A Bilioteca de Manguinhos, através do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz), recebe inscrições para o Curso Qualificação em Gestão de Bibliotecas em Saúde, oportunidade destinada a bibliotecários, estudantes de Biblioteconomia, auxiliares de biblioteca e profissionais da área de informação. As inscrições estão abertas até 24 de abril pelo Campus Virtual Fiocruz.
O curso tem o objetivo de qualificar e oferecer subsídios para o aperfeiçoamento da prática profissional. A abordagem teórica e prática sobre os principais temas que envolvem a atuação em bibliotecas tem a duração de cinco encontros, totalizando 30 horas, realizadas presencialmente na Av. Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro.
As datas das aulas serão realizadas nos dias 7, 14, 21 e 28 de maio de 2024, das 9h às 16h.
O curso está dividido em cinco módulos:
1. Bases de dados;
2. Obras raras e especiais;
3. Processamento técnico;
4. Modernização de Bibliotecas;
5. Gestão de Bibliotecas.
A Rede de Bibliotecas Fiocruz, em parceria com a Plataforma Ebsco, está oferecendo capacitação online para uso da ferramenta Dynamed, na quarta-feira, 24 de abril, às 10 horas.
A capacitação abordará temas como Alertas de conteúdos atualizados 24x7x365, Métodos de busca, Imagens e gráficos, Descrição geral e recomendações baseadas em evidências, Interação medicamentosa, dentre outros tópicos.
A sessão online será ministrada por Glória Rodrigues, gerente de Implementação e Sucesso do Cliente, da América Latina e Caribe, e os interessados podem se inscrever neste link.
#ParaTodosVerem: Na imagem, há ao lado direito a foto de uma mulher negra sorrindo, mais à frente um computador,u m tablet e um celular com a página DynaMed aberta, e mais acima, as informações da sessão online.
Desde 2021, a instituição reserva vagas para candidatos que se declararem pessoas com deficiência (PcD), negros (pretos e pardos) e indígenas, permitindo o acesso à qualificação em alto nível e produção de conhecimento com representatividade
A enfermeira colombiana Yuri Consuelo Rodrígues Rodrígues nasceu em Mitú, cidade do estado de Vaupés, que faz fronteira com o Amazonas, no Brasil. É a segunda filha de uma mulher indígena analfabeta que se desdobrou atuando em casas de família para pagar os estudos dos filhos. Em 2005, ela concluiu o ensino médio. Foi bolsista na Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, onde realizou sua graduação de 2006 a 2010. Recentemente, Yuri foi a primeira indígena a concluir o curso de mestrado do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil), oferecido pela Fiocruz, apresentando a dissertação “Vigilancia Comunitaria en Salud y Resistencia Decolonial en la Comunidad Indígena Yararaca de Vaupés-Colombia Frontera con Brasil”.
A produção científica de Yuri irá se somar, em breve, aos conhecimentos produzidos por Hamyla Elizabeth da Silva Trindade e Luiz Carlos Ferreira Penha, doutorandos do mesmo programa. Juntos, eles formam o trio de alunos indígenas selecionados por meio da política institucional de ações afirmativas e inclusivas da Fundação Oswaldo Cruz. Em 20 de setembro de 2021, em um movimento pioneiro na pós-graduação, a Fundação instituiu a Portaria 491, que orienta a reserva de 30% da totalidade de suas vagas nos processos seletivos lato e stricto sensu para candidatos que se declararem pessoas com deficiência (PcD), negros (pretos e pardos) e indígenas. Um passo importante rumo à equidade e fortalecimento da saúde dos povos originários brasileiros.
A política de reserva de vagas para indígenas tem como objetivo promover a inclusão e a representatividade na saúde pública brasileira, especialmente em áreas como a saúde coletiva, a vigilância em saúde e a saúde indígena. “Acho que é uma ação positiva e que é preciso ter esse percentual e representatividade acadêmica que nos permite continuar com as nossas lutas e reivindicações, ajudar-nos mutuamente no território e contribuir para a melhoria da saúde local e fronteiriça”, declarou Yuri.
A ação afirmativa tem o potencial de promover a inclusão, a representatividade e a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, contribuindo para a redução das desigualdades e o fortalecimento da saúde indígena no país. “O impacto dessa política é significativo, pois permite que os indígenas tenham acesso a oportunidades de formação, o que contribui para a diversificação e a qualificação dos profissionais que trabalham com saúde indígena. A presença de profissionais indígenas nesses setores pode facilitar a comunicação e a compreensão das necessidades e demandas específicas das comunidades indígenas, promovendo uma abordagem mais adequada e culturalmente sensível”, explicou Andréa Sobral, coordenadora Acadêmica do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz.
É exatamente o que pensa a enfermeira Hamyla Trindade, mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA) e doutoranda do VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz. Para ela, é fundamental poder contar com a política afirmativa, uma vez que os indígenas ainda sofrem as consequências históricas de séculos de injustiça social. “É um meio que o próprio Estado tem de reparar as injustiças sofridas pelos Povos Indígenas, seja pela dificuldade de uma boa educação, de acesso aos serviços públicos ou pela violação dos seus direitos que ainda ocorrem diariamente. Enquanto aluna do doutorado, também quero apresentar essas iniquidades que vivemos e lutar a favor dos meus que ainda se encontram no território, para que eles possam ter a mesma oportunidade que eu tive de fazer uma graduação, um curso de mestrado e doutorado. A educação ofertada em uma comunidade indígena, se comparada à de uma escola numa capital, é diferente. Então é preciso que o acesso dessas pessoas à educação e qualificação em outros níveis também seja diferenciada”, declarou.
Segundo Luiz Penha, biólogo, doutorando do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz e também egresso PPGVIDA da Fiocruz Amazônia, o incentivo à participação de indígenas nos programas de pós-graduação também contribui para a ampliação do conhecimento institucional relativo às complexidades e especificidades da saúde indígena. “Com a nossa participação e a política afirmativa, a instituição consegue ampliar a visão e buscar compreender temáticas sob o olhar do indígena, do olhar do negro, no olhar do quilombola, da diversidade que há. Todos ganham. É importante que os programas tenham esse tipo de diversidade para contribuir para a construção de políticas públicas de atenção à saúde específicas", comentou.
Com a qualificação em nível de pós-graduação, os profissionais indígenas podem atuar como mediadores entre as comunidades e os serviços de saúde, facilitando o diálogo e a construção de políticas e práticas mais adequadas às necessidades locais. Essa participação pode contribuir para a redução das desigualdades de acesso e qualidade dos serviços de saúde enfrentados por essas populações, especialmente os não aldeados. A formação em alto nível também os capacita para serem formadores de novos profissionais, assim como para atuar na produção de conhecimentos científicos com representatividade.
Na vigilância em saúde, foco do Programa VigiFronteiras-Brasil, a presença de profissionais indígenas vai fortalecer a capacidade de monitoramento e controle de doenças e agravos específicos das populações indígenas, como malária, tuberculose, doenças respiratórias e outras enfermidades endêmicas. Essa participação pode contribuir, ainda, para uma melhor organização do sistema de atenção à saúde da população indígena brasileira, com implementação de estratégias de prevenção mais efetivas que levem em consideração as particularidades culturais, sociais e ambientais de cada nação indígena, além de fortalecer a autonomia e a autogestão das comunidades indígenas na gestão e promover a valorização dos conhecimentos tradicionais e a interculturalidade na atenção à saúde.
O Programa VigiFronteiras-Brasil é uma iniciativa da Fiocruz em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério das Saúde e com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
MESTRADO INÉDITO
Em agosto de 2023, a Fiocruz Amazônia, que participa do consórcio para oferta do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz com o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), lançou o primeiro curso de mestrado em Saúde Coletiva voltado exclusivamente para formação de profissionais, docentes e pesquisadores indígenas do Alto Solimões, como forma de diminuir a desigualdade nas regiões mais remotas do país. Foram 52 candidatos de diferentes etnias e municípios da região que se submeteram ao processo seletivo do curso, resultando no preenchimento das 15 vagas oferecidas para sanitaristas indígenas. As vagas foram preenchidas por tikunas, kambebas, kaikanas, marubos, kokamas e kanamaris, dos municipios de Tabatinga, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Amaturá e Santo Antônio do Içá. A iniciativa da Fiocruz Amazônia conta com apoio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de projeto aprovado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Confira, a seguir, entrevistas com Yuri Rodrígues, Hamyla Trindade e Luiz Penha. Eles compartilharam conosco um pouco de trajetórias profissionais e acadêmicas.
Fiocruz oferece opções de cursos livres a distância com foco na saúde indígena
O Campus Virtual Fiocruz (CVF) é uma rede de conhecimento e aprendizagem voltada à educação em saúde. Além de reunir informações sobre os 50 programas de pós-graduação stricto sensu, cursos de especialização, programas de residência e educação de nível técnica oferecidos pela Fiocruz, o CVF também oferece cursos próprios – remotos e presenciais – e de várias unidades da instituição sobre temas diversos, incluindo a saúde indígena. Confira:
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ENTREVISTA
Formato do VigiFronteiras-Brasil permitiu participação de indígena da Amazônia Colombiana
A enfermeira colombiana Yuri Rodrígues foi a primeira indígena do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz a concluir o curso. Nascida em Mitú, um dos municípios do estado de Vaupés na Amazônia Colombiana, que faz fronteira com o Brasil, tem 35 anos e é indígena do povo Cubeo. O seu trabalho do mestrado foi focado na comunidade indígena Yararaca, de Vaupés, na Colômbia. Entrevistamos a ex-aluna para saber um pouco da sua experiência com a qualificação e os desafios que precisou superar para concluí-la, como a falta de infraestrutura para assistir as aulas e a adaptação ao idioma.
- ¿Dónde vives actualmente y dónde trabaja o trabajó?
Yuri Rodrígues - Actualmente vivo en mi tierra natal, en Mitú. En mi amado terruño me he desempeñado en apoyar, o en algunos casos en la coordinación de diferentes programas de salud pública tanto de la secretaria de salud municipal como departamental, en programas como: vida saludable y condiciones no transmisibles, en el Programa Ampliado de Inmunizaciones, en el Plan de Intervenciones Colectivas y en Vigilancia Basada en Comunidad.
Mi función en los diferentes programas en los que me han contratado ha sido la de liderar localmente la implementación de las políticas, programas o estrategias definidas por el Ministerio de salud y protección Social de Colombia.
- ¿Cómo se enteró del proceso de selección del programa y por qué decidiste hacer tu maestría?
YR - Fue a través de un gran amigo (William Iván López Cárdenas), quien también realizó su maestría en la Fiocruz en Río de Janeiro, y fue quien me compartió el video de la convocatoria, recuerdo que fue en febrero de 2021. Mi pregrado es en enfermería y lo desarrolle con la Universidad Nacional de Colombia Sede Bogotá.
Por el poder de convencimiento de mi amigo que me envío la convocatoria; por ser una maestría gratuita; por ser semipresencial y por la bondad que tiene estudiar, la de ampliar el pensamiento, el conocimiento y nuevas formas de reproducir el cuidado de la vida en lugares vulnerabilizados por el mismo estado.
- ¿Puedes describir tu carrera académica? ¿A qué edad empezaste a estudiar y a qué edad empezaste la carrera?
YR - Iniciaré por contar que soy la segunda hija de una mujer indígena analfabeta, por las pocas oportunidades que tuvo, sin embargo mi madre realizó todos los esfuerzos que estuvieron a su alcance para que estudiáramos, inclusive salirse de su comunidad en el caño Cuduyarí para trabajar en casas de familia en el casco urbano y poder pagar nuestros estudios. Inicié mi vida académica a los 5 años de edad en la Escuela Inayá, que luego paso a ser colegio, y allí terminé el bachillerato a los 17 años de edad en el año 2005.
Por mi madrina pude presentarme a la convocatoria de admisión a la Universidad Nacional de Colombia Sede Bogotá, donde inicié mi pregrado en enfermería en el año 2006 hasta el 2010, por ser indígena estudie con beca para el sostenimiento, mi trabajo de grado fue en la modalidad pasantía, la cual desarrollé en la Universidad Nacional Autónoma de México, durante el primer semestre del año 2010. En el año 2021, supe de la convocatoria del Programa Vigifronteiras y tuve la oportunidad de presentarme y ser admitida, e iniciar clases en noviembre de ese mismo año.
- ¿Cómo te ayudará la participación en el curso en tu vida profesional? ¿Cuáles son tus expectativas?
YR - Los aportes y aprendizajes de la maestría en mi vida son incalculables. En lo que respecta a la vida profesional, creería que puedo aportar en el desarrollo de investigaciones de salud de tipo social y étnicos acá en el territorio, y continuar trabajando por la dignificación de la vida y de la salud del indígena de la selva amazónica y fronteriza con Brasil.
- ¿Qué importancia, en su opinión, tienen programas como VigiFronteiras-Brasil para la vigilancia sanitaria en las fronteras?
YR - VigiFronteiras es un programa muy importante para territorios fronterizos y vulnerabilizados como el Vaupés, al ser de las pocas o la única oportunidad que tienen los profesionales tanto locales como foráneos de formarse en posgraduación en salud de manera gratuita y con gran calidad humana, académica y científica. VigiFronteiras ha sido un programa muy generoso con sus países vecinos y muy estratégico al fortalecer la vigilancia fronteriza como una necesidad apremiante y actual reto que enfrentan los países.
