Em exceção para homenagear o Dia do Trabalhador, o Sextas de Poesias é publicado nesta quinta-feira, 1° de maio, com Vladimir Maiakovski no poema Meu Maio, e destacamos especialmente os trabalhadores do SUS, que lutam diariamente por uma saúde para todos!
A data comemorativa internacional é dedicada aos trabalhadores e oficialmente celebra a consolidação de leis de proteção ao trabalhador. Sua origem remete a lutas ainda hoje defendidas, quando em 1886, na cidade norte-americana de Chicago, foi iniciada uma greve, cujo objetivo era conquistar melhores condições de trabalho. Durante a manifestação houve confrontos com a polícia, o que resultou em prisões e mortes de trabalhadores. Este acontecimento foi inspiração para muitas outras manifestações que se sucederam seguiriam. Estas lutas operárias culminaram numa série de direitos, previstos em leis e sancionados por constituições.
Vladimir Maiakovski foi o maior poeta russo do século XX e sempre defendeu que “sem forma revolucionária não há poesia revolucionária”. Sua obra ajudou a verter para a poesia os ideais da grande Revolução Russa (1917). No poema "Meu Maio", Maiakovski exalta o Dia 1° de Maio: Sou operário – Este é o meu maio! Sou camponês – Este é o meu mês. Sou ferro – Eis o maio que eu quero! Sou terra – O maio é minha era!
Com informações de Aconjur-PR e Educador Brasil Escola
O Sextas de Poesia faz uma dupla homenagem: aos trabalhadores e trabalhadoras pelo 1° de maio, e ao poeta, compositor e músico Paulo César Pinheiro com a canção "Canto do trabalhador" de sua autoria em parceria com João Nogueira.
#ParaTodosVerem Pintura com tons amarelos e laranja, há dois homens, os dois vestem calças escuras, blusas brancas de mangas compridas,
e usam chapéus de palha, um deles tem uma bolsa nos ombros, ele observa o outro homem trabalhar com a enxada, o segundo homem está fincando a enxada no chão.
No centro do banner, o trecho de "Canto do Trabalhador", composição Paulo César Pinheiro e João Nogueira:
Vamos trabalhar sem fazer alarde
Pra pisar com força o chão da cidade
A vida não tem segredo
É só acordar mais cedo
É só regar, pra alimentar o arvoredo
Por essa luta eu não retrocedo
Pra ver toda a mocidade
Com os frutos da liberdade
Escorrendo de entre os dedos
Que é para enterrar de uma vez seus medos...
O Sextas de Poesia desta semana faz uma dupla homenagem: aos trabalhadores, em comemoração ao dia 1° de maio; e ao nosso compositor, escritor e poeta Chico Buarque, com a sua composição "Construção". Em 2019, Chico foi o vencedor da 31ª edição do Prêmio Luiz Vaz de Camões de Literatura, mas o ato de entrega não foi assinado pelo então presidente Bolsonaro. Agora, após quatro anos, ele finalmente recebeu o Prêmio, que foi assinado pelo presidente Lula. A premiação é entregue pelos governos de Portugal e do Brasil, e é a mais importante condecoração da língua portuguesa.
"Por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço o gosto de ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como gajo [moço] que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e o cheirinho de alecrim”.
Na ocasião da entrega, realizada 24 de abril de 2023, Lula destacou que Chico Buarque conseguiu, em suas obras, transformar o cotidiano das pessoas em poesias extraordinárias. “Ele conseguiu sintetizar as paixões e os desejos de tantas Joanas e Joões, de tantas Teresas e Josés Costas, de tantas Genis e Pedros pedreiros, de tantos guris e mambembes de nossa gente”, disse.
Viva os trabalhadores e trabalhadoras! Viva o poeta Chico!
#ParaTodosVerem No fundo do banner tem uma foto de um muro em construção, no topo da imagem há diversos registros detalhados de olhos, bocas e pernas de pessoas.
No centro da imagem um poema de Chico Buarque com o nome Construção:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima..
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe paque..
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague.