Estão abertas as inscrições para o Curso de identificação e vigilância de maruins vetores da febre de oropouche, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de novembro, em formato online. O curso é voltado para profissionais que atuam na vigilância entomológica com diferentes níveis de formação, além de alunos de pós-graduação nas áreas das ciências biológicas ou da saúde. As inscrições podem ser realizadas até 4 de novembro, através do Campus Virtual Fiocruz.
O objetivo é capacitar os interessados no reconhecimento das espécies de importância sanitária, métodos de coleta, transporte e mecanismos de controle. A atividade é organizada pelas curadoras da Coleção de Ceratopogonidae do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Maria Luiza Felippe Bauer e Maria Clara Alves Santarém.
Com 12 horas de carga horária, o curso contará com aulas síncronas, das 13h às 17h.
*Edição: Vinicius Ferreira
A Rede de Bibliotecas Fiocruz está disponibilizando treinamento na base de dados Springer Nature Link, que será realizado na quarta-feira, 6 de novembro, das 10h às 11h. O treinamento é online e gratuito. As inscrições podem ser realizadas neste link.
Neste treinamento exploraremos os recursos avançados da Springer Nature Link, uma das plataformas mais completas de acesso à literatura científica e que contém mais de 1.800 revistas e 56 mil livros acadêmicos disponíveis para a comunidade da Fiocruz.
Os participantes aprenderão a:
• Pesquisar de forma eficiente: Descubra como encontrar artigos e livros que realmente importam para sua pesquisa.
• Filtrar resultados: Aprenda a refinar suas buscas e encontrar as informações mais relevantes para o seu trabalho.
• Maximizar seus resultados: Tire o máximo proveito dos recursos avançados da Springer Nature Link.
Inteligência artificial, interatividade e diálogo intercultural na ciência e na saúde são algumas das temáticas abordadas no terceiro número da Reciis em 2024. A edição conta com o dossiê "Cuidados-em-interação: práticas, saberes e reflexividade na saúde", que teve o objetivo de mobilizar o conceito ‘cuidados-em-interação’, compreendendo a noção de interação como indissociável do conhecimento comunicacional. A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).
Conforme os editores convidados do dossiê "Cuidados-em-interação: práticas, saberes e reflexividade na saúde", Márcia Rodrigues Lisboa (Fiocruz) e Michel Binet (Universidade Lusíada), a proposta possibilitou uma coletânea de artigos que desencadeou diálogos convergentes na temática proposta, mas por distintas abordagens interdisciplinares entre autoras e autores de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes regiões. O estudo de Ana Cristina Ostermann e Minéia Frezza abre o dossiê. As autoras desenvolvem uma descrição qualitativa, que ‘demonstra mostrando’ a interação entre um médico e uma paciente diante de resultados inconclusivos de um teste genético realizado num feto que sofreu malformações, seguidas de morte, às 35 semanas de gestação. Na pesquisa seguinte, Ulrike Agathe Schröder, Fernanda Roque, Anna Ladilova e Sineide Gonçalves fazem uma análise multimodal de ‘fala-e-corpo-em-interação’ sobre o uso de máscaras em tempos de Covid-19. A análise é feita em vídeos produzidos num posto de saúde da família e pela interação entre uma profissional de saúde e um paciente no Brasil; vídeos de canais televisivos de vários países e acessíveis no Youtube; entrevistas jornalísticas em transportes públicos em Cuba, em um salão de cabeleireiro na Alemanha e nas imediações de um centro médico nos Estados Unidos.