- ¿Cuál es su opinión sobre los cursos que reservan plazas específicas para los pueblos indígenas? ¿Qué impacto tiene esto en la vida de los indígenas y, en este caso, en la Salud Pública (brasileña y colombiana)?
Pienso que es una acción afirmativa con los pueblos indígenas y que es necesario contar con este porcentaje y representatividad académica, sin embargo podría ser mayor, pues tenemos derecho a formarnos como cualquier otro ciudadano del mundo. El impacto es que nos permite seguir con nuestras luchas y reivindicaciones, ayudarnos en territorio y aportar en mejorar la salud local y de frontera.
- ¿Hay muchas personas de su etnia con la misma formación académica que usted?
En Vaupés pocos logramos formarnos como profesionales debido a que las Universidades se encuentran por fuera y en ciudades grandes, y eso implica altos costos económicos, que pocas familias con grandes esfuerzos lo logran, además la educación superior no es gratuita en su totalidad, entonces estudiar por fuera implica gastos de desplazamientos aéreos ( un solo trayecto puede estar costando alrededor de 500 reales), gastos de hospedaje y manutención, así como gastos de la universidad: pago del semestre acadêmico, fotocopias, compra de libros y elementos que solicita la misma carrera. En todo el departamento contamos con alrededor de 10 indígenas enfermeros.
- ¿Qué le diría a otros candidatos indígenas que deseen realizar un curso como el que ofrece el programa?
Que se presenten, que es una oportunidad única y muy buena, que están en la capacidad de desarrollar y concluir estudios de posgraduación con dedicación y disciplina, que soy un testimonio y que los voy apoyar en la medida de mis posibilidades en las etapas de postulación y en el desarrollo de la maestría, que la forma en que concibe y se vive la vida va a transformarse de manera positiva.
ENTREVISTA
Ações afirmativas: um caminho para a justiça social
A enfermeira Hamyla Trindade, mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), da Fiocruz Amazônia, nasceu e estudou até os 17 anos no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Venezuela e a Colômbia, considerado um dos município mais indígenas do Brasil. Doutoranda do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz e colaboradora da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, ela conta como descobriu o processo seletivo para o doutorado e enfatiza que as ações afirmativas são fundamentais para reparar as injustiças sofridas pelos povos indígenas e oferecer oportunidades de acesso à educação de qualidade.
Como ficou sabendo do processo seletivo do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz?
Hamyla Trindade - Eu já estava tentando ingressar no doutorado. Por ser egressa do mestrado da Fiocruz Amazônia, recebemos comunicados sobre editais em aberto. Também tenho o hábito de olhar o site da Fiocruz em busca de informações. Assim eu vi o edital do programa e a oportunidade de me inscrever. O edital também trazia vagas por cota. Vi que haveria mais facilidade de acessar o doutorado pelas duas vagas que estavam sendo ofertadas para indígenas. Não pude perder a oportunidade.
O que achou de o processo seletivo ter um quantitativo de vagas para destinada a pessoas de origem indígena?
HT - É fundamental ter vagas afirmativas, uma vez que os indígenas ainda sofrem as consequências da histórica injustiça social. É um meio que o próprio Estado tem de reparar, seja pela dificuldade de uma boa educação, de acesso aos serviços públicos ou pela violação dos seus direitos que ocorre diariamente. Eu não posso dizer que um indígena tem a mesma capacidade de acesso a uma universidade do que uma pessoa que estudou a vida inteira em um colégio de boa qualidade.
O processo de ingresso em um curso superior ou numa pós-graduação não é diferente para o indígena e para o não indígena. Se eu vou disputar com alguém que teve um melhor ensino durante a vida, com certeza eu vou ficar para trás porque, com o ensino da população indígena, a depender de onde se vive e quais condições de acesso a políticas públicas de educação, não é possível ter o mesmo acesso à universidade como alguém que teve o acesso a um ensino melhor durante a sua vida inteira. Então eu preciso que o acesso dessas pessoas seja diferenciado. Considero que as cotas são fundamentais. Elas não diminuem a nossa vulnerabilidade e nem a justiça social será feita, mas ela dá a oportunidade para que a gente consiga ter um mínimo de acesso a esses outros meios e níveis de educação e qualificação.
- Você pode nos contar um pouco sobre a sua trajetória e relação com a sua comunidade?
HT - A minha trajetória profissional não foi por acaso. A minha mãe é técnica de enfermagem. Pelo fato dela trabalhar com a saúde – ela também é indígena assim como meu pai, ambos da etnia Baré, do Alto Rio Negro - fomos orientados a querer nos formar na área. Quando eu terminei o ensino médio aos 17 anos, em São Gabriel da Cachoeira, minha mãe viu uma oportunidade de a gente estudar mais para melhorarmos de vida. Fui para Manaus com 18 anos, para fazer cursinho, uma vez que eu não consegui passar no primeiro vestibular devido ao ensino, no município, ter muitas diferenças em relação à capital.
Eu fiz cursinho um ano e meio e, aos 19 anos, eu consegui passar com vaga de cota na Universidade do Estado do Amazonas. Eu comecei a minha graduação em Enfermagem. Foram cinco anos difíceis. Foi um processo difícil e disputado. Eu me formei em 2012 e voltei para São José da Cachoeira. Fiquei trabalhando no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) com povos indígenas até 2016, quando eu senti a necessidade e vi a oportunidade de continuar me qualificando profissionalmente para que a gente pudesse melhorar o serviço de saúde na minha região.
Em 2016, fui aprovada na seleção do PPGVida na Fiocruz Amazônia. Estudei o período teórico de um ano e retornei para São Gabriel da Cachoeira em 2018 e fiquei lá até o ano de 2021, quando passei na seleção do Programa VigiFronteiras-Brasil. Pelo fato de ser um doutorado híbrido, que precisava de acesso à internet e na minha região o sinal era precário, tive que sair de São Gabriel e vim para o DSEI-Manaus, ainda trabalhando com saúde dos povos indígenas. Atuei no setor de novembro de 2021 até janeiro de 2023, quando já no doutorado, fui convidada para atuar na Secretaria de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, em Brasília.
Hoje eu moro na capital Federal e atuo na secretaria levando a experiência que tive nesses 10 anos, tanto de formação quanto de atuação na saúde indígena para que a gente consiga realizar planejamentos que sejam exequíveis, que garantam a equidade, que de fato façam uma atenção diferenciada aos povos indígenas.
ENTREVISTA
Indígenas e academia: diversidade e inclusão em políticas públicas e produção científica
O biólogo e mestre em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia, Luiz Penha, é natural de São Gabriel da Cachoeira (AM), município amazonense que concentra o segundo maior número de indígenas do país, segundo o Censo de 2022. Desde 2021, ele é um dos três alunos indígenas do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz. Em conversa conosco, ele compartilhou um pouco de sua história e da contribuição que pretende levar para o serviço de saúde onde atua.
- Pode nos contar um pouco sobre sua trajetória? Onde você nasceu e estudou?
Luiz Penha - Sou da etnia Tucano, natural de São Gabriel da Cachoeira, no interior do Amazonas, onde resido. Iniciei meus estudos no próprio município. Tive a oportunidade de me formar em biologia na Universidade de Brasília (UNB), onde fui aprovado por meio da política de cotas para indígenas. Ao concluir, voltei para trabalhar no município, com saúde indígena. Em 2015, participei do processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDa) da Fiocruz Amazônia, também pela política de cotas. Desde então, temos seguido há mais de 10 anos trabalhando com a saúde indígena, com epidemiologia de malária e da dengue.
- Como ficou sabendo da seleção para o programa e o que você acha dele ter ofertado vagas específicas para pessoas de origem indígena?
LP - O certame foi público. Ficamos sabendo por outros colegas que trabalham na saúde indígena, que compartilharam a divulgação do edital e a gente acabou tendo acesso. Acreditamos que incentivos como esse da própria Fiocruz, de trabalhar essa questão de equidade e diversidade dentro dos seus programas, têm dois lados positivos: do próprio aluno indígena ter a oportunidade de ingressar, e da própria instituição, que consegue ampliar os conhecimentos e buscar compreender temáticas sob o olhar indígena, do olhar do negro, no olhar do quilombola, da diversidade que existe. Todos ganham. É importante esse programa ter diversidade e esse incentivo.
- Qual a sua expectativa com o doutorado e com o desenvolvimento da tua tese?
LP - Nossa expectativa como aluno indígena, não só deste programa, mas de outros no Brasil, é tentar contribuir ao máximo, o melhor possível, para as políticas públicas de saúde indígena e para os direitos dos povos indígenas. Nós vimos isso no mestrado, quanto no caminho agora do doutorado, da oportunidade de conversar com outros doutores, com pessoas que são importantes dentro da construção do SUS. Neste caso, que é um programa voltado também à saúde indígena, acreditamos que a formação de doutores indígenas também possa contribuir para o aperfeiçoamento do SUS. Entendemos que é preciso discutir a saúde indígena, que há uma necessidade de ampliar a visão da necessidade de acesso dos povos indígenas ao SUS, mas não apenas dentro do subsistema de saúde indígena, mas do SUS universal, das populações indígenas de contexto urbano, dos aldeados. A ideia é que a gente possa contribuir também na formação de novos alunos. Tem também um lado mais coletivo, de poder ser uma pessoa que pode incentivar outros indígenas a ingressarem na graduação, na pós-graduação.
- Na sua família e na sua etnia você é o primeiro a chegar a esse nível de formação acadêmica?
LP - Dentro da família eu serei o primeiro a estar como um doutorado. Sou o primeiro doutorando. Mas eu vejo que, depois que me graduei e fiz o mestrado, outros primos também se propuseram nesse caminhar também. Alguns estão na pós-graduação, outros se graduaram na saúde. Vemos hoje outros colegas de São Gabriel estudando em outros municípios. A gente brinca que alguns aonde você for no Brasil, vai ter um indígena Gabrielense porque ele está procurando se graduar, não só na área da saúde hoje em dia. Em São Gabriel hoje nós temos uma peculiaridade: temos doutores indígenas em linguística e mestres em outras áreas da educação.
Por isso as políticas de quotas para o acesso as universidades são importantes. E também discutir políticas para apoiar os estudantes dentro desses níveis, tanto na graduação quanto na pós-graduação, porque há um espelhamento de parentes e de outros povos de também buscar o conhecimento. Entendemos que vai ser e tem um retorno de estar contribuindo na forma de construção de políticas públicas, de uma luta e construção dos direitos dos povos indígenas.
- Na sua opinião, que diferença faz ter outro indígena construindo essa política pública, tendo esse olhar diferenciado sobre a saúde?
LP - A importância de vários indígenas estarem atuando dentro dos programas é pela diversidade e representatividade. Nós temos mais de 180 povos, línguas diferentes e realidades diferentes. Entendemos que quanto mais acessibilidade tivermos, vamos poder estar discutindo de fato o que cada povo entende, o que é o sistema de saúde indígena na concepção de cada um deles. Ainda estamos muito distantes de entender a realidade do que é a concepção de saúde no povo Tucano, no povo Munduruku, no Caiapó, do Yanomami. A gente tem a concepção de saúde da OMS. E os anciões? Há um grande universo ainda que não está contemplado. Pode ser eu ou outro indígena que vai entrar em colaboração com um não indígena dentro da academia. A diversidade tem que estar dentro dessas fundações, dentro dos programas, para que isso seja visto e essa diversidade precisa ser contemplada, precisa ter essas peças fazendo parte dessa construção do conhecimento.
O Centro de Estudos do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará na sexta-feira, 19 de abril, a partir das 14 horas, o debate online sobre o “Panorama atual da epidemia de dengue”, que será transmitido pelo link do canal do Youtube da VideoSaúde.
Resumo do Seminário
Em 2024, o Brasil enfrenta uma situação epidemiológica complexa, com a dengue destacando-se como uma das principais preocupações de saúde pública. Diante desse cenário, o Centro de Estudos do Icict organiza um evento focado em abordagens multidisciplinares para combater a epidemia no país, utilizando inovação e tecnologia. O evento contará com a participação de Renata Gracie, especialista em geografia da saúde, como debatedora, e terá Leonardo Bastos, coordenador do projeto InfoDengue, como palestrante. O InfoDengue, que aplica métodos estatísticos avançados para monitorar e prever a dinâmica da dengue, será um ponto central de discussão. O encontro visa promover o diálogo entre especialistas de diversas áreas para desenvolver estratégias eficazes de intervenção, evidenciando a importância da colaboração multidisciplinar na saúde pública brasileira.
Sobre os participantes
Palestrante: Leonardo Soares Bastos
Pesquisador em saúde pública do Programa de Computação Científica (PROCC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atua no desenvolvimento e aplicação de métodos estatísticos na epidemiologia das doenças infecciosas. Trabalha em projetos relacionados a doenças transmitidas por mosquitos como a dengue, chikungunya, e a doenças respiratórias agudas como a COVID-19, influenza, e VSR. É professor permanente nos programas de pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e Biologia Computacional e Sistemas (IOC/Fiocruz). É Jovem Cientista Nosso Estado da Faperj e bolsista de produtividade do CNPq.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5241799121437269
Debatedora: Renata Gracie
Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva-Iesc/UFRJ, mestrado em Saúde Pública, sub-área Endemias Ambiente e Sociedade, pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, possui bacharelado e Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal Fluminense. Tecnologista em Geoprocessamento, é pesquisadora e atual coordenadora do Laboratório de Informações em Saúde, do Icict/Fiocruz. É professora permanente do PPGICS/Icict/Fiocruz e coordenadora do curso de Especialização em Sistemas de Informação, Monitoramento e Análise de Saúde Pública (SIMASP/Icict/Fiocruz). Atua na pesquisa e ensino de Geografia da Saúde com ênfase em vigilância em saúde, desigualdades socioespaciais, territórios periféricos, saneamento e saúde, mudanças climáticas, indicadores de saúde e de interesse a saúde a partir do uso de técnicas de geoprocessamento, análise espacial.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1361919652907283
O Centro de Estudos
O Centro de Estudos do Icict promove, mensalmente, eventos técnico-científicos que dialogam sobre temas da informação, comunicação e saúde para toda a comunidade científica. Por meio de seminários online, seu objetivo é promover a reflexão e a divulgação científica de estudos, pesquisas e iniciativas diversas que abordem políticas públicas em saúde, estratégias e ações de informação e comunicação e outras questões relevantes nos âmbitos da ciência, da tecnologia, da inovação e do Sistema Único de Saúde.
Dúvidas pelo e-mail: centrodeestudos@fiocruz.br
Acompanhe ao vivo:
Diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento. Esse é o lema da campanha 2024 da Organização Pan-Americana de Saúde para o Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas. A data, celebrada em 14 de abril, busca aumentar a conscientização sobre a doença, melhorar a detecção precoce, expandir a cobertura diagnóstica e proporcionar acesso equitativo aos cuidados clínicos. Nesse sentido, o Campus Virtual Fiocruz vem trabalhando ao longo dos últimos anos com parceiros institucionais para a oferta do curso 'Cuidado para a doença de Chagas na Atenção Primária à Saúde'. Diferente de todas as outras iniciativas oferecidas pelo CVF, ressaltamos que essa formação ainda não está disponível para o público em geral. Desde 2023, ela acontece de maneira fechada, voltada somente a profissionais convidados provenientes dos município incluídos no projeto CUIDA Chagas. Nesta segunda-feira, em celebração ao Dia Mundial, o Campus Virtual lançou a versão internacional do curso, oferecida em espanhol, para cerca de 200 profissionais do Paraguai.
Dados do Ministério da Saúde (MS) estimam que cerca de 7 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença, com uma grande concentração de casos na América Latina. Anualmente, são registrados aproximadamente 30 mil novos casos na região, resultando em cerca de 14 mil mortes. Além disso, aproximadamente 70 milhões de pessoas vivem em áreas de exposição, correndo o risco de contrair a infecção. Diversos fatores, como degradação ambiental, mudanças climáticas e condições socioeconômicas, contribuem para a disseminação da doença. A doença de Chagas é causada por um parasito e transmitida principalmente através do inseto conhecido como “barbeiro”.
No ano de 2024, a doença de Chagas, reconhecida como uma das doenças tropicais negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), completa 115 que foi descoberta. Para o MS, ela representa um desafio contínuo para a saúde pública nas regiões onde está presente. Neste ano, a enfermidade ganhou novo olhar com a instituição do programa Brasil Saudável, que busca a eliminação da doença no país até 2030. "O Brasil foi o primeiro país do mundo a lançar uma política governamental para eliminar ou reduzir, como problemas de saúde, 14 doenças e infecções que acometem, de forma mais intensa, as populações que enfrentam ciclos de pobreza, fome e desigualdades sociais. A doença de Chagas é uma delas. O Brasil Saudável reúne 14 diferentes ministérios, entre eles o da Saúde, num esforço para propor políticas públicas intersetoriais que sejam voltadas para a equidade em saúde e para a redução das iniquidades, fator diretamente ligado às causas do problema. Algo que vai além da oferta de tratamento para a doença".
Vale sempre destacar que a doença de Chagas tem cura e, quanto mais precoce for o diagnóstico e o quanto antes for iniciado o tratamento, maiores serão as chances de efetividade do tratamento.
Formação de profissionais de saúde no Brasil e Paraguai
O curso oferecido por meio do Campus Virtual Fiocruz é parte de um grande processo de capacitação voltado especificamente a profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) e da atenção à saúde materno-infantil envolvidos na vigilância e no cuidado de pessoas com doenças transmissíveis nos municípios elencados pelo Projeto Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas (CUIDA Chagas), liderado no Brasil pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz). Na primeira oferta, realizada a partir de abril de 2023, participaram mais de 700 profissionais provenientes dos município de Janaúba (Minas Gerais), Rosário do Sul (Rio Grande do Sul), Riachão das Neves (Bahia), Paraúna (Goiás) e Igarapé Miri (Pará).
Já para a turma internacional, com início em abril de 2024, foram convidados cerca de 200 participantes. Neste momento, o Campus Virtual trabalha para a oferta de uma nova turma brasileira, que tem previsão de início ainda no primeiro semestre de 2024. Essas formações estão alinhadas a princípios internacionais no sentido de enfrentamento à doença. O curso é formado por três módulos, cujos focos são vigilância e monitoramento, teste rápido e gestão do cuidado para pessoas com doença de Chagas. Para além da capacitação, a sensibilização dos profissionais sobre a doença, seus sintomas, formas de tratamento e vigilância é uma estratégia determinante desta iniciativa. As iniciativas estão sob a coordenação de Andréa Silvestre de Sousa, que é pesquisadora do INI/Fiocruz.
O Campus Virtual Fiocruz é parceiro nas capacitações, promovendo as ofertas por meio de seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle), o que fomenta, além de grande potencial para a formação profissional em serviço, o alcance e a formação em larga escala. O CVF permite a criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) customizáveis, o gerenciamento descentralizado por parte do ofertante e o suporte para atendimento aos alunos e docentes, garantindo atendimento qualificado e preciso.
CUIDA Chagas
O projeto CUIDA Chagas é uma iniciativa internacional inovadora que tem como principal objetivo a eliminação da transmissão vertical da doença de Chagas na América Latina. A ideia é consolidar modelos de implementação para a doença de Chagas que poderão ser replicados em diferentes contextos geográficos e epidemiológicos, utilizando uma abordagem abrangente de testar, tratar e cuidar que será integrada à atenção primária e à saúde materno-infantil, e incluirá, entre outros, serviços de aconselhamento; uso de TR para triagem, de modo a agilizar o processo de diagnóstico de doença crônica; uso de biologia molecular para facilitar o diagnóstico precoce de doenças crônicas em recém-nascidos e oferta de tratamento antiparasitário.
O CUIDA Chagas acaba de lançar também a web série documental 'Viver com Chagas', que apresenta histórias de vida de pessoas que convivem com a doença de Chagas, seus desafios, conquistas, demandas e seu dia a dia. A intenção da iniciativa é dar maior visibilidade à doença de Chagas, e que cada vez mais pessoas acometidas possam contar as suas experiências e ter voz ativa na construção de respostas e na elaboração de demandas para esta doença historicamente negligenciada.
No primeiro conjunto de vídeos você conhecerá a história da Lucimara, Jenny, Reyna e Bernardina, mulheres que narram desde quatro países da América Latina as suas vivências sobre como é ser diagnosticada pela doença, quais dificuldades enfrentam para a atenção e tratamento, e que cuidados procuram ter consigo mesmas e com os seus filhos/as e familiares.
Assista a essas e muitas outras histórias na web série Viver com Chagas. Acesse aqui a playlist completa do projeto e acompanhe as notícias no Instagram do projeto CUIDA Chagas. Assista ao primeiro capítulo da série:
Eu visto essa camisa!
Também por ocasião do Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, no âmbito Programa de Pesquisa Translacional (PPT) em Doença de Chagas (Fio-Chagas), ligado à Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), falou sobre o trabalho que a instituição está fazendo em relação à doença. Além de Mario, diversos profissionais participaram do vídeo afirmando que "vestem a camisa" do enfrentamento à doença. Segundo Mario, a pesquisa de Chagas faz parte do DNA da Fiocruz e nossa instituição é pioneira na pesquisa dessa doença, desde a sua descoberta. "Muito tem sido feito desde então, no entanto, quando comemoramos os 115 anos, é preciso reconhecer que ainda temos muito trabalho à frente. A Fiocruz, através do Programa de Pesquisa Translacional em Doença de Chagas (Fio-Chagas), atua em diversas áreas – educação, desenvolvimento de novas terapias, diagnósticos, vetores em meio ambiente, na relação parasita-hospedeiro e também, muito importante destacar, no acompanhamento humanizado dos afetados pela doença de Chagas". Assista:
*Com informações da Opas/OMS e Ministério da Saúde
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai disponibilizar seu curso mais tradicional na modalidade a distância. A Especialização em Saúde Pública será oferecida pela plataforma da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e EAD (CDEAD) da Ensp. Estima-se que o edital seja lançado no segundo semestre de 2025 para que a primeira turma ingresse no início do ano seguinte, em 2026. Num primeiro momento, serão ofertadas 250 vagas, distribuídas em nove polos nas cinco regiões do país. A expectativa é que este número seja ampliado nas chamadas públicas seguintes.
Segundo o planejamento que está sendo elaborado por representantes da Vice-direção de Ensino (VDE), a versão a distância da Especialização em Saúde Pública deve ter duração de 12 a 14 meses, inclusive com apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso pelos futuros alunos. Também está previsto que o curso ocorra de forma síncrona e assíncrona, ou seja, com encontros presenciais e também atividades que não demandem a comunicação em tempo real. O coordenador do Lato Sensu e Qualificação Profissional da Ensp, Gideon Borges, explicou que lançar o curso na modalidade a distância é complexo e requer muita atenção. “Os preparativos exigem produção de material, seleção e formação de tutores, por exemplo. Esse processo é muito laborioso e envolve diversos profissionais. O cuidado nessas etapas é fundamental para garantir a qualidade de um curso EAD”, disse.
O diretor da Ensp, Marco Menezes, celebra a novidade e afirma que todo processo de construção do curso a distância mantém a marca de excelência do presencial, comprometido com as demandas do SUS e do Sistema de Ciência e Tecnologia. "Além disso, reforça nossos compromissos assumidos durante a campanha, expressos no Programa Vivo, como a formação atualizada, qualificada, abrangente e diversificada diante dos desafios da ciência, da educação, das políticas públicas e dos sistemas públicos de saúde e da ciência e tecnologia. Há ainda que se destacar a perspectiva de ampliação do acesso. Esta construção também reafirma o nosso compromisso em apoiar a implementação das diretrizes da 17ª CNS, neste caso, quanto o fortalecimento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde", diz o diretor.
Entre os principais objetivos da forma EAD, está a interiorização do curso de Saúde Pública da Ensp, que leva em conta o caráter nacional da Escola. Além disso, a realização nesta modalidade busca ampliar e fortalecer parcerias com outras instituições para a oferta de cursos. “Pretendemos envolver outros atores, como a Rede Brasileira de Escolas de Saúde Pública”, exemplificou Gideon. Outra meta é tornar a versão EAD da Especialização em Saúde Pública um carro-chefe na oferta de formações da Escola. “Afinal, trata-se de um curso que pode abrigar todos os outros. Ou seja: qualquer curso da Escola pode fazer parte da estrutura curricular do curso de Saúde Pública, como módulo ou unidade de aprendizagem. Nisto, reside outro objetivo, que é integrar ainda mais a Ensp como unidade de ensino”, explicou.
O Curso de Saúde Pública é um dos cursos mais longevos da Escola. Além disso, carrega no título o nome da instituição e envolve diversos centros e departamentos, com potencial para envolver todas as subunidades internas. A coordenação geral da Especialização em Saúde Pública EAD será do pesquisador Cassius Palhano Schnell, que compõe o grupo de coordenadores do curso presencial, liderado por Lenir Silva. Ela será a coordenadora adjunta da modalidade a distância.
“Para a Ensp, oferecer o curso na modalidade EAD vai ao encontro do propósito de sua fundação e missão original, o de promover formação e capacitação de sanitaristas para o quadro da Saúde, em especial do sistema público. Essa qualificação profissional concorre para o desenvolvimento do SUS, além de proporcionar oportunidade de inserção no mercado de trabalho e de crescimento pessoal. As características multi e interdisciplinar que temos em nosso curso presencial ampliam não apenas o conhecimento técnico, mas também a perspectiva sobre o campo da Saúde e a construção civilizatória da sociedade”, detalhou Cassius Schnell.
A possibilidade de fazer o curso a distância era muito aguardada pela comunidade Ensp e por todos os interessados na formação em saúde pública Brasil afora. Portanto, a oferta atenderá a uma demanda expressiva de profissionais da saúde que residem fora do Rio de Janeiro e em outros estados. “A ideia, sobretudo por sua gratuidade, é de expandir e democratizar essa formação”, ressaltou Cassius.
A oferta da especialização em Saúde Pública a distância foi viabilizada por um edital para cadastro e financiamento de novos cursos da Universidade Aberta do Brasil, parceira de longa data da Escola. Cassius lembra que a Ensp sempre teve protagonismo no cenário brasileiro em ensino e pesquisa em Saúde me Pública e Saúde Coletiva. “No entanto, em nosso contexto geográfico e socioeconômico, torna-se difícil a vinda de potenciais alunos de localidades distantes para cursar uma especialização. Essa empreitada depende de recursos e logística muitas vezes não viável a boa parcela da população, sobretudo recém-formados. Aproveitou-se o lançamento de recente edital da UAB para promoção de novos cursos para inserir a Ensp nesse novo desafio”, disse.
Desde já, o coordenador de LSQP da Ensp vislumbra desdobramentos e próximos passos. “Minha expectativa é que o curso se torne o primeiro na modalidade EAD a ser oferecido regulamente e com recursos da própria Escola. Via de regra, os cursos EAD são oferecidos com financiamento externo. Ainda é um caminho longo, que dependerá de muita negociação interna e externa, mas espero que Escola veja nessa oferta uma oportunidade para encampar esse projeto”.
#ParaTodosVerem: Na imagem está a frente do prédio da Ensp, com a frase em destaca no plano mais à frente: Enspo/Fiocruz vai oferecer Especialização em Saúde Pública a distância.
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), que institui o Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PIC -ILMD/Fiocruz Amazônia), os Comitês institucional e executivo do PIC – ILMD/Fiocruz Amazônia, e com a resolução N. 003/2024 do Conselho Diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que dispõe das diretrizes do Programa de Apoio à Iniciação Cientifica – Paic/Fapeam edição 2024/2025, torna pública as inscrições e estabelece normas relativas ao processo seletivo de candidatos à bolsa de Iniciação Científica e Tecnológica, nova ou de renovação. As inscrições se encerram no dia 26 de abril 2024.
Desenvolvido na instituição, em parceria com a Fapeam e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), conforme editais específicos, o programa possui o objetivo de despertar vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação, bem como contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa e inovação tecnológica nos Determinantes Socioculturais, Ambientais e Biológicos do Processo Saúde-Doença-Cuidado para a melhoria das condições socio sanitárias na Amazônia.
O coordenador do programa na Fiocruz Amazônia, Yury Chaves, falou sobre as expetativas para o processo de seleção dos bolsistas. “Nós estamos confiantes de que teremos um grande volume de candidaturas nesta edição da iniciação científica. A iniciação científica é um passo importante na formação acadêmica e profissional dos estudantes de graduação, bem como para o amadurecimento dos nossos recém doutores”.
Podem participar estudantes regularmente matriculados em curso de graduação de instituição de ensino superior pública ou privada reconhecida pelo Ministério da Educação, que tenham Coeficiente de Rendimento Acumulado (CRA) com valor maior ou igual a 6,0 tanto para bolsa nova como em caso de renovação; não ter reprovação em disciplinas afins com as atividades do projeto de pesquisa; Ter cursado o primeiro período e não estar no penúltimo ou último período do curso de graduação durante a vigência desta; (agosto de 2024 a julho de 2025).
A inscrição deverá ser feita exclusivamente por e-mail à Coordenação do Programa de Iniciação Científica PIC – ILMD/Fiocruz Amazônia (pic.ilmd@fiocruz.br) pelo orientador ou coorientador. Os orientadores, deverão enviar por e-mail à Coordenação do PIC – ILMD/Fiocruz Amazônia, até às 23h59 (horário Manaus), do dia 26 de abril, todos os itens obrigatórios para realização da inscrição.
PROCESSO DE SELEÇÃO
A concessão de bolsas de Iniciação Científica fomentadas pela Fapeam a pesquisadores do quadro permanente e pesquisadores bolsistas do ILMD/Fiocruz Amazônia, obedecerá ao estabelecimento de uma classificação decrescente quanto às notas de avaliação dos projetos analisados pelos assessores ad hoc, considerando os critérios de pontuação descritos no Anexo 1 do edital.
A distribuição de bolsas será realizada em duas rodadas, priorizando os servidores em função de pesquisa na primeira rodada e os celetistas e pesquisadores bolsistas com vínculo com a instituição na segunda rodada. Caso haja bolsas remanescentes após as duas rodadas, elas serão distribuídas para os candidatos mais bem pontuados, independentemente do vínculo (servidores, celetistas ou bolsistas).
O resultado final do Processo de Seleção será divulgado, no dia 21 de maio Os bolsistas selecionados devem iniciar suas atividades no ILMD Fiocruz Amazônia, no dia 1º de agosto de 2024.
SOBRE O PIC
A Iniciação Científica é um instrumento de formação de recursos humanos que permite colocar o estudante de graduação em contato direto com as atividades de pesquisa e o pensar científico. O Programa de Iniciação Científica da Fiocruz Amazônia tem como objetivos despertar a vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação.
O Programa proporciona ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimula o desenvolvimento do pensamento científico e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas estudados durante a realização da pesquisa.
Saiba mais sobre PIC-ILMD/Fiocruz Amazônia
ILMD Fiocruz Amazônia, Por Eduardo Gomes
Imagem: Mackesy Nascimento, ILMD Fiocruz Amazônia
Com o propósito de fortalecer e expandir as atividades de pesquisa em Roraima, uma turma inédita de doutorado foi iniciada pelo Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Universidade Federal de Roraima (UFRR).
A iniciativa é viabilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) através do Programa de Doutorado Interinstitucional (Dinter), que contribui para a formação de doutores fora das regiões com redes de ensino e pesquisa já consolidadas.
“Nosso objetivo é formar doutores em Medicina Tropical em Roraima para que o estado se torne autossuficiente na formação de recursos humanos qualificados nesse campo, impulsionando a pesquisa na região”, destaca Vanessa de Paula, coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC.
Ao todo, 13 profissionais da área de saúde foram selecionados e matriculados no curso, incluindo médicos, enfermeiros, biólogos, biomédicos e educadores físicos.
A cerimônia de abertura ocorreu em março, no auditório da UFRR, em Boa Vista. Representando o IOC, estavam o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação, Paulo D'Andrea, e os coordenadores da Pós-graduação em Medicina Tropical, Vanessa de Paula e Marco Horta.
Da UFRR, estavam presentes o reitor José Geraldo Ticianeli; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Ana Lúcia de Souza; o diretor do Centro de Ciências da Saúde, Júlio César Fraulop Aquino; e a coordenadora do Dinter pela Universidade, Maria Fantinatti Fernandes da Silva.
Além da aula inaugural, foi realizada reunião de alinhamento entre os coordenadores da Pós do IOC e o reitor da UFRR. Os coordenadores também participaram de atividades de campo com os alunos, visitas técnicas e assistiram a disciplinas já em andamento.
Foi realizada, ainda, uma roda de conversa com alunos de graduação da UFRR, na qual foram abordados temas como as pesquisas conduzidas no Instituto Oswaldo Cruz e as modalidades de pós-graduação oferecidas pelo IOC.
Anteriormente, o IOC e a UFRR já haviam formalizado um curso em Dinter por meio do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Parasitária do Instituto, iniciado em 2015. O programa formou seis doutores, com teses sobre parasitas, vetores e hospedeiros a partir de perspectivas bioquímicas, moleculares, de ecologia e genética (incluindo a milésima tese defendida no Programa).
A proposta de estabelecer um doutorado temporário em Medicina Tropical partiu dos docentes da UFRR, que observaram um interesse de profissionais da região nesse campo de pesquisa.
“É uma parceria bastante promissora por unir expertises de pesquisadores do IOC e de professores da UFRR na orientação desses alunos, que apresentaram linhas de pesquisa extremamente relevantes para a localidade”, afirma Vanessa.
Estão sendo desenvolvidos trabalhos em arboviroses, arenaviroses, doenças transmitidas sexualmente e pelo sangue, hanseníase, hepatites virais, malária, toxoplasmose, entre outros.
“Tenho a certeza de que, ao final dessa colaboração, estaremos com a pesquisa em Medicina Tropical fortalecida em Roraima e manteremos a colaboração de pesquisador para pesquisador com esses novos doutores”, reitera Vanessa.
Ao longo dos anos, os cursos de mestrado e doutorado da Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC, que possui conceito 6 na Capes, tem impactado alunos de vários estados brasileiros.
Em 2023, foi celebrado o décimo ano do Dinter entre a Pós-graduação e a Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Foi uma parceria de muito sucesso. Depois de formados, esses doutores já formaram outras turmas de doutorado. Além disso, alguns desses profissionais continuam em colaboração conosco em diversas pesquisas”, relata Vanessa.
No Piauí, mais de 40 mestres foram formados, com estudos de alto impacto e relevância para a saúde local, por meio da parceria com o escritório regional da Fiocruz no estado.
Em Rondônia, a Pós-graduação participa de um consórcio formalizado pela cooperação entre o IOC e Fiocruz Rondônia, onde foi implantado o Programa de Doutorado em Ciências.
O Dinter faz parte dos Projetos de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI) da Capes.
Seu objetivo central é facilitar a formação de doutores para integrarem o corpo docente permanente de instituições distantes dos grandes centros de ensino e pesquisa, visando reduzir as atuais disparidades.
Além disso, a iniciativa busca incentivar a produção acadêmica e fortalecer, nas instituições beneficiadas, linhas de pesquisas que abordem as demandas ligadas ao desenvolvimento local e regional. Saiba mais, clicando aqui.
Edição: Vinicius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
#ParaTodosVerem: Foto da mesa de abertura da cerimônia com os participantes do evento.
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) vai realizar, no dia 17 de abril, o Centro de Estudos com a palestra "Porque e como publicamos: estratégias de escrita científica na formação de alunos de pós-graduação". O evento será ministrado pelo professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), farmacêutico, bioquímico e doutor em fármacos e medicamentos, André Rolim Baby, a partir das 10h. O Centro de Estudos será transmitido ao vivo pelo canal de Farmanguinhos no Youtube.
André Rolim Baby é Professor Associado 3 do Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, com experiência e atuação na área da Ciência Cosmética há mais de 20 anos, a envolver a graduação, a pós-graduação e investigação. Possui mais de 180 artigos científicos publicados em periódicos nacionais, internacionais e de divulgação. Foi premiado com Menção Honrosa pelo Prêmio Capes de Teses em 2008. Realizou pós-doutoramento na Universidade Lusófona. Foi contemplado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com mais 20 auxílios financeiros, dentre projetos de pesquisa e bolsas. Quanto ao CNPq, é bolsista de produtividade em pesquisa nível 2. Nas atividades de investigação, ressalta-se a experiência na condução de projetos de pesquisa na área da fotoproteção, potencial antioxidante cutâneo "ex vivo", segurança e eficácia cosmética relativas à proteção solar e demais atributos cosméticos.
Acompanhe ao vivo:
Até 19 de abril, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) recebe inscrições para o curso livre presencial Arquivos, ciência e saúde, que tem como objetivo promover a discussão sobre aspectos teóricos, conceituais, metodológicos e práticos da gestão de acervos de ciências e saúde, em especial arquivos e coleções de natureza institucional. As inscrições devem ser feitas pelo Campus Virtual Fiocruz.
O público-alvo do curso é formado por arquivistas, bibliotecários, documentalistas, historiadores e profissionais da informação, em geral, que serão apresentados a estudos acerca das mudanças observadas contemporaneamente nos processos de gestão, preservação e (re)uso de documentos e dados científicos, especialmente no contexto de emergências sanitárias e expansão do movimento da Ciência Aberta.
São disponibilizadas 15 vagas. Com 24h de carga horária 24h, as 7 aulas de 3h30 cada acontecerão de 25 de abril a 13 de junho, das 13h30 às 17h, presencialmente na Av. Brasil, 4365 - Manguinhos, Rio de Janeiro.
Haverá emissão de certificados para os participantes.
No momento da inscrição, o candidato deverá encaminhar uma carta de intenção, esclarecendo os motivos que o levaram a escolher o curso, e seu currículo. Uma vez aprovado, deverá efetuar matrícula pessoalmente no Centro de Documentação e História da Saúde / Casa de Oswaldo Cruz, até o dia anterior ao início das aulas, munido de um retrato 3×4 e dos originais e cópia dos documentos de identidade, CPF e comprovante de escolaridade.
Dúvidas podem ser encaminhadas para: secadcoc@fiocruz.br
Confira a programação do curso:
Aula 1: (25/04) - Acervos de instituições de ciências e saúde: panorama geral, André Felipe Paiva (convidado)
Aula 2: (02/05) - Arquivos e bibliotecas de instituições de ciências e saúde: conceitos, métodos e práticas, Fatima Duarte (convidada)
Aula 3: (09/05) - Coleções iconográficas e museológicas: contexto de produção e usos, Inês Nogueira (convidada)
Aula 4: (16/05) - Coleções biológicas: contexto de produção e usos, Aline Souto e Manuela da Silva (convidadas)
Aula 5: (23/05) - Arquivos e emergência sanitária: a Fiocruz e a pandemia de Covid-19
Aula 6: (06/06) - Abertura e compartilhamento de dados para pesquisa em emergências sanitárias: o caso do vírus zika, Vanessa de Arruda Jorge (convidada)
Aula 7: (13/06) - Ciência Aberta e repositórios de dados de pesquisa, Marcus Vinícius Pereira da Silva (convidado)