Passamos por um dos momentos mais difíceis da humanidade. São tempos de pandemia, reclusão, distanciamento, isolamento e medo. Como podemos ultrapassar propondo um olhar para o futuro sem deixar de fincar os pés no presente? A Educação, como já disse Paulo Freire, “é feita para esperançar”. Então, como podemos manter essa esperança com ações? Como reinventar nossas perspectivas mirando um mundo melhor? A resposta trazida pelo Campus Virtual Fiocruz é a poesia. Neste espírito, inauguramos hoje, 18 de dezembro, o projeto Sextas de Poesia, cujo objetivo é muito mais do compartilhar arte em belos versos e estrofes, a ideia é dividir afetos, acolhimento e esperança.
Nosso escritor e poeta de estreia é o moçambicano Mia Couto, com sua narrativa emotiva e afetuosa para resgatar a luta, a resistência e a construção de novas vidas, humanizadas. Perguntado sobre como a poesia poderia ajudar nos tempos de pandemia, em entrevista ao jornal Correio Brasiliense, Mia Couto responde que “o espaço da poesia sempre foi encontrado nos interstícios, nas fendas do muro, em contracorrente. Tudo depende, afinal, do que se entende por poesia. Se poesia constituir uma visão alternativa do mundo, e não apenas uma forma de arte, então ela terá poderes para enfrentar este mundo. Às vezes, tudo o que resta é a palavra. Essa palavra é apenas o rosto de algo que Drummond chamou de um sentimento do mundo. A poesia pode convocar o desejo de um outro mundo que seja mais nosso".
A iniciativa, de responsabilidade da Coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, busca, segunda ela, “trazer a beleza, o acolhimento da palavra, o sopro do vento nas tardes de mormaço... aos dias que a pandemia tem tornado duros, estranhos e de muita insegurança e desesperança. Portanto, é também com esse sentimento e desejo que ansiamos a esperança do futuro, com um 2021 de renovações e abraços.
Os trabalhadores e alunos da Fiocruz também podem compartilhar conosco suas sugestões de poemas, fotos ou arte para ilustrar este novo projeto.