“Vocês são pioneiros por participarem de um curso numa área em que a Fiocruz está começando. Estamos plantando para o futuro”. Essas foram as palavras do coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE/Fiocruz), Antonio Ivo de Carvalho, durante o encerramento do curso Foresight: Métodos e aplicações em ciência, tecnologia e inovação, no dia 22/5. A fim de iniciar uma cultura de prospecção na instituição, o curso apresentou o foresight a trabalhadores da Fundação. O foresight é uma abordagem metodológica adotada por organizações de pesquisa, governos e empresas em todo o mundo, na produção de informação qualificada para gestão estratégica e planejamento de longo prazo.
O curso é uma iniciativa do CEE/Fiocruz, com a Escola Corporativa Fiocruz, em parceria com o Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação da Universidade de Campinas (Geopi/Unicamp). Dos 91 inscritos, foram selecionados 35 trabalhadores, de diferentes unidades da instituição. Eles participaram de sete encontros, com aulas semanais, às segundas-feiras — sendo a última dedicada à apresentação de trabalhos. Com os conhecimentos adquiridos, os alunos elencaram temas para conceber propostas de prospecção, a partir da realidade que vivenciam na Fiocruz.
À frente do curso, o professor Sergio Salles, do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, elogiou a turma. “A interação foi excelente, sem dúvida entre as melhores que tivemos. Os grupos fizeram trabalhos sensacionais". Ele também destacou a forma “especial” como a Fiocruz se posiciona como instituição frente à sociedade, bem como sua “dinâmica democrática e participativa, o que "ajuda muito quando se oferece um curso que trata de instrumentos para se pensar um futuro coletivo”. Além dele, o curso de foresight, foi ministrado por professores convidados.
A aluna Dominichi Miranda de Sá fez um agradecimento em nome da Coordenação de Ações de Prospecção da Fiocruz, liderada pelo pesquisador Carlos Gadelha, e da qual também faz parte. Ela explicou que a nova coordenação está em processo de formalização no âmbito da Presidência, ressaltando sua importância. “É totalmente pertinente, no sentido de pensar a prospecção como parte da agenda estratégica, da política institucional e de uma articulação matricial, articulando outros setores que pensam o futuro da Fiocruz e as unidades, dado seu imenso potencial para a prospecção”.
A diretora da Escola Corporativa Fiocruz, Karla Kaufmann, também destacou que o desenvolvimento de uma consciência crítica na instituição também está vinculado à capacidade de fortalecer as parcerias internas. “É importante esse alinhamento de uma área estratégica com uma área de desenvolvimento de pessoas para se alcançar determinada competência”, disse.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que estava na 70ª Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra, gravou um vídeo para cumprimentar os alunos e professores, comentando o quanto podem contribuir para uma cultura de prospecção na Fiocruz. Em sua mensagem, ela ressaltou a concepção conjunta do curso pelo CEE e a Escola Corporativa (na instituição) — e também a parceria com o Geopi/Unicamp (entre instituições). E disse: “Quero acompanhar muito de perto os desdobramentos dessa iniciativa, que, certamente, trará frutos importantes para o campo da prospecção, para o campo do planejamento estratégico e da gestão de informação”. A presidente também comentou o papel de atores institucionais ligados aos estudos prospectivos, como o projeto Brasil Saúde Amanhã, a Coordenação de Ações de Prospecção e o Centro de Estudos Estratégicos- que considera “um ator político fundamental”. (Clique aqui para assistir ao vídeo)
Encerrando o curso, o diretor do CEE anunciou a criação de uma comunidade virtual de aprendizagem e de um repositório para os trabalhos apresentados, buscando manter conexão com o Geopi/Unicamp e outros centros de prospecção. “Queremos cultivar essa relação continuada com vocês”.
Pensamento estratégico e integração
“Sou da Fiocruz Brasília e nós temos um grupo que trabalha com prospectiva e o curso é uma forma de ampliar esses conhecimentos. Nós trabalhamos com uma técnica e aqui eles mostraram mais de 33 técnicas. Então, isso vai ao encontro dos direcionadores estratégicos da instituição, da nova Presidência, que é ampliar esses estudos prospectivos na Fiocruz. Servirá também de integração entre as áreas que estão fora do campus, caso da minha unidade.” (Márcio Cavalcanti – Fiocruz Brasília)
Decisões com base em evidências
“Apesar de trabalhar com tomada de decisão, este universo não é familiar para mim. Entrei em contato com novas metodologias, com uma forma de pensar, de trabalhar, que pode contribuir muito para o trabalho que desempenho, para organizar, prever o futuro e compreender como este pode modificar o presente. Isso é muito importante para quem toma decisões e para quem auxilia tomadores de decisão: decidir com base em evidências e informações, e não de forma subjetiva. Essa metodologia proporcionada pelo curso realmente pode mudar a forma de se pensar institucionalmente.” (Camila Guindalini – Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde - CDTS/Fiocruz)
Rede de cooperação interna
“O curso é muito pertinente na abordagem do método, no conhecimento das diferentes estratégias e instrumentos de que vamos poder nos apropriar. Espero que consigamos nos aprofundar na aplicação desses instrumentos em nossa realidade. O curso de Foresight é muito importante para trabalhadores da Fiocruz se aproximarem dos temas relacionados aos estudos de futuro, pensando o papel da Fiocruz e em como o as unidades da instituição, em conjunto, vão se preparar para dar respostas a grandes desafios. É também uma oportunidade para nos conhecermos mais, conhecer o que o conjunto de trabalhadores têm desenvolvido nas diferentes unidades, identificarmos oportunidades de criarmos uma rede de cooperação interna, com o intuito de desenvolver alternativas.” (Ana Lúcia Feitosa – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas - INI/Fiocruz)
Um curso panorâmico
“Estou fazendo o curso de Foresight em função dessa aproximação recente com as atividades de prospecção, por meio do vínculo com a Coordenação de Ações de Prospecção. Mas eu já tinha interesses na área, porque a Casa de Oswaldo Cruz está criando um observatório de saúde, e pela própria dimensão do pensamento em História, área da minha unidade de origem. O curso é muito útil, principalmente, porque é panorâmico na apresentação de abordagens e métodos. Um ponto interessante é o fato de estarmos conhecendo outros colegas de outras unidades. O curso tem servido para vermos como as pessoas estão diagnosticando a Fiocruz e qual a expectativa delas quanto a essa ação que a Presidência quer induzir [pensar a Fiocruz do futuro]. Isso é muito importante. Por enorme felicidade, acabamos reunindo no trabalho em grupo pessoas que trabalham com educação, em diferentes níveis, na instituição. Propusemos o tema de educação e saúde na Fiocruz para pensar tendências e metodologias e também tecnologias a serem absorvidas nessa Fiocruz do futuro.” (Dominichi Miranda de Sá - Casa de Oswaldo Cruz - COC/Fiocruz e Coordenação das Ações de Prospecção da Presidência da Fiocruz)
Fonte: Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz
Ficam abertas até o dia 17/2 as inscrições para o Curso de Especialização de Enfermagem em Doenças Infecciosas e Parasitárias, oferecido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Coordenado por Adriana Silva Muniz, Suze Rosa Sant’Anna, Renato França da Silva e Martha Vieira Rodrigues, o curso busca qualificar os profissionais de enfermagem para atuarem no processo assistencial na área de doenças infecciosas e parasitárias (DIPs).
A especialização está de volta com um novo formato e conteúdos atualizados, explica Adriana: “No programa apresentamos aos alunos as políticas públicas de saúde no Brasil, o modelo de Atenção Primária à Saúde e da Estratégia de Saúde da Família no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), os princípios e práticas fundamentais para segurança do paciente, além promover a vivência, a discussão e a prática do cuidado em enfermagem na área de Doenças Infecciosas e Parasitárias. Adotamos também os principais referenciais teórico-metodológicos para construção de estudos científicos relevantes para atenção à saúde”.
Há oito vagas, destinadas a graduados com nível superior em enfermagem.
As aulas acontecerão no período de 13/3/2017 a 14/12/2017, totalizando uma carga horária de 512 horas.
