Novas plataformas de conhecimento e aprendizagem em rede

Home Novas plataformas de conhecimento e aprendizagem em rede
Voltar

Publicação : 23 DE SETEMBRO DE 2016

Autor(es) : Ana Cristina da Matta Furniel

Novas plataformas de conhecimento e aprendizagem em rede A vice-presidente Nísia Trindade Lima aborda potencial do Campus para responder ao anseio da comunidade acadêmica por maior articulação das ações de ensino na Fiocruz

Que fatores motivaram a criação do Campus Virtual Fiocruz?
Nísia Trindade Lima:
Desde 1908, a Fiocruz organiza e realiza cursos para formar pesquisadores, trabalhadores do sistema de saúde. Este papel foi se ampliando e teve como marcos a Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que atribuem ao Estado brasileiro a responsabilidade por formar trabalhadores e integrá-los em projetos de educação permanente. Na última década, a consolidação da Fiocruz como instituição estratégica de Estado tem demandado esforços de integração de suas mais diversas áreas de atuação.

Na Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação, temos trabalhado para fortalecer o arcabouço na área da gestão do conhecimento, da informação e da comunicação, compartilhando experiências e buscando soluções inovadoras.

De forma mais ampla, esse trabalho está calcado em nossas políticas de Acesso Aberto ao Conhecimento (instituída em 2014) e Comunicação (em fase de consulta interna para implantação), e também no Plano de Desenvolvimento Institucional e na conquista do credenciamento da Fiocruz como escola de governo.

Mais especificamente, isso se desdobra na liderança de projetos para fortalecer redes de cooperação dentro da Fiocruz e com outras instituições. E ainda no desenvolvimento de plataformas de gestão do conhecimento e da informação capazes de dar suporte às nossas políticas e a esse modelo de atuação integrada.

Conte-nos um pouco sobre o desenvolvimento do projeto e fale sobre como os seminários sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) e Educação, Saúde e Sociedade do Futuro contribuíram para este processo.
Nísia Trindade Lima: 
O Campus nasce de um conjunto de ações da VPEIC e responde as diretrizes colocadas pelo VI Congresso interno, no que se refere ao eixo Formação para o SUS, tais como modelo de aprendizagem em rede, alinhado aos princípios da educação permanente, integração de ações do ensino, abordagens educacionais inovadoras e uso de tecnologias. Internamente, o projeto resulta de um trabalho intenso que coordenamos, com ampla participação da Câmara Técnica de Ensino e a Câmara Técnica de Informação e Comunicação. Ou seja, a base do Campus Virtual Fiocruz (CVF) são as diretrizes institucionais que norteiam a formação para o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (CT&I) e o SUS e também o acesso aberto ao conhecimento científico.

Em 2015, realizamos debates importantes no campo da Educação, Comunicação e Informação, como o Seminário sobre REA e o Seminário Educação, Saúde e Sociedade do Futuro. Isto é, o próprio projeto foi gestado a partir de uma concepção de integração de iniciativas, de colaboração e participação, tal qual fizemos com a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento.

É importante ressaltar que o Campus faz parte de uma história mais ampla e de nosso engajamento no Campus Virtual da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). É um espaço independente mas que será integrado ao Campus Virtual de Saúde Pública do Brasil. Através desta parceria com a Opas e com o Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), a Fiocruz como instituição vinculada ao Ministério da Saúde tem promovido a formação de trabalhadores da saúde, tanto em seus programas de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) como no que diz respeito à atualização em diferentes campos do conhecimento e práticas. Para citar apenas um exemplo, entre vários, oferecemos o curso sobre manejo clínico de zika, em parceria com a Opas, a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e a Fiocruz Mato Grosso do Sul, permitindo que, além dos brasileiros, trabalhadores de outros países da América Latina e do Caribe tenham acesso a essa formação.

Quais as principais contribuições do Campus como projeto estratégico da Fiocruz?
Nísia Trindade Lima: 
Como principal instituição não universitária de formação de recursos humanos para o Sistema de CT&I e o SUS, a Fiocruz necessitava de uma plataforma única para disponibilizar toda a sua oferta a serviço à sociedade. Esta plataforma é o Campus Virtual Fiocruz, um ambiente de integração do ensino aliado a ações mais amplas na área de educação. Temos buscado esta integração de várias formas. Exemplo disso é o compartilhamento de disciplinas.

O Campus vem responder ao anseio da nossa comunidade acadêmica por maior articulação, ao mesmo tempo em que estreitamos o relacionamento com nossos parceiros e que geramos e difundimos conhecimento para a sociedade.

Certamente, essa nova organização e dinâmica de uso, compartilhamento e reuso das informações contribuirá para maior visibilidade das ações educacionais da Fiocruz, assim como estimulará novas formas de gerar conhecimento, que podem potencializar nossa capacidade de inovar.

Quais os destaques do Campus Virtual Fiocruz?
Nísia Trindade Lima: 
Atualmente, além da grande procura por programas e cursos oferecidos pela Fiocruz – atualização, especialização, mestrado, doutorado – há bastante interesse em informações sobre nossas atividades de ensino e nossos recursos educacionais.

Outro aspecto importante é o uso das novas tecnologias para dar seguimento a uma tradição centenária na nossa instituição. Ou seja: a Fundação vem cumprindo seu papel de formar recursos altamente qualificados, mas sem perder de vista as transformações pelas quais a sociedade contemporânea passa – seja em termos tecnológicos como de novos modelos de cooperação.

No Seminário Educação, Saúde e Sociedade do Futuro, realizado em 2015, e essa aspiração por uma integração das diversas vertentes educacionais da Fiocruz estava colocada. Houve uma discussão muito importante sobre como as tecnologias de informação, comunicação e educação podem ser direcionadas para uma visão mais democrática de sociedade.

Destaco também o papel da Fiocruz na divulgação científica, lembrando que recebemos o Prêmio José Reis de Divulgação Científica pelo nosso trabalho em 2015.

O Campus é nossa contribuição para: a integração das ações de ensino; o fortalecimento de parcerias em nível internacional (dando visibilidade e promovendo uma cooperação entre instituições educacionais); e para o desenvolvimento de recursos educacionais abertos, tanto através de cursos Fiocruz, quanto através dos cursos promovidos para o PROVAB/Mais médicos, através do importante papel que a Fiocruz cumpre como Secretaria Executiva da UNA-SUS, e com as diversas parcerias entre as redes que participamos. Ou seja, estamos congregando o histórico de mais de um século de acúmulo voltado para a saúde, a ciência e a educação a novas experiências.

E devo destacar para finalizar as Plataformas de vídeo-aulas, a integração das informações sobre os cursos, disciplinas, programas, num ambiente único, e o novo espaço no ARCA, nosso repositório institucional, específico para recursos educacionais produzidos na Fiocruz, pelos seus docentes. O repositório será mantido dentro do sistema de repositórios, responsabilidade do ICICT.

Assista ao vídeo: a vice-presidente Nísia Trindade Lima comenta a integração das ações de Ensino, Informação e Comunicação

Mais Entrevistas