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Publicado em 24/05/2018

Fundação concede US$ 100 mil em prêmio nas áreas de medicina e saúde pública

 

Pesquisadores e instituições que contribuam para melhoria nas áreas de medicina e saúde pública podem concorrer ao Prêmio Príncipe Mahidol 2018. A inciativa é da Prince Mahidol Award Foundation, e contemplará uma pessoa ou instituição de cada área. Os vencedores receberão uma medalha, um certificado e US$ 100 mil. 

As indicações devem ser feitas até o dia 31 de maio. Para isso, é necessário preencher um fomulário online no site da Fundação ou enviá-lo por meio dos correios.

Principais requisitos

  • Não serão aceitas autoindicações.
  • As indicações que chegarem após o prazo serão guardadas e consideraddas no ano seguinte.
  • Quem não for contemplado poderá atualizar ou reapresentar a candidatura futuramente.

Foto: Wikimedia Commons

Publicado em 16/05/2018

Fiocruz promove audiência pública e seminário sobre direito à saúde em seu aniversário de 118 anos

Em maio, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) completa 118 anos de história. A instituição segue na missão de promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico e ser um agente da cidadania.

Para comemorar a data, a Presidência convida todos para participarem da Audiência Pública de Balanço da Gestão 2017-2018, no dia 28 de maio, às 14h. O evento, aberto à comunidade e às entidades de representação da sociedade civil organizada, será no Auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

No dia seguinte, no mesmo local, será realizado o Seminário Direito ao Desenvolvimento, à Saúde e à Ciência, Tecnologia e Inovação, promovido pela Fiocruz, em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Confira a programação!

Por Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz) | Foto: Flávia Lobato
 

Publicação : 11/04/2018

Errata - Edital - Programa de Mobilidade Acadêmica - 2018

Errata sobre o Programa de Mobilidade Acadêmica, que dá apoio financeiro para até 20 alunos, por ano, em nível de pós-graduação Stricto sensu. O objetivo é selecionar alunos de programas de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado da Fundação, que estejam regularmente matriculados e que tenham interesse em desenvolver projetos de pesquisa em suas unidades ou escritórios. Com isso, amplia-se a possibilidade de capacitação técnico-cientifica dos pós-graduandos, induzindo uma formação mais ampla e diversificada de profissionais da saúde. Para participar, além de estar regularmente matriculado num programa de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado, é preciso apresentar seu currículo e o de seu orientador atualizados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Esta errata, atualizada em 11/4/2018, retifica e substitui o edital de 8/3/2018.

Categoria do documento:

Publicado em 10/04/2018

Pós-Graduação Stricto sensu indica candidatos para pós-doutorado da Capes

O Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Biologia Computacional e Sistemas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abriu processo seletivo para indicação de candidatos à bolsa de Pós-doutorado no âmbito do Programa Nacional de Pós-Doutorado da Capes. (PNPD). 

O objetivo da seleção é promover a realização de estudos de alto nível, reforçar os grupos de pesquisa nacionais, renovar os quadros nos Programas de Pós-graduação nas instituições de ensino superior e de pesquisa e inserir a pesquisadores brasileiros e estrangeiros em estágio pós doutoral, a fim de estimular a sua intregração com projetos de pesquisas desenvolvidos através dos Programas de Pós-Graduação no país.

Para efetuar as  inscrições, os candidatos deverão encaminhar a documentação exigida para o  endereço posgbcs@ioc.fiocruz.br, com cópia para processoseletivobcs@gmail.com. O assunto da mensagem deverá ser “Inscrição PNPD 2018”.

As inscrições podem ser feitas até 20 de abril. Candidatos por docentes permanentes do programa serão considerados.

Para mais informações, acesse o site do programa do IOC.

Publicado em 05/04/2018

Lançamento da pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde aborda inovação e qualificação profissional

Inovar é traçar novos e grandiosos desafios. Comprometida com o desafio de contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, a partir da perspectiva do SUS, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou, na última terça-feira (3/4), uma iniciativa inovadora focada na base produtiva do setor da saúde: a Pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS). O evento contou com a presença de gestores e profissionais de diferentes unidades da Fiocruz e representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e de outras instituições. O lançamento aconteceu no Auditório do Museu da Vida, no Campus da Fiocruz em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro.

Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a iniciativa é uma resposta da instituição aos desafios trazidos pelo Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis) em um momento que se discute os cortes e o enfraquecimento das áreas da ciência e tecnologia e da saúde no país. "Não podemos pensar política de ciência e tecnologia sem articular com política industrial e social", apontou. Nísia lembrou ainda que a iniciativa faz parte da Política de Inovação da Fundação. "Esse programa mostra o que já estamos buscando há um tempo, que é gerar modelos mais flexíveis em diferentes áreas, como na pesquisa e na educação", completou.

O vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral, afirmou que o foco é escapar de modelos engessados de cursos e criar novas perspectivas para alunos e docentes. Barral mostrou o interesse da instituição em pensar outras propostas na mesma linha. "Queremos e acreditamos que outras unidades da Fiocruz poderão participar da construção dessa iniciativa, além de estruturar, futuramente, algo semelhante em outras áreas, como a de vigilância", afirmou.

O coordenador de Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, um dos idealizadores do projeto, lembrou da importância de traçar soluções que atendam à sociedade brasileira. "No momento há duas grandes demandas a serem cumpridas: a da indústria e a do Sistema Único de Saúde. Devemos ter isso em mente", finalizou.

Qualificar para fortalecer

A Pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS) é uma cooperação entre a unidade produtiva do Ceis e a Fiocruz. O programa também conta com a parceria do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Trata-se de uma formação multiprofissional, voltada para profissionais que pensem em novas soluções para problemas enfrentados na indústria, em diferentes áreas do conhecimento técnico-científico.

Oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), tem por objetivo suprir o déficit de capacitação de profissionais brasileiros envolvidos na geração de produtos de saúde. "É uma semente de como pode continuar sendo feita a pós no Brasil", afirmou a vice-diretora de Ensino, Comunicação e Informação da Fiocruz Paraná, Lysangela Ronalte Alves. Na estrutura do curso, optou-se pelo sistema de fluxo contínuo - ou seja, sem abertura de turmas, o que visa agilizar o processo.

A duração da PGCEIS é de 48 meses, semelhante ao doutorado acadêmico. Durante a execução de seu projeto, o aluno contará com o apoio de um orientador (que deve estar cadastrado no quadro técnico-científico da Fiocruz) e de um supervisor (figura da empresa que desenvolva pesquisa e inovação em linhas semelhantes ao projeto do estudante). Ao final, ele deverá produzir, além do produto, uma revisão bibliográfica.

Para saber mais detalhes, acesse o site da PGCEIS.

Por Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz)

Publicado em 06/04/2018

Inscrições abertas para o primeiro Hackaton da Divulgação Científica em Saúde da Fiocruz

Criar projetos inovadores para falar sobre ciência a diferentes públicos é a meta do Primeiro Hackaton da Divulgação Científica em Saúde, promovido Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação —, e pelo Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia. O evento também conta com a colaboração do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, do Museu da Vida e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. A maratona, que acontece nos dias 4 e 5 de junho, é gratuita e está com inscrições abertas até 2 de maio.

Podem participar cientistas, jornalistas, designers, museólogos, educadores, pós-graduandos e outras pessoas interessadas em divulgação científica em saúde, independentemente de vínculo institucional. Não se trata de um curso ou de uma aula, mas de um exercício prático, no qual a interação entre os participantes é que vai enriquecer o processo. Ao final, dois projetos serão premiados pela Fiocruz com recursos de até R$ 25 mil.

Para se inscrever, os interessados devem descrever brevemente a ideia para um projeto de divulgação científica que tenha relação com o tema escolhido para o evento: “Todo cidadão faz uso da ciência – como as pesquisas científicas impactam a saúde da população e outros aspectos de sua qualidade de vida”. Serão selecionados 30 participantes.

Afinal, o que é o hackaton?

Tradicionalmente, hackaton é uma mistura dos termos 'to hack' (de fatiar, quebrar) e 'marathon' (maratona), geralmente utilizada para designar maratonas de programação computacional. Neste caso, o significado foi expandido para uma maratona de desenvolvimento de projetos inovadores de divulgação científica, que podem ou não ter caráter tecnológico.

Além do exercício de desenvolvimento de projeto, o Primeiro Hackaton da Divulgação Científica em Saúde da Fiocruz promoverá também uma roda de conversa sobre divulgação científica e relatos práticos de experiências na área. Essas atividades serão abertas ao público em geral.

Consulte programação, perfil dos palestrantes, regulamento e link para inscrições aqui!

Para dúvidas e mais informações, entre em contato pelo e-mail: HackatonDC@fiocruz.br

 

Publicado em 28/03/2018

Fiocruz lança pós-graduação inovadora para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde

Atualmente, a base produtiva do setor da saúde desempenha um importante papel para o desenvolvimento social e econômico do país. Reforçando seu compromisso com a consolidação da área, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lança, no dia 3 de abril, a pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS). A formação multiprofissional é inovadora e se baseia na cooperação entre a unidade produtiva do CEIS e a Fiocruz. O novo curso receberá candidatos de diferentes áreas do conhecimento técnico-científico, que vão se dedicar a solucionar problemas enfrentados pelas empresas. Neste sentido, um aspecto interessante desta pós é que o ingresso será em fluxo contínuo, isto é, sem abertura de turmas, o que agilizará a execução do projeto.

