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Publicado em 12/07/2024

Sextas traz o aniversariante Mia Couto com "Tradutor de chuvas"

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia traz o aniversariante do mês, Mia Couto, escritor moçambicano que fala sobre a vida e as questões do mundo com sensibilidade e empatia. O poema escolhido para esta semana é "Números", no qual ele brinca com a realidade, lenda e fantasia com humanidade e lirismo. 
E no final cultua o amor: "Ressuscitar um vivo:
um só amor cumpre o milagre". 

Nascido em 7 de julho de 1955, ao longo de sua carreira, o poeta recebeu inúmeros prêmios literários, entre eles está o Prêmio Neustadt, em 2014, tido como o Nobel Americano, e o Prêmio Camões, que venceu em 2013. O poeta também foi homenageado com a criação do Prêmio Literário Mia Couto, pela Cornelder de Moçambique e a Associação Kulemba. A iniciativa pretende estimular a produção literária de qualidade em Moçambique, distinguindo as melhores obras publicadas anualmente no país.

 

#ParaTodosVerem Foto de um vidro com gotas de chuva, o foco da foto está nas gotas, em frente ao vidro a imagem embaçada de uma calçada com um sinal vermelho, há uma pessoa em pé em frente à uma casa verde. No canto direito da foto o poema Números, de Mia Couto em "Tradutor de chuvas", edição Caminho:

Desiguais as contas:
para cada anjo, dois demónios.

Para um só Sol, quatro Luas.

Para tua boca, todas as vidas.

Dar vida aos mortos
é obra para infinitos deuses.

Ressuscitar um vivo:
um só amor cumpre o milagre

Publicado em 05/07/2024

Sextas de Poesia homenageia Adélia Prado pelo Prêmio Camões. Confira outros brasileiros homenageados no Sextas que receberam a honraria

Autor(a): 
Ana Furniel

A renomada escritora mineira Adélia Prado acaba de receber uma das mais prestigiadas honrarias da língua portuguesa: o Prêmio Camões. Com 88 anos, Adélia é também a homenageada de hoje no Sexta de Poesia com "Momentos". No poema, Adélia nos lembra da efemeridade do tempo, sobre o transcorrer da vida, que embrulha e solta, e sobre nossas escolhas e de como vivê-las: "a vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser."

Adélia publicou seu primeiro livro em 1976, com mais de 40 anos e nunca mais parou de surpreender com a delicadeza e a simplicidade de seus versos. Ela é considerada a herdeira poética de Carlos Drummond de Andrade e, além do Camões, recebido em 26 de junho de 2024, com intervalo de menos de uma semana, ela também recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 20 de junho, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Ao longo de sua carreira, Adélia acumulou muitos outros prêmios, como o Prêmio Jabuti, em 1978, o ABL de Literatura Infantojuvenil, em 2007, o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional e da Associação Paulista dos Críticos de Arte, ambos em 2010, o Prêmio Clarice Lispector, em 2016, entre outros.

Desde a sua criação, em 1988, outros 14 brasileiros já receberam o Prêmio Camões. A honraria é entregue pela Fundação Biblioteca Nacional em parceria com o governo de Portugal. O prêmio foi criado com o intuito de estreitar os laços culturais entre as nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e leva o nome do poeta português Luís Vaz de Camões.

Veja outras poetas homenageados pelo Sextas que também já receberam o Prêmio Camões de Literatura:

Chico Buarque

O cantor e escritor brasileiro Chico Buarque recebeu o Prêmio Camões em 2019. No entanto, o prêmio foi entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quatro anos depois que Chico foi escolhido para recebê-lo.

23/1/2021: Chico Buarque está no Sextas de Poesia com "Tanto Mar"

25/11/2022: Sextas homenageia Pablo Milanés (cita Chico Buarque com versão de Yolanda)

28/4/2023: Sextas homenageia Chico Buarque pelo recebimento do Prêmio Luiz Vaz de Camões de Literatura

21/6/2024: Sextas celebra 80 anos de Chico Buarque

Jorge Amado

Em 1994, o escritor brasileiro Jorge Amado recebeu a honraria. O autor de “Capitães de Areia” e “Gabriela, Cravo e Canela” recebeu o Prêmio Camões aos 82 anos.

13/8/2021: ‘Milagres do Povo’ ilustra Sextas de Poesia

Lygia Fagundes Telles

Em 2005, a segunda mulher brasileira a levar o prêmio foi Lygia Fagundes Telles. A advogada, romancista e contista brasileira, que faleceu em 2022, é conhecida como “a dama da literatura brasileira”.

8/4/2022: Sextas celebra a poesia de Lygia Fagundes Telles

João Cabral de Melo Neto

Em 1990, o diplomata e poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o Prêmio Camões. Antes dele, apenas o poeta, contista e memorialista português Miguel Torga, havia recebido a honraria.

29/4/2022: Sextas homenageia trabalhadores com João Cabral de Melo Neto

Ferreira Gullar

Em 2010, o escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor e ensaísta brasileiro cujo o nome verdadeiro era José Ribamar Ferreira, ganhou o Prêmio Camões.

10/9/2021: Sextas de Poesia traz Ferreira Gular

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com a foto de Adélia Prado, uma senhora branca com cabelos grisalhos lisos e curtos, ela veste uma blusa de manga comprida escura, está com a mão apoiada no queixo e sorrindo para a foto. No centro do banner, o poema 'Momento', de Adélia Prado:
Enquanto eu fiquei alegre,
permaneceram um bule azul com um
descascado no bico,
uma garrafa de pimenta pelo meio,
um latido e um céu limpidíssimo
com recém-feitas estrelas.
Resistiram nos seus lugares, em seus 
ofícios,
constituindo o mundo pra mim,
anteparo
para o que foi um acometimento:
súbito é bom ter um corpo pra rir
e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo
alegre do que triste. Melhor é ser.

Publicado em 28/06/2024

Sextas homenageia aniversário de Machado de Assis com trecho de Dom Casmurro

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia faz sua homenagem ao escritor Machado de Assis, que no dia 21 de junho completaria 185 anos. Joaquim Maria Machado de Assis é um dos grandes representantes do movimento literário conhecido como realismo. Ele publicou 10 romances, 5 coletâneas de poemas e mais de 600 crônicas, além de ser o fundador da Academia Brasileira de Letras.

Memórias póstumas de Brás Cubas é o quinto romance de Machado de Assis e significou uma verdadeira revolução não somente para a carreira do autor, mas também na literatura brasileira, que, com esse livro, alcançou um novo patamar de qualidade. O trecho de Dom Casmurro escolhido para esta edição do Sextas narra a despedida de Bentinho e Capitu, personagens dessa história de amor que mostra a crítica Machadiana à modernização conservadora, atitudes aos comportamentos, aos costumes e às estruturas sociais coloniais do Brasil. O bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis, é “um mundo”!

 

#ParaTodosVerem Foto do Pôr do Sol, o Sol está no canto direito da foto, no lado esquerdo a quina do telhado de uma casa e um coqueiro, o céu está laranja com algumas nuvens. No centro da foto um trecho da obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis:
Entre luz e fusco,
tudo há de ser breve
como esse instante.

Publicado em 21/06/2024

Sextas celebra 80 anos de Chico Buarque

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana homenageia Chico Buarque e seus 80 anos. A canção "O que será" foi escrita em 1976 para o filme Dona Flor e seus dois maridos. A música transborda todo sentimento que não tem cura, medida ou limite. É o amor que não tem certeza, conserto, tamanho, decência, censura, sentido, governo, vergonha nem juízo.

É Chico, compositor do Brasil.

 

 

#ParaTodosVerem Foto de um homem e uma mulher de pele negra, o foco da foto está nos perfis dos rostos das duas pessoas, que estão próximos. O homem está de olhos fechados e a mulher possui sardas no rosto. No centro da foto, um trecho da música “O que será (À flor da Terra)” de Chico Buarque: 

 

O que será que será 

Que andam suspirando pelas alcovas 

Que andam sussurrando em versos e trovas 

Que andam combinando no breu das tocas 

Que andam nas cabeças, anda nas bocas 

Que andam acendendo velas nos becos

Que estão falando alto pelos botecos 

Que gritam nos mercados que com certeza 

Está na natureza, será que será 

O que não tem certeA, nem nunca terá 

O que não tem tamanho ….

Publicado em 14/06/2024

Sextas aborda os amores em suas mais diversas formas em homenagem ao Dia dos Namorados

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana homenageia o Dia dos Namorados. O poema trazido nesta semana é um trecho da música 'Interessante e obsceno', que dá nome ao segundo álbum do cantor e compositor pernambucano Martins. Lançado recentemente, em agosto de 2023, o trabalho fala essencialmente sobre os amores e as relações amorosas em suas mais diversas formas.

Segundo Martins, em entrevista à Revista Continente, da Companhia Editora de Pernambuco, "a música é um xote cujo título se insinua, mas, na verdade, o que nos interessa é o que está sendo dito, em uma delicadeza e sagacidade poéticas que são a tônica do álbum. É uma música que, ao mesmo tempo, tem uma graça sensual – “por isso que eu desejo pra você a Lua em Libra / a língua em Vênus” – , mas é uma coisa quase existencial. É um conselho que você dá pra quem gosta, que necessariamente não é uma pessoa que você se relaciona amorosamente, pode ser um amigo, mas pode ser também uma relação romântica... então, essa canção puxa todas as outras canções, no sentido de “falar pra alguém”.

Essa canção foi a primeira a ser composta para o disco, na primeira semana de “lockdown” causado pela pandemia de Covid-19 aqui no Brasil.

*com informações de Revista Continente

 

#ParaTodosVerem Banner com a foto da sombra de duas pessoas em pé, uma ao lado da outra, com o fundo alaranjado, no canto esquerdo do banner um trecho da música "Interessante e Obsceno" de Martins:
Que a gente não espere do amor,
o que nos faz pequenos

Por isso que eu desejo para você a lua
em libra e a língua em vênus

Que a gente possa se 
reconhecer num dia
lindo, num dia ameno

Eu vim aqui só
pra te entender

E pôr em ordem o
que é fundamental 

Por isso que eu
desejo pra você
um Sol intenso
e um quintal

Que os passarinhos
vão nos receber

Publicado em 07/06/2024

Paulo Leminski é homenageado com haicai no Sextas de Poesia

Autor(a): 
Ana Furniel

Hoje faz 35 anos da morte de Paulo Leminsky. O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao poeta com um haicai: "o tempo, entre o sopro e o apagar da vela". 
E nesse curto espaço temos a vida vivida, sonhada, às vezes doída, por muito amada e sempre muito sentida. Mistério e redenção. Vida.

Leminski foi crítico literário, tradutor, e um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem: Foto em preto e branco de uma planta chamada dente-de-leão em primeiro foco, suas pétalas estão voando. Ao lado esquerdo da foto, um trecho do livro "Toda Poesia" , de Paulo Leminski:
O tempo
entre o sopro
e o apagar da vela

Publicado em 31/05/2024

Sextas de Poesia traz a resistência de Ana Cristina Cesar em "Fagulha"

Autor(a): 
Ana Furniel

Burlar os paradigmas das opiniões, revivendo, remetendo a arte a uma perspectiva de resistência. É o que se pode experimentar através da leitura de textos como este, de Ana Cristina Cesar, no qual o desejo de perder-se, no aberto de possibilidades que o devir do fora representa, é capaz de nos arrebatar para um espaço ao mesmo tempo tão distante e tão próximo de nós.

O poema Fagulha compõe o livro "Ao teus pés", que é o primeiro e único livro de poemas que Ana Cristina Cesar lançou em vida por uma editora, em 1982. Além de material inédito, a obra reunia os três breves volumes que a autora havia publicado entre 1979 e 1980 em edições caseiras: Cenas de abril, Correspondência completa e Luvas de pelica. Desafiando o conceito de "literatura feminina" e dissolvendo as fronteiras entre prosa, poesia e ensaio, o eu lírico e o eu biográfico, Ana logo chamou a atenção de críticos como Heloisa Buarque de Hollanda e Silviano Santiago. Além de poeta, Ana Cristina Cruz Cesar foi tradutora, e é considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo da década de 1970. 

