Nos dias 26 e 27 de junho de 2025, será realizado o seminário A Amazônia como microcosmo do Antropoceno: a história das pesquisas transnacionais em ecologia amazônica e os impactos ambientais da Grande Aceleração (1952-2002), no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, no CDHS, campus Manguinhos. O evento apresenta os resultados de uma pesquisa realizada entre 2021 e 2025, com apoio do CNPq, que investigou a história das colaborações científicas transnacionais na região amazônica, os impactos ambientais dos grandes projetos de desenvolvimento e as redes de ativismo ecológico atuantes entre as décadas de 1950 e 2000.
Nos últimos 70 anos, a Amazônia tem sido palco de transformações intensas, refletindo os efeitos globais da chamada Grande Aceleração — um conjunto de mudanças socioeconômicas e biogeoquímicas que sinalizam a entrada da Terra no Antropoceno. Por simbolizar tanto os riscos quanto as possibilidades do futuro planetário, a floresta amazônica tem sido descrita como um “microcosmo do Antropoceno”, como a categoriza o estudioso da Amazônia, Eduardo Brondízio.
Combinando perspectivas históricas e discussões contemporâneas, o seminário também reflete sobre os desafios atuais da região, considerados centrais para o debate sobre o Antropoceno — conceito que descreve a influência humana nas transformações planetárias. Além de debater os resultados da pesquisa histórica, o evento contará com reflexões sobre os desafios atuais da região, não apenas como símbolo das tensões ecológicas do Antropoceno, mas também como espaço de resistência, saberes plurais e futuros possíveis.
No primeiro dia, 26 de junho, o evento tem início com uma mesa de abertura e uma conferência proferida pelo pesquisador Fabio Zuker, que discutirá os impactos da política ambiental da extrema-direita na Amazônia. Em seguida, será exibida a mostra de curtas-metragens Amazônia: memórias para o futuro, com filmes que abordam questões sociais, históricas e ambientais da região.
No segundo dia, 27 de junho, o seminário será composto por três mesas temáticas. A primeira mesa tratará das conexões transnacionais e redes locais de conhecimento sobre a Amazônia, com foco na cooperação entre Brasil, França e Guianas. A segunda mesa abordará os intercâmbios entre Brasil e Estados Unidos, com ênfase em projetos científicos e controvérsias envolvendo instituições como o Instituto Smithsonian e a Fundação Rockefeller. A terceira mesa discutirá as redes nacionais e internacionais de produção de conhecimento sobre as águas amazônicas, com destaque para a poluição por mercúrio, os efeitos do desmatamento sobre o clima e o papel de redes científicas bilaterais.
Confira a programação completa do seminário:
A Amazônia como microcosmo do Antropoceno: a história das pesquisas transnacionais em ecologia amazônica e os impactos ambientais da Grande Aceleração (1952-2002)
26/6
14h – Mesa de Abertura
Conferência de abertura: A ecologia política da extrema-direita na Amazônia: política anti-indígena, integracionismo e nostalgia militar
Expositor: Fabio Zuker (Fundação José Luiz Setúbal – FJLS / Instituto de Estudos Brasileiros – IEB – da USP.
Moderadora: Dominichi Miranda de Sá (COC/ Fiocruz)
15h30 – Exibição de curta-metragens da mostra Amazônia: memórias para o futuro, coordenada por Stella Oswaldo Cruz Penido (DAD/ Fiocruz)
Filmes: A menina e o Pote, Tuíre – O gesto do facão e A febre na mata
27/6
9h – Conexões transnacionais e redes locais de conhecimento nos estudos sobre a Amazônia:
O Programa Flora das Guianas e a cooperação científica transnacional na Amazônia (1959-1962)
Expositor: Nelson Sanjad (Museu Paraense Emilio Goeldi / UFPA)
A cooperação científica Brasil-França nas pesquisas ecológicas sobre a Amazônia brasileira (1980-1990)
Expositora: Dominichi Miranda de Sá (COC/ Fiocruz)
A cooperação científica franco-brasileira na Amazônia: o caso INPA/CIRAD (1982-1990)
Expositora: Vanessa Pereira Mello (COC/ Fiocruz)
Moderador: Gabriel Lopes (COC/ Fiocruz)
10h30 – Pausa para o café
11h – Intercâmbios entre Brasil-EUA nas pesquisas sobre a Amazônia:
As Expedições do navio Alpha Helix e os estudos ecofisiológicos de animais e plantas da Amazônia nas décadas de 1960 e 1970
Expositora: Magali Romero Sá (COC/ Fiocruz)
Ecologia de Aves, Armas Biológicas? O Projeto Ecológico de Belém e uma controvérsia histórica sobre as presenças do Instituto Smithsonian e da Fundação Rockefeller na Amazônia (1963-1971)
Expositora: Laura de Oliveira Sangiovanni (UnB)
A colaboração entre Brasil e Estados Unidos no debate sobre a biodiversidade da Amazônia: estratégias iniciais para a conservação de fragmentos florestais (1979-1990)
Expositora: Ana Marcela França de Oliveira (COC/ Fiocruz)
Moderador: Rômulo de Paula Andrade (COC/ Fiocruz)
12h30 – Almoço
14h – Redes nacionais e internacionais de produção de conhecimento sobre as águas amazônicas
Rios de mercúrio: ecologia e poluição na Amazônia (décadas de 1980 e 1990)
Expositor: Jorge Tibillettti de Lara (COC/ Fiocruz)
Entre rios, florestas e clima: a rede germano-brasileira no estudo das águas amazônicas (1940-1989)
Expositor: André Felipe Cândido da Silva (COC/ Fiocruz)
Eneas Salati e a hipótese floresta-clima: recepção, circulação e redes de sociabilidade
Expositor: André S. Bailão (COC/ Fiocruz)
Moderador: Fabio Zuker (FJLS/ USP)
#ParaTodosVerem Banner com fundo verde, seminário nos dias 26 e 27 de junho, a Amazônia como microcosmo do antropoceno, no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira - CDHS, Campus Fiocruz Manguinhos.
O Cerrado será o tema da 5ª edição do minicurso História, Ambiente e Conhecimento no Antropoceno, que será realizado remotamente pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) entre 9 de agosto e 11 de setembro, em sessões semanais às quartas-feiras. As atividades terão transmissão aberta pelo canal da Casa de Oswaldo Cruz no YouTube, com tradução simultânea para Libras. Aqueles que quiserem obter certificado de participação devem se inscrever entre 8 e 31 de julho no Campus Virtual Fiocruz.
O objetivo do minicurso é apresentar e discutir o impacto do Antropoceno nos diversos campos do conhecimento, entre as humanidades, as ciências da vida e as ciências da Terra, tendo por finalidade se familiarizar com os temas e debates que o conceito tem suscitado nesses campos, por meio de especialistas brasileiros que vêm se dedicando ao assunto.
Com o tema Cerrado, a edição do curso este ano reunirá especialistas e ativistas que abordam a longa história socioambiental da região, seus ecossistemas, seus habitantes humanos e não humanos e sua importância para a sociobiodiversidade, o clima e os recursos hídricos. Os convidados discutirão como o Cerrado vem sendo palco de processos e tendências de transformações socioambientais mais intensas das últimas décadas no país e no mundo.
A organização do minicurso é dos pesquisadores Ana Marcela França e André S. Bailão (COC/Fiocruz), Claiton Marcio da Silva (UFFS) e Sandro Dutra e Silva (UEG e UniEvangelica).
Os professores serão Dominichi Miranda de Sá (COC/Fiocruz), Altair Barbosa (PUC-GO), Guilherme Moura Fagundes (USP), Laerte G. Ferreira Jr. (UFG e MapBiomas), José Luiz Franco (UnB) e Vívian da Silva Braz (UniEvangelica) e Edineide Rocha (MST/DFE, UnB).
Confira a programação completa no Campus Virtual Fiocruz.
A Amazônia será o tema da 4ª edição do curso História, Ambiente e Conhecimento no Antropoceno, que será realizado remotamente pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) entre 22 e 26 de maio. O objetivo geral é apresentar e discutir o impacto do Antropoceno nos diversos campos do conhecimento, mas principalmente nas humanidades e nas artes. As inscrições estão abertas até 20 de maio.
Voltado para pessoas de diferentes áreas das ciências humanas e naturais interessadas no debate sobre o Antropoceno na história do conhecimento, das relações com o ambiente e com os saberes indígenas, o minicurso terá transmissão aberta pelo canal da Casa de Oswaldo Cruz no Youtube. Aqueles que quiserem obter certificado de participação devem se inscrever no Campus Virtual Fiocruz.
O objetivo do curso é fazer com que o aluno compreenda como a emergência ecológica contemporânea, que está na raiz da formulação do conceito de Antropoceno, afeta os debates nas humanidades e nas artes, por implicar novas formas de conceber a espécie humana, os modos de interação com o ambiente e as ideias de modernidade e política, debatendo o impacto do Antropoceno nas ciências humanas e sociais, sobretudo na história, a partir dos principais autores, argumentos, perspectivas e controvérsias, com especialistas versados nas diversas temáticas concernentes à ideia de uma época geológica conformada pela ação humana no planeta.