O coordenador do Programa, Alejandro Correa diz que a iniciativa visa aproximar as várias competências desenvolvidas pela Fiocruz com a necessidade de qualificação de mão de obra para a indústria da saúde. "Buscamos articular as diversas áreas de pesquisa e ensino da Fundação com as necessidades das empresas. Para formar uma turma com essas características, foram necessárias algumas inovações que incluem projetos baseados em demandas da indústria, supervisão compartilhada entre um orientador acadêmico credenciado pelo PPGBB e um profissional qualificado indicada pela indústria, o ingresso em fluxo contínuo e a otimização da oferta de disciplinas”, comenta.

Além de gerar conhecimento, a Fiocruz é protagnista no desenvolvimento de produtos e processos com aplicação potencial, incluindo novas vacinas, medicamentos à base de plantas, métodos de diagnóstico e monitoramento da saúde do trabalhador, aumento do número de patentes brasileiras e aprimoramento do sistema de saúde nacional. O coordenador de Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, diz que a instituição contribui para formar e qualificar profissionais para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde, promovendo e consolidando um conjunto de ações na área da saúde que se caracterizam numa estratégia para o desenvolvimento nacional. "O Sistema Único de Saúde deve garantir saúde a todos os brasileiros. Gerar conhecimento qualificado nesta área é fundamental para uma política efetiva de redução da dependência externa".

Durante o lançamento da pós, será apresentado o site da PGCEIS, no qual será possível acessar o edital de seleção.

Para ficar sempre por dentro do que está acontecendo, acesse a agenda do Campus Virtual Fiocruz.

Fonte: Renata Fontoura (ICC/Fiocruz Paraná)

Publicado em 10/04/2018

Programa de Mobilidade Acadêmica aceita inscrições até 22 de abril

De olho nos prazos! O edital de Mobilidade Acadêmica está aberto para envio de propostas até o dia 22 de abril.

O Programa de Mobilidade Acadêmica dá apoio financeiro para até 20 alunos, por ano, em nível de pós-graduação Stricto sensu. O objetivo é selecionar alunos de programas de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado da Fundação, que estejam regularmente matriculados e que tenham interesse em desenvolver projetos de pesquisa em suas unidades ou escritórios. Com isso, amplia-se a possibilidade de capacitação técnico-cientifica dos pós-graduandos, induzindo uma formação mais ampla e diversificada de profissionais da saúde.

Para participar, além de estar regularmente matriculado num programa de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado, é preciso apresentar seu currículo e o de seu orientador atualizados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Para mais informações, acesse o edital completo* aqui. 

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: edu.internacional@fiocruz.br.

 

*Atualização em 11/04/2018.

Publicado em 03/04/2018

Não esqueça! Chamada para Pesquisador Visitante Sênior fica aberta até 8 de abril

Até o dia 8 de abril ficam abertas as inscrições para Pesquisador Visitante Sênior. Até lá, serão aceitos envios de propostas dos candidatos, via unidade/escritório proponente. 

O objetivo do edital é selecionar pesquisadores visitantes sênior para ampliar e dar densidade às atividades de pesquisa relacionadas à missão institucional articulada com o ensino, bem como com a assistência (ambulatorial, laboratorial) para unidades e escritórios da Fiocruz, instalados recentemente ou em áreas com menor densidade de cursos de pós-graduação stricto sensu.

A implementação do Plano de Atividades também visa captar recursos de forma independente, auxiliar a estruturação e fortalecer programas de pós-graduação nestas unidades, assim como a orientação de alunos de mestrado e doutorado.

Para saber mais, acesse o edital completo

Publicado em 16/03/2018

Mulheres que se constroem ao olharem as outras: aula inaugural da Fiocruz retrata o encarceramento feminino no Brasil

“É fácil reconhecer mulheres fortes. Elas são as que se constroem umas com as outras”. A mensagem que recebeu de sua aluna Raquel Viana foi mencionada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, durante a abertura do ano letivo na Fundação – que aconteceu no Dia Internacional da Mulher (8/3). Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural promoveu um diálogo entre o estudo Nascer nas prisões, que teve a pesquisadora Maria do Carmo Leal (da Escola Nacional de Saúde Pública - Ensp/Fiocruz) como uma das coordenadoras; e a exposição Ausência, projeto autoral da fotógrafa Nana Moraes, que retratou mulheres presas.

