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Tópicos de Saúde Coletiva - 2023

Unidade/ofertante: Instituto Leônidas & Maria DeaneIA Telefone: (92) 3621-2357/2375/2420 Email: posgrad.ilmd@fiocruz.br
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Sobre o curso

Considerando que temos um território específico na região Amazônica. A região possui uma grande diversidade de povos, línguas, culturas e cosmologias, portanto traz uma riqueza de possibilidades de leituras, interpretação e análises sobre os territórios. Além disso, as fronteiras tanto físicas como culturais se fazem nos desenhos e modelagens sócio-políticas. Desse modo, entendemos que é muito pertinente que a saúde coletiva discuta o território, as políticas para esse lugar e as diferentes abordagens, que se constituíram historicamente. As diferenças geográficas não podem ser negadas porque marcam o lugar, mas também não podemos esquecer a construção da territorialidade como um processo social. O território como lugar existencial compromete o observador no engajamento. O território existencial é um processo construtivo e requer um cultivo constante. O observador é um aprendiz que se envolve no território existencial. O campo, seja estranho (distante) ou familiar (próximo), precisa ser cultivado no que se refere à receptividade. A atitude do observador-aprendiz é de saber-com, pois acompanha e aprende com os eventos que ocorrem no território. O território existencial na gestão da saúde é um espaço da experiência do próprio observador, que é chamado a analisar e descrever um espaço familiar, compartilhado com outros sujeitos que também agem e atuam na gestão da saúde. O território existencial é o espaço de encontro de sujeitos que vivenciam experiências semelhantes e similares, mas que no momento da pesquisa se distanciam metodologicamente e teoricamente. Os estudos na e sobre a Amazônia no campo da saúde tem uma forte caracterização na presença de endemias e na falta de infraestrutura de serviços. Quando olhamos para a área rural e ribeirinha a ênfase recai para incipiência ou da inexistência de serviços, de gestão e de profissionais, como um lugar de ausência das políticas públicas. Assim, o território da Amazônia passa por uma naturalização das ausências, como se fosse intrínseco ao lugar. A produção das ausências faz parte de um processo de colonização que considera que o universal só cabe no pensamento ocidental moderno. O reconhecimento ou a visibilidade da história, ecossistemas, tradições e culturas do território cria as condições de possibilidade para a inovação de práticas tecnoassistenciais e a valorização de conhecimentos que promovem um outra diálogo entre a sociedade e a cultura (Schweickardt et al., 2020). Assim, construímos uma ideia de território líquido que contempla tanto a identidade cultural e social da população ribeirinha como as características físicas naturais da região que está associada à várzea, mas que também se aplica à diferentes lugares da região amazônica. O “líquido” tem nos remete ao fluído, movimento, a algo que conecta as pessoas e a vida. Assim, entendemos que território líquido não se restringe ao lugar físico, mas carrega um conjunto relações simbólicas e culturais que se traduzem nos modos de vida e na memória da população. Notamos que para a população ribeirinha, as águas fazem parte das histórias e experiências da vida cotidiana, seja no trabalho, lazer e nos vários caminhos que se fazem ao percorrer o território. O conceito de líquido se refere a uma realidade concreta, que trata de uma prática social. Estamos tratando do líquido como uma realidade concreta e material, que une as pessoas, que conecta as realidades, que tem um tempo e mescla as histórias das pessoas com as histórias dos lugares. O ciclo das águas (enchente, cheia, vazante, seca) mexe com a vida da população, altera os fluxos e altera os caminhos. Entendemos que a Amazônia se apresenta como cenário ideal para o pensamento e para a efetivação do princípio da equidade do SUS, como um espaço do exercício da inovação. O discurso de que tudo é diferente e marcado por “distâncias geográficas” que são barreiras a qualquer política, pode fazer da região um lugar exótico e de limitada possibilidade da presença do Estado. Por isso, o longe e o distante é muito mais um lugar onde políticas públicas não chegam do que espaço de isolamento geográfico. Para esse lugar é preciso, portanto, invenção e inovação.

Curso de atualização em Tópicos de Saúde Coletiva


Público-alvo: alunos de graduação, pós-graduação, profissionais e gestores de saúde que atuam na Região Amazônica.

Carga horária: 50 horas

Período do curso: junho a agosto de 2023

Coordenador: Dr. Julio Cesar Schweickardt (ILMD/Fiocruz Amazônia)

Nº de vagas: 500
 
O curso deverá ser fundamentado em metodologia de vídeo aulas, sendo o processo de aprendizagem autoinstrucional. Será disponibilizado um contato para as dúvidas, que serão respondidas pelos docentes responsáveis e pela coordenação do curso. Além disso, será disponibilizado uma bibliografia básica para cada conteúdo. Os vídeos estão disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) destinado ao curso, que estará dividido em 6 módulos:
  1. Saúde Coletiva e seus princípios
  2. Vigilância nos territórios e nas fronteiras
  3. Políticas públicas de saúde
  4. Território e saúde na Amazônia
  5. Interculturalidade no cuidado em saúde
  6. Metodologias não extrativistas
As vídeoaulas serão liberadas nas sextas-feiras, conforme cronograma.
 
Inscrição: o candidato deverá preencher TODOS os campos do formulário de inscrição pois será necessário avaliar se atende aos requisitos do curso.

Antes de se inscrever, verifique se seu cadastro está atualizado em Acesso Fiocruz ou no UNA-SUS.