*com informações de Companhia da Letras
 

#ParaTodosVerem Foto com sobreposição de diversos papéis de cartas escritas à mão, uma folha sobre a outra. Ao lado direito da imagem, um trecho do poema Fagulha de Ana Cristina Cesar, do livro "A teus pés":
 
Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas...

Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava...

Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las

Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.

Publicado em 24/05/2024

Sextas de Poesia fala sobre materialidade e existência com Jorge de Lima

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas desta semana traz o poeta alagoano Jorge de Lima, que foi escritor e romancista. Com o trecho do poema "entre a raiz e a flor, o tempo e o espaço", o autor nos fala sobre materialidade e existência. Existir é uma potencialidade que se concretiza no tempo e no espaço, entre a flor e a raiz, fortaleza e cansaço.

Jorge Lima nasceu em abril de 1893 em União dos Palmares, Alagoas. Iniciou sua carreira como escritor, mas nos anos de 1920, sua poesia marcou-se pelo prosaísmo, pela incorporação da cultura popular e do elemento afro-brasileiro. Na década de 1930, junto com Murilo Mendes, publicou o livro Tempo e Eternidade, marco na obra de ambos. A maior e mais importante parte de sua obra vem a partir daí, da temática surrealista, religiosa, e que envolve também romance e pintura.

 

#ParaTodosVerem Foto de uma rua com árvores de folhagem alaranjada, atrás das árvores um muro com desenhos em cores claras e escuras, bege, amarelo-claro, verde e cinza, os desenhos formam edifícios e morros. No centro da foto está um trecho do poema do poeta alagoano Jorge de Lima, "entre a raiz e a flor, o tempo e o espaço"

"... que entre raiz e flor há um breve traço:

o silêncio do lenho, - quieta liça

entre a raiz e a flor, o tempo e o espaço

Publicado em 17/05/2024

Sextas de Poesia traz a melancolia de Mario Benedetti

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia faz sua homenagem ao poeta uruguaio Mario Benedetti, que, entre afetos e a indignação, cantou a solidariedade e uma América Latina insubordinada. Neste 17 de maio, completam-se 15 anos de sua partida.  

Durante sua carreira, foram mais de 80 livros publicados, no entanto, foi sua poesia que marcou gerações e fez dele um dos autores mais lidos da América Latina. Ele que foi o poeta dos sentimentos, das emoções e das ideias, versos vivos que eram como conversas numa varanda entardecida. O poema escolhido "Por que cantamos" nos sacode da melancolia. "Se cada noite é sempre alguma ausência por que cantamos". Com sua bondade e beleza, nos traz de volta a tinta e o canto.

Com informações do blog Outra Palavras 

 

#ParaTodosVerem Foto de uma estátua sentada em um banco, ela está com os braços cruzados e olhando para baixo, no meio do seu corpo há um espaço vazio, atrás dela está o gramado, uma árvore seca e o céu em cores amarelo e laranja, na foto está um trecho do poema “Porque Cantamos” de  Mário Benedetti:

… você perguntará por que cantamos 
se estamos longe como um horizonte 
se cada noite é sempre alguma ausência 
e cada despertar um desencontro 
você perguntará por que cantamos
cantamos porque o Rio está soando
e quando soa o Rio/soa o Rio 
cantamos porque o cruel não tem nome 
embora tenha nome seu destino.

Publicado em 10/05/2024

Sextas de Poesia presta homenagem às mães com Caetano Veloso

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia essa semana faz uma homenagem às mães, seja por escolha, amor, barriga, afinidade ou destino.
No texto de hoje, Caetano Veloso nos mostra todo o sentimento que carrega esse "ser mãe", o querer proteger, preparar para a vida e "dar ao mundo".

Feliz Dia das Mães!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo verde, no topo fotos de diversas mães com seus filhos, um grupo de mulheres de diferentes raças, etnias e idades, sorrindo e beijando os seus filhos. Embaixo das fotos, um verso de Caetano Veloso:
Minha mãe me deu ao mundo
De maneira singular
Me dizendo uma sentença
Pra eu sempre pedir licença
Mas nunca deixar de entrar

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