O Vírus Linfotrópico da Célula T Humana, conhecido como HTLV (Human T-cell Lymphotropic Vírus, na sigla em inglês), é um retrovírus semelhante ao HIV, mas ainda pouco conhecido pela sociedade em geral. O Dia Mundial de Conscientização sobre o HTLV, celebrado em 10/11, busca ampliar o conhecimento sobre esse vírus, destacando a importância das estratégias de prevenção, do diagnóstico precoce e da testagem. A data foi criada para promover um debate global e incentivar políticas de saúde voltadas à detecção e ao acompanhamento dos portadores, uma vez que o HTLV ainda carece de visibilidade nos sistemas de saúde de muitos países. Em vista disso, o Campus Virtual Fiocruz vem trabalhando em conteúdos relevantes sobre essa temática e, em breve, lançará um curso autoinstrucional, online e gratuito sobre o HTLV. Acompanhe nossas noticias e conheça mais sobre o HTLV!
Segundo o Ministério da Saúde, embora conhecido desde a década de 1980, O HTLV ainda é um desafio para a saúde pública e não tem cura. Esse vírus infecta principalmente as células do sistema imunológico (LTCD4+), e possui a capacidade de imortaliza-las, fazendo assim com que essas percam sua função de defender nosso organismo. Ele possui quatro subtipos: HTLV-1 (subtipo que mais causa doenças associadas), HTLV-2, 3 e 4. Estima-se que milhões de pessoas em todo o mundo sejam portadoras do HTLV, e muitas nem saibam disso devido à baixa conscientização e testagem limitada. A infecção pode estar associada a condições graves, como a leucemia de células T e a paraparesia espástica tropical, mas a maioria dos infectados permanecem assintomáticos ao longo da vida.
O HTLV é transmitido de maneira semelhante ao HIV, por meio de relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue contaminado e através da mãe infectada para o recém-nascido (transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno. e compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. Por isso, as estratégias de prevenção incluem o uso de preservativos em todas as relações sexuais, a triagem de doadores de sangue e a orientação para que mães portadoras evitem o aleitamento materno. Por isso a disseminação de informações, além de campanhas de educação e conscientização sobre a doença, são essenciais para reduzir a transmissão e aumentar o diagnóstico.
Para as pessoas que já convivem com o HTLV, o cuidado contínuo e o acompanhamento regular com especialistas, como neurologistas e hematologistas, são fundamentais e podem ajudar a prevenir ou a tratar complicações associadas à infecção. A falta de informação e o estigma em torno do HTLV dificultam o acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado, como ocorre com outras doenças.
Prevenção e tratamento
Neste dia, o apelo é para que mais atenção seja dada a esse vírus e aos desafios enfrentados pelos portadores, buscando não apenas aumentar a conscientização, mas também melhorar a qualidade de vida e o cuidado oferecido a quem convive com a infecção.
De acordo com o Ministério, o tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV. Embora não haja um tratamento curativo para as manifestações neurológicas do HTLV-1, recomenda-se que todo indivíduo acometido deve ser assistido por equipe multidisciplinar que inclua profissionais médicos (neurologista, infectologista, urologista, dermatologista, oftalmologista), fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos. Para a prevenção, recomenda-se o uso de preservativo masculino ou feminino (disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde) em todas as relações sexuais, além de não se compartilhar seringas, agulhas ou outros objetos perfuro cortantes.
É importante destacar que a detecção da infecção pelo HTLV só foi possível a partir de 1983, quando foram introduzidos testes sorológicos para a avaliação da disseminação viral. No Brasil, estes testes foram introduzidos a partir de 1993, sendo obrigatórios em todos os bancos de sangue. A triagem para esse agente infeccioso também é realizada durante os processos de fertilização in vitro em nosso país.
Visibilidade e mobilização social
A pesquisadora do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental (Lavite), do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco) Clarice Neuenschwander é uma das coordenadoras da nova formação. Na última sexta-feira, 8/11, ela proferiu a palestra 'Conhecendo o HTLV: HTL… O quê?', que teve foco em esclarecer o impacto do HTLV, destacando avanços recentes e desafios no combate à transmissão desse agente infeccioso. Durante a palestra, Clarice reforçou que os avanços recentes incluem a obrigatoriedade do teste para HTLV no pré-natal nacional, implementada neste ano de 2024, e orientações de que mães diagnosticadas evitem o aleitamento, devido ao alto risco de transmissão.
+Confira: Minuto SUS aborda palestra sobre HTLV
Além disso, no domingo, Dia Mundial de Conscientização sobre o HTLV, 10/11, foi realizada uma ação na Avenida Paulista, em São Paulo, para visibilidade e mobilização social sobre o tema. A iniciativa teve a participação de pesquisadores e integrantes da Secretaria de Saúde de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Universidade de São Paulo (USP), o HTLV Chanel e o grupo HTLV Brasil (IAM/Fiocruz Pernambuco). O HTLV foi ainda tema da questão 121 do Exame Nacional Ensino Médio (Enem) 2024, o que faz com que a temática chegue em grupos importantes, como os jovens, que têm vida sexual ativa e muitas vezes apresentam comportamento de risco, como o não uso de preservativos em suas relações sexuais.
*com informações do Ministério da Saúde e IAM/Fiocruz Pernambuco
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) comemora 106 anos com um simpósio nos dias 12 e 13 de novembro de 2024, realizado de forma presencial e com transmissão ao vivo pelo canal do INI no YouTube.
No dia 12, o evento inicia às 8h30 com um café da manhã. Às 9h30, acontece a abertura oficial com a participação da diretora e pesquisadora do INI, Valdiléa Veloso, dos vice-diretores Solange Siqueira (Gestão); Rosely Zancope (Pesquisa); Suze Sant'anna (Ensino); Estevão Portela (Serviços Clínicos); e do diretor executiva da Fiocruz, Juliano Lima.
Às 9h45, a conferência Mudanças Climáticas e Doenças Infecciosas será ministrada por Luiz Augusto Galvão (Fiocruz e Georgetown University); com moderação de Mayumi Wakimoto (Chefe do Serviço de Vigilância em Saúde do INI).
Das 10h15 às 12h, haverá apresentações sobre os laboratórios de referência do INI/Fiocruz, com moderação de Rosely Zancope, com a participação de Rodrigo Paes (Laboratório de Referência Nacional em Micoses Sistêmicas); Maria Cristina Lourenço (Laboratório de Referência Regional para Tuberculose e Micobactérias não tuberculosas); Janice Coelho (Laboratório de Referência Nacional para Diagnóstico Histopatológico em Doenças Infecciosas); Aline Fagundes (Laboratório de Referência Nacional para Leishmaniose Tegumentar Americana e Regional para Leishmaniose Visceral); Graziela Zanini (Laboratório de Referência no Diagnóstico Microscópico da Malária para a Região Extra-Amazônica); Simone Silva (Laboratório de Referência para exames de carga viral do HIV, hepatites virais e CD4/CD8) ; e Luciana Trilles (Vídeo – FioAntar). O debate ocorrerá às 12h05.
O intervalo para almoço será das 12h15 às 14h. A sessão da tarde, moderada por Valdiléa Veloso, abordará Pesquisa e Assistência em covid-19, com apresentações de Monica Cruz (Identificação de subfenótipos respiratórios na síndrome do desconforto respiratório agudo por covid-19 durante a posição prona); Mariza Morgado (caracterização de marcadores genéticos e imunológicos e impacto na infecção pelo HIV); Roberto Saraiva (covid-19 e doença de Chagas); e Michelle Brendolin (Infecção pelo vírus SARS-Cov-2 em uma coorte de gestantes da maternidade de referência do Município de Duque de Caxias). Às 14h50, ocorrerá o debate.
Às 15h, o médico e pesquisador André Japiassú modera as apresentações Pesquisa e Assistência em covid-19 com apresentações da médica Daniela Palheiro (Alterações hematológicas na covid longa); Kim Mattos Geraldo (Avaliação da qualidade de vida após hospitalização por covid-19 no INI/Fiocruz); Patricia Guimarães (Prevalência de transtornos mentais em profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de covid-19 em um centro de referência em doenças infecciosas no Rio de Janeiro); e Lívia Dumont (Reabilitação motora e cardiorepiratória de pacientes com covid longa) conduzirão as exposições. O debate finaliza a sessão às 15h55.
No dia 13 às 9h30, a pesquisadora Sandra Wagner apresentará a conferência Avanços e perspectivas nos estudos de cura do HIV: o papel do INI na ciência e inovação, moderada por Fernanda Heloise Côrtes. Marcelo Alves modera às 10h sessão sobre Pesquisa multiprofissional e multidisciplinar no INI, com participações de Juliana Barbosa Netto (Doenças associadas ao HHV-8); Otávio Espindola (Mielopatia associada ao HTLV-1: o estado atual e perspectivas do INI na pesquisa de mecanismos de patogênese e biomarcadores); Mauro Mediano (Maiores níveis de atividade física total estão associados à redução de mortalidade por todas as causas em pacientes com doença de Chagas); Paula Simplicio (Desnutrição e insegurança alimentar em uma coorte de PVHIV estão associados à readmissão hospitalar); e Emilia Jalil (Brilhar e Transcender: a importância da navegação por pares para jovens trans - O Estudo BeT). O debate ocorre às 10h50.
Às 11h, Thiago Torres modera a sessão de Saúde Digital. Apresentações incluem Carolina Lopes Melo (Uso de ferramentas digitais na vigilância das arboviroses: uma revisão de escopo); Leonardo Rosadas (Uso da technologia de business intelligence BI para a comunicação de valores criticos: efetividade clinica e gestão da informação); Thiago Torres (Inovação digital para jovens HSH na prevenção e cuidado ao HIV: O estudo Conectados); e Hugo Perazzo (Ampliação da testagem para HCV entre minorias sexuais e de gênero, usando auto-testes, tecnologia de internet e unidade móvel). O debate será às 11h45.
O intervalo para almoço ocorre das 12h15 às 14h. A partir das 14h, Brenda Hoagland modera a sessão de Integração com a comunidade, com apresentações de Andréa Silvestre de Souza (Projeto Cuida Chagas - Mobilização Comunitária); Julio Moreira (Educadores de Pares e Mobilização Comunitária no Projeto ImPrEP); Willian Amaral (Comitê Comunitário Assessor e Ensaios Clínicos); Arthur Chaves (Oficinas de Arte com a População Trans); Josias Freitas (Jovem, Negro e Protegido - Oficinas de Prevenção) e Cláudio Nascimento (Observatório Mpox). O debate será realizado às 14h50.
O evento finaliza com a sessão sobre Estratégias para disseminação do conhecimento científico, moderada por Valeria Lagrange. Participam Maria Isabel Gouvea (Plataforma de saberes no INI); Jacinto Correa (Disseminação do Conhecimento Científico - Site do Projeto ImPrEP); e Toni Araújo (PrEPina Blue e a Popularização da Ciência). O debate encerra o evento às 16h30.
O INI/Fiocruz
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) originou-se do Hospital de Manguinhos - idealizado por Oswaldo Cruz no início dos anos 1900 -, cujas portas se abriram para atendimento da população em 1918, tornando-se rapidamente hospital de referência para tratamento e estudos clínicos sobre doenças tropicais como Chagas, malária e leishmaniose, sendo também referência para a pandemia de gripe espanhola que assolou o mundo nos anos 1918 e 1919.
Ao longo dos anos, o Instituto consolidou-se como referência no ensino, na pesquisa clínica e na assistência com foco nas doenças infecciosas. Os estudos realizados nos seus laboratórios de pesquisa clínica são referência nacional com reconhecimento internacional. Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, o INI ergueu em tempo recorde de sete semanas, o Centro Hospitalar Covid-19 para atendimento dos casos mais graves da doença. Com o arrefecimento da pandemia, o Centro estendeu seu atendimento para as demais doenças infecciosas, consolidando ainda mais a sua liderança neste campo.
O INI é uma das unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integra o Sistema Único de Saúde (SUS). A data de aniversário e o nome do Instituto homenageiam o médico e pesquisador Evandro Chagas (filho de Carlos Chagas) falecido num acidente aéreo no dia 08 de novembro de 1940. Para saber mais sobre a historia do INI clique aqui.
Confira a programação completa do Simpósio, clique aqui.
Para acompanhar a transmissão da programação ao vivo pelo Youtube, clique nos links abaixo:
Acompanhando um movimento que já acontece em outros países, a partir deste ano o Brasil também passou a comemorar o Dia da Saúde Única. O tema, que ganhou destaque na recente Reunião de Ministros da Saúde do G20, que aconteceu na semana passada no Rio de Janeiro, foi pauta da reportagem de capa da edição atual da Poli. A proposta da matéria é mostrar que, embora ninguém discorde do princípio básico dessa abordagem – de que a saúde humana, animal e ambiental são indissociáveis –, existem ainda muitas dúvidas sobre as respostas que essa perspectiva pode fornecer e seus limites de intervenção, principalmente no campo da Saúde Coletiva. No Brasil, o Dia da Saúde Única passa a ser celebrado em 3 de novembro.
+Acesse aqui a edição nª 97 da Revista Poli
O marco de 30 anos da Estratégia Saúde da Família, considerada uma política de sucesso, que expressa a concepção ampliada de Saúde fortalecida desde a criação do SUS, é tema de outra reportagem, que reconta as origens do antigo PSF e discute os desafios atuais. A área da saúde está presente na revista ainda na última matéria da série preparatória da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, que vai acontecer entre 10 e 13 de dezembro.
Duas outras pautas desta edição remetem a efemérides. A primeira é a entrevista com o professor e pesquisador português Manuel Loff, que faz uma análise comparativa entre Brasil e Portugal, tendo como marco os 50 anos da Revolução dos Cravos, que encerrou uma ditadura em terras lusas, e os 60 anos do golpe empresarial-militar, que deu início a uma ditadura por aqui. Considerando elementos como os distintos caminhos de democratização, a expansão do neoliberalismo e o recente crescimento da extrema-direita, ele aponta o que há de comum e de diferente nessa trajetória. A segunda é a matéria que lembra o aniversário de 60 anos do Banco Central, comemorado agora, em dezembro de 2024, discutindo as mudanças que a entidade sofreu ao longo desse tempo e a polêmica em torno da sua autonomia.
O processo de envelhecimento da população brasileira, expressa nas recentes projeções do IBGE de ampliação da média de idade para 51 anos em 2070, foi o ponto de partida para uma reportagem sobre o mercado de trabalho para o segmento mais velho da sociedade que, no entanto, ainda não adquiriu o direito à aposentadoria ou precisa complementar a renda da previdência. Completa esta edição uma matéria que apresenta o programa Pé de Meia, instituído pelo governo federal como um incentivo à permanência dos jovens no Ensino Médio e discute, a partir dele, as necessidades e desafios da assistência estudantil nos cursos técnicos.
A Revista Poli é uma publicação jornalística bimestral editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade técnico-científica da Fiocruz. A assinatura pode ser feita de forma gratuita no site da Escola.
Prepare-se! Nos dias 27, 28 e 29 de novembro será realizado o 1º Encontro Ibero-americano de Educação Baseada em Simulação voltado especificamente para a formação de técnicos em saúde. O evento pretende reunir, num ambiente virtual imersivo, do tipo metaverso, cerca de 2.500 pessoas, incluindo especialistas na área; estudantes, professores e gestores de instituições formadoras; técnicos em saúde de diferentes áreas e níveis de formação; e organizações de cooperação em saúde e integração regional para trocar experiências entre si e com seus pares em mais de dez países. A participação no evento é gratuita e em breve serão divulgadas as informações para as inscrições prévias. As vagas para participar do evento são limitadas!
A programação do Primeiro Encontro Ibero-americano de Educação Baseada em Simulação na formação de técnicos em saúde reúne atividades variadas. Em uma plataforma virtual imersiva de metaverso, os participantes, por meio de seus avatares, poderão circular livremente pelos diferentes espaços e assistir a exposições síncronas e assíncronas, participar de fóruns por especialidade técnica, participar de fóruns de simulação, acessar vídeos, documentos e fotos e interagir em tempo real entre si de diferentes formas (chat, videoconferência, troca de informações de contato).
No auditório central, com capacidade para 2.500 pessoas, serão quatro palestras por dia, com possibilidade de interação entre os palestrantes e os participantes. Nas salas temáticas de simulação (SIM), com capacidade para 200 pessoas, haverá seis reuniões por dia para discussão de conceitos e práticas essenciais para a simulação (SimZones, Prebriefing, Debriefing etc.).
Também será possível visitar estandes sobre as especialidades técnicas, nos quais será se pode fazer download de arquivos, assistir a vídeos, inserir links (formulários, web, redes, etc.) e participar de reuniões com técnicos dessas especialidades de todos os países. Além disso, haverá estandes dos países participantes, nos quais será possível conhecer um pouco do universo dos técnicos em saúde em cada um deles. Vale destacar que todas as palestras do auditório terão tradução simultânea para português e espanhol.
O Encontro é uma realização da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), da Rede Ibero-americana de Educação de Técnicos em Saúde (RIETS) e da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), com apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), por meio da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), e da Organização Pan-americana da Saúde (Opas/OMS).
A organização do evento conta com a colaboração da Rede Nacional de Simulação Clínica da Argentina (ReNaSic), da Federação Latino Americana de Simulação Clínica e Segurança do Paciente (Flasic), da Sociedade Chilena de Simulação Clínica e Segurança do Paciente (Sochisim), da Sociedade Espanhola de Simulação e Segurança do Paciente (Sessep), da Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim), do Serviço Nacional de Aprendizagem da Colômbia (Sena), da Escola Nacional de Saúde da Bolívia (ENS) e da Universidade da República do Uruguai (Udelar).
De acordo com Gabriel Muntaabski (ReNaSic), um dos coordenadores do evento, esse será o primeiro grande evento sobre o tema da simulação, especialmente voltado para a formação de técnicos em saúde, realizado no metaverso. “Esse Encontro é um marco, tanto por sua grandiosidade quanto pelo formato inovador”, ressalta. “Ele vai inaugurar uma nova forma de se se realizar eventos virtuais daqui para a frente”, completa.
+Conheça os especialistas convidados
O que você encontrará no evento?
O Primeiro Encontro Ibero-Americano de Simulação - RETS SIM está sendo pensado com base na Declaração do Rio de Janeiro e em conformidade com os objetivos e ações propostos no documento. Vale destacar que no mundo global em que a tecnologia, as novas propostas de atenção à saúde e formação de pessoal para o setor, bem como e as desigualdades de acesso a elas avançam rapidamente, esse Encontro surge como uma iniciativa crucial para reunir especialistas em simulação e técnicos de saúde de toda a Ibero-América.
A imersão virtual e o caráter gratuito do evento facilitarão a ampla participação, eliminando barreiras geográficas e sociais. Essa reunião não é apenas oportuna, mas também essencial, pois oferece um espaço para gerar ideias inovadoras que transformarão a educação de técnicos de saúde na Ibero-América e em outros países.
"Nosso objetivo é gerar um espaço para o intercâmbio de conhecimentos e experiências, ensino e aprendizagem e cooperação entre estados, organizações e indivíduos relacionados ao uso das estratégias de simulação na formação de técnicos em saúde na região ibero-americana", explica Gabriel.
O encontro vai ocorrer inteiramente em uma plataforma virtual imersiva de metaverso que permite aos participantes circular livremente pelos diferentes espaços e assistir a exposições síncronas e assíncronas, participar de fóruns por especialidade técnica, participar de fóruns de simulação, acessar vídeos, documentos e fotos e interagir em tempo real entre si de diferentes formas (chat, videoconferência, troca de informações de contato).
A plataforma tem capacidade para 2500 usuários simultâneos representados por avatares, com interação em tempo real, acessibilidade global e suporte técnico abrangente.
No auditório central, com capacidade para 2500 pessoas, serão quatro palestras por dia, com possibilidade de interação entre os palestrantes e os participantes. Nas salas temáticas de simulação (SIM), com capacidade para 200 pessoas, haverá seis reuniões por dia para discussão de conceitos e práticas essenciais para a simulação. (SimZones, Prebriefing, Debriefing etc.).
Também será possível visitar estandes sobre as especialidades técnicas, fazer download de arquivos, assistir a vídeos, inserir links (formulários, web, redes, etc.) e participar de reuniões com técnicos dessas especialidades de todos os países. Além disso, haverá estandes dos países participantes, onde todos será possível conhecer um pouco do universo dos técnicos em saúde em cada um deles.
O evento de novembro dará continuidade à construção de conhecimento sobre o tema, iniciada em 2023, quando ocorreram dos eventos no âmbito da RIETS. Um seminário internacional, que reuniu especialistas de seis países e foi realizado na EPSJV/Fiocruz, no dia 4 de dezembro (manhã e tarde), com transmissão em português e espanhol pelo YouTube.
O objetivo do seminário foi de aprofundar o conhecimento da simulação clínica como estratégia de ensino aprendizagem e a discussão de processos de inserção da simulação na formação dos técnicos em saúde.
O segundo evento, realizado no dia seguinte, foi uma Oficina de Trabalho para convidados, na qual foram discutidas as principais estratégias – de ensino, pesquisa, articulação institucional e cooperação - para avançar na implementação de programas de simulação clínica em instituições de formação de técnicos de saúde no contexto ibero-americano.
Ao final da oficina, foi elaborada a Declaração do Rio de Janeiro sobre educação baseada em simulação na formação de técnicos de saúde, que aborda a necessidade de impulsionar a inclusão da educação baseada em simulação clínica na formação de técnicos em saúde e propõe uma agenda de iniciativas até novembro de 2024 para a RIETS. O documento aponta para um futuro no qual todas as instituições de formação de técnicos em saúde possam incorporar a educação baseada em simulação em seus cursos.
A declaração pública traz avanços obtidos de forma consensual ao longo do seminário, como a concepção de que a simulação como estratégia de aprendizado precisa estar presente não apenas nas atividades clínicas, mas também laboratoriais; e incorporar a interculturalidade, os saberes tradicionais e o estabelecimento de metodologias reproduzíveis em diferentes ambientes. Além disso, a RIETS também estabeleceu a necessidade de os processos de simulação englobarem aspectos comportamentais e situações de estresse pós-traumático para o tratamento humanizado de pacientes que tenham passado por situações de violência, por exemplo.
Nesta semana aconteceu, em Brasília, a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Na ocasião, a coordenadora de divulgação científica da Fiocruz, Cristina Araripe, foi nomeada representante da Fiocruz no Comitê do Programa Nacional de Popularização da Ciência, o Pop Ciência. Além da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a cerimônia contou com o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes/MCTI), Inácio Arruda.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, também estiveram no maior evento de popularização da ciência do Brasil, visitaram os estandes e conheceram algumas iniciativas desenvolvidas no país, como, por exemplo, as olimpíadas científicas. Segundo Cristina Araripe, iniciativas como a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente - um programa educativo promovido pela Fiocruz para estimular o desenvolvimento de atividades interdisciplinares nas escolas de todo o país, envolvendo não somente crianças e jovens do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio, mas também estudantes de pós-graduação -, contribuem para a ciência estar nas escolas de educação básica. "Sem educação, não há ciência. Sem saúde, não há educação!", defendeu ela.
O Pop Ciência foi lançado em 2023 e tem como objetivo desenvolver a cultura científica no país e estimular a prática da ciência, tecnologia e inovação como meios de promover a inclusão social e reduzir a desigualdade social. No bojo do programa, também foi criado o Comitê de Popularização da Ciência e Tecnologia (Comitê Pop) - do qual Cristina Araripe é integrante -, que deve atuar como órgão consultivo no âmbito do MCTI, com a finalidade de auxiliar no detalhamento das ações do projeto de incentivo à ciência.
Em suas redes sociais, a ministra Nísia manifestou sua satisfação em participar desse momento tão importante de celebração da ciência no país. "O Ministério da Saúde participa da SNCT por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectics) e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), promovendo a divulgação de nossas ações e projetos. Participar desse evento me trouxe à lembrança, com grande carinho, a criação da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), promovida pela Fiocruz. Em 2001, tive a honra de ajudar a fundar esse programa educativo bienal, que inspira o desenvolvimento de atividades interdisciplinares nas escolas de todo o país, conectando ciência e saúde ao dia a dia dos estudantes. Nos estandes reencontrei a atual coordenadora nacional da OBSMA, Cristina Araripe, que lidera esse projeto desde 2006, reforçando nosso compromisso com a formação de jovens conscientes e engajados. As ações do Ministério da Saúde na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia reforçam também nosso compromisso com soluções para desafios críticos, como os impactos das mudanças climáticas na saúde. Com um orçamento de R$556,3 milhões para Ciência, Tecnologia e Inovação em 2024 - cinco vezes maior que em 2022 - estamos fomentando 100 novas pesquisas até 2027 e investindo mais de R$400 milhões em projetos para fortalecer o SUS e preparar o Brasil para o futuro", disse a ministra da Saúde.
Durante o evento aconteceu ainda o lançamento do Prêmio Mulheres e Ciência. Este prêmio, uma parceria do CNPq e do MCTI, reconhece a liderança feminina e incentiva a igualdade de gênero na ciência, tecnologia e inovação. Para Luciana, todos os dias é preciso dizer: ciência, tecnologia e inovação são lugares para mulheres, sim! "Seguimos juntas, abrindo caminhos e fortalecendo o papel das mulheres na ciência brasileira".
Nesta semana, o Sextas de Poesia homenageia Cecília Meireles. Em 9 de novembro de 2024, completam-se 60 anos de sua morte.
O poema escolhido, Interludio, fala sobre seus temas recorrentes: a efemeridade do tempo e a transitoriedade da vida, e sua poesia atemporal. Cecília Meireles foi escritora, jornalista, professora e pintora, considerada uma das mais importantes poetas do Brasil. Sua obra de caráter intimista, destacou-se na segunda fase do Modernismo no Brasil, no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia de 30". Ela ganhou vários prêmios, entre eles o Machado de Assis e o Jabuti.
#ParaTodosVerem Banner com fundo em tom marrom e símbolos de notas musicais no canto esquerdo do banner, as notas estão na cor preta. No canto direito do banner, o poema de Cecília Meireles:
Interlúdio
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente -- claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
No dia 11 de novembro, a Ensp vai promover o evento 'Terapia Comunitária Integrativa, Ciência e SUS'. A atividade, organizada pelo Espaço PICS, acontecerá no auditório térreo, a partir das 9 horas, com transmissão ao vivo pelo Youtube. Os interessados em participar de forma presencial devem se inscrever através de formulário eletrônico. Participe!
+ Clique aqui e faça sua inscrição!
O evento contará com a participação de Adalberto Barreto, criador da Terapia Comunitária Integrativa, além das terapeutas comunitárias integrativas, Tissiane Igeski e Norma Pontes. O debate será mediado por Camilla Teixeira, terapeuta comunitária integrativa da Ensp/Fiocruz.
O Programa Institucional de Articulação Intersetorial em Violência e Saúde (PIVS), coordenado pelo Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp), vai realizar, no dia 10 de dezembro, o ‘Seminário Nacional Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência (PNRMAV): histórico, potencialidades e desafios’. A atividade vai acontecer às 9h, na sala 410 da Escola, e também será transmitida no canal da Ensp no Youtube.
O seminário tem como objetivo apresentar e discutir o histórico do campo Saúde e Violência no Brasil, tendo como mote a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência (PNRMAV), que oficializa e estrutura essa área. A ideia é incentivar um amplo debate, além da construção coletiva de uma visão crítica e propositiva sobre este instrumento legislativo, identificando avanços, lacunas e propondo ações para o seu fortalecimento.
Tendo por base as sete diretrizes da PNRMAV, o evento busca lançar luz sobre temas e desafios contemporâneos da área de violência e saúde, como vulnerabilidades relacionadas aos povos tradicionais, relações étnico raciais, de gênero e violência institucional. A iniciativa considera, como temas transversais imprescindíveis para o avanço do enfrentamento às violências, a formação dos profissionais, a intersetorialidade, a integralidade e a interseccionalidade.
Participarão do seminário atores-chave de setores governamentais, da sociedade civil, de movimentos sociais e trabalhadores/gestores e pesquisadores. Como produto, será construído, coletivamente, um documento propositivo de recomendações para a fortalecimento da PNRMAV.
Confira, abaixo, a programação completa do evento:
Em continuidade ao seu ciclo de webinários, a Rede de Escolas de Saúde Pública da América Latina (Resp) promoverá, no dia 12 de novembro, às 14h, um debate sobre ‘Os desafios para a implementação de recomendações baseadas em evidência científica: algumas abordagens’. O evento será transmitido no Canal da Resp no Youtube. A iniciativa é organizada pela Universidade da República do Uruguai (Udelar).
Participarão, como palestrantes, as pesquisadoras Mercedes Colomar, da Unidade Acadêmica de Medicina Preventiva e Social da Universidade da República do Uruguai, e Verónica Pingray, do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária da Argentina. A moderação ficará por conta da diretora da Unidade Acadêmica de Medicina Preventiva e Social da Universidade da República do Uruguai, Alicia Alemán.
A série de webinários integra as iniciativas promovidas pela Rede de Escolas de Saúde Pública da América Latina (Resp) com o objetivo de promover a troca de experiências através da colaboração entre escolas e institutos de saúde pública.
O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) realizará o 'Simpósio Internacional Opioides e Novas Substâncias Psicoativas: Desafios para a Política de Drogas'. O evento, parte do Programa Institucional sobre Política de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fiocruz, ocorrerá no dia 21 de novembro, no auditório térreo da Ensp, com transmissão ao vivo pelo YouTube. A participação é aberta ao público.
O simpósio abordará a crescente preocupação da saúde pública no Brasil em relação ao aumento do uso de Novas Substâncias Psicoativas (NSPs), como as 'drogas K', opioides potentes, metanfetamina, ketamina e outras substâncias psicoativas. Ana Paula Guljor, coordenadora do Laps/Ensp e do Programa Institucional, destacou que o uso dessas substâncias traz desafios complexos para as políticas de drogas, exigindo atenção especial à implementação de estratégias de redução de riscos e danos. O Programa Institucional é coordenado pela Ensp e pela Vice Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), sob a coordenação adjunta da pesquisadora Adriana Castro.
Francisco Netto, Secretário Executivo do Programa Institucional, enfatiza a necessidade do engajamento transdisciplinar e intersetorial diante dos novos desafios no campo da política de drogas. "Cabe a nós da saúde coletiva, junto com atores do governo e da sociedade, produzir repostas que se traduzam em políticas públicas efetivas, que garantam os direitos dos usuários e da população geral", ressaltou ele.
Especialistas nacionais e internacionais marcarão presença no evento. Entre os convidados, Julian Quintero, diretor da organização Accion Técnica y Social (ATS) da Colômbia, discutirá a experiência latino-americana no enfrentamento dos desafios impostos pelas novas substâncias psicoativas. Kellen Russoniello, diretor de Saúde Pública da Drug Policy Alliance (DPA) dos Estados Unidos, abordará as estratégias de saúde pública e políticas de drogas em contextos norte-americanos.
O simpósio se apresenta como uma oportunidade valiosa para a troca de experiências e discussão de estratégias que contribuam para o desenvolvimento de políticas mais efetivas e inclusivas frente ao complexo cenário das drogas. Especialistas brasileiros de destaque na área também serão anunciados, enriquecendo ainda mais as discussões. Em breve, a programação completa será divulgada. Acompanhe o 'Informe Ensp' e fique por dentro!
O evento é aberto a participação de todos os interessados. Para aqueles que necessitam de certificado de participação, é necessário se inscrever via formulário eletrônico.