Com a proposta de discutir a relevância das fontes documentais para a pesquisa em hanseníase, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em parceria com o Departamento de Arquivo e Documentação (DAD) e com a Biblioteca de História das Ciências e da Saúde (BHCS), promove, no dia 19 de abril, a mesa-redonda 'História da hanseníase: fontes históricas e patrimônio documental'. O evento será online, transmitido pelo canal da COC no Youtube, a partir das 14h.
Participarão do debate o doutor em Ciências Sociais e diretor nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Tiago Pereira da Silva Flores, e a doutora em História Social e pesquisadora do Instituto de Saúde (IS) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Yara Nogueira Monteiro.
O evento contará ainda com o lançamento da Vitrine do Conhecimento 'História da Hanseníase', espaço de divulgação de fontes de pesquisa sobre aspectos históricos e sociais da doença, como artigos, depoimentos, fotografias ou vídeos. Parte integrante da Biblioteca Virtual em Saúde – História e Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde, a iniciativa almeja ser a instância de convergência para organização, valorização e divulgação de fontes de informação a respeito da história da hanseníase, priorizando conteúdos em acesso aberto.
Confira aqui a programação do evento.
Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde
Com vistas a combater o preconceito e promover uma atenção mais inclusiva, humanizada, interseccional e não discriminatória a grupos ou indivíduos acometidos por doenças nos serviços de saúde, incluindo a hanseníase, o Campus Virtual Fiocruz reforça o lançamento do curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, importante instrumento para qualificação de profissionais da saúde para a melhoria do acolhimento a estes grupos. As inscrições seguem abertas para os interessados no assunto.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico Hanseníase, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, edição especial divulgada em janeiro de 2023, de 2017 a 2021, foram diagnosticados no Brasil 119.698 casos novos de hanseníase. Causada pela exposição ao Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, o que acarreta todo o preconceito da sociedade perante o diagn[ostico da doença, que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele, e ainda persiste como problema de saúde pública no Brasil.
A elaboração do curso nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções sócio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
O curso é voltado a trabalhadores e trabalhadoras da saúde, estudantes, mas aberto a todos os interessados na temática, e foi organizado em 3 macrotemas — Bases conceituais; Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas: normas e legislações; e Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação —, 5 módulos e 17 aulas. A formação é online, gratuita, autoinstrucional e certifica os participantes inscritos que realizem avaliação com obtenção de nota maior ou igual a 7.
A formação é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Conheça a organização do curso e temas tratados:
Bases conceituais:
Módulo 1 - Bases conceituais
Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas - Normas e legislações:
Módulo 2 - Estigmas relacionados a algumas doenças
Módulo 3 - Estigmas relacionados a práticas ou comportamentos
Módulo 4 - Estigmas relacionados a condições específicas
Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação
Módulo 5 - Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação nos serviços de saúde
Conheça o curso Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde:
*Com informações da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), do Boletim Epidemiológico de Hanseníase - Número Especial | Jan.2023 (Ministério da Saúde), e Isabela Schincariol (CVF).