A coordenação do minicurso é dos professores e pesquisadores da COC André Felipe Cândido da Silva, Magali Romero Sá e Dominichi Miranda de Sá. A carga horária é de 18 horas.
Esta edição contará com a participação dos professores Rômulo de Paula Andrade (COC/Fiocruz), Claiton Márcio da Silva (UFFS), Alyne Costa (PUC-Rio), Carlos Afonso Nobre (Inpe), Susanna Hecht (Ucla – Institute of the Environment & Sustainability), André Fernando Baniwa (Ministério dos Povos Indígenas), Eduardo Neves (USP), Joana Cabral de Oliveira (Unicamp), André Felipe Cândido da Silva (COC/Fiocruz), André Secchieri Bailão (COC/Fiocruz) e Eliane Brum (Projeto Sumaúma).
Confira a programação completa no Campus Virtual Fiocruz:
22/05
Manhã:
Rômulo de Paula Andrade (PPGHCS, COC-Fiocruz) e Claiton Márcio da Silva (UFFS) - "Modernização e Desenvolvimento: Amazônia e Cerrado na Grande Aceleração"
Tarde:
Alyne Costa (PUC-Rio) - "Terrestre, planetário, global, zona crítica: espacialidades no Antropoceno"
23/05
Manhã:
Carlos Nobre (INPE) – "Amazônia próxima de um ponto de não retorno. A urgente necessidade de uma bioeconomia da floresta em pé"
Tarde:
Susanna Hecht (UCLA) - "Environmental History as if the Future Mattered: from the delightful Anthropocene to the Great Acceleration in Amazonia"
24/05
Manhã:
André Fernando Baniwa (Ministério dos Povos Indígenas) -
"Reconstrução do bem viver dos povos indígenas: Rio Negro e povo Baniwa da Amazônia"
Tarde:
Eduardo Neves (USP) - "Entre o passado e a extinção: a Amazônia e o Antropoceno"
25/05
Tarde:
Joana Cabral de Oliveira (UNICAMP) – "Alianças vegetais para encarar o Antropoceno"
26/05
Manhã:
André Felipe Cândido da Silva e André Secchieri Bailão (COC-Fiocruz) -
"A Amazônia como microcosmo do Antropoceno”
Tarde:
Eliane Brum (Projeto Sumaúma) – “Amazônia, centro do mundo: a urgência de uma outra linguagem para responder à emergência climática"
#ParaTodosVerem Banner com a imagem de uma árvore do lado esquerdo, o foco da foto está nas longas raízes, no chão várias folhas secas caídas. Do lado direito do banner um fundo verde com as inscrições até 20 de maio, o curso será online, o nome é História, ambiente e conhecimento no Antropoceno - especial Amazônia, data das aulas de 22 a 26 de maio, ministrado por André Felipe Cândido da Silva, Dominichi Miranda de Sá e Magali Romero Sá (COC/ Fiocruz)
Apresentar e discutir o impacto do Antropoceno nos diversos campos do conhecimento, mas principalmente nas humanidades e nas artes. Este é o objetivo geral da 3ª edição do minicurso História, Ambiente e Conhecimento no Antropoceno, que será realizado remotamente pela Casa de Oswaldo Cruz entre 30 de maio e 3 de junho. Aqueles que quiserem obter certificado de participação devem se inscrever até 26 de maio no Campus Virtual Fiocruz. Voltado para pessoas de diferentes áreas das ciências humanas e naturais interessadas no debate sobre o Antropoceno na história do conhecimento, das relações com o ambiente e com os saberes indígenas, o minicurso terá transmissão aberta pelo canal da Casa de Oswaldo Cruz no Youtube.
A coordenação do minicurso é dos professores e pesquisadores da COC André Felipe Cândido da Silva, Magali Romero Sá e Dominichi Miranda de Sá. A carga horária é de 28 horas, divididas em sete turnos, durante os quatro dias.
Esta edição contará com a participação dos professores Renzo Romano Taddei (Unifesp); Alyne Costa (PUC-Rio); Ewa Domanska (Adam Mickiewicz University e Stanford University), Juliana Fausto (Universidade Federal do Paraná); Marina Pereira Penteado (Universidade Federal do Rio Grande); Rodrigo Turin (Unirio); e Sineia do Vale (Líder Indígena da etnia Wapichana).