Para os Yanomami, "urihi", a terra-floresta, não é um mero espaço inerte de exploração econômica (o que chamamos de “natureza”). Trata-se de uma entidade viva, inserida numa complexa dinâmica cosmológica de intercâmbios entre humanos e não humanos. Como tal, se encontra hoje ameaçada pela predação de invasores, garimpeiros e madeireiros, resultado da conivência e incentivo do então governo brasileiro. As cenas dos Yanomamis doentes, em que pelo menos 570 crianças foram mortas pela contaminação de mercúrio ou desnutrição grave é chocante.
Com isso, o Sextas de Poesia faz uma homenagem esta semana ao povo Yanomami, com a música de Milton Nascimento e Fernando Brant “Yanomani e Nós”, que é um canto de dor, um lamento e também uma esperança: “A dor vai nos unir, O fim da dor começa é assim”. Que o amor chegue pra ficar e as casas-família voltem a sorrir.