O Campus Virtual Fiocruz, em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e o apoio do Ministério da Educação, lança hoje o curso, online e gratuito, Introdução a Uma Só Saúde. A nova formação é para quem busca uma visão transdisciplinar e multissetorial integrada e ampla sobre a saúde. Com conteúdo autoinstrucional, o curso propõe uma abordagem inovadora para entender a saúde como um todo — conectando saúde humana, animal e ambiental em um único ecossistema interligado. A formação apresenta 9 aulas, divididas em 2 módulos, que somam 30h de carga horária. A ideia é que profissionais e estudantes de qualquer formação envolvidos nas áreas da saúde humana, animal e ambiente do Brasil e de outros países aprimorem seus conhecimentos, compreendendo de forma mais abrangente as ameaças à saúde pública que estão nessa interface.
O curso aborda implicações reais das interações entre humanos, animais e meio ambiente. Assim, é um espaço de aprendizagem para entender e se capacitar para agir frente a problemas complexos que exigem cooperação e inovação de diversas áreas. Ele foi elaborado com diferentes recursos educacionais, estudos de caso e discussões para apresentar uma abordagem, apesar de introdutória, verdadeiramente transformadora. Não perca a chance de se preparar para os desafios globais de saúde!
Cooperação local-global para o enfrentamento de desafios emergentes e reemergentes
A abordagem Uma Só Saúde propõe e incentiva a comunicação, cooperação, coordenação e colaboração entre diferentes disciplinas, profissionais, instituições e setores para fornecer soluções de maneira mais abrangente e efetiva. Essa abordagem favorece a cooperação, desde o nível local até o global, para enfrentar desafios emergentes e reemergentes, como pandemias, resistência antimicrobiana, mudanças climáticas e outras ameaças à saúde. Assim, a abordagem de ‘Uma Só Saúde’ transcende fronteiras disciplinares, setoriais e geográficas, buscando soluções sustentáveis e integradas para promover a saúde dos seres humanos, animais domésticos e silvestres, vegetais e do ambiente mais amplo, incluindo ecossistemas.
A coordenadora acadêmia da formação, Marilia Santini, que é pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) apontou que a estratégia Uma Só Saúde é uma ferramenta muito importante para aumentar a capacidade de prever, detectar precocemente e responder a eventos que afetam ou podem vir afetar as condições de vida no nosso planeta. "O curso contribuirá para a disseminação de informação entre os diversos profissionais, estudantes e interessados de modo geral sobre o tema, sendo oportunamente lançado logo após a implementação do Comitê Interministerial Uma Só Saúde. Foi um grata experiência desenvolver este curso com a equipe do Campus Virtual e com Cristina Schneider, que tem uma carreira dedicada a essa temática, além de ser uma ótima parceira e grande amiga", comentou Marilia.
A medica veterinária e epidemióloga ligada ao Departamento de Saúde Global Universidade de Georgetown, e colaboradora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Iesc/UFRJ), Cristina Schneider, que divide a coordenação do curso com Marilia, explicou que pensar com a abordagem de Uma Só Saúde é entender que estamos todos interconectados neste planeta: pessoas em diferentes partes do mundo, animais, plantas... somos todos partes de um ecossistema. Segundo ela, com os desafios do mundo atual, a necessidade das diferentes disciplinas e setores colaborarem ficou evidente. Este curso introdutório apresenta conceitos básicos, exemplos e iniciativas atuais que norteiam a aplicação de tal abordagem; sendo recomendado para profissionais de diferentes disciplinas que atuam nos diversos níveis, tanto na área da saúde pública como animal e meio ambiente. Vamos trabalhar juntos para um mundo melhor para todos!".
Pela primeira vez neste ano, o Brasil comemorou o Dia Nacional da Saúde Única, celebrado em 3 de novembro. A data foi instituida por meio da lei nº 14.792, em janeiro de 2024. A coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, complementou dizendo que a construção dessa formação foi bastante desafiadora para as equipes envolvidas no seu desenvolvimento, pois, segundo ela, "trata-se de um tema multidisciplinar, com a ideia de oferecer um conteúdo introdutório, levando aos interessados alguns conceitos importantes, além de apresentar documentos norteadores para as políticas públicas da área e discussões em diferentes fóruns. Para tanto, contamos com o apoio e participação de pesquisadores da Fiocruz de diversas unidades, além de colaboradores de outras instituições de ensino nessa produção, que será a base para um segundo curso futuro, mais amplo e estruturado.
Conheça a organização e estrutura do curso Introdução a Uma Só Saúde e inscreva-se:
Módulo 1 : Contexto, definições e exemplos da abordagem Uma Só Saúde
Módulo 2: A Implementação da abordagem Uma Só Saúde para melhores resultados em saúde pública
#ParaTodosVerem Banner com fundo claro, no centro três figuras ilustrativas, uma árvore no centro, no lado direito um homem, no lado esquerdo um animal com quatro patas e rabo, embaixo está escrito: Curso Introdução a Uma Só Saúde. Inscrições abertas.
Estão abertas, até 24 de janeiro de 2025, as inscrições para o curso de atualização em Oficinas Clínicas do Cuidado: Narrativas e (Re) Construção de Sentidos para o Trabalho em Saúde.
O procedimento de inscrição requer dois momentos: primeiro, o preenchimento do formulário eletrônico e, posteriormente, o envio de toda a documentação exigida. A inscrição e o envio da documentação de inscrição, via correio eletrônico, deverão ser efetuadas impreterivelmente até às 16h (horário de Brasília) do dia 24 de janeiro de 2025.
O curso se destina aos profissionais de saúde ou áreas afins, de nível superior, que atuem em funções assistenciais ou gerenciais em unidades de saúde do SUS, ou que exerçam funções de cuidado em outros serviços públicos. São ofertadas 44 vagas.
Com carga horária total de 96 horas trabalhadas por via remota, através da plataforma digital Zoom, o curso será ministrado semanalmente, às terças-feiras, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
A atividade tem como objetivo contribuir com a compreensão e (re)construção de sentidos acerca das questões ligadas à dimensão (inter)subjetiva do trabalho em saúde e da produção do cuidado. Através do desenvolvimento de oficinas clínicas psicossociológicas, apoiadas em processos grupais e na utilização de casos como dispositivos de intervenção nos processos de trabalho em saúde, o curso visa favorecer a discussão das experiências do cotidiano assistencial. A ideia é incentivar o reconhecimento e a elaboração dos diferentes elementos que envolvem a cena clínica e influenciam, de diversas maneiras, a relação com os pacientes e os colegas, bem como o resultado terapêutico.
Os Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde desta quarta-feira, 13 de novembro, vão discutir Saúde global, inovação e produção global. E, para isso, o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), que organiza quinzenalmente o webinário, convidou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics) do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, para participar. Ex-coordenador do Centro de Estudos Estratégicos Antonio Ivo de Carvalho (CEE/Fiocruz), Gadelha abordará a Produção local para a saúde: perspectivas do Brasil, Brics e G20. O seminário começa às 10h e terá transmissão simultânea em português, espanhol e inglês.
Mediado pela professora e pesquisadora Claudia Chamas e pelo pesquisador Bernardo Cesario, ambos da Fiocruz, o seminário traz outros participantes importantes, como o professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Vitor Ido, que falará sobre Desafios para o acesso: debates internacionais.
A diretora-executiva da organização Médicos sem Fronteiras, Renata Reis, trará o tema Desafios do acesso no pós-pandemia: a contribuição de MSF.
Especialista em Propriedade Intelectual da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), Ana Claudia Oliveira falará sobre a Propriedade intelectual de medicamentos biológicos e produção local. Já Meio ambiente e inovação em saúde será o assunto da professora do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cecilia Lustosa.
Acompanhe a transmissão do seminário Saúde global, inovação e produção global:
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas, até 10 de dezembro de 2024, para o processo seletivo do curso de Fellow em Neuroinfecções. Destinado a médicos com residência ou especialização equivalente em infectologia ou neurologia, o curso visa capacitar profissionais no diagnóstico e tratamento de infecções do sistema nervoso.
Com carga horária semanal de 16 horas, o curso será ministrado presencialmente, com atividades teóricas e práticas nos ambulatórios e com pacientes internados.
São oferecidas 3 vagas, com carga horária total distribuída ao longo de um ano, entre 1º/3/2025 e 28/2/2026. O curso será realizado no INI/Fiocruz.
Para se inscrever, é necessário apresentar graduação em medicina e conclusão de residência ou especialização em infectologia ou neurologia. A seleção será realizada por meio da análise do CV Lattes e entrevista.
Para mais informações e fazer a sua inscrição, acesse o Campus Virtual Fiocruz.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas até 1º de dezembro de 2024, às 23h59min (horário de Brasília), para o processo de Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica (MPPC), para a turma presencial de 2025. Serão oferecidas 25 vagas (17 para ampla concorrência, 08 vagas destinadas às Ações Afirmativas distribuídos conforme consta no edital). O Mestrado Profissional tem duração de 24 meses.
O MPPC tem como público-alvo profissionais de nível superior, em qualquer área de graduação, com vínculo profissional de qualquer tipo (servidor público, CLT, bolsa de fundação de apoio, empresa, cooperativa) ou autônomo com atividade regular na área de atuação e situação profissional regularizada com registro em seu conselho. O selecionado deve desenvolver o projeto do mestrado profissional em seu local de trabalho ou no local de trabalho do orientador, relacionado a uma das linhas de pesquisa do MPPC.
O objetivo específico do curso é formar mestres qualificados para atuar nos aspectos técnicos da condução de pesquisas clínicas, contribuindo para a formação dos profissionais da Fiocruz e trabalhadores das esferas municipais, estaduais, de outras instituições federais e da iniciativa privada. O MMPC prioriza o desenvolvimento de projetos que resultem em produtos passíveis de aplicação prática e imediata na melhoria da qualidade dos setores nos quais o aluno desenvolve suas atividades profissionais.
O Programa de Pós-Graduação oferece 10 bolsas de estudo, distribuídas proporcionalmente entre as vagas de ampla concorrência e as de cota, de acordo com a classificação final em cada categoria.
Para conferir o edital e fazer a sua inscrição, acesse o Campus Virtual Fiocruz.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas até 1º de dezembro de 2024, às 23h59min (horário de Brasília), para o processo seletivo de seus cursos presenciais de Mestrado e Doutorado Acadêmico em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas.
O curso de Mestrado Acadêmico oferece 16 vagas (11 para ampla concorrência e 05 vagas destinadas às Ações Afirmativas distribuídos conforme consta no edital) e tem a duração máxima de 24 meses.
O curso de Doutorado Acadêmico oferece 10 vagas (06 para ampla concorrência e 04 vagas destinadas às Ações Afirmativas distribuídos conforme consta no edital) e tem duração máxima de 48 meses. O objetivo dos cursos é formar docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores, em nível de Mestrado e Doutorado, qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas.
Ambos cursos são de natureza multiprofissional e é necessário que os candidatos possuam graduação completa. Os programas apresentam propostas abrangentes, interdisciplinares e multiprofissionais na pesquisa clínica em doenças infecciosas, buscando a excelência na ciência, na tecnologia e na inovação.
Para conferir os editais e fazer sua inscrição, acesse o Campus Virtual Fiocruz pelos links:
A saúde das populações em meio à mudança climática é o tema do XI Seminário Internacional de Direitos Humanos e Saúde e do XV Seminário Nacional de Direitos Humanos e Saúde, que serão realizados na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) de 25 a 27 de novembro. No primeiro dia do evento, às 10h, a conferência de abertura “O Presente e o Futuro dos Direitos Humanos: saúde das populações diante da mudança climática” será apresentada pelo escritor e jornalista do Núcleo de Cultura Indígena Aílton Krenak. A atividade será no Auditório Térreo da Ensp e terá a coordenação da chefe do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural (Dihs/Ensp), Maria Helena Barros. Todo o evento terá tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Ainda no dia 25 de novembro, à tarde, o professor da Universidade de Lisboa e Conselheiro Nacional de Educação de Portugal, David Rodrigues, palestrará na conferência “Metamorfoses: os desafios da Educação e da Ecologia para vivermos juntos e justos”, que será coordenada pelo pesquisador do Dihs/Ensp Armando Nembri. No dia 26, “Grupos Vulnerabilizados: interseccionalidades na saúde em razão das mudanças climáticas” será o tema da palestra ministrada pelas convidadas Wilza Neves Silva Pataxó (coordenadora do Núcleo de Povos Originários do Santuário Cristo Redentor), Ana Paula Feminella (secretária nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência do MCDH) e Dani Balbi (deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PCdoB). A coordenação será da pesquisadora do Dihs/Ensp Angélica Baptista Silva. Ainda no dia 26, a tarde será dedicada ao tema “Direitos Humanos na perspectiva do Continente Africano”, apresentado pelo pesquisador e militante antirracista decolonial luso-senegalês Mamadou Baila. A coordenação será da pesquisadora do Dihs/Ensp Patrícia da Silva Von Der Way. Todas as palestras serão no Auditório Térreo da Escola.
No último dia de seminário, 27 de novembro, uma Roda de Conversa sobre Direitos Humanos, Saúde e Movimentos Sociais vai reunir Lúcia Marina dos Santos (MST), Lucia Souto (chefe da Assessoria de participação social e diversidade do Ministério da Saúde), Marcele Oliveira (ativista climática) e Marco Menezes (diretor da Ensp/Fiocruz). Os mediadores serão os pesquisadores do Dihs/Ensp Maria Helena Barros de Oliveira, Marcos Besserman Vianna e Paulo Garrido, além de José Leonídio Madureira de Sousa Santos (Cooperação Social da Ensp). A atividade será na tenda montada no pátio da Ensp.
Atividades culturais
Logo na abertura dos seminários, a Banda BatucaVidi vai recepcionar os participantes. Também no dia 25, o pesquisador do Dihs/Ensp Armando Nembri vai se apresentar no teclado logo após o almoço. Para fechar o encontro, após a Roda de Conversa do dia 27, a música estará garantida com a cantora de samba Ana Paula Bragança.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas até o dia 23 de novembro para o seu curso presencial de Especialização em Infectologia para Médicos Estrangeiros (Programa de Pós-Graduação Lato Sensu). São oferecidas duas vagas. A formação tem o objetivo tornar os profissionais aptos para atuar nos campos de prevenção e controle, diagnóstico, tratamento, reabilitação, avaliação e formulação de políticas públicas na área da Infectologia, em seus países de origem. A carga horária total do curso é de 5.760 horas, distribuídas em três anos, em regime de 40 horas semanais.
O processo seletivo privilegiará, mas não garantirá vaga aos candidatos e candidatas de países integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com índice de desenvolvimento humano (IDH) menor que a média mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas.
Para ler o edital e fazer sua inscrição no Campus Virtual Fiocruz.
É nesta terça-feira, 12 de novembro, das 14h às 16h, a mesa-redonda: Respostas às emergências sanitárias e aos desastres ambientais. O evento terá transmissão ao vivo via Zoom, e o acesso é livre para todas as pessoas!
Participe da próxima discussão do Centro de Estudos da Fiocruz Minas sobre os desafios de saúde pública diante das emergências sanitárias e desastres ambientais.
Acesse via QR Code ou pela plataforma Zoom.
Meeting ID: 819 9877 3521
Passcode: 379903
O Vírus Linfotrópico da Célula T Humana, conhecido como HTLV (Human T-cell Lymphotropic Vírus, na sigla em inglês), é um retrovírus semelhante ao HIV, mas ainda pouco conhecido pela sociedade em geral. O Dia Mundial de Conscientização sobre o HTLV, celebrado em 10/11, busca ampliar o conhecimento sobre esse vírus, destacando a importância das estratégias de prevenção, do diagnóstico precoce e da testagem. A data foi criada para promover um debate global e incentivar políticas de saúde voltadas à detecção e ao acompanhamento dos portadores, uma vez que o HTLV ainda carece de visibilidade nos sistemas de saúde de muitos países. Em vista disso, o Campus Virtual Fiocruz vem trabalhando em conteúdos relevantes sobre essa temática e, em breve, lançará um curso autoinstrucional, online e gratuito sobre o HTLV. Acompanhe nossas noticias e conheça mais sobre o HTLV!
Segundo o Ministério da Saúde, embora conhecido desde a década de 1980, O HTLV ainda é um desafio para a saúde pública e não tem cura. Esse vírus infecta principalmente as células do sistema imunológico (LTCD4+), e possui a capacidade de imortaliza-las, fazendo assim com que essas percam sua função de defender nosso organismo. Ele possui quatro subtipos: HTLV-1 (subtipo que mais causa doenças associadas), HTLV-2, 3 e 4. Estima-se que milhões de pessoas em todo o mundo sejam portadoras do HTLV, e muitas nem saibam disso devido à baixa conscientização e testagem limitada. A infecção pode estar associada a condições graves, como a leucemia de células T e a paraparesia espástica tropical, mas a maioria dos infectados permanecem assintomáticos ao longo da vida.
O HTLV é transmitido de maneira semelhante ao HIV, por meio de relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue contaminado e através da mãe infectada para o recém-nascido (transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno. e compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. Por isso, as estratégias de prevenção incluem o uso de preservativos em todas as relações sexuais, a triagem de doadores de sangue e a orientação para que mães portadoras evitem o aleitamento materno. Por isso a disseminação de informações, além de campanhas de educação e conscientização sobre a doença, são essenciais para reduzir a transmissão e aumentar o diagnóstico.
Para as pessoas que já convivem com o HTLV, o cuidado contínuo e o acompanhamento regular com especialistas, como neurologistas e hematologistas, são fundamentais e podem ajudar a prevenir ou a tratar complicações associadas à infecção. A falta de informação e o estigma em torno do HTLV dificultam o acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado, como ocorre com outras doenças.
Prevenção e tratamento
Neste dia, o apelo é para que mais atenção seja dada a esse vírus e aos desafios enfrentados pelos portadores, buscando não apenas aumentar a conscientização, mas também melhorar a qualidade de vida e o cuidado oferecido a quem convive com a infecção.
De acordo com o Ministério, o tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV. Embora não haja um tratamento curativo para as manifestações neurológicas do HTLV-1, recomenda-se que todo indivíduo acometido deve ser assistido por equipe multidisciplinar que inclua profissionais médicos (neurologista, infectologista, urologista, dermatologista, oftalmologista), fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos. Para a prevenção, recomenda-se o uso de preservativo masculino ou feminino (disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde) em todas as relações sexuais, além de não se compartilhar seringas, agulhas ou outros objetos perfuro cortantes.
É importante destacar que a detecção da infecção pelo HTLV só foi possível a partir de 1983, quando foram introduzidos testes sorológicos para a avaliação da disseminação viral. No Brasil, estes testes foram introduzidos a partir de 1993, sendo obrigatórios em todos os bancos de sangue. A triagem para esse agente infeccioso também é realizada durante os processos de fertilização in vitro em nosso país.
Visibilidade e mobilização social
A pesquisadora do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental (Lavite), do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco) Clarice Neuenschwander é uma das coordenadoras da nova formação. Na última sexta-feira, 8/11, ela proferiu a palestra 'Conhecendo o HTLV: HTL… O quê?', que teve foco em esclarecer o impacto do HTLV, destacando avanços recentes e desafios no combate à transmissão desse agente infeccioso. Durante a palestra, Clarice reforçou que os avanços recentes incluem a obrigatoriedade do teste para HTLV no pré-natal nacional, implementada neste ano de 2024, e orientações de que mães diagnosticadas evitem o aleitamento, devido ao alto risco de transmissão.
+Confira: Minuto SUS aborda palestra sobre HTLV
Além disso, no domingo, Dia Mundial de Conscientização sobre o HTLV, 10/11, foi realizada uma ação na Avenida Paulista, em São Paulo, para visibilidade e mobilização social sobre o tema. A iniciativa teve a participação de pesquisadores e integrantes da Secretaria de Saúde de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Universidade de São Paulo (USP), o HTLV Chanel e o grupo HTLV Brasil (IAM/Fiocruz Pernambuco). O HTLV foi ainda tema da questão 121 do Exame Nacional Ensino Médio (Enem) 2024, o que faz com que a temática chegue em grupos importantes, como os jovens, que têm vida sexual ativa e muitas vezes apresentam comportamento de risco, como o não uso de preservativos em suas relações sexuais.
*com informações do Ministério da Saúde e IAM/Fiocruz Pernambuco