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Publicado em 20/03/2017

Colóquio discute a formação em saúde pública na América Latina

Desde 2014, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) desenvolve diferentes tipos de cooperações com instituições formadoras em saúde pública de Cuba, para fortalecer a capacidade de governança dos sistemas de saúde de ambos os países. Como fruto dessa relação, a Ensp realizou, em 2015, o 1º Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública. No ano seguinte, foi a vez de Cuba sediar a segunda edição do evento.

Para 2017, a Escola prepara um encontro mais abrangente, intitulado 1º Colóquio Latino-Americano de Formação em Saúde Pública, cujo principal objetivo é possibilitar o intercâmbio de experiências exitosas de formação em saúde pública. A ideia é estreitar o diálogo e o crescimento conjunto de instituições-chave do Brasil e de Cuba, que cotidianamente enfrentam o desafio de qualificar recursos humanos para seus sistemas de saúde. O evento acontecerá de 8/5 a 10/5 na Ensp.

1º Colóquio Latino-Americano e o 3º Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública tiveram suas bases definidas no encontro de 2016. Decidiu-se, então, que a perspectiva do evento deveria ser mais abrangente: além de facilitar o diálogo entre instituições brasileiras e cubanas, é importante também incorporar experiências de outras instituições latino-americanas, responsáveis pela formação e qualificação de quadros estratégicos para os sistemas de saúde da região. Para isso, estarão presentes professores, dirigentes e alunos de instituições formadoras de diversos países latino-americanos discutindo oportunidades e desafios para aprimorar a governança e a gestão dos serviços, programas e sistemas de saúde regionais.

As inscrições são gratuitas, porém limitadas. Para se inscrever, basta acessar o link, disponível abaixo, e preencher o formulário on-line.

Formulário de inscrição 

Programação preliminar


Histórico: saiba mais sobre o Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública

A primeira edição do Colóquio Brasil-Cuba aconteceu em dezembro de 2015 na Ensp e reuniu, além de alunos, dirigentes e integrantes das três instituições participantes: a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba e o Instituto Nacional de Higiene Epidemiologia e Microbiologia. O encontro uniu centros formadores de saúde pública dos dois países como uma estratégia fundamental para reforçar a formação dos profissionais e dar passos concretos para elaboração de acordos que perpassam todas as áreas da saúde pública. As ações de cooperação entre os países, tanto no campo da formação como na área de serviços ou no intercâmbio de profissionais, também ficaram mais fortalecidas. 

Já a segunda edição do encontro foi realizada em Havana, Cuba, em setembro de 2016, e reuniu escolas e institutos de saúde pública dos dois países para discutir os desafios e estratégias tendo em vista o aperfeiçoamento da formação em saúde. No segundo ano, a novidade foi a associação do colóquio ao Programa de Estágio Internacional dos alunos de Residência da Ensp, o que resultou na participação ativa dos alunos durante o evento. Eles apresentaram seus respectivos programas de formação no Brasil; discutiram os desafios da internacionalização com alunos e professores de instituições cubanas, assim como abordaram as peculiaridades da formação em serviços nos dois países.

Fonte: Ensp/Fiocruz

Publicado em 20/02/2017

Fiocruz e Hospital Sírio-Libanês lançam especialização em Gestão Hospitalar

O Hospital Sírio Libanês (HSL) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançaram, em parceria, uma especialização em Gestão Hospitalar. O curso é voltado para servidores que tenham interesse ou façam interface com a gestão clínica ou que estejam exercendo cargo de chefia (DAS e FG), e que sejam vinculados ao Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e ao Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A ação compõe o Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG) e está inserida no conjunto de iniciativas de formação e implementação de projetos que já vêm sendo desenvolvidos nos dois institutos com foco na melhoria dos processos de gestão hospitalar. A divulgação do curso e destinação das vagas, portanto, ocorreu especificamente nas duas unidades.

A aula inaugural aconteceu no dia 14/2 (terça-feira), no hotel Windsor Flórida, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou da mesa de abertura. Segundo ela, em momentos de crise, em vez de reduzir a cooperação, é fundamental realizar ações como esta parceria para fortalecer as instituições. Nísia lembrou a tradição da Fiocruz em oferecer cursos de gestão hospitalar, destacando a importância de incorporar essa experiência à agenda da Escola Corporativa. A presidente sinalizou também a intenção de dar continuidade à parceria, pensando outras ações além da gestão hospitalar, fazendo com que a experiência adquirida não fique circunscrita somente aos limites da Fundação. 

