O 1º Fórum Discente – Histórias, Ciências e Saúde LGBTQIA+ do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz) propõe um espaço de reflexão interdisciplinar sobre as relações entre histórias, ciência e saúde nas experiências LGBTQIA+. A iniciativa busca reunir pesquisadores de diversas instituições e áreas do conhecimento para discutir como os saberes médicos, jurídicos e históricos moldaram as experiências de corpos e subjetividades “dissidentes” ao longo do tempo. Além disso, o evento visa fortalecer redes acadêmicas e institucionais comprometidas com a inclusão e a diversidade. As inscrições podem ser feitas até 18 de junho pelo Campus Virtual Fiocruz. Serão emitidos certificados de participação.
A programação inicia com a Mesa Institucional, reunindo representantes do PPGHCS, Depes, Direção da COC e Cedipa, que compartilharão perspectivas sobre o papel da instituição na construção de saberes, histórias, ciências e saúde LGBTQIA+. Em seguida, a mesa Scientia Sexualis: eróticas e outras histórias aborda os discursos científicos e culturais que moldaram experiências da sexualidade entre as relações de gênero ao longo da história.
Após o brunch, a mesa (Trans)formações: histórias, ciências e mais saúde trata dos desafios e transformações nas relações entre corpos, saúde e subjetividades a partir das discussões transfeministas, contando com as falas de Cello Latini Pfeil (UFRJ), Guilherme Silva de Almeida (UFRJ), Lauri Miranda Silva (IFRS) e Sara Wagner York (Uerj).
Confira a programação completa do evento:
Data: 24 de junho
Local: Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira (4º andar do CDHS). Av. Brasil, 4365 – Manguinhos, Rio de Janeiro.
9h40 – Mesa Institucional
10h – Scientia Sexualis: eróticas e outras histórias
Participantes: Fábio Henrique Lopes (UFRRJ); Marina Silva Duarte (UFMG); Ronald Canabarro (UFRJ)
Mediação: André Felipe Candido da Silva (COC/Fiocruz)
12h – Brunch
13h30 – (Trans)formações: históricas, ciências e mais saúde
Participantes: Cello Latini Pfeil (UFRJ); Guilherme Silva de Almeida (UFRJ), Lauri Miranda Silva (IFRS); Sara Wagner York (UERJ)
Mediação: Cristiana Facchinetti (COC/Fiocruz)
Comissão Organizadora
Docente
André Felipe Cândido da Silva
Discente
André Vinicio Bialeski Vieira
Larissa Bispo dos Santos
Paulo Vitor Guedes de Souza
Roberto Ramon Queiroz de Assis
Thassio Ferraz Tavares Roque
Na próxima sessão do Encontro às Quintas, que será realizada no dia 12 de junho, às 10h, o convidado é Pedro Meira Monteiro, professor titular da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Com o título Alvos canônicos: Machado de Assis de volta ao morro, a palestra propõe uma releitura crítica do cânone literário brasileiro a partir da figura de Machado de Assis. O Encontro às Quintas é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS/COC/Fiocruz), coordenada pelo professor e pesquisador Marcos Chor Maio.
O evento abordará o chamado Black Turn nos estudos machadianos, refletindo sobre a disputa simbólica pelo corpo e pela imagem do autor, frequentemente embranquecida nos espaços de consagração literária. Monteiro discutirá como novas vozes e trajetórias não hegemônicas reivindicam espaço no debate público, provocando deslocamentos no campo da crítica cultural e na representação da identidade nacional.
Pedro Meira Monteiro é professor titular na Princeton University, onde dirige o Departamento de Espanhol e Português e é filiado ao Programa de Estudos Latino-americanos e ao Brazil Lab. Seu último livro é Nós somos muitas: ensaios sobre crise, cultura e esperança, publicado em 2022 em parceria com Arto Lindsay, Flora Thomson-DeVeaux e Rogério Barbosa. Com Jaime Lauriano e Lilia Schwarcz foi curador da exposição Contramemória, no Theatro Municipal de São Paulo, em 2022. Participou da curadoria de diversas atividades na Festa Literária das Periferias (Flup) em 2022 e 2023, e foi um dos curadores da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2021 e 2022. Fez sua carreira acadêmica, da graduação ao doutorado, na Unicamp, com um mestrado na França, e mudou-se para os Estados Unidos em 2002. Atualmente vive entre Princeton e São Paulo.
