Nesta semana, acontece a etapa inicial de formação de multiplicadores para o novo curso 'Cuidado para a doença de Chagas na Atenção Primária à Saúde', que está em desenvolvimento e será oferecido por meio do Campus Virtual Fiocruz. A oficina presencial acontece no âmbito das comemorações ao Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado em 14/4; e integra o Projeto Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas (CUIDA Chagas), liderado no Brasil pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz). Para além da capacitação, a sensibilização dos profissionais sobre a doença, seus sintomas, formas de tratamento e vigilância é estratégia determinante desta iniciativa.
Participam do encontro profissionais convidados (médico ou enfermeiro, Agente Comunitário de Saúde e profissional da gestão) provenientes dos município incluídos no projeto CUIDA Chagas - Janaúba (Minas Gerais), Rosário do Sul (Rio Grande do Sul), Riachão das Neves (Bahia), Paraúna (Goiás) e Igarapé Miri (Pará) -, além de integrantes das equipes locais de atuação do projeto, todos sendo capacitados como supermultiplicadores nesta iniciativa. Após a oficina presencial, que tem duração de uma semana no Rio de Janeiro, esses profissionais realizarão o curso autoinstrucional online, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem do Campus Virtual Fiocruz, na plataforma Moodle, e serão certificados pela formação. Os supermultiplicadores atuarão dando apoio à formação nos territórios, capacitando outros profissionais de saúde.
Novo curso: oferta e estratégia de formação aliadas a princípios internacionais de enfrentamento de doenças transmissíveis
A nova formação - voltada especificamente a profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) e da atenção à saúde materno-infantil - está alinhada a princípios internacionais, especialmente com a temática escolhida como foco da campanha 2023 da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para o enfrentamento à doença: "É hora de integrar o cuidado para a doença de chagas na Atenção Primária à Saúde". A iniciativa está sob a coordenação de Andréa Silvestre de Sousa, que é pesquisadora do INI/Fiocruz.
O curso é parte de um grande processo de capacitação voltado a esses profissionais envolvidos na vigilância e no cuidado de pessoas com doenças transmissíveis nos locais elencados pelo CUIDA Chagas. Ele é formado por três módulos, cujos focos são vigilância e monitoramento, teste rápido e gestão do cuidado para pessoas com doença de Chagas. Com a formação, a ideia é alcançar todos os profissionais da APS nos cinco municípios.
Vale sempre destacar que a doença de Chagas tem cura e, quanto mais precoce for o diagnóstico e o quanto antes for iniciado o tratamento, maiores serão as chances de efetividade do tratamento.
O Campus Virtual Fiocruz é parceiro na capacitação, promovendo esta oferta por meio de seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle), o que fomenta, além de grande potencial para a formação profissional em serviço, o alcance e a formação em larga escala. O CVF permite a criação de Ambiente Virtual de Aprendizagem customizável, o gerenciamento descentralizado por parte do ofertante e o suporte para atendimento aos alunos e docentes, garantindo atendimento qualificado e preciso.
CUIDA Chagas
O projeto CUIDA Chagas é uma iniciativa internacional inovadora que tem como principal objetivo a eliminação da transmissão vertical da doença de Chagas na América Latina. A ideia é consolidar modelos de implementação para a doença de Chagas que poderão ser replicados em diferentes contextos geográficos e epidemiológicos, utilizando uma abordagem abrangente de testar, tratar e cuidar que será integrada à atenção primária e à saúde materno-infantil, e incluirá, entre outros, serviços de aconselhamento; uso de TR para triagem, de modo a agilizar o processo de diagnóstico de doença crônica; uso de biologia molecular para facilitar o diagnóstico precoce de doenças crônicas em recém-nascidos e oferta de tratamento antiparasitário.
Atualmente, o CUIDA Chagas atua nos cinco municípios já citados; que foram selecionados pelo Ministério da Saúde de acordo com as prioridades de saúde pública e considerando diversidade geográfica e epidemiológica.