Acesse a chamada pública aqui.
Fonte: Juana Portugal (INI/Fiocruz)
Até o dia 7/12 estão abertas as inscrições para candidatos ao Curso de Especialização Médica oferecido pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Há 26 vagas distribuídas pelos seguintes cursos:
Os cursos têm início previsto para 1/3/2017.
Para mais informações, clique aqui.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) torna público o calendário e as normas de seleção de candidatos para o Programa de Atividades de Extensão – Modalidade Cursos Livres em seus laboratórios e demais setores para o primeiro trimestre de 2017. A iniciativa é voltada para o enriquecimento curricular, a atualização e a qualificação profissional nas áreas de atuação do IOC. Há cursos em seis modalidades e que exigem níveis de escolaridade variados.
Os interessados têm até o dia 21/11 para se inscrever e, para isso, devem acessar a Chamada de Seleção Pública. As inscrições, análise e julgamento dos candidatos serão realizados de acordo com o calendário da Coordenação do Programa de Atividades de Extensão. As atividades estão previstas para ter início em 2017.
Fonte: IOC/Fiocruz
A partir do dia 23/11, a Fiocruz Minas abrirá inscrições para cursos de dois programas de pós-graduação para o ano de 2017.
No Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde há 16 vagas para o mestrado e 10 para o doutorado, distribuídas em três áreas de concentração: Biologia Celular e Molecular, Genética e Bioinformática (BCM-GB); Doenças infecto-parasitárias e crônicas não transmissíveis (DIP-DCNT); e Transmissores de Patógenos. Os interessados podem se inscrever de 23/11/2016 a 29/11/2016. Para obter mais informações, consulte os editais.
Já o Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva oferecerá 9 vagas, somente para doutorado. As inscrições podem ser feitas de 28/11 a 30/11. Há três linhas de pesquisa neste curso: Envelhecimento e saúde; Políticas públicas, programas e serviços de saúde; Saúde e Ambiente. Consulte o edital.
Para se candidatar aos cursos, é necessário preencher formulário eletrônico disponível na Plataforma Siga.
O Campus Virtual de Saúde Pública oferecerá um novo curso de autoaprendizagem, aberto e gratuito, sobre abordagem clínica de zika na atenção básica. A capacitação é uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde, da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Fiocruz Mato Grosso do Sul. As inscrições ficam abertas até o dia 1/3/2017.
A parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) permite que a capacitação seja oferecida em português e espanhol, alcançando profissionais de diferentes países – o que é especialmente importante num contexto de emergência sanitária. Vale lembrar que o vírus vem se propagando, e que foi confirmada a relação entre zika, microcefalia.
O curso Abordagem clínica de zika na atenção básica tem quatro unidades temáticas e uma avaliação final. Os alunos aprovados obtêm uma certificação de 45 horas emitida pela Opas/OMS.
Conheça os temas abordados no curso:
Unidade 1 – Aspectos epidemiológicos, promoção da saúde e prevenção da infecção pelo zika vírus
Unidade 2 – Quadro clínico e abordagem a pessoas infectadas por Zika vírus
Unidade 3 – Cuidados com as gestantes com suspeita de ou confirmação de infecção por Zika Vírus e do recém-nascido com síndrome congênita relacionada ao Zika vírus
Unidade 4 – Vigilância da infecção por Zika vírus e suas complicações
Acesse o curso em português pelo site da UNA-SUS
Acesse o curso em espanhol
Mais informações: http://bit.ly/2aIlJuI
Fonte: Campus Virtual de Saúde Pública
Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)*
A vigilância e o controle de doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária e leishmaniose, ganharão reforço com uma nova iniciativa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) acaba de aprovar o curso de Mestrado Profissional Stricto sensu em Controle e Vigilância de Vetores de Doenças. O objetivo dessa capacitação é contribuir para ampliar o leque de conhecimento de gestores e profissionais de saúde que atuam no controle e vigilância de insetos, moluscos e carrapatos. O curso é voltado para graduados em veterinária, biologia, biomedicina e áreas afins. O início das atividades da primeira turma está previsto para o segundo semestre de 2017.
O diretor do IOC/Fiocruz diz que a estruturação do curso atende a uma necessidade nacional de formação de profissionais especializados na área de vetores, conforme uma demanda da Presidência. O objetivo é preencher lacunas na formação de profissionais que atuam na área da entomologia e malacologia médica, como explica o coordenador adjunto de Pós-graduação da Fiocruz, Milton Ozório: “Levantamentos da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz mostraram a necessidade de ampliar a capacitação de um público amplo de profissionais e gestores. A iniciativa deve priorizar a atualização em conhecimentos sobre a biologia de vetores e novas formas de diagnóstico”.
A proposta de criação do novo curso foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IOC em reunião no dia 20/4. Segundo a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo, a iniciativa amplia o quadro do Ensino do Instituto, que passará a contar com sete programas de Pós-graduação Stricto sensu. “O desenvolvimento do novo curso está alinhado à missão do IOC de formar e capacitar recursos humanos para a solução de problemas críticos de saúde do país. Estamos contribuindo para fortalecer a relação do Instituto com a sociedade”, avalia.
Formações variadas
A capacitação reunirá temas pertinentes à vigilância e ao controle vetorial. As ações de vigilância permitem recomendar medidas de prevenção e controle de doenças. Já as estratégias de controle vetorial (que pode ser biológico, mecânico ou ambiental e químico) visam controlar transmissores de patógenos causadores de doenças – caso do mosquito Aedes aegypti, que transmite os vírus da Dengue, Zika e Chikungunya.
De acordo com o coordenador do curso, Fernando Genta, as disciplinas serão ministradas por professores especializados em diferentes áreas da entomologia, incluindo temas sobre taxonomia, fisiologia e controle, além de tópicos sobre diagnóstico molecular e modelagem matemática. “Vamos discutir o funcionamento e a eficácia das mais modernas tecnologias disponíveis para o controle vetorial, como o uso da bactéria Wolbachia e dos mosquitos transgênicos no combate ao Aedes aegypti, por exemplo, além de abordar a importância do uso correto de ferramentas de controle químico, como inseticidas”, destaca Genta, pesquisador do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Lagerblad de Oliveira, será responsável por uma das disciplinas oferecidas. “A compreensão dos fenômenos da fisiologia e da biologia dos insetos, como o seu comportamento diante da necessidade de ingestão de sangue, por exemplo, é importante para formular armadilhas e repelentes. As disciplinas do curso, em geral, vão oferecer conhecimentos que baseiam métodos de controle, localização, análise e reconhecimento epidemiológico”.
Os alunos terão o prazo limite de dois anos para concluir a formação.
Sobre o processo de criação de um curso
A avaliação da Capes é um passo fundamental para a abertura de novos cursos de pós-graduação no Brasil. O resultado das avaliações das propostas enviadas por instituições de ensino e pesquisa de todo o país foi divulgado pela Capes após a 166ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), realizada entre os dias 26 e 30/9, em Brasília. A partir deste parecer, cabe ao Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizar e reconhecer os novos cursos. O processo é finalizado com a homologação do Ministério da Educação, conforme o estabelecido pela legislação vigente.
* Edição: Raquel Aguiar (Comunicação, IOC/Fiocruz)
Antonio Fuchs
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) inaugura hoje (3/11) seu núcleo da Rede Universitária de Telemedicina (Rute). O ambiente, localizado no prédio da Direção do INI, é composto por uma sala de videoconferência com equipamentos para conexão em banda larga, que permitem assistência remota a pacientes e atividades de educação a distância, além de pesquisa colaborativa. A iniciativa é fruto de uma parceria da unidade com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), responsável pela coordenação da Rute. A Rede Universitária de Telemedicina estimula a integração e a colaboração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês Special Interest Groups - SIGs). O primeiro SIG do INI será o de Pesquisa Clínica, conforme informou o médico responsável pelo projeto no Instituto, Manoel Paes de Oliveira Neto.
Nesta manhã, o vice-diretor de Pesquisa Clínica, André Curi, proferiu a palestra Uveítes infecciosas. Comparaceram ao evento o diretor Alejandro Hasslocher e o coordenador nacional da Rede Rute, Luiz Ary Messina. Hoje também está sendo lançado o núcleo do Hospital Geral do Grajaú (HGG), que faz parte do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, em São Paulo, com a participação, através de videoconferência, da Diretora do Hospital, Jocelene Pereira.
Da telemedicina à Rede Rute
A ideia de criar um núcleo de telemedicina no INI para oferecer cursos, palestras e atividades online ocorreu na gestão de Valdilea Veloso à frente da Direção do Instituto. O médico Manoel Paes, que já havia feito um primeiro contato com a Rede Rute, lembra que a iniciativa não foi concretizada devido a questões orçamentárias e falta de infraestrutura necessária em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro interessados na disseminação de informação e atenção médica à pacientes e outros profissionais de saúde que seriam ofertados pelo INI. “Nosso plano era fazer um Ambulatório de Teledermatologia nos moldes da teleassistência que existe no Canadá. Devido à existência de áreas remotas, principalmente para atender a população de esquimós, os canadenses desenvolveram serviços de saúde de atenção primária que pudessem ser feitos através de telemedicina. Desta forma, grupos de médicos passaram a utilizar equipamentos portáteis de raio-X e, ao viajar para localidades distantes, faziam os exames na população. Pelo computador, os profissionais de radiologia lotados em grandes centros analisavam e faziam os laudos. Queríamos fazer algo do gênero em 2004, com a ideia do ambulatório virtual, mas não conseguimos”.
Já na gestão de Alejandro Hasslocher pensou-se na criação de um Centro de Estudos independente, mas ligado ao INI, para ofertar cursos, com um aspecto mais jurídico, em um ambiente virtual dentro do Instittuto. Esse projeto também não foi viabilizado por diversos fatores. Por fim, Paes explicou que voltou a fazer contato com a Rede Rute para implantar a infraestrutura de suporte necessária às atividades de Telemedicina no INI. Esse processo compreende oito etapas: diagnóstico local; apresentação de propostas; assinatura de contrato; licitação dos equipamentos e serviços; implantação da infraestrutura; teste dos equipamentos e serviços; ativação dos hospitais na RNP e homologação e operação na RNP. “Com a homologação final, o INI começará suas atividades com o SIG de Pesquisa Clínica, agendando todas as atividades que queremos transmitir pela rede. Além disso, pretendo ampliar os contatos com médicos e pesquisadores aqui do INI para criar novos SIGs. Julgo interessante um SIG de Oftalmologia Infecciosa com dr. André Curi. Esse é um tema inédito aqui no Brasil e seria muito importante para nós”.
O Diretor do INI, Alejandro Hasslocher, diz que o objetivo é levar, com essa iniciativa, toda a expertise acumulada pelos pesquisadores para todo o Brasil. "Adotamos uma linguagem moderna e dinâmica, oferecendo cursos, aulas e promovendo a troca de conhecimentos de forma a melhorar, cada vez mais, nossos Sistema de Saúde”.
Rede Rute
Com 10 anos de atuação e 124 núcleos em operação em todo o país, a Rede Rute é formada por mais de uma centena de instituições a partir de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo uma importante iniciativa para qualificar recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Construir um acervo científico de reconhecimento internacional demanda persistência, dedicação e determinação. A história da Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo (CEIOC), uma das mais ricas e valiosas da América Latina não é diferente. Data de 1901, o depósito do primeiro exemplar, quando o próprio Oswaldo Cruz descreveu o mosquito Anopheles lutzi, transmissor da malária, primeira espécie descoberta pelos cientistas do IOC, conhecido como Instituto de Manguinhos. Ainda no início do século 20, o acervo recebeu contribuições de renomados pesquisadores, como Carlos Chagas e Arthur Neiva.
De lá para cá, a Coleção resistiu a episódios como o ‘Massacre de Manguinhos’ que, em 1970, atingiu o acervo de insetos e desmantelou integralmente a estrutura física. Na época, numa tentativa de resguardar o tesouro científico abrigado pela CEIOC, alguns exemplares foram enviados por empréstimo para guarda de outras instituições. Somente 35 anos depois, parte do valioso material retornou integralmente à Fiocruz e foi reincorporada ao acervo original. Anos depois, a Coleção passou por um processo de modernização, com a expansão do espaço e melhor acondicionamento do acervo.
Após 115 anos, a Coleção Entomológica está em plena atividade científica. Além de contar com cerca de cinco milhões de exemplares de insetos da fauna brasileira e de diversas regiões do mundo, esta vitrine da biodiversidade está disponível para cientistas nacionais e internacionais que podem acessar os dados do acervo por meio de consultas online.
Para lembrar a história do acervo e os desafios e perspectivas para o futuro, o Centro de Estudos do IOC promoveu, no dia 21/10, uma sessão comemorativa. “Aos 115 anos, a CEIOC é um testemunho da ciência e da história. A preservação do acervo garante que as novas gerações conheçam esse tesouro da biodiversidade. Além disso, sua importância para a realização de pesquisas em âmbito nacional e internacional é de valor incomensurável”, ressaltou a vice-diretora de Serviços de Referência e Coleções Biológicas, Eliane Veiga da Costa. “As coleções biológicas representam instrumentos extremamente relevantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. A Coleção Entomológica, em especial, desperta a atenção pelo seu valor único, por suas belezas e curiosidades”, acrescentou a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo.
A atual curadora, Jane Costa, chefe do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC, destacou a trajetória de modernização do acervo. “A CEIOC pode ser definida hoje como uma espiral crescente e ascendente, resultado de um trabalho colaborativo de inúmeros pesquisadores, curadores e profissionais e do investimento em políticas institucionais que beneficiam a preservação e divulgação do acervo”, salientou a curadora.
Passado, presente e futuro Abrigada no Castelo Mourisco, sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, a Coleção Entomológica é a mais antiga coleção biológica da Fiocruz. No Centro de Estudos, a pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Magali Romero Sá abordou a perspectiva histórica do acervo, que ainda no século 20, recebeu espécies de carrapatos, mosquitos e moscas coletadas durante a realização de expedições científicas. “Havia pouquíssimos trabalhos sobre insetos, a descoberta da possibilidade de transmissão de doenças a partir de insetos vetores alavancou o interesse de pesquisadores sobre esse grupo, principalmente mosquitos”, explicou Magali, destacando o crescimento de coleções biológicas no início do século passado.
Atualmente, a Coleção colabora para a realização de estudos científicos por meio de serviços de consulta, empréstimo e depósito de espécimes, permuta com instituições de pesquisa, e atividades de divulgação científica. O investimento em políticas institucionais contribui para a modernização e preservação da CEIOC e de outros acervos, permitindo a ampliação da oferta de serviços. No encontro, a coordenadora de Coleções Biológicas da Fiocruz, Manuela da Silva, apresentou iniciativas como a modernização das páginas dos acervos na internet, visando a ampliação do acesso, e o projeto Preservo, parceria entre diferentes unidades da Fiocruz e o BNDES que garante financiamento para melhorias na organização dos espaços. Ela lembrou, ainda, a importância da adequação das atividades das Coleções às legislações nacionais e internacionais de acesso ao patrimônio genético. “As coleções têm um papel fundamental para a conservação da biodiversidade, por isso temos um papel fundamental de garantir que o uso desse material por diferentes pesquisadores seja feito de forma adequada, responsável e que garanta os direitos da nossa soberania sobre a biodiversidade brasileira”, afirmou Manuela.
Centenária, porém moderna Os dados dos espécimes depositados na Coleção podem ser consultados online, por meio da rede SpeciesLink, sistema que disponibiliza informações sobre diversas coleções científicas de forma gratuita. O acervo, que representa quase todas as ordens conhecidas, inclui atualmente insetos como besouros e escaravelhos, abelhas e vespas, borboletas e mariposas. A maior parte das espécies está preservada em ambiente seco, fixas por meio de alfinetes entomológicos. Há também insetos conservados em álcool a 70% e expostos em lâminas. Exemplares didáticos da Coleção estão disponíveis para apreciação na Sala de Exposição Costa Lima, no Castelo Mourisco. As visitas são gratuitas e organizadas pelo Museu da Vida, por meio do telefone (21) 2590-6747.
Público terá acesso a plataformas de cursos, recursos educacionais abertos, videoaulas, informações sobre ensino e serviços num novo ambiente integrado
No dia 27 de setembro, a Fundação Oswaldo Cruz lança o Campus Virtual Fiocruz (CVF) – uma grande rede de conhecimento que integra todas informações sobre ensino e serviços educacionais oferecidos pela instituição. Dessa forma, alunos, professores, profissionais de saúde, parceiros e público em geral podem ter acesso a cursos, recursos educacionais abertos, videoaulas e ferramentas que potencializam a comunicação e a interação.O CVF é uma rede de ensino e aprendizagem que facilita a integração das diversas unidades da Fundação, ao mesmo tempo em que fortalece a colaboração com e entre as redes parceiras, a exemplo da Universidade Aberta do SUS, estimulando também novas cooperações institucionais.
Segundo a Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Nísia Trindade Lima, a iniciativa contribui de forma significativa para consolidar e expandir as ações da Fiocruz no campo da educação: “Como principal instituição não universitária de formação de recursos humanos para o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (CT&I) e o Sistema Único de Saúde (SUS), a Fiocruz necessitava de uma plataforma única para disponibilizar toda a sua oferta a serviço da sociedade. O Campus Virtual Fiocruz cumpre este papel, à medida que responde ao anseio da nossa comunidade acadêmica por maior articulação, ao mesmo tempo em que nos permite estreitar o relacionamento com nossos parceiros, além de podermos gerar e difundir esses e novos conhecimentos de uma forma mais ampla”.
Para a coordenadora do Campus Virtual, Ana Furniel, o "Campus virtual é um projeto ousado, uma vez que procura integrar informações de várias fontes, além das novas plataformas, mas a Fiocruz dá um passo importante para o trabalho em rede". Mas o Campus entra em sua versão beta, que estará recebendo sugestões, críticas e com isso ajudar a fazer ajustes necessários para uma nova versão em breve.
Plataformas integradas: acesso ao conhecimento e colaboração em rede
Integração e organização são palavras-chave para os visitantes, que contam com acesso fácil, rápido às informações e serviços na área de ensino, estruturados em três plataformas principais: cursos, recursos educacionais abertos (REA) e videoaulas.
No Campus, é possível participar de aulas virtuais e ter acesso aos conteúdos das disciplinas e ementas, assim como a materiais didáticos, bancos de imagens e vídeos, processos seletivos e editais, guias, entre outros. No mesmo ambiente, os usuários podem buscar informações de todas as unidades da Fiocruz e das redes parceiras. A busca foi organizada por filtros, permitindo a pesquisa por nível de ensino, modalidade (presencial, EAD), unidade, localização, programa e área temática.
Comunicação, interatividade e uso de novas tecnologias são destaques do CVF, que conta com áreas de notícias, entrevistas e agenda de eventos, para que os visitantes estejam sempre atualizados. E ainda: fazendo jus à tradição democrática e do diálogo na Fiocruz, estão disponíveis ferramentas para a promoção de debates e encontros, como video e webconferências, palestras online e comunidades virtuais.
Quer mais? Quem se cadastrar no Campus terá um espaço personalizado para chamar de seu, podendo montar sua lista de estudos e fazer anotações. Também será possível comentar, compartilhar e guardar os conteúdos favoritos. E, claro, falando em informação e comunicação integrada, o Campus conta com perfis nas redes sociais.
O Campus Virtual é uma iniciativa estruturante no contexto das políticas da Fiocruz, como a de Acesso Aberto ao Conhecimento e de Informação e Comunicação. Integra, ainda, o Plano de Desenvolvimento Institucional, que apresenta as propostas estratégicas da Fundação e se caracteriza como importante instrumento no seu processo de credenciamento como escola de governo.