Já o diretor do IFF/Fiocruz, Carlos Maciel, afirmou que o curso vem se somar ao processo de fortalecimento e constituição dos Institutos Nacionais. “Não é uma Portaria que transformará os nossos institutos, e sim a força do nosso trabalho”, disse. O diretor do INI/Fiocruz, Alejandro Hasslocher, também enfatizou que o curso surge como uma possibilidade para introduzir os servidores da área de gestão na prática do trabalho em conjunto, com atores "azeitados e falando a mesma linguagem". “Poderemos ter um grupo homogêneo trabalhando em linhas bem definidas”, afirmou.

O chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, enalteceu o trabalho da Escola Corporativa na condução do trabalho de apoio e desenvolvimento da estrutura do curso realizado em conjunto com o Hospital Sírio-Libanês. “A tarefa de fazer gestão hospitalar e enfrentar adversidades só será superada com muita parceria e esse curso de especialização é uma parte estratégica dessa parceria”. 

Para o diretor de Estratégias e Projetos do HSL, Rogério Caiuby, a especialização é uma oportunidade para a troca de conhecimentos que visa reforçar o modelo de gestão da Fiocruz. Ele salientou que poucas organizações conseguem oferecer iniciativas como esta para um grande grupo de colaboradores, e que os encontros serão momentos propícios para formar uma rede envolvendo os gestores dos institutos. A superintendente de Ensino do HSL, Gislene Eimantas, falou sobre o caráter colaborativo entre as instituições, lembrando que os módulos foram feitos sob demanda para atender à realidade da gestão institucional da Fiocruz. 

Desafios do SUS 

Após o encerramento da mesa de abertura, os alunos participaram da primeira atividade oficial acadêmica do curso: uma mesa de diálogo sobre o tema ‘Desafios e perspectivas do SUS’. A mesa contou com a participação da pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Isabela Soares Santos e da professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Maria Malik.  

Isabela fez uma análise do modelo de saúde pública sobre uma perspectiva histórica. Ela partiu da instituição do Código Tributário Nacional, em 1966, quando foi definida a isenção de IR para a área de saúde, até ações recentes que acabam por enfraquecer o Sistema. A pesquisadora elencou motivos para que se mantenha o Sistema Único de Saúde (SUS) com caráter público e disse que o desafio é “tornar real o SUS que ainda é constitucional”.

Ana Maria iniciou sua apresentação ressaltando a impossibilidade de comparar o SUS com outros sistemas de saúde públicos internacionais. A professora apresentou alguns dados percentuais de utilização do SUS pela população brasileira, que, segundo ela, chegam a 90% — sendo que 29% usam exclusivamente o SUS, 62% utilizam o sistema somado a outra modalidade de acesso a serviços de saúde, e apenas 9% da população não se enquadram em nenhuma categoria de usuário do Sistema. Entre os desafios a serem enfrentados pelo SUS, Ana Maria listou a redução das desigualdades, o aumento do financiamento, o aprimoramento do pacto interfederativo, a qualificação de formação de pessoal e o reforço na estrutura das respostas à população. 

O curso 

O curso de especialização em Gestão Hospitalar Fiocruz-HSL se divide em módulos presenciais, à distância e fóruns de discussão, totalizando 360 horas. As aulas presencias acontecem três vezes ao mês, com carga horária de 30 horas, totalizando dez meses (de março a dezembro). As atividades a distância e os fóruns serão realizados por meio de plataforma de EAD e somam 60 horas. A essa carga horária soma-se também mais 80 horas destinadas à redação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que deve abordar projetos alinhados às necessidades de cada Instituto. 

Duas turmas de 30 alunos serão formadas. O participante poderá ter acesso aos conteúdos administrativos ou assistências, de forma mais aprofundada, dependendo da sua área de atuação.

Fonte: Comunicação Social da Diretoria de Recurso Humanos da Fiocruz | Foto: Juana Portugal (Ascom/INI)

Publicado em 08/02/2017

Atraso e destruição na formação de nível médio

Em seu primeiro número de 2017, a revista Trabalho, Educação e Saúde (REVTES) traz o editorial Um novo cenário de atraso e destruição na formação de nível médio no Brasil, assinado pelas três editoras científicas do periódico - que é uma publicação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). As três professoras-pesquisadoras – Carla Martins, Angélica Fonseca e Marcela Pronko – se posicionam categoricamente contra a denominada “MP do Nível Médio” (Medida Provisória 746), afirmando, que se trata de “um retrocesso na configuração das políticas públicas de educação e saúde no Brasil” e, em consequência, do campo da formação em saúde, tema central da linha editorial da revista.

Entre os pontos que merecem atenção nesta Medida Provisória, as autoras destacam: "a fragmentação de parte do que hoje compõe a formação em ´itinerários formativos´ (cf. caput do artigo 36); a vulnerabilidade dos educandos diante da submissão de parte significativa da carga horária às necessidades imediatas e voláteis do mercado e até mesmo diante da exploração como mão de obra desregulamentada (cf. parágrafo 17 do artigo 36); a desobrigação do oferecimento, pela totalidade das unidades escolares componentes da rede pública, do conjunto de áreas de formação (cf. parágrafo 1 do artigo 36); a limitação da carga horária da Base Nacional Comum Curricular (cf. parágrafo 6 do artigo 36) a apenas 1.200 horas; e o rebaixamento dos requisitos profissionais mínimos para o exercício do magistério, abrindo a possibilidade de "profissionais com notório saber reconhecido" (inciso IV do artigo 61) exercerem a docência".

Neste número da revista, os leitores também podem acessar o artigo A educação profissional técnica de nível médio em saúde na rede federal de educação, de Anderson e Lilian Boanafina e Mônica Wermelinger. Neste estudo, os autores analisam o atual cenário da formação de recursos humanos na área da saúde promovida por instituições federais no Brasil, apontando para um aparente descolamento entre as políticas de expansão da rede federal de educação profissional na área da saúde e as demandas do Ministério da Saúde para suprir a carência de profissionais de nível médio em saúde.

A REVTES traz, ainda, artigos sobre temas como produção do conhecimento sobre educação permanente com base em teses e dissertações, representação em conselhos tutelares, entre outros.

Acesse a Revista Trabalho, Educação e Saúde (vol. 15, n. 1)

Fonte: Paulo Guanaes (Trabalho, Educação e Saúde) | Foto: Raul Santana

 

Publicado em 17/12/2019

Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz: um novo espaço de debates e construção coletiva

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Fotos: Divulgação

A Fiocruz é uma “casa” que acolhe grandes debates em saúde. O 1º Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz é mais um exemplo de espaços de construção coletiva de políticas e ações instituicionais. O encontro foi celebrado como um marco entre os participantes, que discutiram temas como: perfil dos programas de residência, visando a formação e a valorização de estudantes, docentes, preceptores e profissionais para atuação no território; capacidade de articulação entre as diversas esferas e agentes do campo da saúde pública para combater ameaças e retrocessos no SUS; defesa e inclusão das populações vulneráveis nos processos decisórios; e a necessidade de elaborar uma Política Nacional de Residências em Saúde.

Representatividade importa

Luiz Montenegro, tutor na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (Ensp/Fiocruz) sintetizou estas questões, ao pedir a palavra no debate com o público no dia 5 de dezembro: “Precisamos ter sempre em mente os Princípios do SUS. Isso quer dizer que os processos de formação também devem ser mais inclusivos e representativos das minorias. Ou seja, a formação não pode ser colonizadora, deve ser tão diversa quanto o Brasil, que é multicultural”.

Participantes debatem matriz de competências, gestão e projeto político-pedagógico dos programas

Além da formação dos residentes, é preciso pensar nos preceptores — responsáveis por acompanhar a formação destes profissionais para que estejam aptos a atuar nos serviços públicos de saúde. Este foi um dos pontos destacados pelo professor Gideon Borges, responsável pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Trabalhador na Ensp/Fiocruz (que aguarda aprovação do Ministério da Educação).

