Diretor do Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (ITM) na Bélgica, Marc-Alain Widdowson visitou a Fiocruz, em 8/8, para falar sobre a possiblidade de cooperação internacional entre as instituições. Após uma visita aos monumentos arquitetônicos da Fundação, Marc-Alain se reuniu com a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), Cristiani Machado, e com o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), Rodrigo Correa, para entender que temas interessam às possíveis parcerias.
Bactérias e viroses: temas de estudo
Na reunião, Marc-Alain apresentou o instituto que representa e falou sobre o interesse que o ITM tem em trabalhar com a Fiocruz em áreas de pesquisa e educação relacionadas a microbactérias (como tuberculose e hanseníase,), doença de Chagas, viroses e sistemas de saúde.
Rodrigo explicou que a Fundação tem pesquisas importantes para a cooperação internacional. Um exemplo dado foi o grupo de estudos em hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) liderado por Euzenir Sarno e Milton Moraes.
Ele também citou a Rede Genômica Fiocruz, que começou com a vigilância do vírus Sars-CoV-2, da Covid-19. “A ideia é que a gente amplie esta atividade da Rede Genômica. No Rio de Janeiro, temos um laboratório muito forte em doenças respiratórias e estamos começando a utilizar a rede para o mapeamento de monkeypox. Dengue e chikungunya a gente também tem realizado monitoramento”, esclareceu o pesquisador. Rodrigo informou que a Fundação tem trabalhos relacionados a doenças bacterianas, inclusive os ligados à tuberculose.
Acordo de cooperação internacional
Para o diretor do ITM, uma possibilidade inicial de parceria é a criação de um projeto em que os dois lados entrem com 50% de investimento e desenvolvam um projeto piloto. “Existe um instrumento para colaborar que se chama de Pump Priming Project”. Rodrigo explicou que este é um modelo de parceria muito útil e que já existe na Fundação, chamado de acordo de cooperação bipartite.
Outros temas discutidos durante o encontro foram sobre projetos de controle de clima, os estudos de saúde pública e temas ligados à ciência de dados. Cristiani falou sobre a participação da Fiocruz em um hub de inteligência epidemiológica em Berlim pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “A OMS está organizando e quer ter também um hub na América Latina. Está se discutindo como a Fiocruz vai colaborar neste projeto”, complementou a vice-presidente.
Modelos de editais e possibilidades em educação
Cristiani sugeriu a Marc-Alain que as instituições celebrem o que a Fiocruz chama de Memorando de Entendimento (MOU). "O MOU será feito entre as partes com o apoio das equipes do nosso Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e da equipe do ITM, com as linhas possíveis de cooperação em Educação e Pesquisa", comentou a vice-presidente.
Nesse sentido, alguns exemplos foram a mobilidade de estudantes e docentes entre as instituições, por meio de doutorado sanduíche ou estágios de pesquisadores visitantes. Também foi apontado o aproveitamento recíproco de créditos por disciplinas cursadas nas instituições. Outro ponto citado foi a realização de webinários e seminários acadêmicos, além de possiblidade de oferta de disciplinas ou cursos feitos em parceria, como cursos internacionais de inverno/verão.
O diretor do ITM falou que também é possível trazer pessoas para desenvolver projetos na Fiocruz. “Outra possibilidade é trazer pessoas para desenvolver um projeto aqui, com um objetivo bem definido, claro”, complementou o diretor.
Reunião com outros pesquisadores nacionais
Após a reunião, a vice-presidente da Fiocruz e o diretor do Instituto da Antuérpia se reuniram com os coordenadores do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt/Capes) do qual a Fundação participa. Marc-Alain fez uma apresentação sobre o ITM-Antuérpia e os coordenadores identificaram interesses comuns (assim como possibilidades de cooperação entre as instituições) e propuseram a realização futura de um seminário conjunto.