O Sextas desta semana homenageia o poeta amazonense Thiago de Mello, aniversariante de março e que nos deixou em 2022. Durante toda sua vida foi comprometido com a liberdade e com o amor. Fazia do Amazonas seu lugar de pertencimento e fala. Era o poeta de branco, das águas.
O poema escolhido é "Narciso cego", uma busca entre o sonho e o sonhador, que não se decifra.
Um escritor premiado e reconhecido nacional e internacionalmente, viveu na ditadura, reagiu contra ela e escreveu a favor da liberdade. Ele é o poeta da liberdade e do amor. Ganhou uma linda homenagem da 34ª Bienal de São Paulo, quando um de seus versos mais lembrados , "Faz escuro mas eu canto", extraído de “Madrugada Camponesa”, escrito há 60 anos, foi tema da tradicional exposição.
#ParaTodosVerem Banner com a pintura do rosto de uma mulher em cores vivas, metade do rosto está na luz e metade na sombra.
Por cima da pintura um trecho do poema “Narciso cego” de Thiago Mello:
Tudo o que de
mim se perde
acrescenta-se
ao que sou
Contudo, me desconheço.
Pelas minhas cercanias
passeio - não me frequento…
Cego assim, não me decifro.
E o imaginar-me sonhando
não me completa: a ganância
de ser-me inteiro prossegue.
E pairo - pânico mudo -
entre o sonho e o sonhador.