Entre os convidados para as oficinas associadas aos editais de recursos educacionais e comunicacionais, estava o gerente de produto da VTEX Knowledge, Fabio Martinelli. Na parte da tarde, ele conversou com o público sobre as principais etapas de desenvolvimento de aplicativos e produtos digitais: desenhar, desenvolver e medir.
Martinelli lembrou que a área de software, devido aos baixos custos envolvidos, permite o desenvolvimento de produtos em versões beta que podem ser lançados e aperfeiçoados em novas versões, partindo de modelos mais simples para mais complexos de forma gradual. Segundo ele, a questão central para a criação de um app reside em oferecer para o usuário a solução de um problema.
A partir disso, o palestrante abordou a definição de personas (espécie de perfil com características dos públicos a serem alcançados), a construção de fluxos que facilitem a experiência do usuário, ferramentas para desenho de telas e processos de validação com o cliente e processos de trabalho com foco em metodologias ágeis. “O objetivo é chegar o mais rápido possível na primeira versão disponível. Só assim também lançaremos a versão ‘matadora’. Refazer é inevitável”, afirmou.
Martinelli destacou, ainda, a importância das avaliações quantitativas e qualitativas, que envolvem o uso de ferramentas analíticas para aplicativos, feedback dos usuários (suporte, pesquisas de usabilidade) e redefinição de processos e prioridades de melhorias.
As palestras dos professores Flávia Carvalho e Marcelo Vasconcellos, do Polo de Jogos e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict/Fiocruz) foram acompanhadas de perto, lance a lance, pelo público das oficinas sobre recursos educacionais e comunicacionais. A plateia – que lotou o auditório – estava bastante entretida com as apresentações, que traziam exemplos de jogos digitais e suas conexões com o campo da saúde.
Flávia provocou os candidatos a refletir sobre Recursos comunicacionais e sentidos da saúde, abordando diversas questões, como: o conceito de doença, a importância de inovar (lembrando que as propostas devem ser adequadas ao contexto e a temas importantes da saúde pública brasileira); as representações sociais e lugares de fala (através de uma paródia em vídeo sobre tuberculose); e também aspectos como medicalização e saudicização. Para ela, os melhores projetos conciliam aspectos técnicos, conceituais sobre comunicação em saúde e as necessidades de saúde.
Por sua vez, Marcelo de Vasconcellos, disse que criar games é pensar numa verdadeira inclusão do público, motivando os participantes não só a interagir com o jogo, mas a interpretar situações de modo a transformar sua própria realidade. Ele apresentou casos de jogos que incentivam a compreensão sobre questões de saúde pelo paciente; que incluem diversos atores (paciente, família e sociedade) e que discutem questões como acessibilidade e desigualdade, lembrando que os games são instrumentos que instigam a reflexão sobre a realidade. Entre as novas abordagens, Marcelo comentou que os jogadores desenvolvem de tal modo um senso de pertencimento em relação aos games, que podem até propor novas regras, estimulando os próprios desenvolvedores a recriarem e aperfeiçoarem seus jogos.
Nova fase na Fiocruz: aperte o play!
Dar o pontapé inicial em projetos de game design no Canal Saúde foi o que levou Gustavo Audi à oficina. “É algo que nossa equipe já pretendia há algum tempo”, disse. Para ele, o maior destaque do evento foi colocar as tecnologias digitais em evidência. “O jogo como recurso comunicacional muitas vezes é ignorado ou subestimado e esta iniciativa trouxe essa discussão. A oficina da tarde, com o Guilherme Xavier (do coletivo Gamerama), foi muito boa neste sentido, pois ele apresentou o universo dos games. Sinto falta de discussões sobre tecnologias midiáticas na Fiocruz e esta oficina veio exatamente para suprir a este desejo”.
A oficina abordou alguns princípios dos jogos, o que os diferencia dos aplicativos que não são jogos digitais e o que a forma digital dos jogos possuem de mais vantajoso em relação aos jogos de cartas e de tabuleiro. Os participantes se organizaram em grupos para experimentar na prática a criação de regras de jogo e apresentar para os demais. Ao final, Guilherme ressaltou a importância do trabalho em equipe e a divisão de tarefas para a criação de jogos. “Algumas pessoas manifestaram o desejo de ter alguma forma de conhecer e encontrar outros proponentes de projetos na Fiocruz que possam ter interesses semelhantes, e assim promover a integração e o trabalho cooperativo. Nosso plano é promover mais encontros sobre o tema dos jogos e suas articulações com a saúde na Fiocruz. Acreditamos que esta iniciativa marca não apenas o início de um edital mas a ampliação de um novo campo de atuação para a Fiocruz nos aplicativos e jogos digitais”, conta Marcelo.
Quem abriu as palestras da manhã das oficinas para editais de recursos educacionais e comunicacionais foi o professor Miguel Said Vieira, da Universidade Federal do ABC. A apresentação dele foi sobre recursos educacionais abertos (REA), software livre e formatos abertos. Miguel destacou marcos históricos nos campos da educação e da tecnologia que favoreceram o uso de REA, entre os quais a implantação da Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz em 2014. “É importante celebrar iniciativas institucionais como estas que representam o bom uso do dinheiro público. Muitas universidades renomadas no Brasil não têm uma política própria”, afirmou.
O palestrante abordou as características importantes aos objetos de aprendizagem (como ser modular, acessível, interoperável, durável e reutilizável), licenças de uso e formatos abertos, desafios e estratégias relacionados aos REA. “As pessoas devem ser capazes de se apropriar mais das ferramentas tecnológicas, podendo revisar e remixar as informações de uma forma mais autônoma. O objetivo é que estes recursos promovam mais solidariedade entre os usuários”.
Direitos autorais: cessão facilita a gestão institucional
Em seguida, foi a vez do consultor Allan Rocha compartilhar informações sobre propriedade intelectual e direitos autorais. A conversa foi transmitida via web, direto de Washington (EUA), onde o palestrante estava a trabalho. O consultor esclareceu por que a Fiocruz opta pela cessão de direitos, através de uma comparação com o mercado de imoveis. “A licença é como um aluguel, o que torna mais complexa a gestão dos direitos autorais. Já a cessão é permanente, como um termo de compra e venda. Portanto, dá mais garantias à instituição”. Ele também tratou de prazos e casos com regras de exceção.
Com o objetivo de melhor organizar os processos de educação à distância na Fiocruz Ceará, Anya Meyer, pretende apresentar uma proposta para REA. "Temos dois mestrados profissionais em saúde da família e as novas tecnologias podem se tornar inspiração para trabalhos na área". Ela elogiou a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz): "A oficina foi uma excelente iniciativa e estava muito bem organizada. Além da oportunidade de entender melhor o edital e as possibilidades de trabalho na área proposta, tivemos a chance de aprender com os colegas e viabilizar futuras parcerias. A VPEIC/Fiocruz está de parabéns pelo formato e temática deste edital!".
A Universidade Aberta (UAB) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram um acordo para promover maior interação entre seus repositórios institucionais e as redes parceiras, no que diz respeito a recursos educacionais abertos na área da saúde. O protocolo foi assinado durante a 8ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (Confoa). A cooperação prevê ações como visitas técnicas para troca de experiências na área dos recursos abertos e repositórios e também atividades conjuntas de pesquisa.
Essa edição da Confoa promoveu a discussão, produção e divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisas sobre acesso aberto em diferentes dimensões e perspectivas. O evento reuniu pesquisadores, professores e estudantes do Brasil e de Portugal. A Universidade Aberta foi representada pela diretora dos Serviços de Documentação, Madalena Carvalho.
Leia mais sobre o evento abaixo, nos conteúdos relacionados.
Fonte: Universidade Aberta | Foto: Peter Ilicciev
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi a sede da 8ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (Confoa), entre os dias 4 e 6 de outubro. O evento, que aconteceu no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, reuniu autoridades, pesquisadores, professores, profissionais, estudantes e pessoas interessadas no assunto, de diferentes cidades do Brasil e de Portugal. Nesta edição, a conferência registrou recorde de público: foram mais de 260 participantes e 500 acessos online.
Em 2017, a Confoa promoveu uma discussão ampliada, incluindo, além de temas relacionados aos repositórios, questões sobre a abertura de dados governamentais e ciência aberta. Os trabalhos apresentados estão disponíveis neste link.
