O Sextas desta semana traz o jornalista e escritor Manuel António Pina com trecho do poema Regresso. "Brincando" com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, Manuel António Pina faz da sua obra um permanente "jogo de imaginação", tal labirinto que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída. Manuel nasceu em 1943, na Beira Alta, Portugal, e exerceu a advocacia e foi técnico de publicidade. Abraçou a carreira de jornalista no Jornal de Notícias, onde passou a editor. Autor de livros para a infância e juventude e de textos poéticos, a sua obra apresenta uma grande coesão estrutural e reflete criatividade, exigindo do leitor um profundo sentido crítico e descodificador. Afirmou-se como uma das mais originais vozes poéticas na expressão pós-pessoana da fragmentação do eu, manifestando uma tendência para a exploração das possibilidades filosóficas do poema, transportando a palavra poética para a investigação do processo de conhecimento e para a investigação do processo de existência literária.
Os seus textos dramáticos são frequentemente representados por grupos e companhias de teatro. Sua obra frequentemente se destaca, já tendo sido homenageado com diversos prêmios, como, por exemplo, o Prêmio Literário da Casa da Imprensa, em 1978; o Grande Prêmio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, em 1988; o Prêmio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude, em 1988; o Prêmio Nacional de Crônica Press Clube/Clube de Jornalistas, em 1993; o Prêmio de Poesia Luís Miguel Nava e o Grande Prêmio de Poesia da APE/CTT, em 2005; além do Prêmio Camões, em 2011. Depois de sua morte, a título póstumo, recebeu o Prêmio de Poesia Teixeira de Pascoaes; e o Prêmio Especial da Crítica dos Prêmios de Edição Ler/Booktailors, em 2012.
*com informações de Porto Editora
#ParaTodosVerem Foto de uma pessoa sentada em uma banco de madeira, ela está de costas usando um casaco escuro, seus cabelos são castanhos, na sua frente há diversas plantas e árvores, os tons de cores em verde estão bem presentes.
No canto superior da foto um trecho do poema "Regresso", de Manuel António Pina:
... Distraído percorro
o caminho familiar da saudade...
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.