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Publicado em 29/11/2021

Fiocruz debate desigualdades, mudanças e desafios dos processos educacionais no Brasil

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Diálogo ampliado e diferentes visões sobre temas estratégicos da educação foram a combinação trazida para o encontro realizado como etapa preparatória do IX Congresso Interno. O Seminário “Desigualdades e mudanças dos processos educacionais no Brasil: desafios para o futuro da Fiocruz” reuniu especialistas e buscou fortalecer e inspirar reflexões nas diversas áreas e desafios que permeiam o campo da educação. Ele foi transmitido pelo canal da Fiocruz Brasília no Youtube e está disponível na íntegra. Assista!

Organizado pela Escola de Governo Fiocruz – Brasília (EGF-Brasília), pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o seminário é um evento preliminar ao Congresso Interno, instância máxima de governança institucional, que está marcado para acontecer nos dias 8, 9 e 10 de dezembro.

O encontro recebeu como convidados os professores Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB), e Ladislau Dowbor, economista da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A debatedora foi a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, que apontou a desigualdade como questão central em nosso país, assim como no plano global. As assimetrias, segundo ela, são muito significativas e tornam primordial um olhar amplo, que considere as múltiplas dimensões das desigualdades.

“Sabemos que a educação – a qual reconhecemos e reafirmamos como direito e elemento importantíssimo de valorização e pertencimento – expressa fortemente as desigualdades dos diversos outros âmbitos, sendo também elemento constitutivo de geração de desigualdades. Portanto, o acesso e a promoção à educação de qualidade são fatores potenciais para reduzir as desigualdades de forma ampla. A educação é um diferenciador social relevante, por isso a Fiocruz se preocupa em debater e contribuir para a redução das desigualdades em todos os âmbitos”, afirmou a vice-presidente.     

Educação como estratégia para o enfrentamento dos atuais desafios

Como reduzir as desigualdades na educação, na saúde e na ciência, nos planos nacional e internacional? Quais serão as necessidades de formação para o Sistema Único de Saúde e o Sistema Nacional de Ciência & Tecnologia em Saúde, em áreas estratégicas e com qualidade? Como atuar para responder às demandas sociais de articulação entre educação, produção de conhecimento e divulgação científica/ comunicação com a sociedade? Quais os desafios e perspectivas para a Fiocruz na área educacional? Quais perspectivas e qual o papel do ensino superior no Brasil, neste momento de transições sociais, políticas e culturais, de transformações científicas e tecnológicas, e de crise ambiental? Essas foram as questões impulsionadoras do encontro.

Participaram da mesa de abertura os diretores de unidade Fabiana Damásio, da Fiocruz Brasília, Marco Menezes, da Ensp, e Ana maria Corbo, da EPSJV. Além da debatedora, o encontrou contou com a mediação da vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano Prates Melo.

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, rememorou a história de 60 anos da UnB e destacou a necessidade de defender direitos básicos dos cidadãos para a diminuição das desigualdades. De acordo com ela, para falar de educação em um país com as dimensões do Brasil, é preciso falar das outras questões que causam desigualdades e afetam também o acesso à educação superior. Ela apontou como fundamental a elaboração de leis que garantam o apoio à educação de forma permanente e que independam de governos, além de ações que valorizem os profissionais da educação.

“Como falar de educação quando temos 19 milhões de pessoas passando fome? Como falar de educação com 25% da população excluída digitalmente?”, questionou o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor. Numa perspectiva ampla de contexto e desenvolvimento, ele defendeu que a educação tem papel estratégico, mas lembrou que a dimensão da desigualdade convive com todos os esforços que fazemos. "Não é falta de recursos no país. É mau uso. Temos que voltar a financiar, de forma particular, a educação. Temos recursos financeiros, sabemos o que tem que ser feito, temos técnicos e cientistas de primeira linha, mas infelizmente nossas atuais políticas são absolutamente irresponsáveis. Elas estão drenando os recursos para interesses transnacionais e nacionais que pouco tem a ver com o desenvolvimento do país. A meu ver, é uma deformação estrutural que está pesando e precisamos voltar a ter políticas ligadas aos interesses nacionais”, defendeu Dowbor.

Desigualdades sociais, ataques à democracia e vocação histórica na formação de profissionais da saúde: Fiocruz integrada para superar os desafios da atualidade

A diretora da Escola Politécnica, Ana Maria Korbo falou sobre a relevância do debate para superar os desafios que estão colocados para a área da educação frente à crise. “As desigualdades históricas, características na nossa formação social, foram exacerbadas e incidem muito fortemente na educação”, disse ela, citando o recorde de diminuição de inscrições no Enem desde o ano de 2015. “Os dados mostram que o acesso ao ensino superior está cada vez mais impossibilitado para uma parcela importante da nossa sociedade. E essa não garantia do direito à educação tem reflexo importante para nós da Fiocruz, que estamos envolvidos com a formação dos trabalhadores que já integram o nosso tão combalido sistema de saúde e dos futuros trabalhadores que vão se inserir nos processos tendo que dar conta dos desafios já conhecidos e os novos impostos pela pandemia”, salientou.

O diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Marco Menezes, destacou a importância da defesa da democracia, especialmente neste contexto tão difícil, da maior crise sanitária do nosso século. Já Enirtes, expressou confiança ao falar sobre o Congresso Interno, que, segundo ela, representa um momento extremamente propositivo e valioso frente aos desafios para a área da educação.

A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, destacou o espírito de sistema integrado nessa discussão que envolve todas as unidades da Fundação, pois, segundo ela, debater a educação é reforçar a vocação histórica que a Fiocruz tem de reconhecer a importância da formação de trabalhadores para o Sistema Único de Saúde, e para as políticas sociais e de saúde, especialmente neste momento de grave crise. “Precisamos olhar as desigualdades presentes na educação para identificarmos soluções. Qual é o papel da Fiocruz, como instituição estratégica de Estado, para pensar em soluções que consigam enfrentar as desigualdades presentes na educação? Estamos mobilizados na busca de soluções coletivas nessa discussão de nossas práticas. O espírito de diálogo é o que marca o nosso congresso”, discorreu Fabiana, esperançosa com o processo democrático interno.  

O Congresso Interno abrangeu quatro eventos preparatórios temáticos, além do Seminário da Educação: Desafios do Trabalho e a Fiocruz do futuro; Desafios da Saúde e a Fiocruz do futuro; Desafios da Mudança climática e do ambiente e a Fiocruz do futuro; e Desafios da Ciência e da Inovação e a Fiocruz do futuro. As discussões servirão de suporte para a construção do documento de referência do IX Congresso Interno, com plenária marcada para os dias 8, 9 e 10 de dezembro. O encontro da Educação foi organizado pelas vice-diretoras de Educação Ingrid D’avilla, da EPSJV, Luciana Sepulveda, da Fiocruz Brasília, Enirtes Prates Mello, Marismar Seta e Luciana Dias, da Ensp.

Publicado em 25/11/2021

Pré-lançamento de jogo SuperSUS Covid acontece em feira virtual do Ceará

Autor(a): 
Isabela Schincariol*

Depois do sucesso do aplicativo SuperSUS, no qual o cidadão pode conhecer seus direitos no campo da saúde, além de saber mais sobre os serviços públicos de saúde, vem aí o SuperSUS Covid. O objetivo do jogo é contribuir para a conscientização de jovens sobre os cuidados necessários à prevenção da doença e as ações desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia da Covid-19, com a disseminação de informações de forma segura e confiável, ampliando a rede de prevenção e cuidado. Em pré-lançamento, o aplicativo está sendo testado na versão beta, juntamente com a Central SuperSUS, que servirá de plataforma para novos minijogos, durante a V Feira do Conhecimento do Ceará – um evento virtual e gratuito, que acontece até sexta-feira, 26/11. 

Para participar da feira e testar o novo jogo acesse https://app.virtualieventos.com.br/feiradoconhecimento. Vale ressaltar que é necessário fazer um pré-cadastro e depois realizar a inscrição, de forma gratuita, para acessar o ambiente virtual da Feira. O jogo está disponível no estande virtual da Fiocruz, que é um dos 75 que ocupam o pavilhão de exposições em 3D.

O jogo, que em breve também ficará disponível para plataforma android, é apresentado em cinco níveis: imunização individual; imunização coletiva; prevenção; testagem e monitoramento; e assistência hospitalar. Atualmente, é possivel acessá-lo baixando o arquivo em formato .apk. 

Segundo a coordenadora da iniciativa na Fiocruz Pernambuco, Islândia Carvalho, "o SuperSUS Covid-19 trata das medidas implantadas pelo SUS durante a pandemia, ao mesmo tempo em que visa promover ações de promoção da saúde, estimulando os cidadãos a se prevenirem contra o coronavírus, valendo-se de ações individuas e coletivas. Além disso, ele traz também outras questões, como, por exemplo, a vacinação, abordando aspectos sobre a sua importância e desenvolvimento.

O SuperSUS Covid, assim como o primeiro jogo, é financiado pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz por meio do edital para recursos educacionais abertos (REA) e pelo Inova-IAM Facepe.

V Feira do Conhecimento do Ceará

A Feira do Conhecimento é promovida pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e executada pelo Instituto Centec. O encontro promove três dias de palestras, lives e webinares, além de mostras virtuais em diversas áreas do conhecimento ligadas à ciência, tecnologia e empreendedorismo voltadas para jovens empreendedores, empresários, estudantes, professores, pesquisadores, profissionais e gestores do setor. Nas exposição em 3D, visitantes e expositores terão uma experiência única em um ambiente imersivo em realidade virtual que reproduz o Centro de Eventos do Ceará. 

Entre as diversas palestras e especialistas convidados, que falarão sobre os setores de educação, games, robótica, saúde, empreendedorismo e as novas tecnologias com reflexões no âmbito no atual cenário, está uma apresentação do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, nesta quinta-feira, às 17h20, com o tema "Tecnologia e Saúde". Para quem não conseguir acompanhar ao vivo, os conteúdos ficarão disponíveis para inscritos assistirem até 31/12/2021.  

O jogo SuperSUS

O SuperSUS está disponível, gratuitamente, no site https://supersus.fiocruz.br/. São 12 minis jogos, nos quais o desafio é conquistar os princípios e diretrizes do SUS, atingindo assim os objetivos de desenvolvimento sustentável preconizados pela Organização Mundial da Saúde (ODS/OMS). Quem perde, descobre a falta que o SUS faz no dia a dia e os problemas que isso acarreta. Ele estimula que os participantes descubram mais sobre o direito à saúde e o processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS). As fases envolvem atividades, programas e serviços que são ofertados pelo SUS, além de acontecimentos sobre a história do Sistema. A ideia é incentivar o cidadão a reconhecer seus direitos, "vestir a camisa" do Sistema e compreender sua importância.

Recentemente, em abril de 2021, o SuperSUS ficou entre os finalistas do Brazil's Independent Games Festival (BIG Festival), que é o mais importante festival de jogos independentes da América Latina. O SuperSUS participou na categoria “BIG Impact: Melhor jogo educacional”. 

O Projeto Super SUS é desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Saberes e Práticas em Saúde (GPS), sob a responsabilidade de Islândia Carvalho, do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco, com o apoio de uma equipe formada por 16 integrantes. Entre eles, as professoras Adriana Falangola e Sandra Siebra, da Universidade Federal de Pernambuco; Camila Aquino, do Instituto Federal de Pernambuco, campus Abreu e Lima, e os pesquisadores Elainne Gomes, da Fiocruz Pernambuco e Marcelo Valença, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Designer e desenvolvedores de programa também compõem o grupo.

 

*com informações da Fiocruz Pernambuco
 

Publicado em 23/11/2021

Em parceria, Fiocruz e Portugal debatem saúde global em diferentes perspectivas

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Após quase dois anos vivendo com a emergência sanitária instaurada pela Covid-19, sabemos que somente uma abordagem interdisciplinar, social e econômica pode apresentar respostas e apontar caminhos. Nessa perspectiva de interação, a partir de redes em diferentes dimensões - pesquisa, produção, gestão e, principalmente, educação - a Fiocruz fortalece sua parceria com instituições portuguesas com a realização do Seminário Internacional Pandemia ou Sindemia - Uma abordagem crítica para a saúde pública. O encontro, marcado para os dias 29 e 30 de novembro, será transmitido pelo canal da Fiocruz no Youtube e acontecerá de maneira híbrida em Portugal. 