Cooperação Brasil-Portugal
Na abertura do evento, foram assinados dois acordos: um de cooperação técnica interinstitucional entre a Fiocruz e a Universidade do Minho, para implantação de boas práticas da ciência aberta, do acesso aberto e de dados abertos. Esse protocolo contempla ações nas áreas de pesquisa, educação e desenvolvimento tecnológico.
O segundo foi assinado entre a Fiocruz e a Universidade Aberta, instituição pública portuguesa de ensino superior à distância. Estão previstas visitas técnicas para intercâmbio de experiências na área de recursos educacionais abertos (REA) e repositórios, além de atividades conjuntas de investigação. Saiba mais sobre este acordo aqui.
Leia mais no Portal Fiocruz: 8ª Confoa: autoridades destacam os avanços no campo do acesso aberto
Por Ana Beatriz Aguiar (Coordenação de Informação e Comunicação - VPEIC/Fiocruz)
“É muito importante que a população saiba a diferença que faz a ciência em um projeto de país autônomo e democrático”, afirmou a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, ao participar da apresentação do Mapeamento de ações de divulgação e popularização da ciência na Fiocruz e do lançamento do Fórum Fiocruz de Divulgação e Popularização da Ciência, no Auditório do Museu da Vida, no dia 18 de outubro. Segundo Nísia, o tema é de fundamental importância no momento em que se discute a ciência sem cortes. Na ocasião, o assessor técnico de Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Diego Bevilaqua, apresentou o mapeamento. Segundo ele, o estudo teve como referência documentos realizados no Reino Unido, México, nos Estados Unidos e pela Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe (RedPop), a partir da distribuição de questionários on-line a profissionais da Fundação.
O Fórum será coordenado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e deve promover “sinergia e integração entre as diferentes ações e projetos desenvolvidos na Fiocruz, bem como um espaço para compartilhamento de experiências e reflexões a fim de apoiar eventos integrados como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), além da formulação de propostas políticas”, escreveu o vice-presidente Manoel Barral. Ele não pode comparacer ao evento e enviou a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, como sua representante. Na mensagem, Barral informa que a Vice deverá indicar o Comitê Executivo de acompanhamento. Mas, ainda será divulgado “o detalhamento de cronograma de reuniões, formas de participação e indicação de nomes”.
De acordo com o diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC), o mapeamento faz parte de um conjunto de ações para avançar na formulação de uma política de divulgação científica. Paulo Elian disse que a iniciativa está ancorada em princípios e valores, elementos conceituais e diretrizes a fim de articular a ampla e múltipla variedade de projetos e espaços institucionais da Fiocruz. “A COC está bastante empenhada nessa iniciativa”, frisou.
Ao lembrar que o VIII Congresso Interno da Fiocruz está pautado na visão da Fundação como instituição estratégica de Estado, Nísia Trindade lembrou que a perspectiva de comunicar a ciência contribuiu para que a Fiocruz fosse escolhida para o Prêmio José Reis de Divulgação Cientifica em 2015. “Podemos melhorar a nossa forma de comunicar para a sociedade, não apenas na visão de uma transmissão, mas na perspectiva de um diálogo. Não se trata de ensinar ciência às pessoas, mas de dialogar a partir da contribuição da ciência para a sociedade”, destacou a presidente.
O evento teve a participação de Silvania Sousa do Nascimento, da Diretoria de Divulgação Científica da Pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela ministrou a palestra Desafios da divulgação científica nas instituições Universitárias, trazendo a experiência de mapeamentos feitos pela UFMG.
Mapeamento de ações de divulgação e popularização da ciência na Fiocruz
O estudo avaliou as respostas contidas em 168 questionários distribuídos on-line em ampla divulgação à comunidade Fiocruz. Segundo Diego Bevilaqua, o mapeamento procurou fazer o retrato mais fiel do momento em que foi realizado. O documento constatou ações em quase todas as unidades, com destaque para a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), com grande participação nesse campo da divulgação científica. O Rio de Janeiro foi a região com maior concentração de atividades (representando 90 por cento das ações). No entanto, houve registro em Minas Gerais (Instituto René Rachou), Bahia (Instituto Gonçalo Moniz) Pernambuco (Instituto Aggeu Magalhães), Rondônia, Brasília e Mato Grosso do Sul. Para Diego, há muito espaço para se ampliar as ações de divulgação científica.
Quase metade (45%) das atividades das regionais tiveram parcerias externas (universidades, institutos e associações de moradores). De acordo com Bevilaqua, isso potencializa a relação da Fiocruz com outras instituições. No entanto, falta maior relação interna entre as ações. O estudo indicou que metade das ações foi obtida com recursos captados externamente. Ele alertou que isso pode significar dependência, principalmente em momentos de diminuição de orçamentos externos. A solução seria a criar uma política para garantir recursos às atividades, mas sem retirar o potencial desse tipo de financiamento. De acordo com o mapeamento, foram encontrados 42 grupos de pesquisa relacionados às atividades de divulgação científica na Fiocruz. Segundo Diego, a participação pode aumentar.
Foi feita uma categorização das iniciativas em: produtos (virtuais e comunicações audiovisuais), ações educativas em suas várias naturezas, ações de relação com escolas, de formação, promoção da saúde e de educação não formal (ciência, ambiente e patrimônio). Outras categorias como exposições e coleções museológicas e ações de ciência cidadã e engajamento também foram incluídas. Diego explicou que se tratavam de iniciativas de pesquisa que buscavam trabalhar com a sociedade de forma a olhar o público como o próprio processo científico.
Diversidade de ações na Fiocruz
O Mapeamento de ações de divulgação e popularização da ciência revelou uma diversidade de ações, exemplificadas por Bevilaqua com iniciativas das unidades que se destacaram. Na COC/Fiocruz, o Museu da Vida concentra a maior parte das iniciativas, com exposições museológicas, publicações e ações de educação. Mas, a unidade também participa com o blog da revista científica História, Ciências, Saúde – Manguinhos e a Semana Fluminense do Patrimônio, entre outras atividades. O estudo mostrou que o IOC/Fiocruz apresenta maior distribuição entre as diversas categorias, sem identificar concentração em nenhuma área específica: publicações, sites, exposições, vídeo-aulas, e-books, Museu da Patologia, ações na Sala Costa Lima (coleção entomológica) e com escolas, além do mapeamento participativo da qualidade da água, entre outros. No caso da Ensp/Fiocruz, as ações se concentram em produtos e ações relacionados à promoção da saúde, como a publicação da revista Radis, do periódico científico Cadernos de Saúde Pública e o Laboratório Territorial de Manguinhos.
Fonte: Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) | Foto: Rodrigo Méxas (Multimeios/Icict)
Na semana que vem, de 4 a 6 de outubro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) será a sede da 8ª Conferência-Luso Brasileira de Acesso Aberto (Confoa). O evento reúne, todo ano, as comunidades portuguesa, brasileira, e outros países lusófonos para debater questões atuais sobre acesso aberto. Com o tema Do acesso aberto à ciência aberta, a conferência de 2017 debaterá os seguintes temas:
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, dará as boas-vindas aos participantes. Ela receberá, na mesa de abertura, a diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Cecília Leite, o reitor da Universidade do Minho, António M. Cunha, e um representante da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Palestra de abertura com Barend Mons
Barend Mons, professor da Universidade de Leiden e afiliado ao Centro Médico Erasmus na Universidade de Roterdã (ambas instituições da Holanda), vai proferir a palestra de abertura, abordando The internet of FAIR data and services. Mons foi coordenador do Grupo de Especialistas de Alto Nível que elaborou o estudo nomeado European Open Science Cloud, que sintetiza recomendações para adoção da ciência aberta nos países membros da Comissão Europeia. Neste relatório são propostos os princípios FAIR Data, que são orientações sobre como tornar os dados disponíveis, acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis.
Mais informações
Data: 4, 5 e 6 de outubro
Local: Fundação Oswaldo Cruz - Auditório da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz)
Avenida Brasil, 4365 - Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 21.040-360
Consulte também a programação da conferência em: http://confoa.rcaap.pt/2017/programa/
As inscrições já estão encerradas, mas os interessados poderão acompanhar o evento, que será transmitido ao vivo, por meio do link www.tvq.com.br/aovivo/fiocruz
Para aprofundar o debate de ações que envolvem a Escola de Governo da Fiocruz (EGF) a Coordenação Geral Pós-graduação da Fiocruz (CGPG) promoveu três reuniões, em setembro, envolvendo os representantes das unidades da Fiocruz. Na última terça, dia 19, esta primeira etapa de encontros foi encerrada, antecedendo a próxima Câmara Técnica de Educação (CTE), que será realizada na semana que vem, nos dias 26 e 27, no qual o tema terá destaque.
