Cursos

Descrição: 24 horas distribuídas em atividades síncronas (tempo escola) e assíncronas (tempo comunidade), contemplando atividades virtuais e presenciais junto aos territórios.

Objetivo Geral: ● Mobilizar atores sociais dos múltiplos territórios e contribuir com a sensibilização frente às desigualdades e às iniquidades em saúde; ● Contribuir com a organização comunitária na estruturação de redes solidárias frente aos impactos da crise sócio sanitária gerada pela COVID-19; ● Contribuir com a leitura da realidade nos territórios a fim de identificar demandas e contribuir com a estruturação de políticas públicas por meio da participação e controle social; ● Contribuir com a mobilização e formação das lideranças comunitárias para atuarem como Agentes Populares de Saúde nos seus territórios de moradia ou vinculação; ● Desenvolver um processo de educação popular que contribua com a estruturação da Vigilância Popular em Saúde; ● Aplicar e desenvolver metodologias de promoção e vigilância em saúde, ambiente e trabalho que contribuam na implantação de práticas de governança de políticas públicas de base territorial.

Justificativa: O Curso de Educadores do Processo de Formação de Agentes Populares de Saúde é a primeira etapa do processo de mobilização, articulação e formação para implementação da vigilância popular em saúde no enfrentamento da COVID 19. É desenvolvido pela Fiocruz Brasília em parceria com um conjunto de movimentos sociais populares, redes socio técnicas, conselhos de saúde e campanhas de solidariedade, em especial a Campanha Nós por Nós (NPN) contra o Coronavírus, desenvolvida no Distrito Federal como um braço da Campanha Nacional Periferia Viva. As consequências desencadeadas pela pandemia do coronavírus acabaram por agudizar as situações de iniquidade dos territórios, agravando assim, a desigualdade estrutural na sociedade brasileira. O desemprego, os impactos emocionais, o empobrecimento, a dificuldade de acesso à informação, somadas as questões sanitárias tem trazido uma séria crise as famílias e comunidades, em especial das regiões do campo e dos aglomerados urbanos com pouca infraestrutura. Frente a este crítico cenário, a Fiocruz Brasília tem envidado esforços para intensificar as ações de interação, diálogo e construção compartilhada com a sociedade civil, a exemplo da implementação dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis, processo que já vinda sendo desenvolvido em algumas comunidades. Assim, a perspectiva da vigilância popular em saúde e a construção de redes solidárias para o enfrentamento das situações limite impostas pela pandemia tem sido perseguidas na multiplicidade de ações e estratégias encampadas pela Fiocruz, tendo como dispositivo de potencialização das mesmas, a implementação da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primaria à Saúde (PICAPS). Neste caminho é que se inscreve a idealização e implementação deste Curso, entendo ser fundamental contribuir com as ações de promoção, prevenção e cuidado em saúde, fomentar a luta e organização popular pela garantia dos direitos da cidadania e as condições sociais básicas para o enfrentamento da pandemia, promovendo o fortalecimento dos vínculos entre comunidades e serviços de atenção básica do SUS, como também, o fundamental estímulo ás redes solidárias locais. Além da campanha situada, merecem destaque também, as seguintes entidades e organizações parceiras desta iniciativa: Levante Popular da Juventude, Família Hip Hop, Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - MTD, Coletivo de Saúde Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Terra - MST, Rede de Médicas e Médicos Populares, Movimento Popular de Moradia do DF - Amora e DCE-UnB, Movimento dos Trabalhadores Trabalhadoras Rurais, Grupo de Trabalho de Educação Popular e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Rede Unida DF, Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de EPS (ANEPS), Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES). A gestão do curso é desenvolvida por sua Comissão Político Pedagógica, composta por técnicos da Fiocruz Brasília e representantes das entidades e coletivos anteriormente citados. Compreendendo o potencial dos educadores participantes desta primeira etapa, espera-se que estes se tornem os implementadores da formação de Agentes Populares de Saúde nos seus respectivos territórios, que se configura na 2ª etapa deste processo formativo, contribuindo assim, com o desenvolvimento de respostas coletivas e comunitárias, somando esforços às equipes de saúde e Agentes Comunitários de Saúde, integrando diferentes áreas e núcleos de saberes no enfrentamento à pandemia de COVID-19.