comemorou.
Para a coordenação do PPG, a inclusão de Lívia entre os finalistas reflete a importância de sua contribuição para o entendimento da situação vacinal no Brasil, especialmente em um período em que a cobertura de vacinas e o controle de doenças transmissíveis são temas críticos para a saúde pública.
"A indicação de Lívia ao Prêmio RESS Evidencia é uma conquista que vai além do reconhecimento individual da pesquisadora. Ele traz o reconhecimento do papel do Programa como um ambiente de excelência para a formação de futuros epidemiologistas, fortalece o corpo acadêmico e científico do Programa, aumenta o reconhecimento externo da qualidade e da relevância das pesquisas realizadas no âmbito do PPP Epi, além de incentivar a produção científica, buscando a excelência e a inovação em suas pesquisas", destacou Maria de Jesus Fonseca, coordenadora do Programa de Epidemiologia da Ensp.