José Manuel Resende e Maria Rosália Guerra também destacam em sua análise a interação do corpo, mas por meio de observações e entrevistas numa perspectiva etnográfica, sem mediação por gravações. Trata-se de uma atenção às pistas corporais e expressões existenciais de uma pessoa em condição frágil e em cuidados decorrentes à demência. Já João Freire Filho e Júlia dos Anjos analisam interações que ocorrem por meio de testemunhos em primeira pessoa produzidos em situação de entrevista ou partilhados por meio de escrita autobiográfica de mulheres com endometriose. O autor e a autora questionam a relação entre profissionais de saúde e pacientes na qual se manifestam preconceitos sexistas, raciais e sociais. No último artigo do dossiê, Anna Bentes, Danielle Sanches e Paulo F. C. Fonseca desenvolvem uma análise documental de leis referentes à Inteligência Artificial sobre a saúde humana, particularmente sobre a saúde mental, problematizando os desafios da regulação no Brasil.
Extrativismos e diálogos
O debate sobre a regulação da Inteligência Artificial no Brasil é tema da seção Nota de Conjuntura. Sérgio Amadeu da Silveira chama a atenção para a soberania digital e de dados, considerando ser uma questão pouco debatida nos debates regulatórios brasileiros sobre a IA e que se refere a uma dinâmica caracterizada como um novo colonialismo tecnológico. Por isso, enfatiza que as discussões regulatórias no Brasil devem apostar na consolidação da soberania digital e de dados para que se possa manter e fortalecer a soberania de Estado Democrático de Direito. Na seção Resenha, Thalita Mascarelo da Silva reflete sobre o documentário "Xawara e saúde" (2023), dirigido por Daniela Muzi. A autora analisa a narrativa documental como expressão de outras vozes, periféricas, na produção e na circulação da informação em saúde e da cultura saúde-doença-cura-cuidados articulada com os saberes dos povos indígenas, do povo Yanomami, e com estratégias de atenção em saúde no território. Thalita destaca na resenha o depoimento de Daniel Yanomami, no qual ele diz como gostaria de ser representado no documentário.
Em entrevista, a pesquisadora Diádiney Helena de Almeida propõe, metaforicamente, pintarmos de urucum, jenipapo e poá um discurso científico e da saúde baseados no método extrativista que permanece no tempo. A historiadora narra sua trajetória de vida articulada com suas pesquisas sobre curadores populares no Brasil, compreendendo sua trajetória na ciência como “um caminho formado de muitas vozes, cheiros de ervas e de sons de folhas e galhos estalando no chão”. Em editorial, os editores científicos da Reciis, Igor Sacramento, Christovam Barcellos e Kizi Mendonça de Araújo, convocam a comunidade científica a refletir sobre “um equilíbrio precário entre paixão, vocação e pressão” que configura o trabalho do editor científico num cenário competitivo e instável financeiramente que tem caracterizado a produção e disseminação da ciência no Brasil.
Por meio de submissão em fluxo contínuo, esta edição apresenta ainda artigos originais que versam sobre a relação entre comunicação, informação e saúde em temas como: literacia em saúde, Atenção Primária, comunicação em saúde nas redes sociais e pesquisas sobre a doença de Alzheimer na América Latina e no Caribe.
Sobre a Reciis
A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis), editada pelo Icict desde 2007, é um periódico interdisciplinar de acesso aberto. Seus textos são inéditos, em português, inglês, espanhol ou francês, com temas de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde coletiva. A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto, pois não cobra taxa de processamento de artigos. Ela faz parte do Portal de Periódicos Fiocruz junto com outras oito publicações que oferecem livre acesso aos seus conteúdos.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) realizará, nesta quarta-feira, 30 de outubro, o seminário científico intitulado 'Human genetics and infectious diseases (Genética humana e doenças infecciosas)'. O evento ocorrerá no Auditório do INI, com transmissão ao vivo pelo YouTube, a partir das 14h. A palestra será ministrada pela Frédégonde About, médica e pesquisadora no Centre Hospitalier de Cayenne - Andrée Rosemon, em Caiena na Guiana Francesa.
O seminário é organizado pela Vice-Direção de Pesquisa Clínica do INI, sob coordenação da vice-diretora, Rosely Zancopé, e moderação do pesquisador e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa (Lapclin-Derm), Dayvison Freitas.
Acompanhe ao vivo:
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) divulga o edital para Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica (ResidTAIF). As vagas são direcionadas para profissionais recém-formados nos cursos de Farmácia, Ciências Biológicas (exceto modalidade medicina) e Medicina Veterinária. Os interessados podem se inscrever até às 16h do dia 31 de outubro pelo Campus Virtual Fiocruz.
O Programa ResidTAIF visa capacitar profissionais recém-graduados, com até dois anos de formação até a data de matrícula (de 17 de fevereiro de 2023 a 17 de fevereiro de 2025), nos cursos de bacharel em Farmácia, Ciências Biológicas (exceto modalidade médica) ou Medicina Veterinária, para planejarem e executarem, no seu âmbito de atuação, ações na Indústria Farmacêutica pertinentes ao bem-estar e qualidade de vida da população. Esses profissionais irão interagir com as diversas áreas que envolvem a cadeia farmacêutica e seu papel fundamental na saúde pública brasileira e global. Além de atuar na promoção da saúde de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), o programa pretende, também, desenvolver o pensamento crítico e a capacidade inovadora de profissionais da área da saúde com vistas ao desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde - CEIS, de acordo com o Decreto nº 11715/2023 que institui a Institui a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do CEIS.
O programa terá dois anos de duração, em tempo integral e dedicação exclusiva, com carga horária de 5.760 horas, distribuídas em atividades teóricas e práticas, sob a forma de treinamento em serviço, equivalente a 60 horas/semana.
São ofertadas cinco vagas, distribuídas por categoria profissional:
- 2 vagas para graduados (bacharel) em Farmácia;
- 2 vagas para graduados (bacharel) em Ciências Biológicas (exceto modalidade médica);
- 1 vaga para graduados (bacharel) em Medicina Veterinária.
Confira aqui a Chamada Pública para mais informações e inscreva-se até às 16h de 31 de outubro!
A sessão do Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desta sexta-feira, dia 1º de novembro, abordará o tema ‘Quinhentos anos de Camões’, com o poeta, crítico, ensaísta e tradutor, Alexei Bueno. Na ocasião, a tecnologista do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, Anunciata Cristina Sawada, atuará como mediadora.
A atividade será transmitida pelo Canal do IOC no YouTube a partir das 10h.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz) está com inscrições abertas para o processo seletivo de Pós-Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher. Candidatos podem se inscrever até 10 de novembro.
A chamada tem como principal objetivo a concessão de uma (1) bolsa pelo Programa Institucional de Pós-Doutorado (PIPD/Capes) no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher (PPGSCM/IFF/Fiocruz).
O processo seletivo é direcionado a Doutores interessados em desenvolver atividades propostas pelo estágio pós-doutoral sob supervisão de um professor permanente credenciado às linhas de pesquisa do Programa.
Confira as linhas de pesquisa:
Contempla estudos sociais da deficiência, das experiências de adoecimento crônico, raro e complexo, no diálogo interdisciplinar com a genética de saúde pública, a epidemiologia, a economia da saúde e as abordagens sociológicas e antropológicas. Os estudos valorizam a dimensão da subjetividade e da intersubjetividade em jogo nas práticas de saúde, com o diálogo com as políticas públicas em saúde e movimentos sociais, considerando-se os marcadores sociais de gênero, raça/etnia, geração, classe e território.
Estudos abrangendo a gestação, abortamento, parto, nascimento, puerpério, óbito e as repercussões desses eventos sobre a saúde da mulher e da criança e em diferentes fases da vida. Também inclui estudos sobre o crescimento, neurodesenvolvimento, nutrição e aleitamento humano e consequências na saúde da criança e do adolescente a partir das perspectivas da epidemiologia, do planejamento, das políticas públicas, da avaliação de tecnologias em saúde e dos aspectos socioculturais.
Reúne estudos sobre gênero, sexualidade e reprodução na sua interface com a saúde e suas articulações com cor/raça, classe social, orientação sexual, identidade de gênero, geração, deficiências e cursos da vida. As pesquisas abordam direitos humanos, aspectos sociais, subjetivos, políticos, ações de movimentos sociais e práticas em saúde. Incluem estudos socioantropológicos que podem dialogar com a epidemiologia, políticas públicas e avaliação de tecnologias em saúde.
Estudos sobre os efeitos das distintas expressões de violência nas populações e grupos sociais, observando como se conformam suas dinâmicas a partir das especificidades do curso da vida, de raça/etnia, gênero, classes/estratos sociais, orientação sexual, deficiência, agentes envolvidos, territórios e contextos socioinstitucionais. Os estudos também contemplam as perspectivas de atuação sobre as matrizes socioculturais que geram as violências, bem como a promoção da saúde, do cuidado e de uma cultura de paz. A relação entre saúde, sociedade e ambiente, integrando-se epidemiologia, ciências sociais, políticas, planejamento e gestão e avaliação é valorizada pelos estudos dessa linha a partir das perspectivas da epidemiologia, do planejamento, das políticas públicas, da avaliação de tecnologias em saúde e dos aspectos socioculturais.
Acesse aqui para contato dos professores.
A inscrição no processo seletivo de Pós-Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher está disponível até 10/11/2024 até 23h59 através do e-mail posdocscm.iff@fiocruz.br
O ano de 2024 tem sido marcado pela comemoração de uma década da publicação da Política de Acesso Aberto da Fundação Oswaldo Cruz. Nesse período, a instituição ganhou reconhecimento nacional e internacional por seu compromisso pela promoção do acesso aberto ao conhecimento e da defesa da ciência aberta, mas ainda há desafios.
Para celebrar os 10 anos da política e abordar os desafios e caminhos nos próximos ciclos, a Rede de Bibliotecas Fiocruz realiza em outubro seu encontro anual em torno do tema 'Democratização do Acesso à Informação'.
O 18º Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz será realizado na Biblioteca de Manguinhos entre os dias 29 e 30/10, com mesas redondas e atividades integradoras.
No primeiro dia, a programação conta com mesa de abertura, às 14h, seguida de mesa-redonda sobre a transformação digital na era do acesso aberto e as estratégias para bibliotecas e cientistas. Participam da mesa: Adriana Ferrari (FEBAB), Maria Luisa Carvalho (UERJ) e Dempsey de Lima Bragante (UFF). A mediação será de Adrianne Oliveira (COC/Fiocruz). Ao final, haverá café de encerramento.
No segundo dia, após café de recepção, haverá mesa redonda sobre as diretrizes e curadoria no Catálogo Mourisco, sistema de catalogação que integra os acervos bibliográficos da Fiocruz. Os temas apresentados incluem a política de indexação, padronização da coleção Identidade, curadoria e vocabulário controlado. Participam da sessão: Adriano Silva e Glauce de Oliveira (BibSP/Icict/Fiocruz), Giovania Jesus e Mariana Velozo (Coordenção Rede de Bibliotecas Fiocruz) e Adrianne Oliveira (COC/Fiocruz).
À tarde, a sessão temática aborda questões de inovação e padronização no gerenciamento de bibliotecas. Os temas abordados serão o manual de normalização, o novo sistema do Catálogo Mourisco e as estratégias de modernização das bibliotecas. Participam da sessão: Eliane Monteiro (COC/Fiocruz), Viviane Veiga (Coordenação Rede de Bibliotecas) e Adriano Silva (BibSP/Icict/Fiocruz).
Semana Internacional do Acesso Aberto
As atividades integram a programação da Semana Internacional do Acesso Aberto, que, a partir de 21/10, contempla um calendário nacional e internacional de atividades sobre o tema. A Fiocruz também terá outras atividades nesse período, incluindo uma Aula Aberta do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), no dia 23/10. O tema será '10 anos da Política de Acesso Aberto na Fiocruz: a comunidade acima do comercial'. O evento acontece online e a programação pode ser consultada nos sites do programa e do Icict.
O evento terá transmissão online pelo canal da VideoSaúde. Para participar, inscreva-se pelo link bit.ly/RedeBibliotecas-2024.
10 anos da Política de Acesso Aberto da Fiocruz
Reafirmando seu compromisso com a democratização do conhecimento e do acesso à informação científica, a Fiocruz criou a Política de Acesso Aberto em um processo participativo e amplo, envolvendo todas as unidades da Fundação. Seu principal instrumento é o Repositório Institucional Arca, que atualmente reúne teses, dissertações, artigos e outros materiais de estudos e pesquisas, além de divulgação científica e até dados abertos, por meio do repositório Arca Dados.
O Icict publicou, no primeiro semestre, um selo comemorativo, que vem destacando a política na comunicação institucional da Fiocruz. Saiba mais sobre o selo, elaborado pelo Multimeios, no Portal Fiocruz.
18º Encontro da Rede de Bibliotecas
29/10 - 14h às 16h
30/10 - 9h às 16h
Local: Salão de Periódicos da Biblioteca de Manguinhos. Capacidade: 60 lugares.
Programação: www.icict.fiocruz.br/eventos
Inscrições: bit.ly/RedeBibliotecas-2024
Transmissão online: www.youtube.com/videosaudefio
Atualmente, a Fiocruz oferece 35 programas de residências em saúde, 31 ofertas diretas e mais 4 iniciativas de cooperação, formando centenas de profissionais aos longo dos anos para atuarem diretamente na ponta do atendimento à população. Buscando periodicamente avaliar quais são as necessidades de saúde e os desafios da formação dos novos trabalhadores, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), por meio da Coordenação Adjunta de Residências em Saúde (CGE) e do Fórum de Coordenadores de Residências em Saúde, realizou o III Seminário Integrado das Residências em Saúde. Com o tema "A formação que queremos para o SUS nas residências", o encontro reuniu diferentes atores da área, discentes e representantes da Fiocruz, do Ministério da Saúde e da Educação (MS e MEC); além das comissões de residências médica e multiprofissional.
+ O evento foi transmitido pelo canal da VideoSaúde no Youtube e pode ser visto na íntegra aqui!
Durante a mesa de abertura - composta pela coordenadora-geral de Educação (CGE/VPEIC/Fiocruz), Eduarda Cesse, a coordenadora adjunta de Residências em Saúde (CGE/VPEIC/Fiocruz), Adriana Coser, a coordenadora de Assistência da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), Patrícia Canto, o secretario Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, a representante da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa) Roseli Rocha; e o representante da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz-RJ) Matheus Rodrigues -, Patrícia pontuou que residência é essencialmente aprendizado e assistência; é onde se aprende, mas também onde assumem-se responsabilidades, disse a assessora da VPAAPS.
Já Roseli abordou a importância do desenvolvimento de políticas e da devolutiva dessas formações em residência à sociedade. No entanto, para ela, um ponto de grande destaque para a formação dos profissionais de saúde é a luta contra as desigualdades. "Esse deve ser um compromisso de todos nós. Defender a equidade enquanto um princípio do SUS, combater as desigualdades sociais, desigualdades ético-raciais e de gênero não é algo facultativo para quem atua na saúde. Temos que assumir isso como um dever ético", afirmou ela, com o apoio unânime dos demais integrantes da mesa quanto a essa necessidade.
A Fiocruz oferta residências desde a década de 1970, lembrou Adriana Coser, apontando que os desafios são inúmeros, especialmente no que tange a afinar essa formação para o SUS. Segundo ela, "este é o momento de identificar os processos educacionais da trajetória formativa de um futuro profissional, preparando-os para um sistema único de saúde antenado ao futuro, mas também ao presente, atentos ao que está acontecendo no contexto brasileiro". O atual secretario de saúde do RJ, Daniel Soranz, que é pesquisador da Fiocruz e já atuou como preceptor de residentes e durante anos integrou equipes de Saúde da Família, atuando nas comunidades do Complexo de Manguinhos atendidas pelo Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CSEGSF/Ensp/Fiocruz), afirmou acreditar que a residência é o melhor modelo para formar profissionais de saúde para o SUS, apontando que a prefeitura tem uma séria política de investimentos nos programas multiprofissionais e médicos.
"Hoje, de cada 10 médicos de família diplomados no Brasil, 7 foram formados na cidade do Rio de Janeiro. Isso não acontece à toa, é fruto de recurso, vontade política e muito planejamento. Temos a maior residência médica e multiprofissional aqui no Rio e isso se deve à parceria estabelecida com a Fiocruz, por meio da Ensp, disse ele, enaltecendo ainda a importância da Fiocruz no Centro-Oeste com a oferta de residência no Mato Grosso do Sul, que é jovem, mas já bastante relevante para a Região. "Temos que olhar os números e valorizar o residente nas suas responsabilidades, sua formação para a sociedade e para o SUS, considerando a fixação desses profissionais, pois nos locais em que temos residência, aumentamos cobertura", defendeu ele.
A mesa-redonda trouxe o debate em torno do tema ‘Residências em saúde: qual a formação necessária para o atual contexto do SUS?’, com a participação de Paulo Pinho, coordenador-geral de Residências em Saúde – Secretaria de Ensino Superior/MEC; Priscila Souza, coordenadora-geral de Residências – Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde/MS; e Rodrigo Cariri, da Comissão Nacional de Residências Médicas.
O debate abordou os desafios e os avanços necessários para, cada vez mais, termos uma formação de excelência, no sentido de termos profissionais plenamente qualificados e seguros para todos os desafios que o Sistema Único de Saúde traz, preparando estes profissionais para as adversidades no campo da saúde coletivo e para o conceito de necessidades de saúde. Nesse sentido, a Fiocruz tem uma formação comprometida com as diretrizes e com as políticas do país.
Cariri iniciou sua apresentação com foco em demonstrar que é a residência médica no Brasil. Ele trouxe dados do Sistema da Comissão Nacional de Residência Médica (SisCNRM) que apontam um total de 1.037 instituições que oferecem programas de residências, totalizando 7.294 programas (até agosto/2024), e fez um comparativo com os programas stricto sensu. Mostrou a concentração de programas por estados e falou sobre a dinâmica migratória de médicos especialistas, além de apresentar a quantidade de vagas autorizadas e ocupadas e a concorrência de acordo com as especialidades.
Priscila reforçou o papel das residências em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, que tem um padrão de excelência, sendo reconhecido como o modelo ideal na formação de especialistas. Ressaltou os desafios enfrentados pelos gestores do SUS e a centralidade do papel do preceptor durante o processo formativo. Trouxe também alguns exemplos de Projetos Pedagógicos alinhados às políticas do SUS e ações para expansão e qualificação das residências no país.
Pinho relatou também dados quantitativos de médicos registrados, totalizando mais de 428 mil registrados pelo MEC no SisCNRM, e mais de 341 mil formados em algum programa de residência médica, presentes em todo o país, elucidou os desafios, quantitativos de especialidades e a distribuição de vagas em programas de acesso direto e também a divisão por estados.
Durante a tarde do Seminário, foram apresentados relatos de experiências de residências em saúde no país, onde foi possível compartilhar experiências de formação interprofissional em rede no SUS e para o SUS nas residências. Participaram da mesa Dinaci Ranzi, das Residências em Saúde de Campo Grande (MS) e Dourados (MS), Bruno Ferrari Emerich, da Residência Multiprofissional de Saúde Mental da Unicamp, e Paulo Henrique D’Angelo Seixas, da Rede Colaborativa para Estudos Estratégicos da Força de Trabalho em Saúde no Brasil. A mesa foi moderada por Adriana Coser.
Os participantes trouxeram ao público apresentações que alavancaram ponto importantes nas parcerias da Fiocruz com as equipes das secretarias municipais de saúde. Foram debatidos pontos como gestão responsável dos processos de trabalho, contribuição com unidades pilotos, ampliando o acesso aos usuários, implantação de programas de residência, processo de avaliação na formação, teleconsulta e teleinterconsulta, atuação dos residentes nos programas de pós-graduação.
Experiências da participação dos residentes na cogestão dos departamentos através da realização de seminários clínicos, avaliação de disciplinas também foram ressaltadas como um importante movimento. Os debatedores apresentaram ainda dados relevantes das residências, como o aumento da cobertura das APS, média de resolutividade nas unidades dos projetos e quantitativo de egressos e expectativas para os próximos anos.
Assista ao III Seminário Integrado das Residências em Saúde na íntegra:
Programa de Estágio Internacional para as Residências Médica e Multiprofissional em Saúde
Uma semana antes desse encontro de integração institucional, a Fiocruz sediou ainda o Seminário 'Experiência Brasil-Cuba na Atenção Primária à Saúde', fruto de uma já antiga cooperação entre a Fundação, a Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba (Ensap) e o Instituto Nacional de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia de Cuba (Inhen). O evento foi organizado pela Coordenação de Atenção à Saúde da Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), e reuniu residentes, preceptores e demais envolvidos no Programa de Estágio Internacional para as Residências Médica e Multiprofissional em Saúde.
A oferta de intercâmbio teve início na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e, por intermédio da VPAAPS, ampliou-se para uma grande cooperação institucional da Fiocruz com a Ensap e o Inhen. Atualmente, além da Ensp, o intercâmbio envolve turmas formadas por residentes o Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Sobre o estágio internacional, ainda na ocasião do III Seminário, Patrícia Canto comentou que essa tem sido uma experiência muito rica. Ela lembrou que apenas em maio de 2024 foi possível ampliar esse estágio para além da Ensp, ofertando vagas para 14 estudantes de diferentes unidades. "Foi uma grande oportunidade de mostrar um sistema de saúde que inspira a todos aqueles que acreditam em um sistema público, igualitário, universal, para todos, como temos aqui no Brasil. Temos muito a aprender e trocar entre essas duas escolas - Fiocruz e Ensap - e pretendemos agora ampliarmos esse convênio com o Ministério da Saúde de Cuba para que possamos avançar na trocas de saberes entre essas duas nações irmãs", disse ela.
+Saiba mais: Formação Internacional: Residentes da Ensp participarão de estágio em Cuba
Estão abertas as inscrições para o III Encontro Anual de Pós-doutorandos da Biologia Celular e Molecular, que será realizado no dia 28 de novembro.
O evento tem como objetivos apresentar os pós-doutorandos à comunidade do Programa de Biologia Celular e Molecular, promover a discussão de seus projetos de pesquisa e incentivar colaborações.
Os pós-doutorandos interessados em apresentar seus trabalhos devem fazer a submissão de resumos até 30 de outubro, através do Campus Virtual Fiocruz.
Oito resumos serão selecionados para apresentações orais. Os demais projetos poderão ser apresentados em formato de pôster. Haverá premiação para os melhores trabalhos.
A programação terá duas sessões de apresentações orais e duas sessões de pôsteres.
Haverá também a palestra ‘Origens de pandemias: Estamos preparados para a "Doença X"?’, ministrada pelo coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel.
O encontro será realizado no Auditório Emmanuel Dias, no Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz em Manguinhos.
Edição:
Vinicius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)