A sessão contará com os comentários da historiadora Iamara da Silva Viana especialista em escravidão, pensamento médico, mulheres negras e letramento no Brasil do século 19. Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisadora, Iamara tem se destacado por trabalhos que entrelaçam história social, memória e educação. A pesquisadora é uma das organizadoras das coletâneas Ventres livres?: Gênero, maternidade e legislação; Dos letramentos, escravidão, escolas e professores no Brasil oitocentista e Vidas Impressas: Intelectuais Negras e Negros na Escravidão e na Liberdade e Mulheres afro-atlânticas e Ensino de História. O encontro será uma oportunidade para refletir sobre temas como privilégio, ascensão social, política identitária, branquitude e crítica cultural.
Encontro às Quintas:
Alvos canônicos: Machado de Assis de volta ao morro
Expositor: Pedro Meira Monteiro (Princeton University)
Debatedora: Iamara da Silva Viana (UERJ)
Coordenação: Marcos Chor Maio (COC/Fiocruz)
Data: 12/06/2025
Horário: 10h
Evento presencial
Local: Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira (CDHS), Campus Fiocruz Manguinhos
Há 15 anos, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), por meio do Departamento de Arquivo e Documentação (DAD), transformou em realidade uma ideia fundamental para facilitar e ampliar o acesso ao arquivo histórico arquivístico da Fiocruz. Assim surgiu a Base Arch, “porta de entrada” para o acervo mais representativo da história das ciências e da saúde do Brasil, sob a guarda na Casa de Oswaldo Cruz.
Em alusão à data, o DAD preparou um evento para refletir sobre as normas e práticas de descrição arquivística e compartilhar relatos sobre experiência institucionais no uso da ferramenta AtoM, sistema empregado na Base Arch e desenvolvido a partir dos padrões definidos pelo Conselho Internacional de Arquivos.
Inserido na programação da 9ª Semana Nacional de Arquivos, que este ano traz o tema Mudanças climáticas: preservação e acessibilidade, o evento será realizado no dia 9 de junho, a partir das 9h, no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, do Centro de Documentação e História da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (CDHS), no campus da Fiocruz em Manguinhos, zona norte do Rio. Haverá transmissão pelo canal da Casa no YouTube.
Após uma homenagem ao grupo que atuou no desenvolvimento da Base Arch, dois integrantes do Experts Group on Archival Description do Conselho Internacional de Arquivos (Egadica), Vitor Fonseca e Cristina Ruth Santos, vão discutir aspectos históricos e desafios atuais no uso das normas de descrição arquivística e detalhar o desenvolvimento do AtoM.
Em seguida, Carolina Sacramento, do Serviço de Tecnologia da Informação (STI) da Casa, apresentará as melhorias de acessibilidade para pessoas com deficiência visual que estão sendo implementadas na Base Arch, elaboradas por ela, em conjunto com os demais integrantes do STI.
Na última parte da programação, representantes do Museu Histórico Nacional, do Arquivo Nacional do Chile (Elisa Vásquez e Daniel Berríos), do Arquivo Público do Estado de São Paulo (Thiago Nicodemo e Camila Brandi de Souza Bentes) e da Casa de Oswaldo Cruz (Felipe Almeida Vieira), apresentarão os acervos e bases institucionais, relatando suas experiências no uso da AtoM para a descrição arquivística e o acesso.
Programação
9:00 – 9:30 – Café de boas-vindas
10:00 – 10:30 – Abertura e homenagens aos integrantes da equipe de desenvolvimento da Base Arch
Diego Bevilaqua (Vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da COC)
Ana Roberta Tartaglia (Chefe do DAD/COC)
Maria da Conceição Castro (ex-chefe do DAD/COC)
Carolina Sacramento (STI/COC)
10:30 – 12:00 – Mesa: Descrição arquivística, normas e desenvolvimento do AtoM: aspectos históricos e desafios atuais
O contexto da normalização da descrição arquivística e o AtoM
Palestrantes: Vitor Fonseca (UFF/Arquivo Nacional)
Desafios atuais na descrição arquivística
Palestrante: Cristina Ruth Santos (Arquivo Nacional)
Mediação: Paulo Elian (COC/Fiocruz)
12:00 – 12:30 – Perguntas e debate
12:30 – 13:30 – Intervalo
13:30 – 13:50 – Melhorias de acessibilidade para pessoas com deficiência visual na Base Arch
Apresentação: Carolina Sacramento (COC/Fiocruz)
14:00 – 15:30 – Mesa: Relatos de experiência de instituições que utilizam o AtoM
Participantes:
Felipe Almeida Vieira (COC/Fiocruz)
Daniella Gomes (Museu Histórico Nacional)
Elisa Vásquez e Daniel Berríos (Arquivo Nacional do Chile, via transmissão remota)
Thiago Nicodemo e Camila Brandi de Souza Bentes (Arquivo Público do Estado de São Paulo, via transmissão remota)
Mediação: Renata Borges (COC/Fiocruz)
15:30 – 16:00 – Perguntas e debate
16:30 – Encerramento
#ParaTodosVerem: Cartaz digital de divulgação de evento acadêmico. Na parte superior, há um fundo em tons de laranja, amarelo e verde, com um ícone branco de duas mãos estilizadas em movimento. À direita, sobre fundo branco, está o logotipo colorido da 9ª Semana Nacional de Arquivos, acompanhado do texto “9ª Semana Nacional de Arquivos” em preto. Abaixo, sobre fundo roxo, está escrito em letras brancas: “15 ANOS DA BASE ARCH E OS CAMINHOS DA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA”. Mais abaixo, em letras menores: “Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira – CDHS Campus Fiocruz Manguinhos – Rio de Janeiro”. Em seguida, em laranja: “Transmissão Youtube: /casadeoswaldocruz”. No canto inferior direito, há um círculo amarelo claro com o texto lilás “9.jun 9h”. Na parte inferior, sobre faixa verde clara, estão os logotipos da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz e SUS.
Com o título de Insetos e Capitalismo Multiespécie: sobre fronteiras ambientais e epistêmicas, 1900-1980, o Encontro às Quintas recebe Tomás Bartoletti, pesquisador e professor da disciplina História do Mundo Moderno da Escola Politécnica Federal (ETH) de Zurique, na Suíça.
A palestra explora um caso paradigmático nas histórias conectadas do conhecimento, do capitalismo e do meio ambiente entre 1880 e 1930. Durante esse período, a disseminação de pragas além das fronteiras imperiais e estatais colocou em risco a exploração lucrativa de matérias-primas tropicais.
Também será abordado o papel dos entomologistas europeus na expansão da fronteira econômica e nas aspirações de lucro por meio de processos de mercantilização na América Latina, África Oriental, Oriente Médio e nas ilhas do Pacífico. A circulação global de conhecimentos sobre o controle de pragas transformou a dinâmica socioecológica nessas regiões e também moldou de maneira decisiva o modelo de produção agrícola, tanto em terras tropicais, quanto no contexto europeu até os dias atuais.
Tomás Bartoletti é diretor do projeto Ambizione: Insect Pests and Economic Entomology in Plantations, c. 1870-1930s: A Multispecies History of Global Capitalism, financiado pela Fundação Nacional Suíça para a Ciência. Ele se formou em Estudos Latinoamericanos na Universidade de Buenos Aires e em História da Ciência e da Tecnologia na Universidade de Quilmes. Com doutorado pela Universidade de Buenos Aires, o pesquisador tem diversos artigos publicados em revistas internacionais e publicou o livro Poíesis y cosmopolítica de los oráculos griegos: Otra historia de la adivinación antigua y su recepción moderna. Em dezembro de 2024 foi inaugurada no Museu de História Natural de Neuchatel a exposição Naming Natures, fruto de sua pesquisa.
Para debater a sessão, o convidado é Gabriel Lopes, historiador, doutor em História das Ciências e da Saúde pela Casa de Oswaldo Cruz. Lopes recebeu o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses em Ciências Humanas e Sociais em 2017 e foi pesquisador em estágio pós-doutoral na Casa de Oswaldo Cruz até 2024, trabalhando com a (re)emergência de arboviroses na América Latina. Lopes é autor de O Feroz Mosquito Africano no Brasil: o Anopheles gambiae entre o silêncio e a sua erradicação (1930-1940) e Uma história global e brasileira da Aids (1986-2021).
Encontro às Quintas
Insetos e Capitalismo Multiespécie: sobre fronteiras ambientais e epistêmicas, 1900-1980
Expositor: Tomás Bartoletti (ETH/Zurique)
Debatedor: Gabriel Lopes (COC/Fiocruz)
Coordenação: Marcos Chor Maio (COC/Fiocruz)
Data: 29/05/2025
Horário: 10h
Evento presencial
Local: Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira (CDHS), Campus Fiocruz Manguinhos
Amazônia, paisagem das águas: Harald Sioli e a rede germano-brasileira em ecologia tropical (1952-1989) será o título da apresentação do pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz e professor do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS), André Felipe Cândido da Silva, na próxima edição do Encontro às Quintas. O evento será realizado presencialmente em 8 de maio, às 10h, no Salão de Conferência (CDHS), em Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ).
Em sua palestra, André Felipe abordará a gênese de algumas ideias-força, como “pulmão do mundo” e “hotspot da biodiversidade planetária”, que contribuíram para inscrever a Amazônia no discurso ambiental contemporâneo e nas redes transnacionais de pesquisa dedicadas a compreender os ecossistemas e as dinâmicas de funcionamento dos sistemas planetários.
Sua apresentação se concentrará nos estudos em hidrobiologia realizados pelo limnólogo e ecólogo alemão Harald Sioli (1910-2004), que se firmou como uma das maiores autoridades internacionais nos estudos ecológicos sobre a Amazônia na segunda metade do século 20 e foi responsável pelo estabelecimento de uma rede transnacional de pesquisas envolvendo instituições do Brasil e da Alemanha Ocidental.
“Por meio de Sioli e dessa rede armada por ele, busca-se compreender como os estudos em hidrobiologia realizados por pesquisadores do Instituto Max Planck de Limnologia e do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) culminaram em uma ampla agenda de estudos cuja finalidade foi elucidar os complexos entrelaçamentos entre as águas, solos, floresta e populações humanas e não-humanas, bem como os efeitos de intervenções massivas como obras de infraestrutura e programas de colonização agrícola no equiíbrio daquele sistema que se compreendia como complexo e frágil”, explica o pesquisador. André Felipe é autor de “A diplomacia cultural alemã e o centenário da Independência do Brasil em 1922 (2023). É ainda coorganizador de As ciências na História das Relações Brasil-EUA (2020).
A debatedora será a pesquisadora da COC/Fiocruz e professora do PPGHCS Dominichi Miranda de Sá. Coorganizadora de Diário da Pandemia: o olhar dos historiadores e autora de A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935), entre outros, a historiadora tem como seus objetos de pesquisa viagens científicas e conhecimento do território no Brasil no século 20; história da conservação da natureza no século 20; impactos sanitários e ambientais de projetos de desenvolvimento e agrícolas; História da Amazônia; ciências do Antropoceno e mudanças climáticas.
O Encontro às Quintas é uma iniciativa do PPGHCS, coordenada pelo professor e pesquisador Marcos Chor Maio.
Encontro às Quintas
Amazônia, paisagem das águas: Harald Sioli e a rede germano-brasileira em ecologia tropical (1952-1989)
Expositor: André Felipe Cândido da Silva (COC/Fiocruz)
Debatedora: Dominichi Miranda de Sá (COC/Fiocruz)
Coordenação: Marcos Chor Maio (COC/Fiocruz)
Data: 08/05/2024
Horário: 10h
Evento presencial
Local: Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira (CDHS), Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ)
Viver de outra maneira o tempo: Foucault, Subjetividade e Verdade. Esse será o tema da aula de abertura do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), ministrada pela historiadora Margareth Rago, na quinta-feira, 10 de abril, às 10h.
Graduada em História na USP, Margareth Rago cursou Filosofia na mesma universidade e fez mestrado e doutorado em História na Unicamp. Em 2003, tornou-se professora titular do Departamento de História da Unicamp, onde iniciou em 1985. Em 2015, aposentou-se e vinculou-se ao mesmo departamento como professora colaboradora. Entre seus temas de pesquisa, constam feminismos, anarquismos, subjetividade, gênero, Foucault e Deleuze.
A historiadora também escreveu e organizou diversos livros, entre eles, Do cabaré ao lar: A utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista (2018); Neoliberalismo, feminismos e contracondutas: perspectivas foucaultianas (2019); e As Marcas da Pantera – percursos de uma historiadora (2021).
O evento será realizado presencialmente no Salão de Conferência do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), em Manguinhos (RJ), no dia 10 de abril, às 10h. Também haverá transmissão online pelo canal do YouTube da Casa de Oswaldo Cruz.
Viver de outra maneira o tempo: Foucault, Subjetividade e Verdade!
Palestrante: Margareth Rago
Data: 10/04/2025
Horário: 10h
Local: Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira
Como o racismo estrutural impacta o reconhecimento e a preservação dos patrimônios culturais afro-brasileiros? Perseguição aos terreiros e apropriação de objetos sagrados são dois exemplos citados pela historiadora Ynaê Lopes dos Santos, convidada para a aula de abertura do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (PPGPAT) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O evento será realizado no dia 8 de abril, às 10h, no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira do CDHS, no campus da Fiocruz em Manguinhos.
Na palestra Nosso Sagrado: Racismo e Luta Negra na Construção do Patrimônio Brasileiro, Ynaê, professora de História da América pela Universidade Federal Fluminense (UFF), vai falar sobre a resistência negra na luta pelo direito à memória e à identidade e as disputas em torno da valorização e legitimação de bens culturais afrodescendentes.
Bacharel, mestre e doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP), Ynaê pesquisa questões relacionadas à história da escravidão nas Américas, às relações étnico-raciais no continente americano, ao ensino de história da África e à questão negra no Brasil. Sobre esses temas, publicou Além da senzala. arranjos escravos de moradia no Rio de Janeiro 1808-1850, em 2010; História da África e do Brasil Afrodescendente, em 2017; Juliano Moreira: o médico negro na fundação da psiquiatria brasileira, em 2020; e Racismo brasileiro: uma história da formação do país, em 2022.
Bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é vice-coordenadora do GT Afro-Américas da Associação Nacional de História (ANPUH). É colunista da DW Brasil, consultora do Projeto Querino e curadora da exposição Permanente do Cais do Valongo – Unesco.
O Encontro às Quintas, que esse ano completa 28 anos, retoma suas atividades no dia 20 de março. Para o primeiro semestre de 2025 estão programadas sete sessões, todas presenciais.
Na primeira sessão do semestre, em 20 de março, o Encontro às Quintas debaterá o tema da participação das mulheres na militância e luta contra a ditadura civil-militar. O evento será realizado presencialmente às 10h, no Auditório do Museu da Vida, em Manguinhos, no Rio de Janeiro. A palestra será ministrada pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dulce Pandolfi, e vai discutir as estratégias utilizadas pelas mulheres para combater a ditadura que se instalou no Brasil em 1964 e perdurou por mais de 20 anos.
Com um histórico de luta contra o regime autoritário, Dulce Pandolfi é graduada em Ciências Sociais pela UFF, mestre em Ciência Política pelo IUPERJ e doutora em História pela UFF. Ela foi professora e pesquisadora do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas de 1978 a 2018, e lecionou Sociologia na Universidade Cândido Mendes e na PUC-RJ. Entre 2013 e 2014 foi pesquisadora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ e desde 2018 é membro do Conselho Consultivo da Action Aid. Atualmente, Dulce Pandolfi é assessora da Universidade da Cidadania da UFRJ, cargo que exerce desde 2020. Entre outras obras, a historiadora publicou os livros Relatos de Combate: movimentos sociais na pandemia, da Editora UFRJ, em 2022, Pernambuco de Agamenon Magalhães: consolidação e crise de uma elite política, da Editora Massangana, em 2015, e Camaradas e Companheiros: História e Memória do PCB, da Editora Relume Dumará, em 1995.
A debatedora será a historiadora Joana Maria Pedro, professora do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pesquisadora do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH), da UFSC. Ela também foi presidenta da Associação Nacional de História (ANPUH) entre 2017 e 2019. Joana Pedro é autora, entre outros estudos, de Gênero, Feminismos e ditaduras no Cone Sul; e de História: usos do passado, ética e negacionismos e Memórias da resistência: mulheres nas ditaduras do cone sul.
O Encontro às Quintas é uma iniciativa do PPGHCS, coordenada pelo professor e pesquisador Marcos Chor Maio.
Sob a coordenação do sociólogo, professor e pesquisador Marcos Chor Maio (PPGHCS/Depes/COC/Fiocruz), o Encontro às Quintas é uma realização do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
Confira abaixo a programação completa:
1ª sessão: 20/03, 10h (Auditório do Museu da Vida Fiocruz)
Ainda estamos aqui: mulheres e militância na luta contra a ditadura civil-militar
Expositora: Dulce Pandolfi (UC/UFRJ)
A palestra versa sobre a participação das mulheres na luta contra a ditadura civil-militar que se instalou no Brasil em 1964, discutindo as estratégias utilizadas por elas para combater o regime.
2ª sessão: 03/04, 10h (Auditório do Museu da Vida Fiocruz)
Nas ruas e nos jornais: a violência no Rio de Janeiro
Marcos Luiz Bretas (PPGHIS/UFRJ)
A palestra analisa o tratamento que a imprensa deu à questão criminal após o término do Estado Novo em 1945.
3ª sessão: 17/04, 10h (Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, CDHS)
A democracia vista de longe: um longo aprendizado social no Nordeste brasileiro
Expositor: André Botelho (PPGSA/UFRJ)
Serão discutidos os marcos históricos e sentidos sociológicos do processo de longa duração do aprendizado social da democracia no Nordeste brasileiro.
4ª sessão: 08/05, 10h (Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, CDHS)
Insectos y Capitalismo multiespecie: sobre fronteras ambientales y epistémicas, c. 1900-1980
Tomás Bartoletti (ETH/Zurique)
Esta conferência explora um caso paradigmático nas histórias conectadas do conhecimento, do capitalismo e do meio ambiente entre c. 1880 e 1930. Durante esse período, a disseminação de pragas além das fronteiras imperiais e estaduais colocou em risco a exploração lucrativa de matérias-primas tropicais.
5ª sessão: 29/05, 10h (Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, CDHS)
Amazônia, paisagem das águas: Harald Sioli e a rede germano-brasileira em ecologia tropical (1952-1989)
Expositor: André Felipe Cândido da Silva (PPGHCS/Depes/COC – Fiocruz)
A conferência concentra-se nos estudos em hidrobiologia realizados pelo limnólogo e ecólogo alemão Harald Sioli (1910-2004), que se firmou como uma das maiores autoridades internacionais nos estudos ecológicos sobre a Amazônia na segunda metade do século XX e foi responsável pelo estabelecimento de uma rede transnacional de pesquisas envolvendo instituições do Brasil e da Alemanha Ocidental.
6ª sessão: 12/06, 10h (Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, CDHS)
Alvos canônicos: Machado de Assis de volta ao morro
Expositor: Pedro Meira Monteiro (Princeton University)
Machado de Assis é tema desta palestra, que, entre outros assuntos, aborda a disputa simbólica pelo corpo do escritor e sua imagem frequentemente embranquecida, além de tópicos como privilégio, ascensão social, política identitária, branquitude e crítica cultural.
7ª sessão: 26/06, 10h (Depes/COC/Fiocruz)
Antropologia de um Jovem Disciplinado: Darcy Ribeiro no Serviço de Proteção aos Índios, 1947-1956
Expositora: Carolina Arouca (PPGHCS/COC-Fiocruz)
A palestra oferece ao leitor a face permanente, ou “disciplinada” como chama a autora, de Darcy Ribeiro: em especial, seu trajeto no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em período de grande efervescência intelectual.
A aula de abertura dos cursos de Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde e da Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência, oferecidos pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), tratará de um tema de crescente importância: a divulgação científica e o meio ambiente. O evento será realizado presencialmente na Tenda da Ciência Virginia Schall, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no dia 17 de março, a partir das 9h. Aberto ao público, não é necessário se inscrever previamente para participar. Haverá intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“A ideia da mesa-redonda é abordar o tema pela pesquisa e pela prática da divulgação cientifica, passando pela necessidade de fomentar o diálogo e a participação popular e discutir, ainda, a injustiça climática”, pontua Luís Amorim, pesquisador do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica e um dos organizadores do evento.
Pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Simone Evangelista; representante da Comunidade Caiçara de Ubatumirim, Ana Carolina Santana Barbosa; e um ex-aluno da Especialização e ativista na área socioambiental na Baixada Fluminense, Cayo Matheus de Amorim Scot, que acaba de lançar uma cartilha sobre saneamento básico, participarão da mesa-redonda.
Confira a programação:
Divulgação científica e meio ambiente: diálogos entre pesquisa e prática
9h | Café da manhã
9h30 | Mesa de abertura
Magali Romero Sá, vice-diretora de Pesquisa e Educação da Casa de Oswaldo Cruz
Ana Carolina de Souza Gonzalez, chefe do Museu da Vida Fiocruz
Marina Ramalho, coordenadora do Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde
Marcus Soares, coordenador da Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência
10h | Mesa-redonda
Divulgação científica e meio ambiente
Entre a divulgação científica e o mercado: dilemas éticos de influenciadores e a maquiagem verde: Simone Evangelista, professora adjunta do departamento de Teoria de Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Informação e diálogo fortalecendo o movimento social por territórios sustentáveis e saudáveis: Ana Carolina Santana Barbosa, representante da Comunidade Caiçara de Ubatumirim (Ubatuba-SP) e integrante do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra, Paraty e Ubatuba
Divulgação científica partindo d’O Básico: Cayo Matheus de Amorim Scot, especialista em Divulgação e Popularização da Ciência pela Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, mestrando em Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo, educador e comunicador socioambiental
Coordenação: Luís Amorim, pesquisador do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida Fiocruz
12h | Encerramento
Serviço
Divulgação científica e meio ambiente
Evento gratuito, presencial, aberto ao público em geral, sem necessidade de inscrição prévia e contará com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Local: Tenda da Ciência Virginia Schall, Campus Fiocruz Manguinhos
Horário: 9h às 12h
Organização: Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde, Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência e Núcleo de Estudos da Divulgação Científica e NEDC
Melissa Creary, Professora Associada da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, fará palestra no dia 11 de março no CDHS (COC/Fiocruz) sobre a doença falciforme. A conferência será mediada pela pesquisadora em estágio pós-doutoral na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Juliana Manzoni Cavalcanti e terá transmissão online pelo YouTube da COC.
Com mais de 20 anos de experiência, Melissa Creary estuda comunidades com doenças falciformes e distúrbios hemorrágicos. Sua pesquisa explora as relações entre ciência, cultura e políticas públicas e aborda temas como justiça, racismo, antirracismo na saúde e biomedicina.
A atividade é promovida pela Cátedra Oswaldo Cruz da Unesco, que tem como meta incentivar a colaboração entre instituições de pesquisa da América e da Europa, intensificando a troca de conhecimentos sobre patrimônio e história da ciência e saúde.
Palestra: Ciência, Justiça e Raça: Um Caso de Doença Falciforme e Inovação
Expositora: Melissa Creary, Escola de Saúde Pública, Universidade de Michigan
Mediadora: Juliana Manzoni (COC/Fiocruz)
Data: 11/03
Horário: 14h
Local: Sala 308, Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ)