O Sextas de Poesia desta semana traz Manuel Bandeira com "O último poema". Num recorte onde o definitivo poema não finda uma poética, e, sim, a restabelece ao contexto das ficcionais despedidas, o autor encena a melancolia no adiamento de sua ida… para a qual nunca foi, na verdade.
Manuel Bandeira foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Fez parte da primeira geração modernista no Brasil. Com uma obra recheada de lirismo poético, Bandeira foi adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.
*Com informações do blog Vício Velho.
#ParaTodosVerem Banner com fundo preto e a foto de Manuel Bandeira na parte inferior do banner, um senhor com cabelos curtos escuros, usa óculos de armação quadrada, veste uma blusa com gola e mangas compridas com linhas brancas, está sentado digitando em uma máquina de escrever, há livros atrás da máquina. A foto é em preto e branco.
No topo do banner um poema de Manuel Bandeira, O último poema:
Assim eu quereria
meu último poema
Que fosse terno dizendo
as coisas mais simples
e menos intencionais
Que fosse ardente como um
soluço sem lágrimas...
"O Bicho" é o poema de Manuel Bandeira escolhido para ilustrar o Sextas de Poesia desta semana. Escrito no Rio de Janeiro, no dia 27 de dezembro de 1947, o poema retrata a realidade social do Brasil imerso na miséria durante a década da quarenta. "O Bicho" é um típico exemplar da poesia modernista, traz versos que não se deslocam do seu tempo.
Como disse a poeta Ana Hatherly, "quando o poema é bom não te aperta a mão: aperta-te a garganta".
O Sextas de Poesia, na voz de Bandeira, faz sua homenagem aos poetas que enxergam os excluídos no país, e que, estarrecidos, veem gente se alimentar de lixo.
"Tantas caras tristes
Querendo chegar em algum destino
Em algum lugar
Tem gente com fome
Se tem gente com fome
Da de comer... ( Solano Trindade)