O evento – coordenado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) – uniu professores, alunos e trabalhadores; ciência e arte; instituições públicas e a sociedade, provocando a reflexão sobre uma realidade social dura, complexa e injusta. O público lotou o auditório do Museu da Vida para assistir à aula que enfocou as condições de vida e de saúde da população encarcerada e também as relações das mulheres presas com seus filhos.


Políticas institucionais para fortalecer as políticas públicas

A presidente da Fiocruz comentou a importância do tema da aula inaugural para a área da saúde, destacando a importância da instituição no campo da educação e formação para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nísia enfatizou a necessidade de construir agendas públicas. “Um projeto de país não pode descuidar da questão da equidade”, disse. Ela lembrou que a sociologia discute que “a prisão é um efeito dramático que expõe as vísceras da sociedade”.

Na ocasião, foram apresentadas iniciativas e ações no campo da educação na instituição. “Num momento de grande adversidade, como este que estamos passando, a preocupação da Fiocruz tem sido com a sustentação dos programas de pós-graduação e das atividades da instituição, no caminho de aprovar e também de avançar em políticas que de fato sejam efetivas e tenham impacto direto na sociedade”, afirmou Nísia.

Por sua vez, o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, lembrou que, apesar de avanços nos últimos anos, muito ainda tem que ser feito pela igualdade de gênero - não só na instituição, mas em todo o país, destacando a importância da luta diária contra todas as formas de discriminação. “Precisamos criar mecanismos que nos permitam encontrar novas formas de reduzir as desigualdades”.

Com o objetivo de articular as ações das diversas unidades da Fiocruz e fazer com que atendam à sociedade, Barral apresentou iniciativas na área da educação na Fiocruz, como o lançamento de editais de incentivo e fortalecimento do Programa de Integração e Divulgação Científica, a criação da Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional e a reedição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses. Clique aqui para saber mais sobre os editais.


Luta, resistência e construção de um novo tempo histórico

Participaram da aula como convidados: o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), Roberto Leher; a presidente da Comissão da Mulher na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) e o vereador do Rio, Reimont Luiz (PT). Ao falarem na abertura da cerimônia, todos destacaram o atual contexto histórico – marcado pelo acirramento político e diversas formas de intervenção e opressão social – e a necessidade de resistir para transformá-lo num novo tempo, mais inclusivo, igualitário e que represente o pleno exercício da democracia e da cidadania. Os convidados também destacaram o papel da Fundação e sua atuação em Manguinhos e na Maré, territórios marcados por desigualdades sociais, violência e violação de direitos humanos. 

Marielle disse: “Esse é um lugar pelo qual tenho muito apreço, muito carinho. Estando como presidente da Comissão da Mulher, penso que esse é um tempo de uma nova reflexão histórica, de um novo tempo histórico. Mulheres encarceradas, mulheres que ficam nas filas das prisões... Essa busca por diretos é pautada pela busca pelos direitos das mulheres. Nesse sentido, o tema da aula inaugural fala sobre a busca desse novo tempo histórico pela luta dos direitos humanos, num 8 de março que é um março de luta, de celebração. Eu sou das feministas históricas que agradecem às vozes que ocupam o lugar da resistência, desse lugar onde as mulheres são vítimas de estupro, da violência e precisam sim pensar numa nova sociedade. Como dizia Rosa Luxemburgo: que as flores nasçam do asfalto”.


Uma instituição comprometida com a equidade

O representante da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz), Jefferson Campos, falou sobre o processo formativo como lugar de inclusão. “Nossas pesquisas têm papel fundamental para garantir que as populações mais pobres tenham acesso ao tratamento indicado e a direitos. Nós, estudantes, precisamos ocupar novos espaços e levar adiante tais comprometimentos. Somente uma academia formada por olhares sociais diferentes poderá reconduzir o olhar sobre estas populações”, afirmou.  

A voz das mulheres reverberou na mesa de abertura. A representante do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Maria Helena Barros, destacou a importância de ter, pela primeira vez em mais de um século uma mulher à frente da presidência da Fiocruz. “Precisamos agradecer a essas mulheres: a Maria do Carmo, que traz para dentro da academia pessoas que estão invisíveis, marginalizadas pela sociedade, e a Nana, que traz a leitura da arte e da poesia que existe dentro de toda mulher”, disse. Representando as trabalhadoras, a vice-presidente da Asfoc-SN, Mychele Alves, leu uma mensagem da Fiocruz Pernambuco, afirmando: “Mulheres vamos florescer na diversidade”.


Nascer nas prisões

Uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões, a pesquisadora Maria do Carmo Leal apresentou os principais dados da pesquisa. Foi a primeira vez que um estudo traçou o perfil da população feminina encarcerada que vive com seus filhos em unidades prisionais das capitais do país, sendo possível conhecer as características e práticas relacionadas aos campos da atenção, gestação e parto durante a encarceramento. “O que a pesquisa mostrou é o sofrimento, a violação de direitos, entre outros pontos, que acabam atingindo não só essas mulheres, mas também seus filhos”, disse, destacando a grande vulnerabilidade destas mulheres. A pesquisa mostrou que 55% das mulheres tiveram menos consultas de pré-natal que o recomendado, 32% não foram testadas para sífilis e 4,6% das crianças nasceram com sífilis congênita. Foram ouvidas 241 mães e 200 grávidas: 45% com menos de 25 anos, 57% de cor parda, 53% com menos de oito anos de estudo e 83% com mais de um filho.

O trabalho da equipe que realizou o estudo ajudou a embasar a decisão inédita tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em fevereiro, de conceder habeas corpus coletivo a mães e gestantes que estejam em prisão preventiva, aceitando o argumento de que "confinar mulheres grávidas em estabelecimentos prisionais precários, subtraindo-lhes o acesso a programas de saúde pré-natais, assistência regular no parto e pós-parto, e ainda privando as crianças de condições adequadas a seu desenvolvimento, constitui tratamento desumano, cruel e degradante".


Desamadas

Dor. Saudade. Perda. Violência. Abandono. Perdão. Estas foram as palavras que Nana Moraes, fotógrafa e autora da exposição Ausência, usou em sua obra para retratar o sofrimento de mulheres presas e a manutenção dos vínculos familiares após o encarceramento. A exposição, segunda parte da trilogia Desamadas, foi criada para dar voz e forma a mulheres ditas “invisíveis” pela sociedade. A trilogia teve início em 2011, com o lançamento do livro Andorinhas, que narrava histórias de prostitutas de estrada. “Todas elas me falavam: não sou bandida. O que eu faço não é crime. Percebi ali que, mais estigmatizadas que as prostitutas, eram as mulheres presas”, afirmou.

Surgia então o Projeto Travessia, que deu origem à exposição. Nana levaria até a família das detentas uma foto atual delas e uma carta, e traria de volta uma foto da família e uma resposta à carta. Mas, antes, precisava que os familiares dessas presas autorizassem a ação. Das 17 famílias contatadas, apenas seis deram o aval. O material deste “reencontro” serviu de bordado para peças que toda casa abriga: cobertor, toalha de mesa, cortina, tapete, toalha de banho, manta de sofá. “Essas famílias foram rasgadas e descosturadas. Por isso, uni os retalhos com fotos, cartas e algumas palavras que li com frequência nas mensagens”, contou a fotógrafa.

Ela percebeu que, diferentemente dos homens presos, que sempre recebem visitas, mulheres presas tendem a ser trocadas por seus companheiros e, ainda, rechaçadas pela família. “A maioria delas é chefe de família. Quando uma é presa, suas famílias são destruídas imediatamente. Essas mulheres são punidas duplamente - como mães e como criminosas”, contou Nana. 


Olhares e vozes

O público participou da aula e o clima foi de emoção. Entre as falas, uma chamou a atenção: a de Rejane Barcelos. Mulher, negra, oriunda da comunidade e camelô, ela falou sobre o papel das instituições como a Fiocruz na redução das desigualdades sociais. “Acho importante chamar não só à reflexão, mas à ação, para não perpetuar esta situação das mulheres. Elas estão no presídio quando deveriam estar nas salas de aula, nos centros culturais. Não deveriam ser apenas objeto de pesquisa, mas terem condições para chegarem a ser pesquisadoras também. Do contrário, vamos continuar apenas produzindo estudos sobre mulheres da periferia em vez de transformar a realidade delas”, argumentou. Rejane falou também sobre racismo e escravidão. “Estas mulheres são chefes de família porque muitos homens negros também são presos e sofrem com o racismo da sociedade. Não temos acesso aos escritos libertários. Educadoras, profissionais da saúde e da cultura devem intervir nessa realidade para acabar com o isolamento de pessoas pretas, pobres e marginalizadas”, disse.

A presidente Nísia Trindade Lima encerrou a aula falando sobre a importância de refletir sobre as raízes da injustiça. “Esta aula mostra nossa indignação diante destes sofrimentos que são naturalizados. Precisamos somar vozes para combater a injustiça social que é, não só conjuntural, mas crônica”.

* Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) com informações de Leonardo Azevedo e Erika Farias (CCS/Fiocruz)

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