Essas reflexões e diálogos, sobre o ponto de vista da saúde global no contexto das pandemias e sindemias, serão feitas entre Brasil e Portugal envolvendo o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Aveiro, a Universidade de Coimbra, pelo país lusitano, e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz) pela Fiocruz, com o apoio do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), ligado à Coordenação-Geral de Educação, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC).

Tais debates pretendem compartilhar as expertises adquiridas ao longo dos anos nesse processo compartilhado de construção e aprendizado, mas, sobretudo, buscam fortalecer a dimensão internacional da educação e da pesquisa na Fiocruz. A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, falou sobre as expectativas desse encontro e exaltou as parcerias já consolidadas com Portugal. Segundo ela, "esta será uma grande oportunidade de darmos visibilidade às cooperações de sucesso com Coimbra e Nova Lisboa, como o doutorado internacional em cotutela - Direitos humanos, Saúde Global e políticas da vida -, a consolidação de grupos de pesquisa, de disciplinas internacionais e produções conjuntas; bem como de firmar novas parcerias com a universidade de Aveiro, por exemplo".

Confira a programação e participe:

Dia 29/11 - 10h (horário de Brasília)
Tema: Uma interação epidêmica sinérgica nos níveis individual, social, econômico e ambiental, criando uma sindemia - O conhecimento tradicional, por si só, fornece uma resposta aos desafios globais da saúde?
Apresentações:
Saúde planetária: sindemia, ecosisitemas, negócios e saúde
Sindemia, uma saúde e um planeta 

Dia 30/11 - 10h (horário de Brasília)
Tema: A saúde humana e os animais, as plantas e seu ambiente social e abiótico coevoluíram juntos, e seus destinos são interdependentes - Considerando a eco complexidade multidimensional dos dados e tecnologia da informação e o paradigma da Saúde Única, juntos, eles são suficientes para uma solução sindêmica (inteligência pandêmica global)?
Apresentações: 
Atuação de Portugal no combate à pandemia por coronavírus Sars-CoV-2 Covid-19
Conquistas e desafios da Fiocruz, e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) frente à sindemia de Febre Viral Trombonista (Covid-19)

 

Publicado em 24/11/2021

Meninas na Ciência: Fiocruz lança chamada interna voltada a unidades e escritórios*

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Buscando incentivar e fortalecer o papel fundamental que mulheres desempenham nas áreas de pesquisas científicas e tecnológicas, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação acaba de lançar a chamada interna “Mais meninas na Fiocruz 2022”. Seu objetivo é apoiar projetos que visem contribuir significativamente para a formação de meninas e mulheres oriundas de instituições públicas de ensino, além de incentivar as mesmas a conhecerem as áreas de atuação em CT&I em Saúde. Projetos podem ser submetidos até 19 de dezembro.

Acesse aqui a chamada interna e a retificação da chamada!

A chamada é voltada a unidades técnico-científicas e escritórios regionais da instituição no sentido de estimular o desenvolvimento de ações e atividades que abarquem essa temática em âmbito nacional.

Segundo a responsável pela iniciativa, Cristina Araripe, que é coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz, a nova chamada representa, por várias razões, um marco histórico fundamental. "Por um lado, estamos avançando nas discussões sobre as políticas de equidade de gênero na nossa instituição e queremos estar cada vez mais alinhadas às lutas das mulheres por direitos em todo o mundo. Queremos também demonstrar de forma inequívoca que existe necessidade de respeito às diferenças de gêneros, especialmente no que concerne às meninas durante a pandemia de Covid-19, pois muitas estão sendo obrigadas a deixarem os estudos, as escolas para cuidarem das famílias. Por outro lado, temos clareza em relação ao fato de que eliminar todas as formas de discriminação nas suas interseções com raça, etnia, idade, deficiência, cultura, religião, nacionalidade, orientação sexual e identidade de gênero não é algo que se constrói de um dia para o outro. Por isso mesmo, o investimento em educação é primordial", defendeu Cristina, anunciando a chamada. 

Vale ressaltar que somente um projeto poderá ser encaminhado por cada unidade, instituto ou escritório regional da Fiocruz. Outra questão de destaque da chamada é que recomenda-se fortemente que sejam desenvolvidas atividades integradas entre unidades e escritórios. Para além disso, é necessário que as unidades envolvidas se comprometam a realizar atividades integradas em nível nacional no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro de 2022, assim como atividades em outras Unidades e Escritórios durante a semana de comemoração.

A iniciativa insere-se num conjunto de ações que a Fiocruz vem desenvolvendo para ampliar o acesso e assegurar a participação plena e igualitária de mulheres e meninas na ciência e tecnologia. Em consonância com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ODS/ONU), a chamada propõe-se a realização de atividades ao longo de todo o ano de 2022.

Acesse o documento e confira os detalhes da chamada.

 

*matéria publicada em 18/11 e atualizada em 24/11 com a retificação da chamada

Publicado em 17/11/2021

Direito à saúde, confinamento, comunicação e Covid-19: revista recebe artigos até 15/12

Autor(a): 
Ciads

O Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (Ciads) está recendo artigos para compor o número temático "Direito à saúde, confinamento, comunicação e Covid-19". A chamada pública é voltada, especialmente, para artigos que abordem: Covid-19 e direitos fundamentais; legislação em saúde e medidas de confinamento no combate ao coronavírus; grupos vulneráveis, direito à saúde e confinamento; mídia, linguagem, pandemia e direito; e movimentos sociais, ativismo e isolamento. Os artigos podem ser submetidos até 15 de dezembro.

Serão aceitos apenas artigos inéditos e originais, que não estejam sob avaliação em outro periódico. As contribuições podem ser em português, espanhol ou inglês. Os artigos serão avaliados por membros do Conselho Editorial e pareceristas. 