Além da coordenadora da CGPG, Cristina Guilam, da coordenadora do Lato sensu, Tânia Celeste, e dos membros das unidades, os encontros contaram com a participação da presidente da Comissão Própria de Avaliação (CPA), Isabella Delgado e do representante dos egressos na CPA, Alex Bicca.
Segundo Guilam, a iniciativa abre espaço para alinhar informações sobre o credenciamento, esclarecer dúvidas e definir planos e ações junto às unidades a fim de fortalecer a Escola de Governo Fiocruz, que tem a missão de formar quadros altamente qualificados para o Sistema Único de Saúde (SUS). “O processo de credenciamento foi resultado de uma construção coletiva e, para manter esta chancela do Ministério da Educação (MEC) nestes oito anos de validade, é fundamental continuarmos a investir nessa integração, para aperfeiçoarmos nossas ações, sempre respeitando a diversidade da instituição”, afirma. Ela também destacou a importância de manter atualizado o Sistema de Gestão Acadêmica para que a CGPG possa fazer o acompanhamento da oferta de cursos. A coordenadora também respondeu a perguntas sobre os regimentos internos das unidades.
Já a presidente da CPA, Isabella Delgado, aproveitou os encontros para reforçar os indicadores que merecem atenção, como o fortalecimento da Comissão (que coordena e implementa os processos de autoavaliação institucional relacionada à oferta de cursos de pós-graduação Lato sensu pelas unidades), a Política e as ações de acompanhamento dos egressos, os espaços para atendimento aos alunos, e os requisitos legais que envolvem a educação étnico-racial.
Por sua vez, a coordenadora do Lato sensu, Tânia Celeste, lembrou que novos gestores assumiram as direções das unidades e da importância de colaborar para fortalecer a gestão compartilhada e a formação de uma rede nas unidades. “Tem sido muito importante vivenciar este ciclo de interação efetiva entre representantes da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), da CPA e da gestão do ensino nas unidades. Esse é um caminho virtuoso para a implantação da Escola de Governo da Fiocruz: promover a troca de ideias e estimular a gestão compartilhada, em que o diálogo assegura a construção da unidade com respeito à diversidade”, diz. Para Tânia, o debate sobre a EGF é também uma oportunidade de revisitar, aprofundar e enriquecer o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Político Pedagógico da Fiocruz (PPP).
Temas em destaque nos encontros
As reuniões foram pautadas por debates sobre a diversidade de processos avaliativos que integram a gestão do ensino na instituição e o esforço para integrá-los, buscando consolidar a identidade da Escola de Governo de abrangência nacional. Neste sentido, o vice-diretor de Ensino e Informação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Carlos Maurício Barreto, comentou sobre a importância de ter a EGF como um lugar propício para pensar o futuro, interrogando sempre “a que servimos como instituição e que sociabilidade desejamos construir?”.
Nessa mesma linha, os representantes das unidades, da CGPG e da CPA trataram de aspectos relacionados à integração do Lato sensu com o Stricto sensu e com o ensino técnico, apontando para o potencial de compartilhamento de disciplinas, cursos e experiências, assim como para a contribuição dos temas transversais para enriquecer a oferta educativa - favorecendo também o compartilhamento de competências entre as unidades.
Os seguintes assuntos mereceram destaque: a revisão dos regimentos das unidades, os estudos de novos modelos de trabalhos de conclusão de curso e a cooperação internacional.
No que diz respeito a integração de sistemas e gestão da informação, os participantes falaram sobre a importância do Siga e do Campus Virtual, a necessária integração de sistemas de informação do ensino e a segurança da rede.