Ele disse que, ao realizar este evento, a Fundação dá visibilidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido no Fórum de Residências em Saúde, e expande ações para articular os diversos atores envolvidos nessa modalidade. Além disso, Gideon contou que grupo de que participou sugeriu que o Seminário passe a ser um encontro permanente. Eles também propuseram que questões prioritárias para os programas sejam sistematizadas, aprofundadas e levadas para dicussão no Congresso Interno da Fiocruz.

Essa institucionalização do debate de políticas dentro e fora da Fundação também foi um ponto alto para Sophia Rosa — que em 2019 foi uma das representantes da Comissão Nacional de Residências Multiprofissionais, no Fórum Nacional de Residentes (MEC). Segundo ela, o 1º Seminário da Fiocruz é um marco. “As residências estão crescendo no país. Mais do que reconhecer a importância desta modalidade de ensino, a Fundação tem muito a contribuir para um debate amplo junto a outras instituições”, afirmou.

Quanto às oficinas, Sophia destacou a oportunidade de conhecer e trocar experiências com quem atua em outros programas para tratar das seguintes dimensões: “Pensamos juntos no perfil, na formação e na matriz de competências dos preceptores; na gestão dos programas de residência da Fiocruz; e nos aspectos político-pedagógicos dos programas".

Oficinas: campo de integração e formulação de propostas conjuntas

André Guerrero atua na Fiocruz Brasília e está à frente do Programa de Residência em Saúde Mental — a primeira da Fundação. Para ele, foi muito importante se aproximar de gestores e colegas. "Além de questões que também me desafiam, conheci outras práticas e voltei com algumas respostas. Esse encontro me fez ver que estamos no caminho certo: precisamos nos unir e trocar informações para crescermos juntos". Nas oficinas, ele participou da do grupo de gestão e contribuiu com a discussão sobre recursos. "Uma das propostas que surgiu foi a de atrelar uma meta institucional ao orçamento para as residências", contou. "Outra foi a criação de uma plataforma para organizar e integrar informações dos programas de residência", acrescentou.

Publicado em 16/12/2019

Gestores, conselheiros, profissionais e estudantes de saúde debatem os desafios das residências

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Fotos: Pedro Gonçalves (INCQS/Fiocruz)

A sessão de palestras do 1º Seminário de Residências em Saúde da Fiocruz foi aberta pela pesquisadora Adriana Aguiar, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Ela organizou o livro Preceptoria em programas de residência: ensino, pesquisa e gestão (2017), que reúne estudos sobre o trabalho dos preceptores e seu compromisso com a formação de novos residentes. Na publicação, são abordadas questões como valorização profissional, articulação das dimensões do ensino e dos serviços assistenciais e as contribuições das residências para a qualidade do cuidado, entre outras. Temas que foram debatidos no Seminário, que fomentou o diálogo e a troca de experiências entre os participantes.

A primeira palestra foi da coordenadora das Residências em Saúde na Fiocruz e de seu respectivo Fórum, Adriana Coser. Ela apresentou um perfil dos programas, mostrando sua diversidade, estrutura, organização e capilaridade. Atualmente, a Fiocruz tem 23 programas em curso e 1 já credenciado e aguardando a liberação de bolsas – com 100% de taxa de ocupação. Para 2020, a instituição aguarda o resultado de 5 novas submissões e de mais 2 novos programas em cooperação. (Conheça os cursos de residência médica e residência multiprofissional oferecidos pela Fiocruz).

Neste sentido, ela destacou a capacidade da Fiocruz para manter seus egressos, o potencial de cooperação institucional nas mais diversas esferas, e a consolidação do Fórum de Residências em Saúde. “A potência do modelo que a Fundação vem desenvolvendo não se limita à proposição de programas, mas às possibilidades de colaboração – seja do ponto de vista pedagógico, do ensino ou da pesquisa”, afirmou.

Os desafios dos gestores públicos

Já a coordenadora-Geral de Residências em Saúde do MEC, Aldira Samantha, traçou um panorama oposto quanto às taxas de ocupação das residências em nível nacional: das 63.266 vagas autorizadas, 21.553 não foram preenchidas — ou seja, 34% estão ociosas. De acordo com a gestora, o ministério ainda não dispõe de um estudo que mostre quais são os principais fatores que ocasionam esta situação. “Há médicos que sequer cogitaram a residência como uma opção, não a consideram atrativa, diante do que é oferecido pelo mercado”, disse. “E se não formarmos e qualificarmos mais e melhores profissionais no SUS e para o SUS, certamente a população terá atendimento e serviços mais precários”, alertou.

