Paul Celan, filho de judeus de língua alemã, enaltecido como um dos maiores poetas do pós-guerra, carregou e registrou em sua obra a marca do terror nazista. A desolação pela perda dos pais, mortos em um campo de extermínio do qual fugiria, trouxe até nós um texto denso, vigoroso e envolto em silêncio e dor em "Levado a casa em esquecimento".
"Suas obras revelam uma nova forma de respirar; portanto, exigem uma nova forma de ler, uma nova forma de estar no mundo. Parece ser essa a demanda legada pela obra de Celan: mudar a respiração, suspendê-la, prendê-la ante o salto ou o poema, ante a vida, libertá-la".
Assim como nos dias de Celan, atravessamos, aqui, em nossos tempos – como se algumas datas se reapresentassem, se erguessem outra vez – mais um período sombrio da história da humanidade.
O poeta que fala por aqueles que não puderam falar e também a todos que enfrentaram o desafio de dize-lo.
"Se trata sempre do começo e do final. Entre ambos está o instante", Paul Celan.