Confira como foi a agenda de reuniões com as unidades sobre a Escola de Governo da Fiocruz
Por Flávia Lobato e Alex Bicca
Com os inúmeros desafios para consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), é cada vez mais importante investir permanentemente nos processos que visam a qualificação de futuros profissionais. Segundo Adriana Coser, assessora da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), os cursos de graduação na área de saúde ainda adotam um modelo que valoriza uma dimensão tradicional, mais voltada a questões médicas, hospitalares e biológicas, com pouco ou quase nenhum reconhecimento de questões sociais, subjetividade dos indivíduos, dentre outros aspectos. "Identificamos esta fragilidade no incentivo a articulação junto à rede de atenção do SUS, principalmente nos programas de residência médica. Muitas vezes isso resulta da própria desarticulação da instituição formadora e dos serviços de saúde", afirma. Além disso, ela destaca outros dois desafios nos processos de formação: a baixa apropriação de tecnologias educacionais, assim como a pouca valorização das estratégias de formação permanente de preceptores no SUS.
Buscando soluções para enfrentar estas questões, a VPEIC/Fiocruz ouviu os representantes das diversas unidades institucionais, que resultou na constituição do Fórum dos Programas de Residências em Saúde, em junho deste ano. Desde então, o grupo, que é composto pelos coordenadores dos programas de residências, tem se reunido mensalmente para pensar em propostas comuns. "Abrimos um espaço coletivo de educação permanente para que os participantes identifiquem desafios comuns, troquem experiências, proponham iniciativas, atividades e instrumentos de qualificação permanente dos programas. Queremos promover a articulação das ofertas educacionais no âmbito de cada programa, sempre priorizando a formação para o SUS", conta a coordenadora.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Hospital Federal Servidores do Estado, desenvolveu um aplicativo (app) para tablet e smartphone com o Checklist de Cirurgia Segura OMS. O app foi elaborado a partir das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicadas recentemente.
O aplicativo é uma iniciativa do projeto de pesquisa “Desenvolvimento e Avaliação de uma estratégia para a implementação do checklist de cirurgia segura da OMS”, e contém a versão original e a versão adaptada do checklist, podendo ser instalado em qualquer dispositivo com sistema operacional Android™ ou iOS. O download é gratuito.
A coordenadora do projeto e coordenadora geral do Proqualis da Fiocruz, Margareth Portela, explica que o app do checklist de cirurgia segura provê um instrutivo para a aplicação adequada do Checklist de Cirurgia Segura, de forma completa e fidedigna. "São disponibilizadas duas versões do checklist: a versão original da OMS e uma outra versão, com pequenas alterações em relação à primeira, utilizada no projeto de pesquisa 'Desenvolvimento e Avaliação de uma estratégia para a implementação do checklist de cirurgia segura da OMS', que estamos conduzindo”, conta.
Entre as mudanças na segunda versão, houve a introdução de um item para averiguação da necessidade de profilaxia para tromboembolismo, problema que também ocorre com frequência e pode ser prevenido. “A decisão por incluí-lo no projeto, aliás, gerou a necessidade de discussão sobre a profilaxia do tromboembolismo, pouco padronizada, pelo menos pelo que observamos. Um outro aplicativo então terminou sendo desenvolvido e será disponibilizado nos próximos dias, voltado para a classificação de risco de tromboembolismo e provisão de recomendações para a sua prevenção, conforme o risco”, diz Margareth.
Cirurgia segura é meta internacional de segurança do paciente
A cirurgia segura é uma das seis metas internacionais de segurança do paciente. Para José Branco, diretor executivo do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), a iniciativa colabora para que os hospitais de todo o Brasil possam implementar as normas de Cirurgia Segura da OMS, promovendo mais segurança ao paciente a quem passa por um procedimento cirúrgico. "É a tecnologia agindo a favor da saúde”.
Renata Barco, gerente do Bloco Operatório e Centro de Endoscopia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, acredita que é importante haver a garantia de realização de um checklist que possa ser aplicado nos três momentos principais: “Antes da indução anestésica; imediatamente antes da incisão cirúrgica; e antes do paciente sair de sala operatória, pois, certamente, os cinco certos serão contemplados, além dos outros processos de segurança cirúrgica”.
Marta F. Passo é médica e educadora para a Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente do Consórcio Brasileiro de Acreditação, associado da Joint Commission International no Brasil (JCI). Ela comenta que não há apenas uma solução que promoverá a melhoria da segurança cirúrgica, mas destaca que é fundamental o engajamento nessa causa. "É importante o envolvimento de toda a equipe de profissionais, não apenas do cirurgião. Trabalhando juntos, a equipe consegue melhorar os padrões de qualidade da assistência cirúrgica prestada”, afirma.
Fonte: Insituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP)