Descrição: O Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS/Fiocruz), que é um Centro Colaborador da OMS/OPAS para a Diplomacia da Saúde Global e Cooperação Sul-Sul, está organizando o 2o Curso de Atualidades em Saúde Global e Diplomacia da Saúde - 2025, destinado a profissionais de nível superior e estudantes das áreas da saúde, diplomacia e relações internacionais, ciências humanas,sociais e afins, assim como lideranças da sociedade civil que trabalhem ou almejem trabalhar com saúde global e diplomacia da saúde.
O Objetivo é discutir os principais problemas e desafios políticos, sociais, econômicos e de saúde em nível global e as áreas da governança global que afetam a saúde, assim como oferecer oportunidades de intervenção por meio da diplomacia e da cooperação em saúde.
O Curso será realizado de forma remota (online) e consiste de 22 Seminários Avançados (aulas painel), quinzenais com debates online entre professores e participantes, por meio de plataformas adequadas que oferecem comunicação direta, embora à distância.
Por meio destes Seminários Avançados pretende-se expor os participantes à observação sistemática do cenário global da saúde, com observação e análise dos principais espaços políticos da governança global e regional e da governança da saúde global e organizações de territórios geopolíticos.
Os Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde são concebidos como “aulaspainel”, de periodicidade quinzenal, seguindo o calendário político global, que se desenvolve ao longo do ano.
Os painelistas, líderes e especialistas globais e nacionais nos respectivos temas abordados, apresentarão temas transversais de interesse da saúde global e cooperação em saúde, utilizando a plataforma Zoom.
Os conteúdos são variados e relacionados com a política e Agenda Global da Saúde, tais como a Assembleia Mundial da Saúde (19 a 25 de maio de 2025); High-level Political Forum on Sustainable Development (HLPF), 2024 (14 a 18 de julho de 2025; Assembleia Geral da ONU (9 a 23 de setembro de 2025); Comitês Regionais da OMS; Cúpula dos BRICS+; COP30 (10 a 21 de novembro de 2025); entre outros.
O curso terá a duração de 140 horas, com concentração às 4ª feiras, de 10h às 13h (horário de Brasília), quinzenalmente.
O Curso será conduzido com tradução simultânea em português, espanhol e inglês.
Início: 12 de fevereiro de 2025
Encerramento: 17 de dezembro de 2025
Objetivo Geral: Espera-se que o aluno possa entender os principios do processo de governança global e de governança da saúde global desenvolvidos nos principais espaços políticos mundiais, assim como no plano regional da América Latina e Caribe (ALC), e países de língua portuguesa na África (PALOP). Assim sendo, ele deve estar capacitado a assessorar, pelo conhecimento adquirido e pela continuidade de seu trabalho, os dirigentes das entidades a que pertencem, incluindo a estrutura de governança da Fiocruz e dos Ministérios da Saúde da ALC e países de língua portuguesa na África (PALOP).
Justificativa: O campo da saúde global e da diplomacia da saúde tem despertado um enorme interesse entre profissionais de saúde pública, profissionais da diplomacia, ativistas sociais e público em geral, particularmente após a emergência da pandemia de Covid-19. Ficou claro que a gestão de um
processo pandêmico de tamanha envergadura – o maior problema de saúde global dos últimos 100 anos – só poderia ser feito, na sua dimensão global, por meio da mobilização de um adequado conjunto de recursos técnicos e políticos que se encontram no campo da cooperação internacional, que é parte integrante da diplomacia da saúde. Tem sido amplamente aceito que a saúde é um campo de conhecimentos e práticas que transcende a enfermidade e a assistência aos enfermos, o que implica num “conceito ampliado de saúde”. A saúde é produto de fenômenos biológicos que transcorre nos seres humanos, mas também é produto da forma como a sociedade compreende e se organiza para promovê-la e para enfrentar as ameaças à saúde, entre quais enfermidades, meio ambiente e condições políticas e socioeconômicas hostis, que influenciam profundamente o “processo saúde-doença-cuidado”. Mais recentemente, há uma percepção crescente de que a promoção de vidas saudáveis e o enfrentamento de ameaças à saúde transcendem também o “território-processo” onde a vida transcorre, isto é, a saúde e a resposta social aos problemas de saúde recebem influências externas aos espaços locais e nacionais, ganhando cada vez mais importância a dimensão exterior, internacional. Por esta razão, profissionais de saúde, pesquisadores, professores e toda a gama de profissionais de outras disciplinas que hoje se relacionam com o tema “saúde-doença-cuidado”, inclusive estudantes de pós-graduação, podem ter seus conhecimentos e práticas bastante aperfeiçoados por informações e conhecimentos atualizados da disciplina da saúde global e da diplomacia da saúde. Novas realidades políticas e econômicas, especialmente mudanças de poder geopolítico, estão levando a um questionamento não apenas das instituições existentes, mas também dos princípios básicos sobre os quais elas foram originalmente construídas. O significativo impacto econômico e de segurança transfronteiriço de desenvolvimentos em áreas como o meio ambiente e saúde humana deixou claro que questões amplas e complexas como essas não podiam mais ser resolvidas apenas no nível nacional. Deve-se valorizar o multilateralismo e entre os vários tipos de multilateralismo estão o multilateralismo universal, incluindo todos os Estados, por exemplo, como membros da ONU; multilateralismo regional, que reúne Estados em regiões geográficas específicas, como a União Europeia, a União Africana, a CELAC; e o “minilateralismo”, que reúne pequenos grupos de Estados (ou “clubes de países” como o G20 e os países do BRICS) para enfrentar problemas específicos. Por outro lado, firmou-se a importância da chamada “diplomacia de múltiplas partes interessadas” (multistakeholders diplomacy), que inclui governos subnacionais, sociedade civil, ONGs, universidades, centros de pesquisa e o setor privado, entre outros. Todos devem estar preparados para atuar nesta nova dimensão da diplomacia, que inclui a diplomacia da saúde.