O Campus Virtual de Saúde Pública oferecerá um novo curso de autoaprendizagem, aberto e gratuito, sobre abordagem clínica de zika na atenção básica. A capacitação é uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde, da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Fiocruz Mato Grosso do Sul. As inscrições ficam abertas até o dia 1/3/2017.
A parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) permite que a capacitação seja oferecida em português e espanhol, alcançando profissionais de diferentes países – o que é especialmente importante num contexto de emergência sanitária. Vale lembrar que o vírus vem se propagando, e que foi confirmada a relação entre zika, microcefalia.
O curso Abordagem clínica de zika na atenção básica tem quatro unidades temáticas e uma avaliação final. Os alunos aprovados obtêm uma certificação de 45 horas emitida pela Opas/OMS.
Conheça os temas abordados no curso:
Unidade 1 – Aspectos epidemiológicos, promoção da saúde e prevenção da infecção pelo zika vírus
Unidade 2 – Quadro clínico e abordagem a pessoas infectadas por Zika vírus
Unidade 3 – Cuidados com as gestantes com suspeita de ou confirmação de infecção por Zika Vírus e do recém-nascido com síndrome congênita relacionada ao Zika vírus
Unidade 4 – Vigilância da infecção por Zika vírus e suas complicações
Acesse o curso em português pelo site da UNA-SUS
Acesse o curso em espanhol
Mais informações: http://bit.ly/2aIlJuI
Fonte: Campus Virtual de Saúde Pública
Antonio Fuchs
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) inaugura hoje (3/11) seu núcleo da Rede Universitária de Telemedicina (Rute). O ambiente, localizado no prédio da Direção do INI, é composto por uma sala de videoconferência com equipamentos para conexão em banda larga, que permitem assistência remota a pacientes e atividades de educação a distância, além de pesquisa colaborativa. A iniciativa é fruto de uma parceria da unidade com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), responsável pela coordenação da Rute. A Rede Universitária de Telemedicina estimula a integração e a colaboração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês Special Interest Groups - SIGs). O primeiro SIG do INI será o de Pesquisa Clínica, conforme informou o médico responsável pelo projeto no Instituto, Manoel Paes de Oliveira Neto.
Nesta manhã, o vice-diretor de Pesquisa Clínica, André Curi, proferiu a palestra Uveítes infecciosas. Comparaceram ao evento o diretor Alejandro Hasslocher e o coordenador nacional da Rede Rute, Luiz Ary Messina. Hoje também está sendo lançado o núcleo do Hospital Geral do Grajaú (HGG), que faz parte do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, em São Paulo, com a participação, através de videoconferência, da Diretora do Hospital, Jocelene Pereira.
Da telemedicina à Rede Rute
A ideia de criar um núcleo de telemedicina no INI para oferecer cursos, palestras e atividades online ocorreu na gestão de Valdilea Veloso à frente da Direção do Instituto. O médico Manoel Paes, que já havia feito um primeiro contato com a Rede Rute, lembra que a iniciativa não foi concretizada devido a questões orçamentárias e falta de infraestrutura necessária em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro interessados na disseminação de informação e atenção médica à pacientes e outros profissionais de saúde que seriam ofertados pelo INI. “Nosso plano era fazer um Ambulatório de Teledermatologia nos moldes da teleassistência que existe no Canadá. Devido à existência de áreas remotas, principalmente para atender a população de esquimós, os canadenses desenvolveram serviços de saúde de atenção primária que pudessem ser feitos através de telemedicina. Desta forma, grupos de médicos passaram a utilizar equipamentos portáteis de raio-X e, ao viajar para localidades distantes, faziam os exames na população. Pelo computador, os profissionais de radiologia lotados em grandes centros analisavam e faziam os laudos. Queríamos fazer algo do gênero em 2004, com a ideia do ambulatório virtual, mas não conseguimos”.
Já na gestão de Alejandro Hasslocher pensou-se na criação de um Centro de Estudos independente, mas ligado ao INI, para ofertar cursos, com um aspecto mais jurídico, em um ambiente virtual dentro do Instittuto. Esse projeto também não foi viabilizado por diversos fatores. Por fim, Paes explicou que voltou a fazer contato com a Rede Rute para implantar a infraestrutura de suporte necessária às atividades de Telemedicina no INI. Esse processo compreende oito etapas: diagnóstico local; apresentação de propostas; assinatura de contrato; licitação dos equipamentos e serviços; implantação da infraestrutura; teste dos equipamentos e serviços; ativação dos hospitais na RNP e homologação e operação na RNP. “Com a homologação final, o INI começará suas atividades com o SIG de Pesquisa Clínica, agendando todas as atividades que queremos transmitir pela rede. Além disso, pretendo ampliar os contatos com médicos e pesquisadores aqui do INI para criar novos SIGs. Julgo interessante um SIG de Oftalmologia Infecciosa com dr. André Curi. Esse é um tema inédito aqui no Brasil e seria muito importante para nós”.
O Diretor do INI, Alejandro Hasslocher, diz que o objetivo é levar, com essa iniciativa, toda a expertise acumulada pelos pesquisadores para todo o Brasil. "Adotamos uma linguagem moderna e dinâmica, oferecendo cursos, aulas e promovendo a troca de conhecimentos de forma a melhorar, cada vez mais, nossos Sistema de Saúde”.
Rede Rute
Com 10 anos de atuação e 124 núcleos em operação em todo o país, a Rede Rute é formada por mais de uma centena de instituições a partir de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo uma importante iniciativa para qualificar recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS).