Diferentes origens (em unidades e sotaques!), mas um mesmo e grande sentido de pertencimento – ou numa linguagem menos técnica: aquele tal “orgulho de ser Fiocruz”. Esses foram os elementos que alunos que desenvolveram seus estudos e carreiras na Fundação trouxeram para o Encontro de Alunos Egressos. O evento foi promovido pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) em comemoração aos 118 anos da instituição, celebrados no dia 28 de maio. Reunidos no Museu da Vida, eles mostraram que a educação é uma experiência tão rica quanto desafiadora, e compartilharam um pouco sobre suas trajetórias profissionais e aprendizado na Fiocruz.
Educação que transforma vidas
E fora dela também, como disse Daniele Cerri, que foi aluna da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) ao lembrar dos encontros com os amigos nos fins de semana. Citando o nome do fundador da Escola, contou que foi um espaço de "experimentação do mundo, da vida e da história”. A ex-aluna ressaltou o papel do Poli para desenvolver sua consciência sobre raça, classe, diferenças sociais e a importância da educação para a transformação social.
Foi o que mostrou o doutor André Luiz Lima, egresso da Casa de Oswaldo Cruz. Morador de Manguinhos, vindo de uma família com pouca formação formal, ele relatou as muitas barreiras de um aluno trabalhador para chegar à universidade, em especial a de dominar outros idiomas. “A Fiocruz foi meu porto em meio a dificuldades”, disse, citando quão raro é uma pessoa de sua origem conquistar esta qualificação. Com sua experiência de vida e sua formação, colocou em prática conhecimentos na cooperação social e na luta por territórios saudáveis. Ele destacou os incentivos de programas como o Brasil sem Miséria, do qual obteve uma bolsa.
Fazer a diferença em regiões carentes, poder salvar vidas, reduzir a mortalidade infantil, colocando em prática a missão institucional. Isso foi o que mais marcou a maranhense Zeni Carvalho Lamy, egressa do Instituto Nacional da Saúde da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A residência – que acolhe estudantes de vários estados brasileiros – foi um período em que ela pode não só desenvolver seu conhecimento sobre as relações entre pesquisa, assistência e serviços, mas também laços afetivos. “São laços nunca cortados”, disse. Sua vivência no Instituto permitiu que ela participasse da implantação de uma das primeiras unidades neonatais do Nordeste do país. Além da assistência em saúde, ela comentou sobre como a sua formação contribuiu para seu crescimento profissional. Atualmente, Zeni coordena e atua em diversas atividades na pós-graduação, na cooperação com redes internas, instituições internacionais e também na área de boas práticas.
Théo Santos, que fez mestrado na Fiocruz Bahia falou sobre a oportunidade de ter passado por vários institutos da Fiocruz e poder aprender com tantos cientistas muito gabaritados, que contribuíram tanto para sua formação profissional quanto humana.
Contribuições dos alunos para a instituição
Os alunos também tiveram a oportunidade de deixar contribuições para a Fiocruz. Tatiana Waetge, egressa de uma especialização na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e (ENSP) e atual aluna de doutorado no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict) deixou duas sugestões. A primeira sobre a valorização do trabalho da Associação de Pós-graduandos (APG-Fiocruz) pelo apoio ao acolhimento dos alunos e atendimento psicossocial. Ela agradeceu as “portas sempre abertas da Fiocruz” e também mencionou a importância de aproveitar profissionais que se formaram e atuaram na instituição pela apropriação de conhecimentos sobre sua missão e demandas. Por sua vez, André Luiz Lima, sugeriu que sejam ampliadas as oportunidades pós-doutorado como as de estágio em docência.
Fechando o encontro, o vice-presidente Manoel Barral destacou o rico painel de experiências no campo da educação e celebrou os vínculos entre todos aqueles que fazem parte da história da instituição.
Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)
Na próxima segunda-feira (2/7), Dia da Independência da Bahia, o Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) participará da mobilização estadual em defesa da ciência e tecnologia. A concentração, está marcada para as 7h, no Largo da Lapinha, em Salvador. Estima-se a participação de aproximadamente 500 cientistas baianos. O movimento, organizado pela Academia de Ciências da Bahia (ACB), visa chamar a atenção para o momento que a ciência e tecnologia no Brasil passa.
Segundo o presidente da ACB, Jailson Andrade, afirma que a falta de apoio à ciência no Brasil chegou a uma situação dramática e é preciso mobilizar a sociedade para chamar atenção a esta questão. "Aqui na Bahia enfrentamos carência de recursos e investimentos financeiros para pesquisas e estímulo de projetos", afirmou.
Movimento ganha adesão de diversas instituições
A iniciativa conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Federal da Bahia (IFBA), o IF-Baiano, da Academia de Letras da Bahia, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Baiana de Medicina Veterinária. Também estão envolvidas as instituições de ensino federal Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e estaduais Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).
Para a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, a manifestação representa um momento de luta pela ciência e tecnologia, setor que reinvindica mudanças no aporte de verbas para a geração de conhecimento. “Um povo sem a ciência de qualidade perde muito da sua dignidade, cidadania e esperança em um futuro melhor para as novas gerações. Precisamos da parceria da sociedade em prol dessa luta pela sustentabilidade da ciência”, declarou.
Além desta mobilização, já estão marcadas outras manifestações em Fortaleza, no dia 1º de julho, e Brasília, no dia 12 de julho, no Congresso Nacional. Essa luta é de todos, participe!
Thaís Dantas (Campus Virtual Fiocruz) | Com informações da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Após oito anos de história de sua Mostra Audiovisual, a escola Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) abre inscrições para seu 1º Seminário de Audiovisual e Educação. A iniciativa surgiu devido à necessidade de criar um espaço dedicado a trocas de experiências pedagógicas entre professores, buscando aproximar alunos de escolas públicas e estimulando-os a investigar e refletir.
O evento, que acontecerá no dia 7 de agosto, visa a articular o conhecimento científico com as práticas pedagógicas já realizadas pelos professores da educação básica. Na ocasião, os profissionais promoverão o debate dos trabalhos científicos apresentados.
Para participar dessa produção de conhecimento através de imagens e sons, os interessados deverão submeter os trabalhos, até o dia 25 de junho, através do formulário eletrônico disponível no hotsite do seminário.
Para conferir a programação completa do evento, acesse a nossa agenda!
Nesta semana (21/6), o Encontros às Quintas, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), irá abordar o tema A era digital, o neodocumentalismo e o desafio às humanidades digitais: perspectivas em torno do fazer científico histórico e sociológico.
Para o pesquisador Ricardo M. Pimenta, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), sua apresentação, que acontecerá no dia 21/6, às 10h, no Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS), abordará o crescimento contínuo do interesse sobre "humanidades digitais" (HD) no cenário internacional e nacional aponta para uma acentuação da tendência tecnológica nas práxis das pesquisas em humanidades.
Outro ponto importante de sua reflexão é o papel do documento e as diversas compreensões da informação que um mesmo documento carrega atualmente. De acordo com o pesquisador do IBICT, “ao historiador do futuro a crítica ao documento passará pela linguagem computacional e pelo espetáculo das visualizações da informação cerzida por ferramentas digitais”.
Por COC/Fiocruz
O Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz (CEE-Fiocruz) inicia, dia 20 de junho, às 14h, a série de encontros Futuros do Brasil e da América Latina, com uma entrevista com o teólogo e escritor Leonardo Boff, coordenada e apresentada pelo ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, pesquisador do Centro. Boff falará sobre A ética do cuidado: atenção sustentável na saúde, para aprofundar a discussão sobre o tema do cuidado necessário, conceito elaborado por ele para pensar a espiritualidade e as relações do homem com o outro e com a terra, inaugurando uma nova forma de trabalhar a sustentabilidade.
A entrevista será transmitida em tempo real, on-line, pelo blog do CEE-Fiocruz e pela página do Centro no Facebook. Boff estará no centro do debate, interagindo com quatro entrevistadores: a juíza do Tribunal de Justiça do Rio Andrea Pachá, ex-conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável pela criação do Cadastro Nacional de Adoção, pela Comissão de Conciliação e Acesso à Justiça e pela implantação das Varas de Violência contra a Mulher em todo o país; por Liliane Penello, médica psiquiatra, pesquisadora do Instituto Fernandes Figueira da Fiocruz e coordenadora Técnica Nacional da Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis; por Marisa Schargel Maia, psicanalista, professora doutora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Perinatal e da Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde Materno Infantil, da Maternidade Escola da UFRJ, e organizadora do Livro Por Uma Ética do Cuidado; e por Claudius Ceccon, jornalista, desenhista, ilustrador, cartunista e diretor-executivo do Centro de Criação de Imagem Popular (Cecip).
Estará em pauta na entrevista a associação da dimensão do cuidado à sustentabilidade, visando a produção de saúde, sua promoção e prevenção, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estimulando a formulação de políticas públicas cuidadoras, embebidas pela noção de cuidado necessário como princípio e operador conceitual no terreno das práticas. Uma compreensão que aponta para o futuro sustentável da relação entre os seres e deles com o planeta, com o cosmos, apoiada nas decisões e fazeres do passado e do presente.
Fonte: Daiane Batista (CEE/Fiocruz)
A Rede Nacional de Ciência para Educação abriu inscrições para seu I Encontro Anual. O evento, que acontecerá entre os dias 2 e 4 de agosto, reunirá pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento para debater como a ciência pode ajudar a educação em temas como educação especial, novas tecnologias, competências socioemocionais, ensino de matemática e mais.
Na abertura, a pesquisadora norte-americana Susan Levine, da Universidade de Chicago apresentará a palestra “Fatores cognitivos e emocionais para o desenvolvimento matemático e espacial/ Early mathematical and spatial development: Cognitive and emotional factors".
Para participar, os interessados devem submeter seus trabalhos entre os dias 5 e 1 de julho e os autores interessados deverão se inscrever até dia 22 de julho. Para a confirmação do cadastro, os participantes terão que pagar uma taxa de inscrição de acordo com a modalidade escolhida.
Confira toda programação do evento na nossa agenda.
A exposição Aedes: que mosquito é esse? será inaugurada nesta terça-feira (12/6), no Espaço Ciência, Museu Interativo de Ciência de Pernambuco, em uma iniciativa do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em parceria com a farmacêutica Sanofi. Conta ainda com apoio da Rede Dengue, Zika e Chikungunya da Fiocruz, que coordena diversas ações integradas para o controle do Aedes na instituição.
O diretor da Casa Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, afirma que “a exposição apresenta a complexidade científica e social dos problemas sanitários de maneira clara e em linguagem direta. É o conhecimento a serviço da vida e da saúde da população”. Para Hubert Guarino, diretor geral da Sanofi Pasteur no Brasil, a mostra procura contribuir para mudar o cenário das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Brasil. “Acreditamos na educação como elemento chave para que a população tome consciência e cuide de sua saúde e de todos no seu entorno”, diz.
Aprender brincando
A exposição reúne diversas atividades interativas. Entre as atrações, está o Quintal Interativo, em que é possível observar, com lupas, o ciclo de vida do Aedes aegypti e as fases ovo, larva, pupa e alada (adulto). A ideia é convidar o visitante a encontrar potenciais criadouros do vetor, como pneus, caixas d’água destampadas e garrafas armazenadas de maneira incorreta. O jogo no estilo point-and-click promete mexer com o público e se tornar uma das grandes sensações.
O jogo Detetive da Dengue apresenta cenários com possíveis criadouros - o participante deve identificá-los e tocá-los para eliminar a ameaça. Quem encontrar e bloquear mais focos, ganha a partida e acumula pontos na passagem à próxima fase, com nova missão. Brincando, o visitante pode usar um aplicativo no celular para achar criadouros do inseto em locais distribuídos ao longo da exposição.
Módulos
A mostra é dividida em seis módulos, explorando diversos temas: Mosquitos e vírus: combinação perigosa; Os vírus – por dentro dos vírus; Um Mosquito Doméstico – o zumzumzum da questão; Dengue; Zika; Chikungunya; Pesquisa em busca de soluções e Controle – esforço conjunto.
Uma impressionante escultura de mosquito fêmea, com mais de dois metros – criação do artista plástico Ricardo Fernandes –, recepciona o visitante e usa alta tecnologia para instigar o público: a partir da interação com sensores distribuídos em partes específicas do modelo 3D do Aedes aegypti, informações são projetadas em uma tela, com textos, imagens e animações.
Vídeos e dispositivos interativos abordam a biologia, a origem, a distribuição e a evolução dos vetores Aedes no mundo. Os vírus e os sorotipos existentes até o momento compõem o segundo módulo da exposição. O que é e o que faz o vírus da dengue? Os tipos de vírus da dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4); o vírus da febre de chikungunya (CHIKV) e o vírus zika (ZIKV); origem e evolução dos vírus também são abordados.
A exposição também aborda, em sua apresentação multimídia, aspectos sobre a febre amarela, já que a doença também pode ser transmitida pelo Aedes aegypti.
O terceiro módulo explora o tema da dengue, sintomas e suas principais consequências para o corpo humano. No quarto e quinto módulos, zika e chikungunya dominam o espaço. São abordadas questões como a relação do vírus zika com a microcefalia e o histórico da chikungunya no Brasil. O sexto módulo aborda as principais pesquisas em andamento, em nosso país e no mundo, e as medidas de controle dos vetores que transmitem essas arboviroses. Entre outras questões, são tratadas: a evolução da resistência a inseticidas; a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas, além do uso da bactéria Wolbachia (presente em várias espécies de insetos), uma novidade da Fiocruz para impedir a multiplicação dos vírus no Aedes aegypti.
Complementando o último módulo, o controle do mosquito é abordado para mostrar a importância da participação da sociedade de maneira correta. Materiais do Ministério da Saúde e de parceiros na luta contra o mosquito podem ser acessados. Dois documentários fazem parte da exposição: O Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti – para combatê-lo é preciso conhecê-lo e Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos, dirigidos por Genilton José Vieira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Saiba mais na nossa agenda!
Casa de Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), e o Health Humanities Centre, da University College London (HHC/UCL) promovem no dia 12 de julho de 2018 um ciclo de conferências internacionais sobre as Histórias Transculturais das Psicoterapias. As inscrições, gratuitas, já estão abertas. O evento é voltado a estudantes de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores da Fiocruz e outras instituições nas áreas de ciências humanas, ciências sociais, história das psicoterapias e áreas afins. Os interessados devem enviar seus dados pelo e-mail: encontrohistpsicoterapias@gmail.com
As duas primeiras edições das conferências foram organizadas pelo professor e pesquisador Sonu Shamdasani nos anos de 2016 e 2017 no Institute of Advanced Studies, um centro de excelência da UCL, em Londres. A terceira edição acontecerá no Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS), nova sede do arquivo, do ensino e do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da COC/ Fiocruz.
A organização do evento é da professora do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC), Cristiana Facchinetti, representante brasileira do grupo. Nesta edição, o número de participantes foi ampliado, tendo incorporado alguns membros da Rede Ibero-americana de Pesquisadores em História da Psicologia, coordenada por Cristiana até 2017. Atualmente o grupo é composto por 13 membros de diferentes países e de instituições internacionais de excelência.
O professor Sonu fará a primeira conferência. Ele também se notabilizou por ser responsável pela publicação do famoso “The Red Book” ou “O Livro Vermelho” de Jung. Falará sobre a rede de pesquisa que ele fundou em 2016. Segundo o professor, é incontestável o impacto das psicoterapias modernas nas sociedades a partir do século 20. Embora tenham tido início no Ocidente, as psicoterapias foram apropriadas pela medicina, psicologia, religião, arte e filosofia de diferentes partes do mundo, circulando por todo o planeta.
Apesar da importância que adquiriram ao longo do último século, a historiografia sobre o tema ficou muito aquém do impacto social e do papel que elas desempenham na contemporaneidade. “Para superar esse obstáculo é que o grupo se reuniu em torno dessa rede, a fim de apresentar e debater, conjuntamente, histórias de psicoterapias de contextos locais distintos, com vistas a expandir a historiografia sobre o tema e dar a ela maior densidade e diversidade, com a inclusão de narrativas que trazem além da apropriação dos conhecimentos propriamente científicos, variáveis culturais, sociológicas, temporais e geográficas”, afirmou Cristiana Facchinetti.
O segundo conferencista é o argentino Alejandro Dagfal, da Universidad de Buenos Aires. Dagfal ganhou prêmio com sua tese sobre a circulação da psicanálise lacaniana entre a América Latina e a França. Na presente conferência, abordará as Psicoterapias na Argentina, de Janet a Lacan.
Da Itália, virá o professor Marco Innamorati, da Università di Roma Tor Vergata. Innamorati investiga a atitude do ambiente católico em relação às psicoterapias, demonstrando um período inicial marcado por completa oposição até o pós-Segunda Guerra Mundial, quando houve tentativas de integrar as psicoterapias à cultura católica, com diferenças geográficas e contextuais na aceitação e na rejeição da psicanálise e da psicologia analítica.
O Chile será representado por Luís Mariano Ruperthuz, da Universidad Diego Portales. Mariano produziu uma tese, transformada em livro, sobre a história da circulação da psicanálise no Chile e é autor também de diferentes obras sobre a história da psicanálise na América Latina. Sua apresentação estará voltada para a divulgação científica da psicanálise no Chile, bem como pela apropriação local dessas leituras freudianas.
Com o título “Quase-Morte - Como a psiquiatria transformou um fenômeno popular em Insight terapêutico”, a professora Jelena Martinovic, do Institut Universitaire d'Histoire de la Médecine et de la Santé Publique, de Lausanne, Suíça, é outra convidada aguardada ao evento. Jelena desenvolve trabalhos sobre o uso de terapia psicodélica nas ciências experimentais, nas psicoterapias e nas “artes de morrer” contemporâneas. Escreveu um livro sobre como as sensações de bem-estar, experiências fora do corpo, viajar através de um túnel escuro ou outras representações relacionadas a experiências de quase morte foram integradas à medicina e psicologia ocidentais a partir da década de 1950.
Já Suzanne Hollman, da americana Divine Mercy University, abordará o tema da entrada da psicanálise nos Estados Unidos, em especial, a apropriação feita por William Alanson White (1870-1937), psiquiatra que desempenhou papel considerável como formador de opinião, tradutor, escritor e clínico junto aos jovens psiquiatras das gerações subsequentes interessados no freudismo e na extensão social da psiquiatria para o campo das esquizofrenias.
A Conferência receberá ainda o professor Ulrich Koch, psicólogo, historiador e filósofo das ciências médica da George Washington University, nos Estados Unidos. Seu trabalho é central para o debate, já que é um pesquisador dedicado a investigar a história e a epistemologia das profissões da saúde mental e seus envolvimentos interdisciplinares, buscando demonstrar como tais trocas interdisciplinares moldaram discussões contemporâneas sobre vulnerabilidade psíquica e a relação entre paciente e psicoterapeuta.
Fechando o ciclo de conferências, falará a organizadora do evento internacional “Rumo a Histórias Transculturais das Psicoterapias”, a psicanalista e historiadora Cristiana Facchinetti, que é membro-fundadora da Rede, além de ser parceira de Sonu Shamdasani desde 2013. Cristiana irá apresentar resultados de uma pesquisa de três anos coordenada por ela sobre a história do Hospício Nacional de Alienados, em que se discute a circulação de ideias psiquiátricas e práticas naquela que foi a primeira instituição psiquiátrica especializada da América Latina (PROEP / CNPq). O material selecionado diz respeito à relação entre arte e psicoterapia para internos no asilo.
Para participar, todos os interessados deverão seus dados até dia 30 de junho para pelo e-mail: encontrohistpsicoterapias@gmail.com. Acesse a nossa agenda e confira a programação do evento.
Fonte: Casa Oswaldo Cruz (COC)
O que é um livro acadêmico? O que ele tem que o diferencia de outros livros? E uma editora universitária? Como ela funciona? Essas e outras questões fazem parte do cotidiano da Editora Fiocruz, que resolveu respondê-las de um jeito diferente. Assim, surgiu a exposição Perspectivas do Livro Acadêmico, que integra as comemorações dos 25 anos da Editora Fiocruz. Ela foi inaugurada no final de maio, durante a 31ª Reunião Anual da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), realizada no âmbito do 1º Seminário Brasileiro de Edição Universitária e Acadêmica. A exposição segue em cartaz até julho no Palácio Itaboraí, prédio da Fiocruz na cidade de Petrópolis (RJ).
A previsão é que, depois do Palácio Itaboraí, outros espaços da Fiocruz recebam a exposição, inclusive unidades de outros estados. O objetivo é não só dar a conhecer o trabalho da Editora Fiocruz, como também incentivar a leitura e valorizar o livro como veículo de comunicação pública da ciência e tecnologia e da saúde.
A exposição é formada por dois módulos. O primeiro apresenta os elementos fundamentais de uma editora: os livros e as pessoas. Fazem parte desse módulo um quebra-cabeça com as coleções da Editora Fiocruz, um painel interativo que compara os profissionais de uma editora aos músicos de uma orquestra e um vídeo que pontua conquistas e desafios da edição acadêmica.
O segundo módulo estimula o contato e a experiência dos visitantes com a história e os livros da Editora Fiocruz. Compõem o módulo um painel de e-books, uma linha do tempo com livros cenográficos e vitrines com troféus de prêmios recebidos, além, é claro, de prateleiras com livros clássicos, de papel. Os visitantes podem pegá-los, folheá-los e, caso se interessem pela leitura, levá-los consigo. No final, uma “árvore de livros”, onde todos são convidados a tirar fotos e compartilhá-las por meio das redes sociais na internet.
“Os conhecimentos contidos nos livros não podem ficar parados nas estantes. Livro é para ser lido, apropriado, partilhado, e servir à produção de novos conhecimentos”, defende o editor executivo da Editora Fiocruz, João Canossa. A exposição foi desenvolvida pela Editora Fiocruz em conjunto com a produtora Folguedo. Contou ainda com as parcerias da VideoSaúde da Fiocruz e da empresa Loja Interativa.
Fonte: Fernanda Marques (Editora Fiocruz)
Confira a nossa agenda e saiba mais sobre o evento!
O programa de Vocação Científica (Provoc) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) acaba de prorrogar as inscrições para a seleção de pesquisadores que desejem orientar alunos da etapa de Iniciação entre os meses de agosto de 2018 e junho de 2019.
Com a atualização, as inscrições ficam abertas até o dia 18 de junho. Todos os interessados devem preencher o formulário eletrônico disponível com seus dados pessoais; título e resumo do projeto de pesquisa ao qual o aluno do Provoc estará vinculado (3 mil caracteres); plano de trabalho individual (8 mil caracteres); três palavras-chave; descrição de características, habilidades ou competências que o aluno deve, preferencialmente, demonstrar ao longo de sua participação no processo seletivo.
É importante preencher o documento por completo, para a análise do perfil das vagas oferecidas e também para que as informações prestadas sejam utilizadas no processo de seleção dos alunos. Este procedimento é válido tanto para os novos orientadores, quanto para aqueles que já participam do Provoc.
Depois de se inscrever, todos os candidatos vão receber o seu comprovante de inscrição através de uma mensagem de correio eletrônico em, no máximo, 48h. Caso não receba o comprovante, o candidato deverá entrar em contato com a Secretaria Executiva do Provoc pelos telefones 3865-9740 ou 3865-9741.
Atenção aos requisitos:
1. Ter titulação mínima de mestre e comprovada experiência em atividades de pesquisa, ensino ou em desenvolvimento tecnológico em diferentes áreas do conhecimento.
2. Estar com o currículo Lattes atualizado.
3. Caso não seja servidor da Fiocruz, infome no ato da inscrição, um servidor do mesmo laboratório, departamento ou núcleo que se responsabilize pela coorientação.
4. Ter vínculo ativo com a Fiocruz por três anos durante a permanência do aluno no Programa. São considerados trabalhadores com vínculo ativo: servidores públicos, cedidos, terceirizados, pesquisadores visitantes e pós-graduandos.