O número temático da revista tem como editores convidados os pesquisadores Martinho Braga Batista e Silva, do Instituto de Medicina Social (Uerj), e Adriana Kelly Santos, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A chamada é motivada pelo ciclo de debates virtual “Entre distopias e ideologias: confinamentos antes, durante e depois da Covid-19”, realizado em março de 2021. O ciclo foi organizado pelo projeto de pesquisa “Sobre as categorias governamentais criadas para abordar o fenômeno do confinamento no Brasil”, iniciado em 2017, bem antes da pandemia de Covid-19. Financiado pelo CNPq e desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal de Sergipe (UFS), o projeto estuda questões relacionadas a sanatórios, leprosários, presídios, hospícios, asilos, abrigos, albergues e outras instituições associadas a diferentes formas de controle da circulação espacial de determinados indivíduos. 

Com a emergência da Covid-19 e a necessidade de compreender as implicações do confinamento provocado pela pandemia, o ciclo de debates virtual discutiu continuidades e descontinuidades institucionais, apresentou múltiplos percursos trilhados e tematizou cenários futuros, trazendo contribuições do direito sanitário, saúde coletiva, psicologia, antropologia e comunicação social.

Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (Ciads)

Submissão online

 

Publicado em 16/11/2021

Fiocruz e Secretaria Municipal de Educação discutem parcerias

Autor(a): 
Ciro Oiticica (Agência Fiocruz de Notícias)

Futuras parcerias entre a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME) e a Fiocruz foram o tema de conversa, na última quarta-feira (10/11), entre a presidente da Fiocruz Nísia Trindade Lima, a vice-presidente de Educação, Comunicação e Informação Cristiani Machado e o Secretário Municipal de Educação Renan Ferreirinha na Residência Oficial da Fiocruz. Diferentes iniciativas de parte a parte foram apresentadas para que se pensasse em possíveis ações conjuntas. 

Renan Ferreirinha iniciou a conversa destacando o alcance da rede municipal de escolas do Rio de Janeiro, maior até do que a de São Paulo. São 1.500 escolas, o que faz delas o equipamento público com maior capilaridade no município. A campanha Vacina Maré foi lembrada, parceria da SME e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a Fiocruz e a organização da sociedade civil Redes da Maré. A SME contribuiu com campanhas de incentivo à vacinação nas 45 escolas do Complexo da Maré, região com a maior quantidade de equipamentos educacionais na cidade, segundo o secretário. A presidente Nísia revelou a intenção de aprofundar a integração da Fiocruz com os territórios da cidade, a começar pelo seu entorno. Renan Ferreirinha exaltou a Fiocruz e disse que sempre foi associada à excelência. Um dos objetivos da conversa foi então associar essa excelência à capilaridade dos serviços públicos municipais. 

Uma possível forma de fazê-lo, segundo o secretário, seria por meio de atividades extracurriculares. Ele apresentou alguns projetos e falou da importância da escola inclusive para o acesso a serviços públicos básicos, como a garantia de segurança alimentar. Resgatar alunos da evasão escolar por meio da retomada do vínculo com a escola, recuperar a aprendizagem que, de acordo com avaliações, regrediu bastante durante a pandemia e promover o reforço escolar, inclusive com essas atividades extracurriculares, seriam os eixos do atual momento na educação municipal. Diferentes cursos, de línguas, programação e atividades científicas completariam a grade curricular e estas poderiam contar com a contribuição da Fiocruz.

Vice-presidente de Educação, Comunicação e Informação, Cristiani Machado, apresentou então diferentes iniciativas da Fiocruz, como o Programa Saúde na escola (PSE), além da elaboração de um documento para o retorno seguro às aulas. Ela mencionou também o Programa de Vocação Científica (Provoc), o Meninas na Ciência e iniciativas de divulgação científica promovidas pelo Museu da Vida, como o Parque da Ciência, a realização de peças teatrais e o Ciência Móvel, um caminhão com exposições que visita escolas da cidade.

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio-Ambiente foi evocada, por alcançar escolas de todo o país. Já em sua 11ª edição, ela abrange alunos da 5ª série ao Ensino Médio e oferece oficinas pedagógicas aos professores, para que envolvam as turmas em trabalhos coletivos que possam ser apresentados no evento. Com a retomada das aulas presenciais, a Olimpíada é também uma oportunidade, de acordo com a presidente Nísia Trindade Lima, para transmitir segurança aos professores. Consoante a visão abrangente que marca a Fiocruz, essa Olimpíada vai além do entendimento tradicional da ciência e se estende a expressões artísticas.

Possíveis parcerias

Alguns projetos foram então pensados de forma mais pontual para parcerias. A articulação de iniciativas de transporte de alunos de parte a parte para facilitar o acesso a atividades, o acesso a plataformas virtuais gratuitas com o compartilhamento de conteúdos produzidos em cada instituição e o próprio envolvimento de alunos e professores na produção desses conteúdos foram tratados. Renan Ferreirinha ainda interessou-se em divulgar na rede pública municipal de ensino o acesso à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (ESPJV/Fiocruz), que prevê diferentes tipos de cotas, inclusive para estudantes dessa rede.

Por fim, foram apresentados ao secretário de Educação os resultados da iniciativa Doses de Gentileza, que reuniu cartas escritas por crianças de escolas públicas endereçadas à Fiocruz. Nas cartas, as crianças expressaram seus sentimentos a respeito do momento difícil da pandemia, que incluíram agradecimentos aos profissionais da saúde e pesquisadores. Em breve, haverá um esforço da comunidade da Fiocruz para responder às cartas. Isso levou Ferreirinha a recordar o projeto municipal Conselhinhos da Cidade, que incentivou alunos de diferentes zonas do município a desenharem a paisagem do caminho da escola e contrastarem com outro desenho, que representasse a paisagem que gostariam de ver. O tipo de abordagem suscitou um comentário da presidente Lima, que sugeriu a investigação do imaginário infantil como indicador para a análise e planejamento de projetos. 

Após esse primeiro encontro, que serviu para apontar caminhos, decidiu-se por uma reunião de trabalho, com um número maior de atores das duas organizações. O objetivo é levar adiante algumas possibilidades levantadas e encaminhar iniciativas segundo diferentes horizontes de tempo. 

 

foto: Pedro Paulo Gonçalves/Fiocruz

Publicado em 12/11/2021

Atenção primária: mestrado profissional realiza aula aberta com especialista português. Assista!

Autor(a): 
Informe Ensp*

O mestrado profissional em Atenção Primária à Saúde com ênfase na Estratégia de Saúde da Família acaba de iniciar sua quinta turma. A aula inaugural foi proferida pelo médico, especialista na área e representante do Ministério da Saúde de Portugal Luis Pisco, que falou sobre as lições aprendidas com a pandemia de Covid-19 e os cuidados de saúde primários em seu país. O curso é desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMSRJ). O evento foi transmitido ao vivo pelo canal do Oitics no Youtube. Assista abaixo.

A cerimônia contou com a participação do secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz; da vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano Prates Melo; e das coordenadoras do Mestrado Profissional, Elyne Engstron e Adriana Coser, que também é coordenadora adjunta das Residências em Saúde da Fiocruz. 

APS e Covid-19

Em sua apresentação, Pisco destacou que a pandemia de Covid-19 prejudicou física, mental, econômica e socialmente a vida de muitas pessoas e colocou uma pressão intensa nos sistemas de saúde. “Para enfrentar com eficiência esses desafios, a política de saúde não pode concentrar-se apenas em vírus e hospitais. Muito foco foi colocado na ampliação das capacidades hospitalares. No entanto, a pandemia também afeta profundamente a saúde das pessoas que não estão infectadas”, ponderou Pisco.

Ele lembrou ainda da necessidade dos sistemas de saúde continuarem se adaptando para lidar com esta pandemia, além da importância de adotar uma estratégia abrangente para lidar com todas as necessidades de saúde física, mental e social das populações afetadas direta ou indiretamente pela Covid-19.

Segundo Pisco, a crise de Covid-19 demonstra a importância de colocar a Atenção Primária à Saúde no centro dos sistemas de saúde, tanto para gerir um aumento inesperado da procura, como para manter a continuidade dos cuidados para todos. "Um forte atendimento na APS - organizado em equipes multidisciplinares e com funções inovadoras para profissionais de saúde, integrado com serviços de saúde comunitários, equipados com tecnologia digital e trabalhando com incentivos bem planejados - ajuda a fornecer uma resposta bem-sucedida do sistema”, detalhou ele. 

Pisco traçou o cenário português durante a pandemia de Covid-19, e comentou a suspensão, retomada e incentivo ao retorno das atividades no país. "A vacinação em Portugal começou em dezembro de 2020 e atualmente está com 85% da população completamente vacinada contra a Covid-19. Em setembro deste ano o país retomou as atividades presenciais nas Escolas e comemora que os casos da doença em jovens continuam diminuindo, mesmo após mais de um mês do início das aulas. 

 

*com informações de Isabela Schincariol

Publicado em 10/11/2021

Fiocruz e Universidade Federal do Ceará ampliam parcerias institucionais

Autor(a): 
Fiocruz Ceará

A Fiocruz Ceará e a Universidade Federal do Ceará devem ampliar as parcerias para o próximo semestre. Essa é a expectativa, após reunião realizada entre os gestores da Fundação, o diretor da Faculdade de Medicina da UFC (Famed), João Macedo Coelho Filho, e a vice-diretora instituição, Danielle Macêdo. Eles foram recebidos pelo coordenador-geral da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor, e o coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha, além do pesquisador Odorico Monteiro, articulador da visita.

Durante a reunião, Carlile destacou o trabalho realizado pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf), que já formou 800 mestres no Nordeste, por meio de parcerias com 29 instituições de ensino, como UFC; Universidade Estadual do Ceará (Uece); Universidade Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca). O gestor, no entanto, lembrou os desafios para a formação profissional e a educação continuada de médicos para trabalhar na Estratégia Saúde da Família e pediu integração da Famed à Rede. “As faculdades de odontologia e enfermagem da UFC lideram a formação dos profissionais na Renasf. Mas seria muito importante se a Famed se integrasse ao Programa para incentivar a prática médica envolvendo ensino-aprendizagem da promoção da Saúde, tendo a comunidade como referência”, explicou Carlile.

A parceria também deve seguir para cooperações no interior do Ceará. No Crato, a faculdade de medicina (MedUrca), abriu 30 vagas para o primeiro vestibular. A agenda técnica para a construção e implantação do curso de medicina contou com a participação efetiva da Fiocruz Ceará, por meio do médico Carlile Lavor. Uma nova reunião deverá acontecer nas próximas semanas para alinhamento das parcerias e criação de um Grupo de Trabalho. “Estamos desenvolvendo um projeto para montar um Laboratório de Saúde da Família na UFC e retomando essa parceria de forma mais efetiva, contribuindo com as ações da Fiocruz Ceará na capital e no interior. Conhecer toda a estrutura física da Fundação e a expertise dos profissionais que trabalham aqui foi essencial para ampliarmos esse apoio mútuo”, afirmou João Macedo, diretor da Famed.

Atualmente, Fiocruz Ceará e UFC atuam em parceria em diversos projetos, como Terapia Celular, Biotérios, Imunidade de transplantados para Covid-19, Covive Social, além das atividades de ensino nos laboratórios que utilizam plataformas multiusuários. O coordenador de Estratégia da Fiocruz para a Agenda 2030, falou da possibilidade da ampliação das parcerias. “Podemos aproveitar a expertise dessas duas instituições de altíssimo nível e pensarmos em outros projetos que contemplem, por exemplo, a área materno infantil e doenças crônicas não infecciosas que fazem parte do dia a dia das pessoas e merecem atenção especial”, disse Gadelha.

A comitiva da UFC também contou com a participação do coordenador do mestrado em Fisioterapia, Pedro Lima, e da vice-coordenadora, Fabianna Moraleida; da coordenadora do mestrado em Ciências Cardiovasculares, Camila Roncari e da vice-coordenadora da Microbiologia, Rossana Cordeiro. Durante a visita eles conheceram a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid -19 onde conversaram com os coordenadores do equipamento e conheceram as atividades e inquéritos desenvolvidos pelos profissionais.

Em seguida, a comitiva visitou a Sala-Cofre, equipamento que funciona como espelho da Sala-Cofre do Rio de Janeiro, protegendo os dados processados na Rede Fiocruz contra danos causados por fogo, calor, umidade, poeira e impactos. Logo depois, eles estiveram no Bloco de Pesquisa, onde funcionam os laboratórios de biotecnologia, nanotecnologia, bioinformática, monitoramento genômico e vigilância epidemiológica.

Exposição

A pedido do diretor da Famed, João Macêdo Coelho Filho, a Fiocruz Ceará irá disponibilizar a exposição itinerante sobre a vida e o trabalho do parasitologista Leônidas de Mello Deane. A partir de março de 2022, a exposição será aberta aos visitantes no bloco didático da Famed, localizado em frente ao Instituto do Câncer do Ceará.

Leônidas de Mello Deane, Formou-se na Faculdade de Medicina do Pará, em 1935. No ano seguinte foi trabalhar no Instituto de Patologia Experimental do Norte (Ipen), atualmente Instituto Evandro Chagas. Ocupou diversos cargos importantes e teve sua atuação destacada por incontáveis instituições internacionais médicas e de pesquisa, recebendo prêmios e distinções no Brasil e exterior. Na década de 70, Leonidas ingressou no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) como pesquisador titular e chefe do Departamento de Entomologia do IOC. Em 1990 aposentou-se compulsoriamente, mas continuou a desenvolver as atividades de pesquisa no Laboratório de Transmissores de Hematozoários até seu falecimento, em 30 de janeiro de 1993.

Na última terça-feira (03/11), O coordenador de Redes Pré-Hospitalar e Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, João Batista Silva, também visitou as instalações da Fiocruz Ceará.

Publicado em 05/11/2021

Fiocruz regulamenta dupla diplomação e titulação na pós-graduação stricto sensu com instituições estrangeiras

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Em mais um grande passo em direção à internacionalização da educação, a Fiocruz acaba de atualizar a portaria que regulamenta o regime de cotutela de pós-graduação stricto sensu com instituições estrangeiras de ensino superior consideradas de interesse estratégico para a Fundação, n°508, de 2021. A iniciativa permite que alunos obtenham dupla diplomação ou titulação em cursos de mestrado e doutorado. Ou seja, com esse regime, ao concluir o curso, o aluno recebe, além de um diploma da Fiocruz, um diploma da instituição estrangeira com a qual a cooperação foi estabelecida.

A convenção da cotutela estabelece as condições para a elaboração do projeto final, assim como o compromisso das partes envolvidas, a ser firmado entre a Coordenação-Geral de Educação (CGE/Fiocruz), o representante legal da instituição estrangeira, os coordenadores dos cursos envolvidos, os orientadores do projeto final e o aluno.

Instrumento incentivador e facilitador de novos acordos

A atualização da portaria passou a permitir que não somente os cursos de doutorado acessem o regime de cotutela, mas também os de mestrado. Segundo o coordenador adjunto da Educação Internacional (CGE/VPEIC), Vinicius Cotta, a ação abre novas possibilidades para a cooperação internacional com instituições de ensino estrangeiras. Ele destacou que, para a CGE, é importante que a portaria seja um instrumento incentivador e facilitador dos acordos, pois eles valorizem o aspecto institucional do processo, não apenas o individual.

A portaria n° 508 também permite uma articulação mais próxima entre os envolvidos no processo da cotutela: a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris), as coordenações dos programas de pós-graduação, as secretarias acadêmicas, núcleos de cooperação internacional das unidades e os integrantes do Sistema Fiocruz de Gestão Tecnológica e Inovação (Gestec-NIT). Para Cotta, o novo fluxo definido na portaria e seu monitoramento por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) – que também é novidade – facilitam a revisão e o acompanhamento do processo pelas partes envolvidas. 

“Entendemos que uma pós-graduação em cotutela pode ser desafiadora em muitos aspectos, e estamos à disposição para apoiar em todas as etapas. Ressaltamos ainda que esse processo é um elemento fundamental para consolidar a política institucional de internacionalização baseada no fortalecimento dos vínculos entre as instituições envolvidas. Portanto, esperamos que essa nova portaria auxilie a Fiocruz a ser uma instituição ainda mais forte e coesa em seus processos de internacionalização da educação”, disse Vinicius Cotta.

Fortalecimento da internacionalização da educação

A representante da área de Mobilidade e Convênios Internacionais do Centro de Relações Internacionais (Cris/Fiocruz) Liliane Menezes fez um resgate histórico do processo e lembrou que a procura pela cotutela sempre foi relevante, mas poucas eram as iniciativas que se concretizavam. Com isso, em 2019, resolveu-se fazer um levantamento para avaliar tais dados e ouvir os envolvidos – como alunos, coordenadores de cursos, núcleos de cooperação internacional e outros – para identificar falhas e pensar em melhorias para esse processo na instituição. Treinamentos sobre o processo também foram oferecidos às unidades com o intuito de disseminar as informações e facilitar tais pedidos. 

“Assim surgiu a demanda da cotutela também para os cursos de mestrado, pois pesquisadores sempre receberam alunos de outras instituições e vice-versa, mas não podiam ser enquadrados nesse regime, não permitindo dupla titulação ou diplomação. A atualização da portaria n°90, além de aprovar o regime de cotutela para os cursos de mestrado, apresenta um fluxograma do processo que deve ser seguido para o alcance da dupla participação institucional, e implementa a digitalização de todo o processo no SEI, com prazos estabelecidos para cada etapa”, detalhou ela, enfatizando o treinamento da equipe e a celeridade do processo como grandes vantagens dessa atualização.

Segundo Liliane, todos ganham com o processo de cotutela. “O aluno enriquece fortemente seu currículo com uma experiência internacional, além de conquistar uma dupla diplomação e/ou titulação. Para os cursos de pós-graduação, o regime de cotutela conta como indicador de excelência pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Por fim, esse processo fortalece a Fundação como instituição de ensino em nível internacional”, comentou Liliane, enaltecendo a regulamentação.

O processo de cotutela

Aos interessados no regime de cotutela, são requisitos mínimos que a atividade seja instituída entre um programa de pós-graduação Stricto sensu reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e recomendado pela Capes com nota igual ou superior a 4 na última avaliação quadrienal; que seja considerado pelo PPG como um projeto estratégico da Política Institucional de Internacionalização do Ensino da Fiocruz, e ser iniciado prioritariamente até o final do segundo semestre do curso de doutorado; que seja firmado um Termo de Convenção de Cotutela para cada aluno; além disso, deve estar em conformidade com a Lei nº 9.784, de 1999, Art. 22, a qual aponta que todos os instrumentos e documentos no âmbito da administração pública federal e desse propósito estejam em língua portuguesa.

O processo de atualização da portaria contou com a participação da Coordenadora-Geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, dos integrantes da assessoria internacional da CGE/VPEIC Vinicius Cotta e Beatriz Nascimento; as integrantes do Cris/Fiocruz Helena Distelfeld e Liliane Menezes; e a assessora técnica da Coordenação de Gestão Tecnológica, ligada à Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde (Gestec/VPPIS) Carla Maia.

Confira, abaixo, documentos sobre o processo de cotuleta na Fiocruz:

 

 

Imagem: Freekip

  • Cotutela_Portaria_Presidn508_2021_atualizada.pdf

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  • Cotutela_Acordo_Convenc_Port_Ing_rev14mai24.pdf

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  • Cotutela_Termo_Comprom_Plan_Ativ_Port_Ing_rev14mai24.pdf

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  • Cotutela_Parecer_CPG.pdf

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  • Cotutela_Fluxog_aprov_Acordos_Portaria_mai_24.pdf

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Publicado em 04/11/2021

E-book gratuito da Fiocruz apresenta diagnóstico da evolução da pandemia no Brasil

Autor(a): 
Marcella Vieira (Editora Fiocruz)

Apresentar um diagnóstico e constituir uma memória sobre a evolução da pandemia no Brasil a partir de registros e análises de dados, sistemas de monitoramento e vigilância em saúde. É com esse intuito que o Observatório Covid-19 Fiocruz e a Editora Fiocruz lançam o e-book Covid-19 no Brasil: cenários epidemiológicos e vigilância em saúde, que está disponível para download gratuito na plataforma SciELO Livros
   
Organizado pelos pesquisadores Carlos Machado de Freitas, Christovam Barcellos e Daniel Antunes Maciel Villela, o volume é o terceiro da série Informação para Ação na Covid-19, uma parceria entre o Observatório e a Editora Fiocruz. O livro digital segue a ideia central da iniciativa encabeçada pelo Observatório: reunir o conjunto de respostas, pesquisas e ações técnicas produzidas pela Fiocruz durante a pandemia, mapeando a evolução do vírus no país e as ações de enfrentamento.

O e-book segue uma linha cronológica para traçar as primeiras estratégias de combate ao espalhamento da doença, antes mesmo de chegar oficialmente em terras brasileiras. "Os modelos matemáticos baseados em dados preliminares gerados nos países inicialmente atingidos foram usados para estimar os possíveis efeitos da pandemia no Brasil", afirmam os organizadores, no texto de apresentação.

Porém, as muitas particularidades do país entraram em jogo logo no início, fazendo com que cientistas, epidemiologistas e pesquisadores levantassem uma série de aspectos e impactos diantes de um contexto com diversas variáveis e especificidades. "Num país tão imenso, heterogêneo e desigual, foi um grande desafio, através de notas, boletins, relatórios técnicos e webinários, discutir a evolução da pandemia no Brasil", relata Carlos Machado, coordenador do Observatório Covid-19 Fiocruz. 

Em um cenário de ampla vulnerabilização de determinados grupos sociais - tema que norteou o segundo e-book da série, intitulado Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil -, os especialistas envolvidos na obra consideram que as "particularidades brasileiras, sua configuração territorial, profundas desigualdades sociais, estrutura do sistema de saúde e condições de vida e trabalho exigiram uma adaptação desses modelos e análises de grupos populacionais específicos que poderiam se constituir como mais vulneráveis à pandemia e, por isso, requereriam atenção especial e políticas específicas", ressaltam os organizadores.   

Em três partes, que englobam um total de 25 capítulos, o título agrega os muitos desafios - com ênfase nas equipes técnicas da Fiocruz - para a avaliação de cenários epidemiológicos diante da chegada do vírus Sars-CoV-2 ao país. "Houve um esforço imenso da comunidade científica, e aqui no nosso país não foi diferente, para avaliação desses cenários epidemiológicos, com o uso de dados reportados nos nossos sistemas de vigilância, com os usos de modelos matemáticos e estatísticos e os painéis de acompanhamento dos dados, inclusive para formulação de estratégias de mitigação e supressão da transmissão", explica Daniel Villela, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz).

Os esforços para produzir e disseminar rapidamente conhecimentos que têm como base os registros de casos, hospitalizações e óbitos foram amplamente utilizados para subsidiar políticas e ações de enfrentamento à pandemia no Brasil. Esse conjunto de iniciativas está no âmbito da temática cenários epidemiológicos, um dos quatro grandes eixos do Observatório Covid-19 Fiocruz, que inclui ainda medidas de controle e organização dos serviços e sistemas de saúde; qualidade do cuidado, segurança do paciente e saúde do trabalhador; impactos sociais da pandemia. Dessa forma, o conteúdo do livro não esgota a amplitude e a diversidade de temas que envolvem a Covid-19, reunindo uma ampla comunidade científica que gira em torno dos temas de saúde pública. "Toda esta produção teve como base e estímulo a procura de respostas para os problemas que estavam se apresentando em determinado momento da pandemia, bem como o diálogo com a produção científica advinda de diversos campos de saber realizada e publicada em seu curso", destaca o texto de apresentação.   

Além dos três organizadores, quase 100 pesquisadoras e pesquisadores participam do volume com as mais diversas contribuições, mapeamentos, estudos, apontamentos e reflexões. São especialistas com experiências nas mais variadas áreas, como medicina, epidemiologia, psicologia, estatística, história, biologia, enfermagem, engenharias, antropologia, geografia, farmácia, tecnologia da informação, comunicação, sociologia, entre outras.

A importância das parcerias para a análise de dados

A interface com outros órgãos, programas, ações e iniciativas também foram essenciais para os objetivos de diagnóstico e mapeamento que caracterizam a obra. Alguns dos exemplos são a plataforma MonitoraCovid-19, mantida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o InfoGripe da Fiocruz e o Painel Coronavírus da Fiocruz Bahia. "Esse livro traz contribuições importantes também na questão do acesso a dados e análise dos dados", afirma Christovam Barcellos, responsável pelo Monitora Covid-19. Segundo o pesquisador, a urgência do contexto e a necessidade de repostas cada vez mais rápidas fizeram com esses dados tivessem que ser reinterpretados, incluindo índices de mortalidade, notificação de casos, dados laboratoriais, dados sobre vacinas e sobre mobilidade da população.

Esse cuidadoso processo de análises, leituras e releituras compõe os estudos apresentados ao longo do volume. "Tudo isso é relatado no livro em capítulos, por exemplo, que destacam o papel que o InfoGripe teve na estimativa de casos e tendências; a montagem do Monitora Covid-19 pelo Icict/Fiocruz e que reúne, hoje em dia, uma quantidade enorme de dados; os esforços do Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] e Conasems [Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde] para disponibilizar dados oportunos e até montagens de painéis específicos sobre favelas, tentando entender o que estava acontecendo, particularmente, nessas populações mais vulneráveis", exemplifica Barcellos.      

As três partes da obra estão divididas com os seguintes títulos: Cenários (com 11 capítulos); Produzindo e Organizando Informação para Ação (com cinco capítulos); Estratégias de Enfrentamento e Vigilância (com nove capítulos). A última parte é dedicada a uma série de temas que giram em torno da vigilância em saúde. Questões que foram - e continuam sendo - fundamentais para o combate à Covid-19 e que vêm sendo intensamente debatidas na agenda pública do país, incluindo os desafios do retorno às atividades escolares e a gestão de riscos durante a pandemia.           

Próximos livros da série

Além de Diplomacia da Saúde e Covid-19, Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil e Covid-19 no Brasil: cenários epidemiológicos e vigilância em saúde, mais dois livros serão lançados ao longo dos próximos meses. A próxima obra contemplará o tema de organização dos sistemas e serviços de saúde. 

Sobre os organizadores

O historiador Carlos Machado de Freitas é mestre em Engenharia de Produção, doutor em Saúde Pública e pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). É editor científico da Editora Fiocruz e coordena o Observatório Covid-19 Fiocruz.     

O geógrafo Christovam Barcellos é mestre em Ciências Biológicas e doutor em Geociências. É pesquisador sênior do Icict/Fiocruz, onde é responsável pelo MonitoraCovid-19. É professor da Ensp/Fiocruz e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O engenheiro eletrônico Daniel Antunes Maciel Villela é mestre e doutor em Engenharia Elétrica. Pesquisador em saúde pública na Fiocruz, onde é coordenador do Procc/Fiocruz e coordenador adjunto do Programa de Epidemiologia em Saúde Pública da Ensp/Fiocruz.

Observatório Covid-19: Informação para Ação

A primeira publicação da série Informação para Ação na Covid-19 foi Diplomacia da Saúde e Covid-19: reflexões a meio caminho, lançado no final de 2020. O segundo e-book foi Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia, publicado em abril. Todos os livros da série estão disponíveis somente em formato digital e em acesso aberto na rede SciELO Livros, que apoia a iniciativa.

A série de publicações instantâneas (instant books) tem o intuito de levar ao público conhecimentos e reflexões sobre a pandemia, combinando um esforço de análises amplas e integradas sobre temas específicos, com rapidez na produção de modo a estarem disponíveis e de modo amplo em um curto período de tempo. "Esses livros têm como objetivo reunir o conjunto de produções técnicas da Fiocruz, como relatórios, estudos e notas técnicas, em resposta à Covid-19", afirma Carlos Machado. 

O Observatório foi constituído logo nos primeiros meses da pandemia no Brasil, com o objetivo de reunir informações sobre os diversos aspectos epidemiológicos, demográficos, sociais e políticos da pandemia e sua expressão em grupos sociais de maior vulnerabilidade. Tem caráter multidisciplinar, visto que a pandemia deve ser entendida como um fenômeno influenciado por diversos fatores geográficos, históricos, culturais e econômicos e afeta todas essas dimensões. Em seu âmbito, estudar, analisar e emitir alertas sobre a situação e tendências da pandemia não constitui mero exercício estatístico, pois se desdobra em uma compreensão ampla sobre a sociedade brasileira e seu sistema de saúde, com especial ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre a Editora Fiocruz

Criada em 1993, a Editora Fiocruz surgiu da necessidade de tornar público e ampliar o acesso ao conhecimento científico nas diversas áreas da saúde, criando um espaço para dar visibilidade aos resultados de pesquisas. Desde seu primeiro lançamento, em 1994, a Editora mantém como missão a difusão de livros em saúde pública, ciências biológicas e biomédicas, pesquisa clínica, ciências sociais e humanas em saúde.

Em 2021, ultrapassou a marca de 500 títulos publicados. O catálogo da Editora reúne obras que disseminam não só a produção acadêmica da Fiocruz, mas também de demais estudos de importância e impacto para a saúde em âmbitos nacional e internacional.
 
A Editora Fiocruz já conta também com mais de 350 e-books disponíveis na biblioteca on-line SciELO Livros, sendo que, atualmente, cerca de 230 estão em acesso livre para download gratuito. Os demais títulos estão disponíveis para aquisição com média de 40% de desconto em relação aos valores dos exemplares impressos. 

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