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Publicado em 11/08/2023
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Sextas fala sobre as trajetórias e fases da vida de uma mulher

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz um poema do segundo livro que será publicado por Debora Reis, que é pedagoga e trabalha na Universidade de Santa Teresinha. "O que não foi dito - e a poesia ainda é protesto" reúne poesias sobre a condição do ser humano e, sobretudo, da mulher, na vida cotidiana de um mundo ferido pelo seu aspecto mais brutal: a perda da humanização nas relações objetivas e  intersubjetivas. Essa desumanização é algo visto dentro das poesias de maneira ampla, porém, sobretudo no discurso. É a palavra que reivindica tanto a crítica sobre um mundo cruel, individualista, patriarcal tanto quanto é o lugar da resistência. O que não foi dito é a palavra engasgada, que se coloca na ponta da língua, mas morre na matéria por ser interditada, suprimida. No livro, assim, há a liberdade do rompimento do medo de dizer, e por isso, é um protesto.

A obra está sendo construída ainda, a partir da reinvenção da própria autora, que anda se autorizando falar após a histeria, reivindicada no primeiro livro "Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher", que estabelece um marco temporal não só sobre sua história inicial como poeta, mas também sobre sua trajetória como mulher e fases que marcaram a sua vida, indo dos relacionamentos amorosos aos casamentos, divórcio e maternidade.

Pode-se dizer que o livro se trata de uma continuação da sua primeira obra, entretanto, a solidez das poesias se apresenta demarcando uma nova fase da poeta.