A Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), por meio da Coordenação-Geral de Educação (CGE/Fiocruz), torna público o resultado da chamada destinada a candidaturas para bolsas na modalidade Doutorado Sanduíche no âmbito do Edital nº 10/2022 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A Coordenação-Geral de Educação (CGE) é a responsável pela condução do processo de seleção e divulgação do resultado, segundo as regras do edital nº 10/2022.
A teve como objetivo selecionar bolsistas no âmbito do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) com vistas à fomentar o intercâmbio científico e a qualificação acadêmica de discentes do Brasil, por meio da concessão de bolsas no exterior na modalidade Doutorado Sanduíche.
Tais bolsas têm, por finalidade, a realização de estágio para o desenvolvimento de pesquisa em Instituição de Ensino Superior (IES) estrangeira, por estudantes regularmente matriculados em cursos de doutorado de programas de pós-graduação não vinculados ao Programa PrInt-Fiocruz-Capes, em que o estudante, após o período de estudos no exterior, retorna ao Brasil para conclusão e defesa da sua tese.
Propostas podem ser enviadas até 18 de março e a previsão é que o resultado final seja divulgado em 31 de março.
Confira o resultado da chamada interna, bem como todos os documentos que a contituem em:
*Matéria de anúncio da chamada interna voltada a bolsistas no âmbito do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) publicada em 24/2/22 e atualizada em 1°/4/22 com o resultado da chamada.
Estão abertas as inscrições para seleção interna de doutorandos para a realização do teste de proficiência de língua inglesa TOEFL® ITP. Os interessados devem estar matriculados em cursos de doutorado de Programas de Pós-Graduação vinculados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Acesse a chamada. A iniciativa oferecerá 26 testes de conhecimento no âmbito da Política de Internacionalização do Ensino. Os testes serão aplicados remotamente pela empresa Mastertest. Os alunos podem se inscrever até 11 de março, exclusivamente por meio de formulário eletrônico disponível na chamada.
A chamada detalha diferentes requisitos de participação para candidatos aprovados ou com inscrição confirmada em seleção de doutorado sanduíche no exterior, e para candidatos com proposta para realizar doutorado sanduíche no exterior.
Dúvidas e solicitações de informação sobre a chamada devem ser encaminhadas para o endereço eletrônico edu.internacional@fiocruz.br com o assunto “Dúvida Chamada TOEFL® 2022”.
O Sextas de Poesia desta semana traz Ana Cristina Cesar, poeta de privilegiada consciência crítica, para quem a literatura e a vida eram indissociáveis. Ana Cristina destacou-se na década de 1970 com uma poesia intimista marcada pela coloquialidade e com seu talento para vertentes diversas da atividade intelectual.
O poema escolhido para esta edição é "Esvoaça", que foi musicado por Paulo Baiano, e nos leva, como bruma, numa ilusão a perguntar: "Pra que tanta dor? Se o amor que vai sumindo, adelgaça, esvoaça, esvoaça..."
Todo seu acervo pode ser consultado no Instituto Moreira Salles.
A Formação Modular sobre Ciência Aberta – conjunto de oito cursos independentes entre si – foi concebida como uma das estratégias da Fiocruz para apresentar o movimento da Ciência Aberta. Para tanto, essa série de cursos oferecida em nível de capacitação, apresenta aos alunos práticas, expectativas e controvérsias da área. Os oito cursos, online e gratuitos, seguem com inscrições abertas! Conheça a iniciativa e inscreva-se no Campus Virtual Fiocruz.
A ciência aberta é um movimento atual e internacional: propõe um modo mais colaborativo, transparente e sustentável de fazer pesquisa. A Fiocruz já está comprometida com o movimento, desde a publicação de sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, em 2014, até o lançamento mais recente da Política de Gestão, Compartilhamento e Abertura de Dados para a Pesquisa, em 2020.
Os cursos, de 10h cada, contam com conteúdos remixados de parceiros do Campus, como a Iniciativa Educação Aberta, com várias ações e militância no campo do acesso aberto a recursos educacionais.
Conheça a Formação Modular em Ciência Aberta
A Formação Modular em Ciência Aberta é uma parceria entre a Coordenação de Informação e Comunicação da Fiocruz, a Escola Corporativa Fiocruz, a Universidade do Minho (Portugal) e o Campus Virtual Fiocruz; e sua realização é de responsabilidade da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz) por meio do CVF. Os cursos são independentes entre si. Portanto, podem ser cursados da maneira que for mais conveniente aos participantes. A cada curso realizado, os alunos passam por uma avaliação online e recebem o certificado de conclusão de acordo com os critérios de aprovação.
Confira os cursos que integram a Formação Modular em Ciência Aberta e inscreva-se:
O que é ciência aberta? – 10h – Inscreva-se!
Panorama histórico da ciência aberta – 10h – Inscreva-se!
Propriedade intelectual aplicada à ciência aberta – 10h – Inscreva-se!
Direito de acesso à informação e proteção de dados pessoais – 10h – Inscreva-se!
Acesso aberto – 10h – Inscreva-se!
Dados abertos – 10h – Inscreva-se!
Educação Aberta – 10h – Inscreva-se!
Recursos Educacionais Abertos – 10h – Inscreva-se!
* com informações de Valentina Leite (VPEIC/Fiocruz)
A distância no mapa é grande: o México é a nação de língua espanhola mais longe do Brasil no continente. Mas as duas nações estão mais próximas do que parece. A Fiocruz e instituições mexicanas têm projetos em conjunto, uma cooperação que pode crescer ainda mais se depender do interesse demonstrado pelo cônsul Héctor Humberto Valezzi Zafra. Junto com a cônsul adjunta no Rio de Janeiro, Ana Luisa Vallejo Barba, o diplomata foi recebido pela presidente Nísia Trindade Lima, em 10/2. Na ocasião, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Vieira Machado, apontou potencial para aumentar a cooperação em pesquisa, educação e desenvolvimento científico. Segundo ela, na educação, há possibilidades de intercâmbio e desenvolvimento de cursos de qualificação profissional à distância, sobre os quais a instituição apresenta vasta experiências, como, por exemplo, o curso online do Campus VirtualFiocruz de manejo da Covid-19 que já foi feito por mais de 60 mil alunos em diferentes países.
+Leia mais: Fiocruz reabre inscrições para curso sobre o manejo da Covid-19: nova edição está atualizada
No Brasil desde 2019, o cônsul explicou que gostaria de ter visitado antes a Fundação, mas que precisou adiar os planos devido à pandemia. Nos anos 1980, ele já havia visitado a Fiocruz Brasília, e agora, com o consulado cobrindo o Rio de Janeiro e estados do Nordeste, acredita haver muitos campos para ampliar essa cooperação.
“Nós buscamos oportunidades para possíveis colaborações pós-pandemia. O intercâmbio [de pesquisadores e alunos] pode ser uma dessas áreas”, disse o diplomata, que fez muitas perguntas sobre a Fundação.
Para a presidente da Fiocruz, há espaço para a cooperação crescer. “Há muitas possibilidades”, disse Nísia. “Temos pensado muito em como estreitar as relações com a América Latina. Eu vejo como nossos países, que ficam um pouco naquele limiar de países de baixa renda e de países desenvolvidos, acabam perdendo muito da sua potência e visibilidade”.
Educação sem fronteiras
No encontro, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Vieira Machado, disse ver muitos elementos em comum entre os dois países e potencial para aumentar cooperação em pesquisa, educação e desenvolvimento científico. Na educação, há chances não só de intercâmbio, como de cursos de qualificação profissional à distância. Um exemplo é o curso online sobre manejo de Covid-19 que, lançado em março de 2020, já foi assistido por mais de 60 mil alunos, não só do Brasil assim como de 30 outros países. Hoje, a Fiocruz tem 11 cursos online sobre a doença. “Não recebemos muitos alunos do México. Poderíamos receber mais e enviar mais”, disse Cristiani.
Pedro Burger, coordenador-adjunto do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), explicou que o Programa de Formação de Banco de Leite Humano, em que a Fundação enviou funcionários para treinarem profissionais no país, foi uma cooperação bilateral, mas no contexto da Rede Internacional de Bancos de Leite Humano - o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) é um Centro Colaborador da Opas/OMS sobre o assunto.
Há ainda as colaborações por meio da Rede dos Institutos Nacionais de Saúde na América Latina, entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde do México, e da Rede de Escolas de Saúde Pública, por meio da Universidade Autônoma do Estado do México (Unam), com a qual a Fiocruz tem um memorando de entendimento. “Podemos crescer mais nas parcerias com o México”, disse Burger.
A aproximação às vezes surge por meio de iniciativas pessoais. Maria Rachel Fróes da Fonseca, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), contou sobre seu projeto de doutorado e pós-doutorado, em que comparou a ciência nos dois países no século 19 e início do 20. “Embora seja uma trajetória pessoal, mostra como os pesquisadores vêm estreitando as relações”, disse. Participou ainda do encontro Valber Frutuoso, assessor de Gabinete da Presidência para Relações Institucionais.
Ao longo dos últimos dois anos, o mundo se uniu em busca de soluções para enfrentar a Covid-19. Além da importância de reforçar a vacinação, algumas diretrizes se mantêm fundamentais desde o início da pandemia, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a testagem da população. O surgimento de novas variantes, como a Ômicron, reforça a cada dia a necessidade de se conhecer a dinâmica e o comportamento da doença. Para tanto, a testagem em massa é um dos elementos cruciais para entender a dimensão do contágio. Dos testes rápidos de antígeno fornecidos pela Fiocruz, o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 45 milhões, conforme dados disponibilizados em seus boletins. A intenção é ampliar a detecção e, assim, acelerar o isolamento e reduzir a disseminação da doença. Para auxiliar o país nessa empreitada, que vai atingir todos os estados e municípios, a Fiocruz lança o curso, online e gratuito, Treinamento para uso dos Kits Teste Rápido Covid-19. As inscrições estão abertas!
A formação tem carga horária total de 15h e objetiva apresentar aos profissionais de saúde, e a todos os interessados no tema, os procedimentos corretos para a utilização dos kits de teste rápido de Covid-19 com segurança; além de fornecer informações técnicas sobre ele, como características e composição; e as formas adequadas de manuseio, armazenamento e transporte dos kits.
Todo o conteúdo programático oferecido pelo curso é permeado por elementos interativos e recursos multimídias, como áudios, vídeos e hiperlinks, que trazem informações adicionais à formação.
O curso é uma realização do Campus Virtual Fiocruz em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Mangunhinhos/Fiocruz), a Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), a Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico (Cogeplan/Fiocruz) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).
A vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, que também é coordenadora acadêmica do curso, afirmou que neste momento, em que o país volta a ter uma alta expressiva no número de casos da Covid-19, “a testagem continua sendo uma aliada muito importante nas ações de vigilância epidemiológica. Por isso, esse treinamento ganha uma relevância ainda maior diante do atual cenário, em que precisamos aumentar não só o número de vacinados, mas também de testes de diagnóstico realizados, como medida preventiva. A procura pelos exames tem sido grande e é preciso profissionais capacitados para realizá-los”, comentou.
Já a coordenadora do Escritório de Testagem da Fiocruz, Maria Clara Lippi, os desafios impostos pela pandemia no Brasil vêm exigindo estratégias e agilidade nas ações para prevenção e controle da disseminação do vírus. Ela comentou que no contexto pandêmico atual, com a circulação de novas variantes de preocupação (VOC), em especial da Ômicron, a procura por diagnóstico é cada vez maior e a estratégia de identificação de casos com uso de testes rápidos de antígenos permite ampliar a velocidade da testagem.
Frente a esse cenário, Maria Clara, apontou que "a Fiocruz já produziu e entregou quase 50 milhões de testes rápidos para detecção de antígenos ao Ministério da Saúde, dentro de um compromisso de cerca de 60 milhões de testes. Para além do fornecimento dos testes e de modo a compor a entrega de uma solução de testagem para o SUS, a Fiocruz lança hoje o curso para treinamento de profissionais, em uma plataforma acessível a um público-alvo ampliado, com o desafio de fortalecer as equipes envolvidas nas ações locais de testagem e ampliar a capacidade de resposta às necessidades em saúde.
O Escritório de Testagem da Fiocruz é responsável pela coordenação do fornecimento dos testes rápidos de antígeno, o planejamento e o controle do processamento nas centrais de testagem molecular da Fiocruz, a logística de amostras biológicas e de insumos críticos, e a gestão de dados e informações gerenciais de apoio à Rede de Vigilância na testagem.
A formação inédita pressupõe que o treinamento dos profissionais atuantes nos pontos de testagem facilite o manuseio, e garanta a rapidez e precisão do processo, ampliando, dessa forma, o grau de segurança dos resultados, evitando desperdícios, bem como descartes inadequados.
Conheça a estrutura do curso Treinamento para uso dos Kits Teste Rápido Covid-19:
Aula 1 - Teste TR Covid-19 Ag - Bio-Manguinhos
Aula 2 - Teste TR DPP® Covid-19 Ag - Bio-Manguinhos
Aula 3 - Teste TR SARS-CoV-2 Ag - Bio-Manguinhos
Aula 4 - Teste Rápido Covid Ag - IBMP
A edição do Sextas de Poesia desta semana faz uma homenagem a Moïse Mugenyi Kabagambe, da República Democrática do Congo, de 24 anos, que veio para o Brasil com sua família, como refugiado político, fugindo da violência, guerra e fome de seu país, e foi brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro, na Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro.
O poema que homenageia o jovem congolês é de Márcio Barbosa e integra a publicação Cadernos Negros - Poemas Afro-brasileiros, Volume 31, de 2008.
"Não há povo sem história, sem memória coletiva. E é na pele que essa memória continua viva"
#somostodosafrica #somostodoscongo #somostodosmoise
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) convida para mais um ano de comemorações do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Unidades e regionais de todo o país compõem a programação oganizada pela Fundação, que terá início no dia 11 de fevereiro de 2022 – data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para celebrar o tema – e terminará no fatídico dia 8 de março de 2022.
Confira aqui aprogramação completa!
As atividades serão realizadas virtualmente, por conta das medidas de contingência perante à Covid-19. A transmissão será aberta ao público, através do canal da VideoSaúde Distribuidora no Youtube. Não haverá necessidade de inscrição prévia.
Dentre as atividades organizadas estão: lives e programas sobre a presença de mulheres negras na ciência, entrevistas com estudantes e cientistas de diferentes idades, mesas de debate e rodas de conversa sobre profissionalização, oportunidade e atuação feminina na pesquisa científica, além de uma programação exclusiva do Canal Saúde.
Também haverá o lançamento de um documentário, uma seção de vídeo-poesia, um concurso de ilustrações, um dossiê sobre a presença de mulheres na Fiocruz e mais. A grade de programação será divulgada em breve nos canais da instituição.
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é organizado, na Fiocruz, pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), com participação do Fórum de Divulgação Científica. Todas as informações referentes à data são disponibilizadas na área do Portal Fiocruz dedicada ao tema Mulheres e Meninas na Ciência. Nessa área, também é possível ter acesso às atividades organizadas em outros anos pela Fundação, que celebra a data desde 2019.
Acompanhe e aguarde novas informações!
Imagem: Freepik
*matéria divulgada em 31/1 e atualizada em 8/2/2022
O poema escolhido para esta semana no Sextas é de Mar Becker, e nos lembra que a vida é breve e "O amor é longo".
Mar Becker, pseudônimo de Marceli Andresa Becker, nasceu em Passo Fundo (RS) e tem formação em filosofia. Ela já publicou poemas pelo Centro Cultural São Paulo, Coleção Poesia Viva (2013), e pela Editora Quelônio, Coleção Vozes Versos (2017). A mulher submersa (Urutau, 2020, edições no Brasil e em Portugal) é seu livro de estreia. Nele, a poeta trata de temas e imagens ligadas ao feminino, ao espaço doméstico e à história das mulheres na literatura e no mundo.
Mar Becker faz parte de um geração de poetas que usa as redes sociais como caixa de ressonância do seu trabalho.
Indicadores do InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontam a região Sul do país como área de atenção em 2022, com tendência de expansão da atividade da dengue para maiores latitudes. Surtos importantes de dengue ocorreram na região de Londrina e Sengés no Paraná, e Joinville em Santa Catarina no ano passado e anos anteriores, que podem indicar adaptação do vetor e alterações climáticas, tema que precisa ser melhor investigado. O Campus Virtual Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, disponibiliza o curso online e gratuito InfoDengue e InfoGripe: Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis. A formação segue com inscrições abertas.
O curso tem foco na atualização de profissionais da vigilância em saúde das secretarias municipais e estaduais de Saúde, mas é aberto a todos os interessados na temática.
O cenário apresentado pelo InfoDengue ressalta a importância de observar o comportamento do mosquito e manter o controle para evitar os focos da dengue e combater o vetor. O curso do CVF busca disseminar conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis, assim como instrumentalizar profissionais para a tomada de decisão em salas de situação dedicadas à vigilância de arboviroses urbanas e de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
A coordenação acadêmica do curso está a cargo da pesquisadora da Fiocruz, Cláudia Torres Codeço, que também é coordenadora do InfoDengue. A formação integra uma iniciativa do Ministério da Saúde para a capacitação de profissionais da saúde que trabalham em vigilância de arboviroses e síndromes gripais. Segundo Cláudia, muitas doenças de importância em saúde pública foram de certo modo negligenciadas em 2020 e 2021 por razões óbvias como consequencia da pandemia de Covid-19. No entanto, arboviroses urbanas e outras síndromes respiratórias, como a Influenza, são agravos com potencial epidêmico em nosso país.
Cláudia alertou ainda que "alguns sistemas de alerta, como o Infodengue e o Infogripe, têm contribuído para o monitoramento desses agravos, porém, é possível explorar muito mais deles para a vigilância epidemiológica dos municípios e estados brasileiros". Um projeto para avaliar mudanças no padrão de temperatura do país e possível associação com o aumento da temporada de dengue já está em desenvolvimento pelo InfoDengue.
A pesquisadora comentou ainda que a pandemia nos mostrou a importância da informação rápida e qualificada para a tomada de decisão em diferentes instâncias da gestão em saúde. “A integração de dados e modelos, que por um tempo ficou em segundo plano no setor da saúde, tornou-se o presente e o futuro da vigilância de doenças transmissíveis. Termos como “nowcasting”, “forecasting”, “número reprodutivo” e “modelo matemático” entraram definitivamente no vocabulário do epidemiologista em ação”.
Novos dados divulgados pelo InfoDengue
Segundo os indicadores do InfoDengue, além do Sul do país, encontram-se atualmente em situação de atenção: o noroeste de São Paulo/SP, região entre Goiânia/GO e Palmas/TO, passando pelo Distrito Federal/ DF, e alguns municípios isolados da Bahia, Santa Catarina e Ceará.
Os pesquisadores do InfoDengue também apontam para o padrão de ocorrência da dengue no país em 2021, em particular na parte Oeste do Brasil, desde o Acre até o Mato Grosso, fato que coincidiu com a alta circulação do vírus em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, ressaltando a importância de vigilância forte e articulada nas fronteiras. Rio Branco (Acre) sofreu com epidemia de proporções altas, com alto impacto na população já fragilizada com as cheias ocorridas no período.
Nos meses de inverno de 2021, observou-se atividade aumentada de dengue na região Nordeste, considerada atípica. Uma possível explicação foi a circulação de chikungunya na região. “As duas doenças apresentam quadros clínicos semelhantes, especialmente em suas fases iniciais, o que dificulta a classificação baseada predominantemente em critérios clínico-epidemiológicos. Logo, pode ser que parte dessa atividade de dengue seja proveniente de uma dificuldade de diagnóstico diferencial. Isso aponta para a importância de fortalecer a vigilância laboratorial no país, com a implementação de vigilância sentinela para arboviroses”, alerta Cláudia.
Já nos meses de primavera de 2021, houve um crescimento expressivo e antecipado da curva de dengue no centro oeste (MT, GO, DF) e ao longo da estrada Brasília-Belém, passando por Palmas (Tocantins) e sul do Pará, região que deve ser monitorada por encontrar-se com um padrão precoce de circulação de dengue. O Estado de São Paulo também teve em 2021 uma atividade aumentada de dengue, na região noroeste, capital e baixada santista.
Atualmente, o sistema InfoDengue monitora dados de dengue, zika e chikungunya em todo o país de forma integrada, analisando dados epidemiológicos de notificação, dados climáticos e dados de menção às doenças nas redes sociais realizando uma correção de atraso das notificações dos dados para agilizar a tomada de decisão. Já o aplicativo InfoDengue busca otimizar o tempo dos usuários do sistema de monitoramento online de arboviroses InfoDengue. A partir do aplicativo, é possível buscar a situação das arboviroses na região de interesse. Boletins do InfoDengue são enviados semanalmente para as secretarias de saúde com as informações.
+Leia mais: Monitoramento de dengue indica pontos de atenção no Brasil
Conheça a formação:
Com o curso, espera-se que os profissionais sejam capazes de compreender conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis, pois tais conhecimentos os permitirão identificar cenários de risco e a leitura-interpretação dos boletins dos sistemas Infodengue e Infogripe em diferentes contextos.
Módulo 1: Epidemiologia e vigilância
Módulo 2: Vigilância e sistemas de informação
Os módulos desenvolvidos compreendem textos, vídeos e áudios, organizados com bastante dinamismo e interação. Por meio de todos esses recursos, aliado ao fórum permanente de interação entre alunos, a ideia da formação é proporcionar um ambiente agradável e rico para o estudo e a compreensão de conceitos teóricos e práticos aplicados ao monitoramento de doenças transmissíveis, incluindo número reprodutivo, receptividade ambiental, limiares epidêmicos, e nowcasting, novo conceito que busca identificar cenários de risco e a leitura-interpretação dos boletins dos sistemas InfoDengue e Infogripe em diferentes contextos.
O curso é dividido entre as bases da epidemiologia e vigilância, e as práticas específicas dos sistemas de Vigilância e de Informação. Aos participantes, ainda é possível se aprofundar nos aspectos mais técnicos das metodologias analíticas desenvolvidas e adaptadas para a geração de alertas epidemiológicos para arboviroses e SRAG implementadas no Infodengue e Infogripe pelo e-book “Métodos analíticos dos sistemas Infodengue e Infogripe”.
Para melhor aproveitamento do curso, é recomendado que o aluno tenha tido experiência prévia com a vigilância dos agravos citados, participando da coleta, registro ou análise dos dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificações (Sinan) ou do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep/MS).
*com informações de Camile Duque (Agência Fiocruz de Notícias) e Marcelle Chagas (InfoDengue)