Em relação ao financiamento dos programas, ela comentou que havia uma proposta de redução de 20% do orçamento, mas que o MEC agiu para reverter a situação. “Com isso, asseguramos as bolsas para 2020”, disse Aldira. A gestora também comentou o importante papel desempenhado pelos conselhos nas diversas instâncias de saúde, lembrando que o diálogo e a integração entre os diversos atores envolvidos é cada vez mais fundamental à elaboração de programas adequados.

A palestra seguinte foi com a representante do Ministério da Saúde, Kelly Cristine do Amaral, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS). Além de dados de uma pesquisa do ministério sobre o crescimento dos programas de residência administrados pela pasta, Kelly falou sobre dificuldades relacionadas ao sistema de pagamentos de residentes (como de iniciantes e de profissionais em licença).

Ao final da apresentação, ela anunciou que o Ministério da Saúde já trabalha para lançar um novo edital, voltado à elaboração de um Programa Nacional de Preceptoria. “Inicialmente, abriremos 500 vagas e a previsão é de que as bolsas sejam oferecidas em setembro de 2020”.

Conselheiros de Saúde: controle social para resistir ao desmonte do SUS

Depois, o seminário deu voz aos conselheiros de saúde, que destacaram a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Representando o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Cosems RJ), Manoel Santos, fez uma acurada análise da conjuntura, tendo como ponto central projetos que colocam em risco o sistema público universal. “As propostas de reforma do setor de saúde se dão num momento não só de restrição de financiamento, mas de restrições de direitos. Há uma clara opção pelo ataque ao SUS, que vai sendo fragmentado. E se não resistirmos, quando a sociedade se deparar com o conjunto desse desmonte será tarde demais”.

Segundo ele, as mudanças em políticas e programas nacionais (a exemplo da Política Nacional de Atenção Básica – PNAB e da instituição do Programa Médicos pelo Brasil) têm afetado gravemente o Sistema. Para o conselheiro, o Estado tem estimulado a competição por recursos entre os diversos entes da Federação, ao mesmo tempo em que incentiva a atuação de grupos privados, e a flexibilização direitos trabalhistas. Entre as principais consequências estão a falta de acesso da população aos serviços de saúde, a fragmentação do cuidado (que visa apenas a cura da doença e não a compreensão de saúde de forma integral), a precarização do trabalho e o adoecimento também dos profissionais em campo.

Na mesma linha, Priscilla Viégas, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), disse que os modelos de formação devem estar alinhados aos projetos para a saúde, questionando: “Que SUS estamos defendendo?”. Ela também tratou de questões como as estratégias de privatização do setor de saúde, que se revelam em medidas como a extinção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a falta de abrangência do Programa Médicos pelo Brasil. “O programa contempla municípios com até 10 mil habitantes, o que quer dizer 44% dos municípios, mas apenas 6% da população. Isso quer dizer que estão de fora os grandes centros urbanos, onde estão os bolsões de pobreza. Como combater as desigualdades em saúde, assim?”, perguntou Priscilla.

Suas principais críticas foram quanto à aprovação de mudanças sem a deliberação do CNS, o que fragiliza o papel das instâncias de controle social. A conselheira destacou a suspensão das atividades da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRM), está sendo tratada como crime de responsabilidade sanitária pelo Conselho Nacional de Saúde, que tem se mobilizado para reverter o processo junto aos órgãos competentes.

Saiba o que os participantes disseram nos debates (5/12) e nas oficinas (6/12).

Publicado em 05/02/2019

Fiocruz Rondônia atua na valorização da ciência e da saúde dos povos da Amazônia

Autor(a): 
Fiocruz Rondônia

Implantada há quase dez anos, a Fiocruz Rondônia tem se dedicado ao fortalecimento da pesquisa científica, à divulgação de conhecimentos, e à formação de recursos humanos qualificados, visando aprimorar as políticas públicas de saúde, na Amazônia.

O escritório Fiocruz fica em Porto Velho e conta com nove laboratórios, que atuam em diferentes linhas de pesquisa, com foco na produção de conhecimento e soluções aos problemas de saúde humana. A equipe tem 14 pesquisadores em Saúde Pública e um especialista.

Através de programas de Pós-graduação, em colaboração com outras instituições, mais de 100 mestres e dezenas de doutores se formaram sob a orientação de professores e pesquisadores da Fiocruz Rondônia.

Recentemente, a coordenadora Geral de Pós-gradução da Fiocruz, Cristina Guilam, se reuniu com a diretoria e pesquisadores da instituição, e visitou laboratórios. Ela foi recebida pelo diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero). Na ocasião, foram apresentadas várias iniciativas da Fiocruz RO relacionadas as pesquisas em andamento, inovação e formação de recursos humanos e a criação de Programas de Pós-Graduação no estado.

Saiba mais sobre a contribuição da Fiocruz RO para a consolidação da ciência no Norte do Brasil.

Publicação : 16/10/2018

Seminário de Educação da Fiocruz (2018) - Programação

Programação completa do Seminário de Educação da Fiocruz, que acontece nos dias 18 e 19 de outubro de 2018, na Fundação Oswaldo Cruz. O evento faz parte da Semana de Educação da instituição, iniciativa da ice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz realizada entre os dias 15 e 19 de outubro de 2018.

Publicação : 11/06/2018

Resultado - Chamada de monitores do Abrascão 2018

Este documento apresenta a lista de monitores selecionados para a atuação no abrascão 2018.

Categoria do documento:

Publicado em 29/01/2018

Estudo avalia formação de agentes de combate a endemias

Todos os dias, agentes de combate às endemias (ACE) que atuam nos Programas de Saúde da Família visitam casas, terrenos baldios, indústrias e estabelecimentos comerciais, tendo como uma das missões identificar focos de doenças. Esses trabalhadores, juntamente com os agentes comunitários de saúde (ACS), são atores essenciais para o controle de uma série de arboviroses, entre elas a dengue e a febre amarela. Com uma tarefa tão importante, é de se esperar que os agentes de combate às endemias sejam altamente qualificados. Entretanto, uma pesquisa de doutorado da Fiocruz Minas mostrou que, embora existam iniciativas voltadas para a capacitação desses profissionais, não há uma política de formação de longa duração, capaz de fornecer, com consistência, toda a gama de conhecimentos que a função requer. O estudo revelou, ainda, a forma como esses trabalhadores se enxergam, se identificam e como pensam ser vistos pela sociedade.

A pesquisa se dividiu em duas etapas: análise de documentos e entrevista com os ACE. Para realizar a primeira etapa, os pesquisadores avaliaram acervos eletrônicos do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, para identificar conteúdos relacionados à formação dos agentes, entre 2001 e 2016, sendo dengue o tema enfocado. No total, 14 documentos foram analisados. A pesquisadora Janete Evangelista é a responsável pelo estudo, que é fruto de sua tese de doutorado. Segundo ela, de um modo geral, observou-se que não há uma política de formação sendo executada de forma permanente no contexto da dengue. "O que existem são ações conjunturais, insuficientes uma vez que sabemos que doenças como a dengue têm uma relação estreita com os determinantes sociais e, para combatê-las, é necessário mais que medidas pontuais”.

De acordo com Janete, a análise mostrou que o conteúdo disponibilizado privilegia o controle de vetores, sobrepondo-se a uma política de educação profissional consolidada. Além disso, percebeu-se uma preponderância de linguagem técnica e biomédica,  distante da realidade dos agentes de controle de endemias. Os documentos indicaram ainda serem atribuídas a esses profissionais atividades que exigem mais conhecimento do que vem sendo oferecido, como por exemplo orientar a população em ações de educação em saúde.

Entrevistas

A inexistência de um sistema sólido de formação profissional, constatada pela análise documental, foi confirmada por meio entrevistas com os ACE. Nesta segunda etapa do trabalho, as pesquisadoras conversaram com profissionais que atuam na prevenção e no controle da dengue no distrito de Eldorado, localizado no município de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Ao todo, foram entrevistados 30 agentes de combate às endemias, no decorrer de 2016, por meio da técnica de grupo focal, que convida os participantes a falarem de temas específicos. Trajetória de formação e identidade foram os assuntos propostos.

Durante os encontros, os entrevistados relataram que se sentem inseguros para realizar suas atividades por não contarem com um programa sistematizado e regular de qualificação. Muitos afirmaram que não receberam um curso básico introdutório e, por isso, não têm clareza sobre a prescrição mínima de suas tarefas. Boa parte deles declarou ter sido orientada de forma informal pelos próprios colegas. “Somente os trabalhadores que estão há mais tempo na função disseram ter passado por treinamento. Já os novatos relataram que o aprendizado se deu na prática cotidiana, numa espécie de ‘telefone sem fio’, em que os mais antigos repassam as informações para os mais novos”, conta Janete.

Segundo a pesquisadora, os entrevistados também afirmaram desconhecer conteúdos relacionados à dengue disponibilizados online. Relataram ainda que, no ambiente de trabalho, não têm acesso à internet. “Por conta desses relatos, um dos desdobramentos do nosso estudo será a criação de um portfólio de fontes sobre dengue e, para isso, já fizemos um levantamento dos sites do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, que abordem a temática. Compilamos os dados encontrados e, em breve, vamos disponibilizar o portfólio para que os agentes de combate às endemias possam consultar e buscar informações ”, diz.

Identidade

O estudo apontou ainda que a falta de uma formação consistente reflete na forma como os ACE se percebem e são reconhecidos. Esse fato tem impacto no processo de formação de sua identidade profissional. Pela falta de padronização de suas atividades, precário processo de integração com as equipes de saúde da família, dentre outros fatores, cada profissional forma uma imagem individual a respeito do seu trabalho. Em geral, todos apresentam baixa autoestima e desmotivação (leia mais aqui).

Para a pesquisadora, o estudo deixa claro que ações políticas mais integradas e intersetoriais podem auxiliar na legitimação das práticas e políticas de formação e trabalho dos ACE, auxiliando-os a se reconhecerem como pertencente a uma categoria profissional. “ E o mais importante: a institucionalização de uma sólida política de educação profissional direcionada ao ACE pode contribuir para um avanço significativo na prevenção e no controle da doença e vetores”, diz.

Intitulada Qualificação e educação profissional no contexto da dengue: a perspectiva dos agentes de combate às endemias, a pesquisa teve orientação de Virgínia Schall (in memorian) e Denise Nacif Pimenta. O estudo deu origem a dois artigos, um deles já publicado e disponível aqui.

Fonte: Fiocruz Minas | Foto: Raul Santana

Publicado em 24/08/2017

Fiocruz cria fórum para fortalecer os programas de residências em saúde

Com os inúmeros desafios para consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), é cada vez mais importante investir permanentemente nos processos que visam a qualificação de futuros profissionais. Segundo Adriana Coser, assessora da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), os cursos de graduação na área de saúde ainda adotam um modelo que valoriza uma dimensão tradicional, mais voltada a questões médicas, hospitalares e biológicas, com pouco ou quase nenhum reconhecimento de questões sociais, subjetividade dos indivíduos, dentre outros aspectos. "Identificamos esta fragilidade no incentivo a articulação junto à rede de atenção do SUS, principalmente nos programas de residência médica. Muitas vezes isso resulta da própria desarticulação da instituição formadora e dos serviços de saúde", afirma. Além disso, ela destaca outros dois desafios nos processos de formação: a baixa apropriação de tecnologias educacionais, assim como a pouca valorização das estratégias de formação permanente de preceptores no SUS.

Buscando soluções para enfrentar estas questões, a VPEIC/Fiocruz ouviu os representantes das diversas unidades institucionais, que resultou na constituição do Fórum dos Programas de Residências em Saúde, em junho deste ano. Desde então, o grupo, que é composto pelos coordenadores dos programas de residências, tem se reunido mensalmente para pensar em propostas comuns. "Abrimos um espaço coletivo de educação permanente para que os participantes identifiquem desafios comuns, troquem experiências, proponham iniciativas, atividades e instrumentos de qualificação permanente dos programas. Queremos promover a articulação das ofertas educacionais no âmbito de cada programa, sempre priorizando a formação para o SUS", conta a coordenadora.

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